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sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O Drama de Belmiro Grilo e Maria da Natividade

Marinha Grande

Mercado transferido para passeio junto à Câmara depois de ASAE ter encerrado edifício

Dezenas de vendedores do mercado da Marinha Grande montaram hoje as suas bancas na Praça Stephens, junto à Câmara Municipal, depois da Autoridade da Segurança Alimentar e Económica (ASAE) ter encerrado o edifício onde vendiam.

«Isto não é uma solução boa», mas «pelo menos estamos perto de quem compra», afirmou Belmiro Grilo, um dos vendedores que fez hoje de manhã o seu negócio no passeio, em espaço autorizado pela Câmara.
Na quarta-feira, a ASAE encerrou o edifício da Resinagem, onde tinha lugar o mercado, alegando falta de condições de salubridade e de saúde pública, motivando a contestação da autarquia e dos vendedores.
«Se aquilo não tinha condições então é porque aqui, no meio da rua, estamos melhor», ironizou Maria da Natividade, outra vendedora de produtos hortícolas, que criticou a actuação dos elementos da ASAE.
Também o presidente da Câmara da Marinha Grande, João Barros Duarte (CDU), criticou a actuação das autoridades, já que os «problemas (do edifício da Resinagem) eram conhecidos e estavam identificados», pelo que «era preferível ordenar obras» do que avançar com o «encerramento puro e simples».
Perante a situação, a autarquia autorizou a realização do mercado na Praça Stephens até que sejam feitas obras de adaptação de terrenos contíguos ao estádio municipal, que deverão acolher, de forma provisória, as bancas dos vendedores.
Depois, a autarquia tenciona proceder às obras de remodelação do edifício da Resinagem, cumprindo as imposições da ASAE.
«Estamos ainda a estudar alternativas, mas vamos encontrar uma solução definitiva» que «cumpra a lei», prometeu Barros Duarte, que lamentou os incómodos que a situação está a causar junto dos vendedores e clientes do mercado municipal.
A localização provisória que está definida, porém, não agrada aos vendedores que se queixam da distância em relação ao centro da cidade.
«A maior parte dos meus clientes são pessoas que vivem aqui e chegam a pé», pelo que «não poderão ir ao outro lado da cidade para fazer compras», lamentou Maria da Natividade.
O mercado tem sido palco de polémica no concelho, já que o PS tem defendido o encerramento do actual local e a transferência do espaço comercial para novas instalações no centro comercial Atrium, como esteve previsto no anterior mandato.
No entanto, a CDU tem recusado essa proposta, preferindo alienar aquele espaço novo, de modo a custear as obras de remodelação do actual mercado
Lusa/SOL

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