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domingo, 5 de dezembro de 2010

Domingo Inquietante

Os sábados e Domingos são por norma dias de descanso. São também dias em que se põe a escrita em dia e se faz o balanço de mais uma semana e naturalmente se toma balanço para a seguinte.
Neste pôr a escrita em dia está o tentar perceber” o que vai no meu País” coisa cada vez mais difícil.

Parece-me que os tempos estão virados para 2 atitudes possíveis. Primeira, enfrentar a realidade e tentar dentro do enquadramento legal, prepararmo-nos para a austeridade que já se faz sentir e que em 2011 é a doer e segunda, olhar para o umbigo e descobrir qual a habilidade com que nos podemos safar para que a crise e os seus efeitos não nos toquem muito. Talvez um dia chegue à conclusão que ao optar pela primeira, optei pela pior e me sinta assim um bocado paro o parvo. Mas se há coisas de que gosto é a de dormir descansado e de consciência tranquila.

Rendi-me à necessidade de se tomarem um conjunto de medidas de austeridade devidamente repartidas entre todos os sectores da nossa actividade económica, desde empregados e empregadores. De quem vive do seu salário aos pequenos e grandes aforradores. Aceitei a contra gosto o aumento do Iva sobre o consumo, medida que todos vão pagar independentemente dos que não podem, aos que podem muito e pouco.

Apesar de considerar que nestas medidas há muito de injusto e achar que a solução não passa por retirar aos que menos têm e desta forma penalizar fortemente o consumo, agravando a situação de grande parte das pequenas e médias empresas, com reflexo negativo no nível de emprego, lá me fui convencendo de que tinha mesmo que ser assim, porque percebi que estávamos completamente dependentes dos tais mercados e tínhamos que lhes demonstrar que estávamos a tomar fortes medidas de austeridade e penalizar fortemente o consumo de forma a reduzir o défice. Se convencemos os tais mercados, não sei e até me parece que não. Eu é que não estou nada convencido. Sobretudo como escrevi no post anterior a pouca vergonha em que isto se tornou. Grandes grupos a antecipar a distribuição de dividendos, sectores da nossa função publica a usar todos os truques para que parte (os médicos por Exemplo) passem a receber não um mas três salários e por ultimo, daquilo que é conhecido até agora, sim porque para isto a imaginação não tem limites, a compensação atribuída aos funcionários públicos da Região autónomo dos Açores prejudicados com a redução de rendimentos.

Enquanto isto vamos assistindo ao espectáculo de um ministro das finanças e um primeiro-ministro considerarem imorais as distribuição antecipadas de dividendos para fugirem aos impostos e quando um outro Partido procura que esse fuga não aconteça, vemos a pouca vergonha que se passou no grupo parlamentar do PS, quando parte dos deputados se não a maioria estariam na disposição de aprovar legislação que impedisse aquela fuga.

Pena que com tantos tiros nos pés o PS esteja a dar de mão beijada o poder à direita e a contribuir decisivamente para que o sonho do Homem cuja morte há 30 anos, se comemora nestes dias se esteja finalmente a concretizar: Uma Maioria um Governo e um Presidente.

5 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Meu caro amigo,

Ainda o que mais me doi é verificar que os 20% que ganham salários de fome + os 11% de desempregados + 155 dos reformados
julgam, resignados que não há alternativa...

Se todos os dias se diz que não há, como admitir-se que possa haver?
E com tão poucos a encher o saco, lá vão votar no Cavaco!

Flor do Liz disse...

É sempre assim, os sacrifícios não são para todos.
Estou desempregada, tenho algumas economias, fruto das minhas pequenas poupanças e, NÃO CONCORDO com a antecipação da distribuição dos dividendos.
Estou indignada e sinto uma revoltada tremenda, com as excepções que se querem fazer em vários sectores, o que se pode passar nos Açores é uma vergonha e um insulto para os milhares de desempregados que, não recebem subsídio de Natal, nem de férias e não têm trabalho e que fizeram os seus descontos durante a sua carreira profissional, somos TODOS PORTUGUESES. Quando há desgraças somos todos que, as temos que pagar com os nossos impostos e com a nossa generosidade.
Assim NÂO, haja JUSTIÇA para que os PORTUGUESES aceitem os sacrifícios com resignação.

Bom Domingo

Flor de Jasmim disse...

Vamos ver "como diz o cego", nas próximas eleições se não vamos ter que os gramar todos de novo, queiramos ou não existem sempre os que se deixam arrastar, sempre foi assim e continuará a ser,é sempre o mexilhão que se lixa e eu sou uma dos muitos mexilões. Enquanto uns enchem a pança outros arrastam-se mendingando o que lhes é devido e por vezes ainda se ouve o que não devemos. A Flor do Liz fala em JUSTIÇA para os PORTUGUESES, eu pergunto onde é que exite Justiça?

Beijinho

Pedro Coimbra disse...

Meu caro,
Esse homem, tantas vezes invocado por uns palermas do mesmo partido, não deixou sucessor.

Anónimo disse...

Texto Claro
A não ser que haja uma grande alteração na gestão politica dos actos no PS e é isto que claramente vai acontecer.
Muitos de nós que demos o voto ao PS sentimos que foi um desperdício, mas o grande problema é a ausência de alternativas credíveis, ou há? É que eu não estou a ver, lamentavelmente.