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sábado, 11 de dezembro de 2010

FIM

Ilidio Duarte de Carvalho
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«Quem nasce, morre!», frase da mais tradicional filosofia, que estoicamente deveria ser compreendida e abraçada, mas que, por fórma alguma, serve de lenitivo na Dôr cruciantissima dos que amam profundamente o ente que passa, que desaparece, que vai para a terra algida, para a decomposição, para o Nada!
A Marinha Grande, acaba de sofrer um rude golpe. A Perca, no seu lúgubre indiferentismo, ceifou-lhe uma Vida cara, arrebatou-lhe a mais solida energia, levando em seus braços descarnados para o Insondavel a Alma mais pura, o Coração mais nobre, o Cerebro mais bem formado!

Sim, Ilidio Duarte de Carvalho, aliava aos seus mais cativantes dotes de espirito, a sublimidade de fino Poeta, de Prosador cintilante, caustico sem chegar à ofensa, satirico cauteloso, sem produzir os laivos da indignação, por parte dos atingidos.
A sua pena, energica por vezes, comovedora na maioria dos casos, deu-lhe os foros, de mais ampla justiça, de primeiro intelectual marinhense.
E «O Imparcial» honra-se em ter dado à publicação uma das suas mais sentimentais produções - talvez a ultima - o sonetilho inserto em o numero 3, produzido já quando gravemente enfermo, demonstração do seu extremosissimo afecto pelo netinho, afecto que ia até à maxima idolatria.
Era um chefe de familia exemplar, um sabedor guarda-livros, um amigo dedicado, um marinhense ilustre, entre os ilustres!

Ilidio Duarte de Carvalho deixou toda a sua obra escrita. Representa ela um monumento literario que não póde ficar inedito. A Marinha Grande pela sua Câmara deve-o tornar publico, imprimindo-o e fazendo-o chegar ás mãos de todos os marinhenses, especialmente dos que as terras madrastas procuram o sustento quotidiano, e isto para que os vindouros possam conhecer e lembrar um lirico da sua terra, uma preclarissima intelegencia que soube elevar entre os primeiros o rincão onde viu a luz e cuja terra o cobriu.
É um grandioso Dever que se impõe e a que urge dar a mais rapida execução.

Ilidio Duarte de Carvalho era enciclopedico.
Poeta como musico, ele foi a alma da Serenata Marinhense, um dos Grupos mais perfeitos e mais afinados do distrito de Leiria e que deixou os creditos bem firmados na sua rutilante epoca, e funda recordação nos poucos que ainda hoje vivem e que dela fizeram parte.
Ilidio Duarte de Carvalho foi o herdeiro da bandeira da Serenata, mimo a que ele dedicava o holocausto duma sagrada reliquia e que cobriu, por sua vontade expressa, o caixão que guarda os seus restos mortais.
Escreveu para diversos jornais e para o teatro; para este a revista «Coisas da Minha Terra», que foi representada ha dois anos e que - coincidencia extraordinaria - teve a sua estreia em 10 de março de 1923, baixando á sepultura o corpo do autor em 10 de março de 1925.
Ilidio Duarte de Carvalho fez parte da Comissão Instaladora do Concelho, foi presidente da Câmara e administrador do Concelho, cargos que exerceu com a maxima imparcialidade e a contento de toda a gente.
Ilidio Duarte de Carvalho deixa o nome bem vinculada ao seu torrão natal. Espiritualmente não morreu. Na mente de todos os seus patricios, na alma literaria e nos corações dos numerosissimos amigos, ele revive sempre, envolto em saudosas lembranças da sua verve, das suas anedoctas, da sua fraternal convivencia e dos seus sabios e prudentes conselhos.
Vive espiritualmente; e no leito frio onde o seu corpo repousa, nesse sono profundo de onde não mais se volta, nós, frementes de crença, fazemos votos para que o descanço em que jaz não seja perturbado e que eolicas harmonias e canticos angelicais envolvam a sua Alma de poeta empirico, indomita domadora das Musas, rainhas do Pernaso!

A sua familia, e especialmente a Ilidio Pereira de Carvalho, que necessariamente ha de seguir os exemplos de seu amantissimo pai, enviamos a expressão sincera do nosso profundo pesar pelo passamento do ente querido, cuja falta não será menos sentida pela Marinha Grande, que tambem se envolveu em crepes, pranteando a grande perda do seu maior intelectual.

Antonio A. Santos


in: O IMPARCIAL - Nº 8
de 15 de Março de 1925

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Informação Final

Por uma questão de respeito, de rigor e de honestidade intelectual para com aqueles que sempre seguiram o Largo das Calhandreiras com interesse e admiração, contribuindo também eles de forma descomprometida para o enriquecimento do seu conteúdo, informamos que nenhum dos seus membros (Por Quinho, Folha Seca, FLC, Relaxoterapeuta, Zézé C’a Marinha, Mr. Bean e Torrente) têm qualquer relação directa ou indirecta com blogues de grafia ou fonéticas semelhantes ou confundíveis.

Informamos ainda que, até ao momento, apenas dois deles seguiram projectos pessoais na blogosfera, o que muito nos honra e orgulha, sobretudo pela forma digna e pela lisura com que o fizeram. Aliás, outra coisa não seria de esperar de pessoas que sempre demonstraram personalidade, carácter e lealdade.

Para os interessados, podem encontrar:

Folha Seca, no blogue “Folha Seca” (reactivado); e

Relaxoterapeuta, no blogue “O Conto do Vigário” (novo).

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Marinha Grande, 9 de Dezembro de 2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Há dias !!!

Recentemente o nosso “Largo das Calhandreiras comemorou “ 5 Anos” sem grande festa e nem uns rissolzitos, muitos menos uma garrafita de champanhe lá passou uma efeméride assim um bocado para o “triste”. Quem vos escreve estas linhas a não ser um post oportunamente publicado também não dava por ela. Isto porque quem para apanha o comboio em andamento não sabe qual foi o ponto de partida. Sim apanhei o “Largo” em andamento. Todos os dias havia novidades. Todos os dias havia “calhandrices”.

O Largo das Calhandreiras teve um papel importante na denúncia, no pôr “a nu” aquilo que se ia passando no dia-a-dia da nossa terra. Com mais ou menos urbanidade, muita gente escreveu pela primeira vez um comentário (ou um bitaite como aqui se chama) confesso que eu fui um desses. Também confesso que se calhar, escrevi coisas atrás do anonimato que provavelmente não escreveria por ex. Num jornal Local. “O Largo das calhandreiras” para além de alguns abusos e até algumas atitudes execráveis na caixa de comentários cumpriu um papel. Não sei se foi para isso que foi criado. Parece-me que não. A questão que se põe é que se nesta terra, que até tem um Largo que deu nome a este blogue, tem razão para continuar. A generalidade dos blogues existentes neste mundo da blogosfera são blogues individuais. Alguns são colectivos. Este seria um deles. Mas um blogue colectivo não é o que se verifica por aqui onde aparece por aqui uma “folha seca” a monopolizar o espaço para posts.

Ao longo da vida envolvi-me em vários projectos colectivos, nunca fui dos primeiros a abandonar o “Barco” mas quando senti que estava só, deixei de contar com os outros.
Tudo o que por aqui fui fazendo, nunca o foi por obrigação. Fi-lo com prazer e muita vez, foi uma forma de encontrar audição para os meus desabafos.

Ninguém me deve nada. Eu é que devo, aqueles que tiveram pachorra para me ler e aqueles que fizeram o favor de me convidar.
Na vida nada é definitivo mas a gente tem que pensar. Né?

domingo, 5 de dezembro de 2010

A chuva cai na poeira como no Poema

Domingo Inquietante

Os sábados e Domingos são por norma dias de descanso. São também dias em que se põe a escrita em dia e se faz o balanço de mais uma semana e naturalmente se toma balanço para a seguinte.
Neste pôr a escrita em dia está o tentar perceber” o que vai no meu País” coisa cada vez mais difícil.

Parece-me que os tempos estão virados para 2 atitudes possíveis. Primeira, enfrentar a realidade e tentar dentro do enquadramento legal, prepararmo-nos para a austeridade que já se faz sentir e que em 2011 é a doer e segunda, olhar para o umbigo e descobrir qual a habilidade com que nos podemos safar para que a crise e os seus efeitos não nos toquem muito. Talvez um dia chegue à conclusão que ao optar pela primeira, optei pela pior e me sinta assim um bocado paro o parvo. Mas se há coisas de que gosto é a de dormir descansado e de consciência tranquila.

Rendi-me à necessidade de se tomarem um conjunto de medidas de austeridade devidamente repartidas entre todos os sectores da nossa actividade económica, desde empregados e empregadores. De quem vive do seu salário aos pequenos e grandes aforradores. Aceitei a contra gosto o aumento do Iva sobre o consumo, medida que todos vão pagar independentemente dos que não podem, aos que podem muito e pouco.

Apesar de considerar que nestas medidas há muito de injusto e achar que a solução não passa por retirar aos que menos têm e desta forma penalizar fortemente o consumo, agravando a situação de grande parte das pequenas e médias empresas, com reflexo negativo no nível de emprego, lá me fui convencendo de que tinha mesmo que ser assim, porque percebi que estávamos completamente dependentes dos tais mercados e tínhamos que lhes demonstrar que estávamos a tomar fortes medidas de austeridade e penalizar fortemente o consumo de forma a reduzir o défice. Se convencemos os tais mercados, não sei e até me parece que não. Eu é que não estou nada convencido. Sobretudo como escrevi no post anterior a pouca vergonha em que isto se tornou. Grandes grupos a antecipar a distribuição de dividendos, sectores da nossa função publica a usar todos os truques para que parte (os médicos por Exemplo) passem a receber não um mas três salários e por ultimo, daquilo que é conhecido até agora, sim porque para isto a imaginação não tem limites, a compensação atribuída aos funcionários públicos da Região autónomo dos Açores prejudicados com a redução de rendimentos.

Enquanto isto vamos assistindo ao espectáculo de um ministro das finanças e um primeiro-ministro considerarem imorais as distribuição antecipadas de dividendos para fugirem aos impostos e quando um outro Partido procura que esse fuga não aconteça, vemos a pouca vergonha que se passou no grupo parlamentar do PS, quando parte dos deputados se não a maioria estariam na disposição de aprovar legislação que impedisse aquela fuga.

Pena que com tantos tiros nos pés o PS esteja a dar de mão beijada o poder à direita e a contribuir decisivamente para que o sonho do Homem cuja morte há 30 anos, se comemora nestes dias se esteja finalmente a concretizar: Uma Maioria um Governo e um Presidente.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Xico - Espertice

Sem qualquer dúvida se algum dia houver uma tabela que meça o nível de Xico- Espertice a nível de um determinado numero de Países, Portugal vai de certeza ficar nos primeiros lugares da tabela.
Naturalmente que não me refiro ao tradicional Xico-Esperto de trazer por casa. Que pratica pequenas ” espertezas” desde o cravar um copo aqui e ali ou passar à frente numa qualquer bicha duma qualquer repartição Publica.

Refiro-me aos habilidosos de maior gabarito que sempre foram encontrando formas de contornar leis para seu benefício pessoal, de mais alguns amigos e familiares e de algumas das corporações em que estão ou são afectos.
Este desabafo naturalmente de um pregador no deserto é motivado por alguns dos acontecimentos e notícias dos últimos dias. O PEC (nº não sei quantos) determina um conjunto de medidas, algumas já em vigor outras para terem início em 2011. Tudo com o objectivo de controlar o défice Nacional e recuperar a confiança nos mercados. Coisa que ainda não consigo perceber bem o que é.
Então não é que ”vamos ouvindo e lendo” que parte dos dinheiros que se pensava (e provavelmente alguém fez contas com isso) entrarem nos cofres públicos estão a ser antecipadamente distribuídos, fruto de habilidades contabilísticas que se não existentes foram entretanto à pressa inventadas. Refiro-me claro aquela antecipação da distribuição de resultados antes que seja tarde (apetece-me repetir aquela expressão, ó meu dá cá o meu)

Como se não bastasse esta cena que meteu ameaças de demissão e tudo, assistimos a que varias corporações ligados a empresas do Estado ou participadas andam a engendrar planos para que a crise seja paga apenas por alguns. As excepções começam a ser tantas que tudo parece fazer crer que se inverta a velha expressão de que “não há regra sem excepção” pois as excepções parecem ser tantas que vão ser mais que as regras.

Desgraçado de País, onde só não se safa quem não pode e são estes últimos que ficam para pagar a conta.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dia da indepedência de Portugal (2)

Dia da independência de Portugal

Para a maioria dos Portugueses hoje é apenas mais um dia feriado. Aliás cada vez mais os feriados não passam de isso mesmo.
Seria naturalmente um dia de regozijo Nacional. Se efectivamente sentisse-mos que a nossa soberania era a sério e não um faz de conta. Cada vez mais as decisões sobre o nosso País são tomadas por instituições internacionais capitaneadas por burocratas, em que alguns deles nunca puserem sequer os pés em Portugal .

Não sei porque não estava cá , se a ditadura dos Filipes era pior do que à que hoje estamos sujeitos, esta de facto é insuportável e sufocante e está a tirar-nos o que nos restava do orgulho de ser Português.
Sempre achei que aqueles milhões todos despejados à “palete” nos primeiros anos da nossa integração na Europa, seriam bem pagos. Adormeceram-nos de tal forma que hoje estamos atados de pés e mãos e assim um bocado, para o sem saber que fazer, porque os “criados” dos novos “Filipes” nos vão dizendo isso. Ou seja quem manda são eles e o resto é conversa.
Isto de ter que comer e calar, dá-nos cabo da capacidade de exercer o direito à nossa Cidadania.

Tenho esperança que uma expressão em tempos usada por um dos candidatos a um órgão de soberania se transforme num clamor popular e possamos todos dizer alto e bom som “A MIM NINGUEM ME CALA!”

VIVA PORTUGAL

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Chuva Dissolvente


Pronto! Estou chateado com o S.Pedro. Queria aproveitar esta vespera de feriado para visitar um dos grandes acontecimentos culturais que nesta terra ainda vão subsistindo . Mas a chuva não pára e nada pior que a chuva para estragar uma programada noite, onde se incuía uma jantarada, mais uns digestivos que já só se vão encontrando por aqui  (tipo ginginha legítima) e ver o artesanato que vai sobrevivendo à concorrência vinda algures da Asia.
Pronto fico em casa esperando que esta chuva de Inverno dissolva grande parte da porcaria que anda por aí! (Tal como não acredito no S.Pedro, tambem não acredito em milagres. Acho que a chuva passa sem dissolver a porcaria, a dita) Mas às vezes há coisas...

Um bitaite que devia ser post

Publicado no post do folha seca, com o titulo "Más Memorias"

Cigano Rico, que já foi pobre disse...

As notícias da nossa terra, envolvendo crianças onde as únicas refeições que deglutam, são as que são consumidas nas escolas, (penso que o município da Marinha Grande foi pioneiro) não me espanta nada. Quando há uns anos fizeram um estudo sobre as refeições nas “nossas” escolas, frequentadas pelas “nossas” crianças, ficaram a sabe que: a maior parte das “nossas” crianças, o unico leite que ingeriam, era o que bebiam na escola, isto é, tomavam o pequeno-almoço, a primeira refeição do dia, na escola!
Julgo que está tudo dito, ou não, porque respeitante à fruta; em cada 35 alunos, 6 comiam fruta em casa!

Presentemente, ler que a nossa autarquia (e não só) vão fornecer refeições ao fim de semana para que as crianças sejam minimamente alimentadas, não me faz sentir ”vergonha”, nem me alivia a consciência, eu continuo a contribuir para que algumas tenham um pouco mais. Não sinto vergonha por isso, agora tenho pena, é das crianças que alguns e algumas vão levar à escola, em boas viaturas TG, e os filhos, fruta e outros… apenas "papam" na escola. É o que temos, vivência e atitude, acima das possibilidades.
E não estou a falar de lcd´s e telélés com visores tácteis, nem vou falar da higiene oral da maioria das nossas criancinhas, mesmo descontando o tal cheque dentista!
Há uns anos, quando visitava uma certa escola, uma ou duas vezes por ano, conforme a logística e as possibilidades, entregava gratuitamente iogurtes, algumas crianças diziam-me: que eram muito bons!, outras: quando é que eu voltava?, sentia-me pequeno, pequenino, eu… e as professoras. Já lá vão mais de 10 anos, ainda não havia: euros 2004, helicópteros, submarinos, tgvs, bpn bpp, pec´s 1,2,3 e se calhar o 4, nem se falava de crise, ou da crise, mas… já havia carências e fome nas “nossas” bem frequentadas escolas.
Por isso, a “Sopa dos Pobres”, junto da FEIS, (depois da galeria, sensivelmente a meio do edifício) que outrora foi um projecto humano e importante, junto dos mais carenciados desta Cidade, não seria desajustado (já existem noutros municípios) ser posto em prática pelo nosso Município e Juntas de Freguesia. Infelizmente a pobreza cresce a níveis assustadores por todos os Países.
Existe muita miséria escondida, por este Portugal a fora, e a Marinha Grande, não é excepção!
Por mim, pode e deve abrir, reabrir com este nome, ou outro nome parecido, é me totalmente indiferente.
Mais vale combatermos a miséria e a fome, do que esconde-la ou manifesta-la através de bandeiras pretas!
Não sei se já constataram, se já observaram, ou já se aperceberam e deram conta, que todos os dias, incluindo os Domingos, existe cada vez mais prostituição diurna nas ruas da nossa cidade, não falando da toxicodependência e das abordagens por eles praticadas.
É disto que eu tenho vergonha, ver seres humanos na Marinha Grande (a minha terra), seres humanos que desistiram, que já não se importam com nada, nem com ninguém e que se vão expondo, vendendo à luz do dia, o resto que têm… o seu corpo.
É desta realidade que tenho vergonha, jamais terei vergonha de colaborar para que alguém deixe de ter fome, e passe um dia com o estômago aconchegado.
Alguns, lembram-se dos pobrezinhos, dos aleijadinhos, dos coitadinhos e dos sem abrigo, apenas e só... na véspera do Natal, porque, no Natal esquecem-se.

Para mim, é Natal todos os dias, espero, que seja todo o executivo camarário a envolver-se nesta causa digna e altruísta, foi para isso que foram eleitos, para estarem ao serviço da população, e neste particular caso, ajudarem aqueles que mais carecem.
Uma causa, que pode não dar votos, mas… dá alegria, esperança e dias melhores a alguém que já nada espera.

30 Novembro, 2010 17:58

Fernando Pessoa (75 anos depois)

Não Digas Nada!

Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer

Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Caridadezinha.


Após publicar o post anterior lembrei-me desta canção cantada pelo José Barata Moura, julgo que pela primeira vez em 1973. A letra é uma sátira à caridadezinha doutros tempos, onde se praticava como  uma espécie de lavagem de consciências. Creio não ser este tipo de caridade, que os pobres, que já o são e os que sempre o foram, mais os que estão a caminho de o ser, precisam. O que se precisa é que a riqueza seja melhor distribuida e que a  de uns, não seja feita à custa da pobreza de outros.

Más Memórias

Algumas notícias, divulgadas na imprensa Regional, dão-nos conta que a Autarquia Marinhense se prepara para proceder à abertura das cantinas das escolas durante o fim-de-semana.
A razão prende-se com a indicação que a autarquia tem de que algumas crianças, as únicas refeições que comem são as fornecidas nas cantinas. “Fenómeno que acontece um pouco por todos o País”.
Durante o fim-de-semana, publiquei alguns posts que remetiam para as nossas ”memórias”.
As nossas memórias não conseguem apagar o passado e muito menos alterá-lo, consequentemente fazem-nos temer o futuro.
36 Anos depois da Madrugada libertadora, ver a recolha de alimentos para os mais carenciados tornados num assunto “noticioso” que preencheu vários minutos em praticamente todas as televisões. Ver notícias de que na nossa terra há crianças, que a únicas refeições que tomam, são as fornecidas pelas escolas. Ler que a nossa autarquia (e não só) vai ter que fornecer refeições ao fim de semana para que estas crianças sejam minimamente alimentadas, faz-me sentir ”vergonha” e não me alivia nada a consciência, dizer que não tenho culpa. Sinto que todos temos. Sinto que passámos a olhar demasiado para o nosso umbigo e deixámo-nos convencer que estava tudo resolvido.
Na minha memória ainda está a existência, algures na Avª 18 de Janeiro, em instalações, presumo, cedidas pela FEIS, um lugar designado por “Sopa dos Pobres”. Esperemos que tantos anos depois de ter encerrado, não a vejamos reabrir com este nome, ou outro parecido.

sábado, 27 de novembro de 2010

Memórias

A propósito do ultimo post em que se fala de memórias decidi publicar aqui uma foto que encontrei num blogue dos vários que se referiram ao falecimento do resistente anti-fascista e militante comunista , Joaquim Gomes. Não consigo referenciar o respectivo blogue, pelo que apresento as minhas desculpas.
Quando se fala da memória , naturalmente que não se trata de ser saudosista. Nesta foto que me parece ter sido tirada na FEIS e tambem me parece ter reconhecido pelo menos 4 dos fotografados, vemos para além de adultos, várias crianças que pela minha própria experiência deveriam ter entre 11 a 13 anos que era a idade em que faziam alguns dos trabalhos que se vêm a executar.
Quando se recordam estes momentos é precisamente para que nunca mais crianças destas idades tenham que trabalhar, quer seja nas fábricas da Marinha Grande a levar a cima e a fechar o molde, ou em Felgueiras a cozer sapatos. O 25 de Abril contribuiu para isto e muito mais. É por isso que chamem-nos o que quizerem, recordaremos esta data como um marco na história de Portugal.

Um Bitaite que devia ser Post

Publicado no Post anterior
Vinagrete disse...

ENTRE O CORAÇÃO E A RAZÃO
Há mais 30 anos, no meu carro, com despesas de minha conta, desloquei-me a Lisboa para trazer para a Marinha Grande este virtuoso artista e resistente anti-fascista e a sua companheira Luisa Bastos.
O Pavilhão do clube da Embra estava cheio. A acústica era horrível. Mas ouvir, algum tempo depois da alvorada de Abril, os acordes de uma guitara e a voz de um povo que luta e teima em manter a esperança, era suficientemente reconfortante.
Por o ter revisitado, através deste post e talvez porque o Orçamento foi aprovado, apeteceu-me escrever, para tentar partilhar estados de alma que nos deprimem e amordaçam o grito que queremos dar, mas as cordas vocais teimam em o impedir.
Carlos Paredes, Zeca Afonso, Adriano, Fausto, Vitorino, José Mário Branco, Ary dos Santos, Sérgio Godinho, Paulo de Carvalho e tantos outros, cantaram-nos um Portugal de miséria, atrasado décadas, orgulhosamente só, fechado, pobre, sem educação, em que as crianças da minha terra iam levar acima, nas fábricas de vidro, aos dez e doze anos de idade, muitas delas ainda transportadas ao colo pelas mães. Um País onde se ia preso, sem julgamento, por um qualquer pide se lembrar denunciar alguém que se manifestava contra o regime. Um País que mandava para uma guerra colonial os seus filhos mais jovens e promissores. Um País sem cobertura escolar para o Preparatório e Secundário, o que fazia com que a grande maioria dos jovens se ficava pela 4ª. classe, deixando para as classes sociais mais altas a faculdade de poderem estudar nas capitais de Distrito e mais tarde, em Lisboa, Porto e Coimbra. Um País sem vias de comunicação, sem electricidade em grandes parcelas do território Nacional, sem água canalizada, sem esgotos e sem dignidade.
Este País, que é o nosso, era também o que tinha as contas públicas em ordem e os cofres do Banco de Portugal a abarrotar de ouro.
É o mesmo país onde viveram os João Salgueiro, os Mellos, os Ferraz da Costa e tantos outros, que agora, usando a liberdade que Abril nos restituiu, consomem horas de tempos de antena a reclamar a destituição do governo, este ou outro, alegando que nós o "Povo", não eles os "parasitas", gastámos mais do que produzimos, temos um estado social que não conseguimos alimentar e uma legislação de trabalho demasiado rígida ( entenda-se que ainda não permite os despedimentos a gosto).
Nasci na década de 40, comecei a tarbalhar aos 14 anos, tive que emigrar com a fmília aos dezasseis, só tinha acesso aos hospitais com atestado de pobreza, só existia uma auto-estrada com 20 Kms entre Lisboa e Vila Franca e a Ponte entre as dua margens do Tejo iniciou-se na década de 50.
De Lisboa a Leiria demoravam-se 6 horas num carro acessível à classe média.
Era esse o nosso País sem dívida externa e com descomunais reservas de ouro.
O Portugal de hoje, o dos meus filhos e o dos meus netos é outro.
Temos dificuldades? Desbarataram-se alguns recursos? Há pouca transparência nalguns actos da acção do Estado?
Sem dúvida.
Vivemos em democracia, saibamos usá-la para tentar recrificar o que vai menos bem, mas tenhamos a capacidade de comparar o Portugal que fomos, ovelha ranhosa da Europa democrática e o Portugal que somos.

27 Novembro, 2010 11:19

Intervalo (13)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Dia internacional contra a violência sobre as Mulheres.


A casa abrigo para vítimas de violência doméstica, da Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande, está concluída há um ano, mas mantém-se fechada porque ainda não foi assinado o protocolo com a segurança social, disse o provedor.
«Estamos desde Outubro do ano passado à espera da celebração do protocolo financeiro com a Segurança Social», explicou à agência Lusa Joaquim João Pereira, sustentando que sem acordo a Misericórdia «não tem hipótese de assegurar o funcionamento» da casa abrigo, cujo investimento é de 250 mil euros.
Segundo o responsável, «o argumento da Segurança Social para não comparticipar o equipamento, é que a Misericórdia tem uma gestão equilibrada».
«Gerimos bem e somos castigados», observou o provedor, frisando que «a casa abrigo está pronta e, porque não é usada, está a degradar-se».
Joaquim João Pereira acrescentou que quando a instituição decidiu avançar para a construção do equipamento consultou a Segurança Social, que reconheceu a existência de «carências» neste tipo de espaços, tendo «chegado a sugerir alterações ao projecto que tiveram de ser feitas».
O director do Centro Distrital da Segurança Social de Leiria, Fernando Gonçalves, reconheceu que esta «resposta social, de facto, esteve incluída na previsão do orçamento programa de 2010».
«Ocorre, porém, que não foi possível o seu financiamento devido à prioridade que foi dada à deficiência e outras problemáticas igualmente prioritárias», esclareceu Fernando Gonçalves, garantindo que o processo para a abertura da estrutura «está em análise».
Portugal Diário 04/11/2010

Nostalgia

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Só por se Justificar

Pronto! Chamem-me fura greves ou outros nomes feios. Ma não resisto a publicar uma foto que me veio parar ás mãos via internet.
Mas o que é que a avestruz tem a ver com o dia de hoje? Nada claro!
Este bicho não é aquele que enfia a cabeça na areia para não ver o que se passa à sua volta?
Pronto. O resto deixo à imaginação dos ilustres calhandreiros.

Este blogue durante o dia de hoje, encontra-se encerrado por motivos Óbvios.

Imagem surripiada no Blogue /quanto tempo tem o tempo.
Dado o pré-aviso recebido na administração do "Largo das Calhandreiras" em devido tempo, somos obrigados a manter no dia de hoje o respectivo Blogue encerrado. No entanto e se tal se verificar necessário, utilizaremos o que está consignado na lei ou seja, o recurso aos serviços mínimos.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Agenda


Conferências JMG/SOM

Henrique Neto pensa o futuro do concelho

O Jornal da Marinha Grande e o Sport Operário Marinhense promovem na próxima quinta-feira, dia 25 de Novembro, mais uma conferência. A iniciativa, subordinada ao tema “Pensar o futuro do concelho”, será desenvolvida por Henrique Neto

O empresário marinhense será o próximo convidado do Ciclo de Conferências promovidas em parceria pelo JMG e pelo SOM.

Henrique Neto falará sobre os principais sectores económicos do concelho, nomeadamente vidro e moldes, e fará uma abordagem relativamente aos erros do passado e presente (más opções estratégicas), como ponto de partida para a reflexão sobre o futuro. Ou seja, pretende-se identificar as políticas que “deveremos” implementar no concelho para sermos vanguardistas nos próximos anos.

Durante a conferência será igualmente aflorada a questão da educação e da formação como factores de competitividade.
A temática do eixo Marinha Grande - Leiria estará igualmente em cima da mesa.
A conferência “Pensar o futuro do concelho” decorrerá na sala de exposições do Operário, pelas 21h, com entrada livre.

"Portugal tem de ser qualquer coisa de Asseado"

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Revista de Imprensa

Marinha Grande: Credores aprovam encerramento e liquidação da empresa Jasmim

22/11/2010 16:08


Os credores da empresa de produção manual de vidro Jasmim, que encerrou em junho na Marinha Grande, deixando no desemprego 15 pessoas, deliberaram hoje o seu encerramento e liquidação, disse à agência Lusa o administrador de insolvência.

“Foi aprovado por unanimidade o encerramento e a liquidação da empresa”, afirmou Carlos Inácio, acrescentando que na assembleia de credores, que decorreu no Tribunal Judicial da Marinha Grande, estiveram representados 81,15 por cento dos credores que têm créditos reconhecidos no valor de cerca de 200 000 euros.

Segundo o administrador de insolvência, as dívidas da empresa até à data são de 280 mil euros, explicando que o próximo passo é a venda da empresa num todo e, na eventualidade de não ser possível, a transação vai ser feita “emparceladamente”, admitindo o responsável que, neste último caso, “é mais fácil”.

Carlos Inácio adiantou que “o que a empresa tem não permite a satisfação de todos os créditos”, esclarecendo que, perante esta situação, “é feito o rateio, conforme sentença proferida de graduação de créditos”.

A empresa Jasmim, uma das últimas unidades de produção de vidro manual na Marinha Grande, fechou no verão.

No último fim de semana de junho o forno foi desligado e os funcionários, a maioria vidreiros, suspenderam os contratos.

O coordenador do Sindicato Democrático da Energia, Química, Têxtil e Indústrias Diversas (SINDEQ), José Pedro Adrião, declarou que resta agora aos trabalhadores aguardar, manifestando-se esperançado de que seja realizada a venda de todo o conjunto da unidade fabril.

Se assim for, a empresa pode ser viabilizada, admitiu José Pedro Adrião, reconhecendo que, caso contrário, “se for vendida em lotes, não vai haver viabilização”.

José Pedro Adrião esclareceu que aos funcionários a unidade fabril ficou a dever “dois salários e um subsídio”, além da indemnização “por cada ano de trabalho”.

O sindicalista destacou a importância da Jasmim, uma das últimas unidades de produção manual de vidro, no concelho, restando agora “duas empresas sem grande expressão”, considerando que a unidade “era a sala de visitas da Marinha Grande”.

“Tinha os melhores mestres vidreiros, é uma pena fechar esta sala de visitas”, lamentou o coordenador do SINDEQ.

SYR.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa

"Os Bandalhos"

Na sequência da atribuição do prémio "Dardos" ao blogue " Venham mais Cinco" animado por Filipe Gomes http://venhammaiscinco.blogspot.com/ fomos brindados com o video do espectaculo dos "Bandalhos“ Um grupo da Marinha Grande que Filipe Gomes Integra. "E Depois do Adeus” de Paulo de Carvalho, tocado na alvorada de 25 de Abril de 2010. Na Marinha Grande.
Os nossos agradecimentos

domingo, 21 de novembro de 2010

Término do Estado de Sítio no Largo das Calhandreiras


Após o termino do nosso conclave e depois de se verificar que as ameaças que nos fizeram tomar medidas especiais de protecção e a limitação à liberdade de circulação de pessoas e bens , e depois de uma verificação minuciosa a tudo o que pudesse albergar qualquer ameaça à segurança dos residentes no perímetro antecipadamente definido. Conclui-se que está tudo bem e acabou de acordo com esta conclusão. Digamos que foi só fumaça.
Pronto está restabelecida a circulação e a respectiva liberdade de movimentos.
As respectivas conclusões do conclave vão demorar um tempo para serem elaboradas pela respectiva comissão de redacção.
Mas para já há uma, inquestionável. O nosso centro histórico está assim um bocado a ressentir-se da falta de habitantes, mas com as medidas aprovadas no nosso conclave até que podemos melhorar a frequência do respectivo centro onde o nosso largo se integra como é óbvio.

sábado, 20 de novembro de 2010

Os homens partem, a acção dignifica-os, a "estória" fica gravada na História da luta pela liberdade e a instauração da Democracia

Joaquim Gomes, Morreu.

Atravez de "a nossa candeia" blogue dinamizado pela Ana Paula Fitas, acabei de saber do passamento de Joaquim Gomes, Marinhense, ex operário vidreiro destacado militante e dirigente do PCP, protagonista de várias das fugas das prisões onde esteve encarcerado.
A estória deste herói da luta pela Democracia é tão grande que dificilmente cabe num post, especialmente quando a emoção me tolda a capacidade de escrever.
Até sempre camarada

Carta aberta aos senhores da Guerra

Felgueiras, 20 de Novembro de 2010

Exmos. Senhores:

Os senhores hoje, dia 20 de Novembro, estão em Lisboa… E não vêm por coisa boa! Aliás, os senhores nunca vão a lado nenhum por coisa boa. Tudo o que os senhores fazem é por dinheiro – o estúpido dinheiro! Por dinheiro e por poder. E mais: têm a consciência de que o dinheiro e o poder não fazem a felicidade, nem sequer a felicidade dos senhores. Mas os senhores são assim! Geneticamente assim! Haverá explicação científica alguma para o fenómeno? E, por muito que me custe, esse fenómeno é humano. Quanto à explicação, não sei, não posso dizer, porque não sou cientista. Preocupo-me mais com a poética dos dias, porque cientistas já os senhores os são, e há muito! Os senhores são a Ciência e, inerentemente, a própria condição humana. Mas que condição humana!

Eu sei, os senhores sabem, muita gente sabe, todos nós sabemos, que o sistema (os senhores são o sistema) está a preparar uma guerra à escala regional (uma qualquer região do mundo) ou, provavelmente, um holocausto à escala intercontinental ou, quiçá, mundial, só para… salvar o Ocidente! Uma guerra que, no fundo, é contra os próprios senhores. Porque os senhores, sendo o próprio sistema, querem salvá-lo a nível financeiro. Um sistema demoliberal que está a engolir-se a si próprio! Que importará que milhares ou até milhões de crianças e adultos morram numa parte do mundo para que do lado de lá da tragédia se viva cosmopolitamente bem? Tem sido essa a história e a lógica da ideologia que exportam para todo o mudo. Porque os senhores vivem da economia de guerra. E, como vivem da economia de guerra, fazem a guerra (como agressores) e defendem as vítimas da guerra (como autênticas vítimas!), num ciclo mirabolante e diabólico, que é a essência desse tal sistema. Produzir e consumir! Não é verdade? Por exemplo, o trigo apodrece nos silos dos EUA e não é para vender nem, muito menos, para dar e distribuir (não lugar há distribuição cristã da riqueza do pão e dos peixes). Há que deixá-lo retido, bem guardado em stock, para que o custo seja encarecido, inflacionado, transaccionado na bolsa, mesmo que entretanto uns tantos milhões de pessoas morram de fome em certas partes do mundo.

Os senhores induziram em erro a Humanidade! Acuso-os disso! Completamente! Enganaram e mentiram quando disseram que, ao contrário do que acontecia na Idade Média, na base da política e do poder já não estava o poder das armas (como, por exemplo, era o caso dos cavaleiros-vilãos) mas na economia. Engano! Engano! Mentira! Mentira! – torno a dizer.

Tal como há séculos, os senhores vivem da economia de guerra. Esta condiciona a ideologia e as formas de acesso ao poder, mesmo o íntimo poder das pessoas. Se assim não fosse, finda a Guerra Fria, teriam proposto o desarmamento mundial nuclear. Mas isso não lhes convém. Porque os senhores não querem a felicidade – não querem ser felizes, nem querem que os outros o sejam.

Lisboa hoje não tem pregões nem varinas; tem fantasmas, choros de criança e a soberba dos adultos.

José Carlos Pereira (Felgueiras)

Surripiado no Site sa AJA  (Associação José Afonso) 

Intervalo (12)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Estado de Sítio no Largo das Calhandreiras


Aviso /Ultimato

Dada o importante e "pacificador" conclave que a comissão de moradores do nosso Largo vai realizar durante os próximos dias, Sexta, Sábado e talvez Domingo, na sua sede sita no respectivo Largo (claro) avisam-se os habituais frequentadores, passantes ou simples mirones que a circulação por estas bandas, fica seriamente limitada a partir das 00:00 horas de Sexta Feira até data a decidir. Serão colocadas barreiras de protecção para manter o respectivo perímetro de segurança nos seguintes locais. Norte: da sede do Império, até à sede das Trutas, passando pela sede de Picassinos, dando a volta pela Zona Industrial (parte Sul) continuando até ao Tremelgo, daí até Pedreanes, voltando ao ponto de partida.
No Interior deste perímetro definido para evitar a entrada de perigosos terroristas, que se sabe andarem por aí. Não será permitida a circulação de qualquer veículo com motor de explosão e os outros terão que ser devidamente autorizados e fiscalizados. Pessoal a pé só os que demonstrem ter algo que fazer. Mesmo assim só de t shirts nada de Kispos ou outros enchumaços. Boinas, chapéus ou cabeleiras postiças, também não serão permitidas. Dentaduras postiças só as devidamente afinadas para não levantarem suspeitas nos ruidos esquisitos e suspeitos que provocam quando o não estão.

E Prontos a partir daqui a gente dispara primeiro e pergunta depois.

Prémio "Dardos"

Com o devido agradecimento aos blogueiros: Rogério Pereira em Conversa Avinagrada http://conversavinagrada.blogspot.com/, Carlos Barbosa de Oliveira em Cronicas do Rocheco http://cronicasdorochedo.blogspot.com/ e Pedro Coimbra em Devaneios do Oriente http://devaneiosaoriente.blogspot.com/





«O Prémio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... que em suma, demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as suas letras, e as suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.»


O Prémio Dardos tem as seguintes regras: Exibir a imagem do Selo no blogue; Revelar o link do blogue que me atribuiu o Prémio; Escolher 10, 15 ou 30 blogues para premiar.


Dando seguimento às regras aqui vão os 10 premiados pelo Largo das Calhandreiras

A Carta a Garcia http://acartaagarcia.blogspot.com/


Guitarras de Coimbra http://guitarracoimbra.blogspot.com/


Castanheira de Pera http://castperagestosa.blogspot.com/


A conspirata http://aconspirata.blogspot.com/


Queridas bibliotecas http://queridasbibliotecas.blogspot.com/


Doce ou travessura http://doce-ou-travessura.blogspot.com/


Ferreira On The Road http://simetriadomovimento.blogspot.com/


Patinhas da Marinha Grande http://patinhasdamarinhagrande.blogspot.com/


Venham Mais Cinco http://venhammaiscinco.blogspot.com/

Lida Coelho http://luisrcoelhohotmailcom.blogspot.com/

Naturalmente que a riqueza da blogosfera é tão grande que haveria muitos mais blogues a considerar.

Para maiores de 18 anos...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Os Senhores da Guerra


Este fim de Semana somos brindados com um acontecimento de caracter internacional. Ao ouvir ler e ver, as notícias relacionadas com este acontecimento. As perturbações e as alterações da vida de milhares de pessoas, que vão ter as suas vidas alteradas, que vão sofrer prejuizos nas suas actividades profissionais e pessoais, lembrei-me desta canção.
Pronto! Não gosto de guerras e de tudo a que a elas cheira.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

E já lá vão 5 anos...


(embora com uns dias de atraso)
.

Luis Cilia Canta José Saramago


Hoje José Saramago comemoraria 88 anos se por cá estivesse. Como escrevi em comentário num blogue amigo, "a melhor forma de o homenagear é perceber hoje o que nos queria dizer ontem".

Na Tv Francesa num programa de divulgação discográfica, Luís Cília apresenta a sua canção "Contracanto" com poema de José Saramago, em meados de Abril de 1968

Revista de Imprensa


Marinha Grande

Feira de Artesanato
e Gastronomia espera 21 mil
visitantes na 21.ª edição


Certame abre portas a 26 de Novembro e apresenta algumas novidades, como a primeira mostra de Artes Decorativas da Marinha Grande e um cartaz musical mais diversificado para atrair juventude


A FAG (Feira de Artesanato e Gastronomia) da Marinha Grande vai já na 21.a edição e este ano o certame, que vai estar de portas abertas entre 26 de Novembro e 5 de Dezembro, apresenta algumas novidades e, para a vereadora da Cultura do município marinhense, Cidália Ferreira, "é um evento cada vez mais consistente e de qualidade comprovada, com projecção à escala nacional, que se inscreve entre os melhores do País".

O projecto para 2010, orçado em 79 mil 150 euros, foi apresentado ontem, na cidade vidreira por membros da organização, a Associação Social Cultural e Desportiva de Casal Galego, e da autarquia e do Instituto de Emprego e Formação Profissional.

"É um orgulho para a Câmara Municipal da Marinha Grande poder associar-se a uma realização que é um caso exemplar de boas práticas associativas, pela mobilização de pessoas, de vontades, de saberes e capacidade de execução", sublinhou Cidália Ferreira.

A vereadora do Pelouro da Cultura sublinhou que todos os anos a organização, que conta com a parceria da Câmara Municipal, "visa garantir não só um projecto de animação cultural e gastronómico, mas acima de tudo criar na FAG um verdadeiro palco daquilo que são potencialidades do desenvolvimento local e nacional".

Este certame, referiu a responsável, "pretende promover aquilo que são as potencialidades no domínio do artesanato, envolvendo várias componentes, quer no artesanato contemporâneo quer no tradicional, mas também nas áreas que estão associadas aos serviços, à economia".

Para Cidália Ferreira, a FAG representa "uma montra onde são promovidos, exibidos e dinamizados exemplos" da identidade cultural da Marinha Grande e, nessa medida, o certame representa "um momento importante de afirmação" do município.

A FAG, assegurou a vereadora da Cultura, "é um projecto cada vez mais consistente e de qualidade comprovada. Um evento que, ano após ano, alcança maior prestígio e reconhecimento, atraindo mais participantes e visitantes", sendo que este ano, e porque é a 21.aª edição, Cidália Ferreira gostava que o certame recebesse 21 mil visitantes.

Refira-se que no certame participam também diversas entidades locais e regionais, com responsabilidade nas áreas social, cultural, desportiva, económica e turística, o que, na opinião da vereadora, "demonstra a importância do evento".

Também as cidades geminadas com a Marinha Grande foram convidadas pelo município a estarem representadas na FAG, sendo que o objectivo é promover o intercâmbio cultural entre os vários locais e regiões e fortalecer os laços de união que estiveram subjacentes à geminação.

Este ano, sublinha-se a participação dos municípios de Fundão, Montemor-o-Novo, Oeiras, Oliveira de Azeméis e Salvaterra de Magos.

As novidades deste ano

Pela primeira vez, a FAG tem um tema, tendo o 'Vidro' sido o escolhido.

A comissão executiva do certame explicou que decidiu, este ano, "dar uma nova dinâmica ao certame" e, por isso, atribuiu-lhe um tema.

Esse tema, explicam, "esteve na génese do desenvolvimento da cidade que hoje, e pelos mais diversos motivos, se encontra quase em vias de extinção, daí ter-se sentido a necessidade de o realçar", pelo que durante a FAG a arte de trabalhar o vidro estará sempre presente, nomeadamente com um forno e um vidreiro a trabalhar.

Outra das novidades é a realização da 1.a Mostra de Artes Decorativas da Marinha Grande.

A comissão explicou que após a análise das candidaturas recebidas pela participação na FAG, "constatou que na sua maioria eram artesãos marinhenses, criadores de artes decorativas nas mais diversas vertentes" e, se por um lado, decidiu relembrar a arte mais antiga da cidade, o vidro, "não podia de deixar de dar importância à nova arte do século XXI, a arte decorativa".

Também a música vai ser este ano ligeiramente diferente, com uma aposta na actuação de jovens bandas, de modo a levar mais juventude ao certame.

Também a Confraria da Sopa do Vidreiro vai marcar presença, com mais um dos seus capítulos, a realizar a 4 de Dezembro, e que vai homenagear um vidreiro.

Surripiado ao "Diário de Leiria"

domingo, 14 de novembro de 2010

Poema destinado a haver Domingo

Bastam-me as cinco pontas de uma estrela
E a cor dum navio em movimento
E como ave, ficar parada a vê-la
E como flor, qualquer odor no vento.

Basta-me a lua ter aqui deixado
Um luminoso fio de cabelo
Para levar o céu todo enrolado
Na discreta ambição do meu novelo.

Só há espigas a crescer comigo
Numa seara para passear a pé
Esta distância achada pelo trigo
Que me dá só o pão daquilo que é.

Deixem ao dia a cama de um domingo
Para deitar um lírio que lhe sobre.
E a tarde cor-de-rosa de um flamingo
Seja o tecto da casa que me cobre

Baste o que o tempo traz na sua anilha
Como uma rosa traz Abril no seio.
E que o mar dê o fruto duma ilha
Onde o Amor por fim tenha recreio.

Natália Correia
Poesia Completa
Publicações Dom Quixote
1999

sábado, 13 de novembro de 2010

Intervalo (11)



Zeca Afonso revisitado por Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti.

Surripiado no site da AJA (associação José Afonso)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Opiniões Certas ditas pelas pessoas Erradas

Pacheco Pereira: "Afastamento voluntário" de Sócrates é essencial para sair da crise (JN)

Confesso que não sou, nunca fui e provavelmente nunca serei, admirador das várias e multifacetadas vertentes conhecidas do Dr. Pacheco Pereira.
Mas parece-me que o que ele disse corresponde ao pensamento de muitos Socialistas, que como se vai lendo por aí, implicitamente e mesmo explicitamente, defendem o mesmo que Pacheco Pereira.
Como penso que há que encontrar uma solução que acabe com a situação insustentável em que vivemos, transcrevo para aqui através do link publicado uma opinião que me parece certa, independentemente de quem a profere.

É assim Mesmo! Ora Toma!

Juiz decide trabalhar menos...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Hoje é dia de Castanhada



Excelente fado/canção para acompanhar as castanhas e a agua-pé.

Revista de Imprensa

Arte Xávega

Marinha Grande e Leiria querem
venda de pescado nas praias

Manter a tradição da arte xávega é um dos objectivos
para o pedido de excepcionalidade ao Governo na venda
do pescado nas praias da Vieira e do Pedrógão

Representantes autárquicos da Marinha Grande e de Leiria, em conjunto com o deputado parlamentar do PS, João Paulo Pedrosa, vão apresentar um ofício ao secretário de Estado Adjunto da Agricultura e das Pescas, com vista à venda do pescado nas praias da Vieira e do Pedrógão.
A reunião decorreu no início desta semana, na cidade vidreira, e reuniu à mesma mesa a Câmara Municipal da Marinha Grande, o deputado socialista João Paulo Pedrosa, a vereadora com o pelouro do Ambiente da Câmara Municipal de Leiria e os presidentes das Juntas de Freguesia da Vieira e do Coimbrão.
O objectivo: criar um regime de excepção na venda de pescado nas lotas daquelas localidades piscatórias.
Em comunicado, a autarquia marinhense faz saber que na reunião foi proposto "diligenciar a excepcionalidade da venda de pesca nas lotas da Praia da Vieira e do Pedrógão, uma vez que a venda de pescado é feita tradicionalmente nestes locais há décadas e para a qual é necessária encontrar a respectiva regulamentação".
"Por se tratar de uma pesca muito peculiar da região (Arte Xávega) será apresentado um ofício ao secretário de Estado Adjunto da Agricultura e das Pescas, Luís Vieira, com o objectivo de criar uma portaria de excepcionalidade para estas lotas", esclarece o município, justificando ainda a medida pelo "diminuto volume de pescas, pela manutenção desta tradição ancestral e para evitar a deterioração do pescado nas deslocações, a vender nas lotas da Nazaré ou Figueira da Foz, considerando uma distância superior a 50 quilómetros.

Surripiado ao "Diário de Leiria"

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Revista de Imprensa


Marinha Grande

Câmara investe mais de 17 milhões de euros
em obras

Em 2011, a autarquia marinhense vai lançar projectos orçados em mais de 17 milhões de euros. Oito milhões irão sair dos cofres do município

A Câmara da Marinha Grande vai investir, em 2011, mais de 17 milhões de euros na execução de vários projectos, suportados na sua maioria por fundos comunitários, cabendo à autarquia disponibilizar oito milhões.
Entre as obras que a edilidade pretende lançar no próximo ano está o complexo de piscinas, a requalificação do Teatro Stephens, da antiga fábrica da resinagem, os centros educativos de a cidade e na Vieira de Leiria, orçadas em milhares de euros, apesar de a situação financeira da autarquia não ser folgada. A dívida global da autarquia ronda os quatro milhões de euros e, segundo Álvaro Pereira, presidente da autarquia, a capacidade de endividamento ronda os oito milhões.
Apesar das fragilidades financeiras, o autarca diz não estar preocupado, fundamentando a sua posição no orçamento de “rigor” e de “verdade” para 2011 e “não empolado” como “ocorreu no passado”.
“Não podemos governar uma casa pobre com vícios ricos, por isso é que queremos fazer uma gestão municipal com responsabilidade aliada ao desenvolvimento do concelho”, referiu, ontem, Álvaro Pereira, na conferência de imprensa, que serviu para os três elementos do executivo camarário, com pelouros, fazerem o balanço do primeiro ano de mandato socialista.
No primeiro ano, Álvaro Pereira referiu que o trabalho desenvolvido consistiu na reorganização interna dos vários serviços, a criação do Gabinete de Apoio ao Munícipe (GAM), a implementação de várias medidas, entre as quais o Sistema de Avaliação de Desempenho dos Trabalhadores (SIADAP), o regulamento de taxas e licenças, ou seja, foi um ano para “arrumar a casa”.
Segundo o autarca, o trabalho a desenvolver no próximo ano será direccionado para o lançamento das obras de maior vulto, aproveitando os fundos comunitários, abrindo um novo ciclo em termos de investimento.
“Havia obras que estavam prontas a ser concursadas, designadamente a variante à cidade, mas, por implicaram um esforço financeiro da autarquia na ordem dos quatro milhões de euros vamos executar outras“, acrescentou o autarca socialista.
Neste pacote de investimentos previstos, o autarca anunciou que quatro empresas - duas nas áreas dos moldes, uma de plástico e outra de madeira -, já mostraram interesse em instalar-se na cidade, após o alargamento da Zona Industrial, um processo que se arrasta de anteriores mandatos.

Relatório preliminar da inspecção na câmara

O presidente da autarquia marinhense revelou estar na posse do relatório preliminar da inspecção feita às contas da autarquia, referentes aos anos de 2008/2009 e adiantou que esse documento traduz uma conclusão “diferente” do “que se fala por aí”, mas os resultados só “serão divulgados” depois de ”termos a versão final do documento”.
Surripiado ao "Diário de Leiria"

terça-feira, 9 de novembro de 2010

FMI



Sim, é uma repetição. Mas depois das notícias da hora do almoço, apetece-me voltar a ouvir esta "repetição" Antes não apetecesse...

Agenda

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Vamor aprender Chinês?



Não é por nada mas como o "saber não ocupa lugar" e como vai sobrando algum tempo, vou procurar um sítio onde possa aprender rápidamente Chinês. Cá por mim isto devia ser integrado naquele programa governamental, muito badalado que dava pelo nome de "Novas Oportunidades"

domingo, 7 de novembro de 2010

Domingo à Noite...


Praticamente desde que me conheço que os Domingos à noite se transformaram apenas na véspera de enfrentar uma nova semana com vários tipos de desafios.
Desde os tempos em que a única preocupação se limitava em estar em condições físicas para enfrentar mais uma semana árdua de trabalho braçal, passando pelos tempos em que para além dessa preocupação fui juntando também a necessária preparação para o trabalho mental para o qual tinha que estar preparado. Como nunca encarei qualquer dos empregos por onde passei, como para toda a vida lá fui andando, tendo como preocupação principal, o estar bem comigo próprio, única forma de conseguir estar de bem com os outros.

Acontece que quase sem me dar conta assumi responsabilidades profissionais que me levaram a não ser só responsável por mim e pela minha família, mas também por mais algumas dezenas de pessoas. Nesta fase que já conta quase 20 anos, nunca um só deles, fácil sempre soube quais os obstáculos que tinha pela frente e os Domingos à noite serviam precisamente para me preparar para eles.
Hoje num Domingo à noite como tantos outros tento não pensar muito no dia de amanhã, pois se nos prepararmos para um dia de “verão de Sº Martinho” podemos ser surpreendidos por fortes chuvadas. Aliás estou a ficar um bocado numa de só conseguir ver nuvens negras no horizonte e a não encontrar nenhum “meteorologista” capaz de me animar com previsões mais optimistas.

Uma boa semana de trabalho (para os que ainda o vão tendo)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mestre "Pimenta"


São cada vez menos os homens da Marinha Grande que sabem, com o sopro, moldar o vidro
que deu fama à cidade. A indústria vidreira e do cristal resume-se a meia dúzia de empresas a
braços com ameaças de deslocalização para locais onde a mão-de-obra é mais barata. A arte e as mãos ágeis dos mestres de outros tempos tem sido substituída por máquinas e moldes. Sobra algum vidro artesanal. Tempos actuais que contrastam com o cenário vivido há algumas décadas, quando milhares de pessoas procuravam, todos os anos, emprego na “capital do vidro”. Um pouco por toda a cidade permanecem grandes naves industriais vazias, esqueletos urbanos
desprovidos do suor da massa humana que, durante gerações, ali criou obras de arte em vidro ou a mais utilitária garrafa, destinada ao pior vinho carrascão. No sábado, o município homenageou, Diamantino dos Santos, 94 anos, um dos mais antigos
artesãos do vidro da Marinha Grande, no âmbito da Bienal Internacional de Artes Plásticas
e Design Industrial. O mestre Pimenta, como é conhecido, foi fazer 6 anos à Fábrica-escola, mais tarde Fábrica-escola Irmãos Stephens.
Fechava os moldes onde o vidro incandescente era vertido e era depois insuflado, ganhando a
forma definitiva. “Ganhava seis escudos por mês [menos de três cêntimos de euro]. Já era bom”, diz com orgulho, apesar da infância perdida prematuramente. Estava em sexto lugar na “equipa de obragem”, que era constituída, no mínimo, por um “oficial” e seis ajudantes. “Tinha medo de me queimar. Por vezes, ardia um bocado da camisa e levávamos muita ‘porrada’ se as coisas se estragassem”, conta com um sorriso sardónico. O vidro é um material que precisa de ser moldado enquanto está a uma determinada temperatura e grau de viscosidade. Ultrapassados os limites, já não se consegue moldar e a peça vai para o lixo ou é recusada devido aos defeitos.
“Durante o dia trabalhava no vidro e à noite fazia ‘catraios’ [dava forma ao vidro noutra fábrica
para ganhar mais qualquer coisa ao fim do mês].” Trabalhou sempre na mesma fábrica, dos 5
aos 74 anos, mesmo depois de se ter reformado aos 65. Para não ficar parado em casa, ia ajudar
no vidro artístico. “Não ganhava nada, nem o almoço, mas ia na mesma.”
“Soprar o vidro na cana não tem segredos. Só é preciso uma cana limpa e muito escovada,
e cuidado para não rebentar a bolha de vidro”, refere o mestre Pimenta (o nome pegou quando
o pai e o tio num baile em Monte Real espalharam pimenta, numa brincadeira). De resto, o
trabalho é duro, realizado o ano inteiro sob uma atmosfera tórrida, alimentada pelos fornos onde
a mistura de areia se transforma em vidro incandescente. Aos 94 anos anos, brinca, dizendo que começa a preocupar-se com a imortalidade. É que dois
dos seus irmãos deixaram esta terra com a mesma idade. “Já ando a pensar: ‘mau... o que é que
vem aí?’” Mas não são apenas as questões sobre a
presença no plano terreno que lhe ocupam a mente. Não gosta de ver a Marinha Grande no
estado actual. Preferia os tempos, quando unidades como a Ivima, Fábrica-escola, Marquês
de Pombal, Ivima, José Custódio ou Manuel Pereira produziam o melhor cristal que Portugal exportava ou consumia, ainda antes da globalização
e da inundação dos mercados por produtos de qualidade e de preço inferior, vindos de outras
partes do Mundo.
Não foi apenas no vidro que o Pimenta deixou a sua marca. Jogador de futebol do Marinhense,
quando as bolas de couro cru pesavam como chumbo e não havia contratos milionários,
chegou a treinar no SLB, ainda no antigo campo da Tapadinha, antes do “Inferno da Luz”
existir. Durante a sua carreira, foi sócio número um, treinador e capitão do Sport Império Marinhense. E também deixou a sua marca no atletismo regional.

Jacinto Silva Duro "Jornal de Leiria"
Este texto foi surripiado da versão em Pdf do referido Jornal, daí algumas deficiências na forma como o texto é apresentado, apresentamos as nossas desculpas. O objectivo é dar o nosso contributo para se conhecer a "estória" de vida do "Mestre Pimenta"

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Fogo de artificio do reveillon dá lugar a maior apoio social




O fim-de-ano será sem fogo-de-artifício, mas com mais apoio social. “Sabemos que a população irá compreender que há verbas que têm de passar a ser gastas de outra forma”, explica a vereadora da Acção Social da Câmara da Marinha Grande, Cidália Ferreira.
A responsável refere-se ao habitual espectáculo de pirotecnia nas praias do concelho e na cidade. Este ano não vai ser suportado pela autarquia.
A ideia é canalizar a verba – cerca de 4.500 euros – para instituições que promovam o bem social. De resto, as medidas de cariz social mantêm-se em vigor, sendo o cheque-natalidade a mais emblemática.
Arrancou em Julho e os primeiros cheques começaram a ser entregues. Os pedidos têm chegado diariamente e a medida ganha maior relevância com as restrições no abono de família.
Carlos Almeida "Região de Leiria"

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Do Tango Argentino até aos Pauliteiros de Miranda...


Qualquer semelhança deste Post, com o Debate e a votação do OE para 2011 é pura coincidência, até porque eu não brinco com coisas sérias.

Revista de Imprensa

Falhanço na conclusão das obras do POLIS
faz autarquia perder
650 mil euros

Câmara da Marinha Grande não vai receber a contrapartida financeira do POLIS, no valor aproximado de 650 mil euros, porque prazos das obras não foram cumpridos

A autarquia marinhense admitiu ontem que não conseguiu cumprir os prazos estipulados para a conclusão das obras POLIS, pelo que ficou "impedida de receber a contrapartida financeira, no valor aproximado de 650 mil euros", uma vez que o prazo terminou no passado dia 29.
Contactada pelo Diário de Leiria, a autarquia esclareceu no entanto que "a obra de reabilitação da Ribeira das Bernardas - Troço 1, a montante de Casal de Malta, avançou no dia seguinte à tomada de posse administrativa das parcelas de terreno, ou seja, nos dias 8 e 11 de Outubro", sendo que o prazo estimado para esta última fase das obras é de 45 dias.
A Câmara explicou ainda que informou a CCDRC e o POLIS do "atraso verificado e das razões que o provocaram, tendo ainda sensibilizado a tutela para a necessidade da transferência da verba para 2011".
Assim, explica ainda, aguarda a inscrição em sede PIDDAC dessa verba, em orçamento a aprovar pela Assembleia da República.
A autarquia promete ainda que cumprirá o novo prazo estabelecido nas obras de 45 dias, pelo que as mesmas estarão concluídas na primeira semana de Dezembro.
Recorde-se que no passado dia 18, em conferência de imprensa, o presidente da autarquia marinhense, Álvaro Pereira, confessou que o projecto para a reabilitação da Ribeira das Bernardas foi encontrado parado aquando da sua tomada de posse, em 2009, e que duas acções em tribunal mantiveram as obras paradas.
Em causa estavam duas parcelas de terreno que impediam o desenvolvimento dos trabalhos.
Maria de Lurdes Domingos, proprietária de 173 m2 de terreno e José António Quiaios, proprietário de 294 m2, viram a sua situação resolvida quando a autarquia colocou à ordem dos interessados, numa conta bancária específica, o valor dos terrenos, avaliados por dois peritos oficiais.
No entanto, a situação mais problemática foi protagonizada por Fernando Vicêncio Rosa "que se dizia proprietário de uma parcela com 1320 m2", de acordo com o autarca.
O terreno era uma peça essencial no projecto para a instalação do relvado sintético e a construção do Pavilhão Gimnodesportivo Municipal, agora inviabilizado pela falta de espaço.
Divergências entre as duas partes impediram o consenso, apesar das "conversações na base do diálogo".
A tomada de posse administrativa com carácter de urgência surgiu na sequência das dificuldades das 'negociações'. "Pedimos ao tribunal um perito oficial para avaliar o valor da parcela de terreno em questão, fizemos o depósito na mesma instituição bancária e partimos para a tomada de posse", conta o autarca.
A acção, "um pouco musculada", contou com a colaboração do Governo Civil e da PSP. "Uma situação muito difícil e tensa", de acordo com o vereador Paulo Vicente, marcada pelas ameaças directas e com a presença de forças policiais equipadas com coletes à prova de bala.
Apesar de drástica, a posse administrativa com carácter de urgência revelou-se a melhor solução para acabar com os impasses que impediam a reabilitação da Ribeira das Bernardas. "Quando fomos eleitos foi para tomarmos decisões agradáveis e menos agradáveis", justifica o vereador Paulo Vicente.
Ainda na mesma conferência de imprensa, Álvaro Pereira disse acreditar que tudo iria correr bem, já que "os trabalhos começaram a decorrer a uma velocidade que nos permite pensar que a obra pode ser concluída antes do prazo.", o que acabou por não se verificar
Surripiado ao "Diario de Leiria

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Esta Depressão que me Anima...

As notícias não são boas. O futuro já não está ali. Há companheiros que se despedem. Esta depressão colectiva, não ajuda nada. Orgulhemo-nos do que somos capaz de fazer bem!

Revista de Imprensa

Museu Nacional da Floresta será apresentado em Dezembro

O projecto do Museu Nacional da Floresta deverá ser apresentado a 8 de Dezembro, adiantou o presidente da câmara da Marinha Grande.
O secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Rui Barreiro, esteve anteontem reunido na Marinha Grande com o presidente da autarquia, Álvaro Pereira, onde discutiram o projecto do Museu Nacional da Floresta, que ficará sedeado no Parque do Engenho, na Marinha Grande.
"O secretário de Estado Rui Barreiro mostrou disponibilidade e intenção de vir apresentar o projecto publicamente no próximo dia 8 de Dezembro, já com orçamento e modelo de gestão definidos", anunciou Álvaro Pereira.
O presidente da câmara considerou que o museu será "um valor acrescentado para o concelho, quer na requalificação de instalações que estão totalmente degradadas, quer no número de visitantes que virá ao concelho".
Para Álvaro Pereira, este projecto será também um pólo turístico e uma "pedra importante para dinamizar a actividade económica da Marinha Grande".
O encontro foi "bastante produtivo" e um "grande passo para a concretização do projecto", cerca de três anos depois do seu início.
À Lusa o autarca disse que estão definidos grupos de trabalho e vão ser criadas "todas as condições para implementar o mais rapidamente possível o Museu Nacional da Floresta".
O projecto terá outro pólo em Pedreanes, na Marinha Grande, e pelo País serão criados outros pólos do Museu da Floresta.
Durante o encontro, os responsáveis falaram ainda do alargamento da zona industrial da Marinha Grande e Rui Barreiro comprometeu-se a estabelecer contactos para que se possa "atribuir outros valores [mais baixos] aos terrenos afectos à zona industrial, de forma a que a câmara tenha capacidade para os adquirir", explicou Álvaro Pereira.
No dia 8 de Dezembro, o secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural assinará, na Marinha Grande, o protocolo de transferência do acervo das matas nacionais para o arquivo municipal do concelho. O espólio tinha sido transferido para Lisboa, mas agora regressa à Marinha Grande.
As duas entidades vão também realizar um acordo para que a autarquia passe a gerir as casas dos guardas. A câmara pretende ainda estabelecer uma parceria com a GNR para requalificar os postos de vigia.

(surripiado do Diário de Leiria)