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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Um bitaite que deveria ser post

Anónimo disse...

Perante mais esta notícia, que nos indica o encerramento da JASMIM, não posso deixar de fazer uma reflexão, séria, isenta deixando de lado apartes e acusações gratuitas que a nada levam, nem soluções criam.
Num dos bitaites, li “VIDRO DE MURANO”, pois aí começa o problema, a tradição e história vidreira da Marinha Grande, nasce para COPIAR esse foi o fundamento da criação da fábrica pelo Marquês de Pombal, aliás veio com o Stephens os catálogos das peças mais comercializadas na Inglaterra para serem feitas cá a mais baixo custo. Algo que nunca se alterou, nunca a Marinha Grande se afirmou no Mercado Global com algo que nos distinguisse de outros “vidros”.
Lamentavelmente, todos os que tentaram em vão contribuir para uma mudança de rumo foram ignorados, e colocados com títulos que seguramente desmotivaram e impediram que essa mudança fosse feita, mesmo que tardiamente fosse feita.
Naturalmente que o Crisform existe, naturalmente que todas as outras fábricas enumeradas fecharam, e se a CMMG não tem de ter uma postura de reabilitação de unidades fabris, é também verdade que tem na sua mão poderes que bem utilizados poderiam conduzir a uma visão da industria bem diferente da que existe hoje. Exemplo, ainda na passada bienal das Artes, o prémio que foi entregue ao distinguido – Guilherme Correia, foi uma salva de prata!!!!! Comentários? Nem os faço
Agora, que todos choram o encerramento de mais uma fábrica, é tempo de perguntar a quantas peças compraram da Jasmim? Quantas peças compraram da Stephens? Poderia passar agora a enumerar todas as fábricas que já não existem……
Falam-se do reconhecimento da Arte? Como? Se os próprios naturais a não reconhecem?
Caros Marinhenses, é dura a VERDADE, e o Sr. Henrique Neto falou a verdade, pura, dura e crua, estamos em fim de ciclo, e abandonando guerras político-partidárias, a verdade é só essa. Mais grave é não se fazer a leitura a 15 anos, pois o fim de ciclo não é hoje, nem termina hoje com a Jasmim….. para mal da nossa cidade.
Não sou nem profecta da desgraça, nem Velho do Restelo, mas também já não acredito em conversas meigas, doces e suaves, tão presentes nos nossos dias de hoje pelo próprio PM, agora, se quiserem tratar dos assuntos de forma FRIA, DIRECTA, há situações a corrigir, medidas a tomar e tentar manter o que existe, e quem sabe recuperar algo do perdido.
Estranho para mim, é que certos Senhores, que em tempos idos tanto apareciam, tanto falaram, parece que quando o “barco” começou fundar, foram os primeiros a fugir…….Não seria tempo de os chamar? E porque não os RESPONSABILIZAR por tudo o que se fez que só serviu a eles próprios e para acelerar o fim da industria vidreira – Cristalaria.
Não vou tocar no tema SINDICATO, por ser demasiado óbvio e porque as responsabilidades que também tem, são conhecidas de todos, mas seria também interessante ver a posição e a solução apontada para a inversão do rumo que se leva! Embora possamos desde já imaginar as posições que serão defendidas.
Será que agora teremos tempo, para discutir de forma séria o tema?
Será que existe capacidade na sociedade civil de apresentar soluções e alternativas? Realistas, viáveis com um único objectivo?
Será que por uma vez, a Marinha Grande e as suas gentes sabem dar um exemplo único no país? Recuperar uma industria, uma Arte?
Quero acreditar que saberíamos, não sei que querem que saibamos dar esse exemplo!
Deixo a provocação!

05 Julho, 2010 23:30

6 comentários:

Apartidário disse...

Amigos,

A vida é assim.

As empresas podem ter vidas mais prolongadas se tiverem mecanismos que as regenerem e as mantenham vivas.

As vidreiras existentes do sector de embalagem até agora tiveram gestores que foram capazes de dirigir todo um processo de adaptação às diferentes realidades.

Os gestores da cristalaria foram o que se viu. Depois ainda vieram os oportunistas que deram on golpe final pela forma incompetente como dirigiram a Vitrocristal.

Os sindicatos só são problema quando existem maus gestores. Caso contrário podem ser excelentes aliados (ver caso Autoeuropa).

Depois como não existe uma visão para a Marinha Grande andamos ao sabor do vento. Não tomamos decisõs que previnam eventuais problemas no futuro. Somos como os gestores da cristalaria. Depois vamos dizer que a culpa será de alguém. Nunca nossa.

E depois ainda existem pessoas que há cerca de 20 que estão em fim de ciclo e só reparam nos fim de ciclo dos outros.

E é assim que se vai definhando.

Felizmente ainda temos bons exemplos de gestão na nossa terra que contrariam e mediocridade generalizada. Pena que sejam poucos.

Anónimo disse...

Como considero que da discussão franca e sincera pode ser encontrada a solução, aqui seguem mais alguns pontos de vista e acrescento alguns factos da história recente para enquadrar toda a problemática:
- As empresas mantêm-se vivas, quando existem mecanismos que as regenerem, mas que a sua razão de existir é válida e sustentável, ora como bem sabemos, ao longo de anos o factor determinante das vendas da Cristalaria apenas basearam-se nos seguintes parâmetros, reconhecidos internacionalmente: peças baratas, bem executadas, capacidade técnica para resolver dificuldades. Tudo aspectos que o tempo e a Globalização anularam e conduziram ao que se vive.
- O sector da Embalagem, também passou por uma crise profunda… ou já passou ao esquecimento colectivo? Também houve salários em atraso, quase se verificaram encerramentos e anúncios de falências!
Que foi feito? Definida uma estratégia, traçado um plano de acção, com critérios lógicos e numa clara aposta na modernização, automatização e hoje graças a essas empresas, gestores, trabalhadores, podemos ter orgulho que possuímos uma indústria de Vidro de Embalagem com elevados índices de Qualidade e com tecnologia de ponta.
Mas, fica o alerta: As mudanças acontecem a um ritmo muito elevado, as opções mudam, e o que hoje parece seguro, nada garante que o seja num próximo futuro!
Não nos podemos esquecer que a grande maioria da produção dessas unidades é para exportação, maioritariamente para a vizinha Espanha! Se considerarmos todos os custos de transporte que têm de ser imputados a cada garrafa, se for somado que duas das unidades fabris instaladas na Marinha Grande já possuem também fábricas em Espanha. Quero com isto dizer que em breve poderemos assistir a uma deslocalização da produção, sem que isso se traduza numa quebra de produção de vidro das respectivas empresas, mas uma perda considerável para a Marinha Grande.
- Claro que os sindicatos são parceiros importantes, e que traduzem em si um sinal de maturidade e da Democracia que todos pretendemos. Mas, não será correcto esconder ou deixar de focar aspectos que foram mal conduzidos, que traduziram irresponsabilidade por posições tomadas.
Quem já se esqueceu da redução de horário na Cristalaria? Com Greves? E que necessariamente originou aumentos de custos? Pois não vou afirmar que todo o problema nasce ou tem origem neste ponto, mas como em tudo na vida é o somatório de tudo que dá o resultado, e este aspecto, entre outros também fazem parte da conta.
- Relativamente aos Gestores da Cristalaria, e não sendo nem juiz nem advogado de defesa, devemos ter a frieza de reconhecer que erro foram feitos, mas também muito de bom foi promovido, e foi também criada riqueza.
Agora se a capacidade de gerir empresas que inesperadamente tomaram dimensão maior que a esperada, se a gestão continuou a ser feita de uma forma simplista e rudimentar, não duvido nem questiono, o que me parece muito mais importante que apontar culpas é o identificar as fragilidades, as suas origens e a partir desse ponto efectuar as correcções para as que ainda existem.
Neste ponto, deveremos também entender que toda a situação da VITROCRISTAL, que poderia ter sido uma resposta, no seu tempo, apenas serviu interesses pessoais, dar visibilidade pessoal e foi igualmente utilizada como uma ferramenta criadora de enganos aos próprios gestores da CRISTALARIA que credulamente acreditaram em personalidades influentes e que se movimentavam em esferas do poder que eles próprios não tinham acesso.
Mas como o importante é potencializar uma discussão séria sobre a Cristalaria, porque Filhos que não saibam honrar e respeitar os Pais, seguramente não sabem conduzir as suas próprias vidas nem serem exemplos para nada nem ninguém. E quer se goste ou não, a CRISTALARIA é o Pai e a Mãe da MARINHA GRANDE. Por isso a responsabilidade é mais acrescida e ganha contornos de manter e salvar a nossa própria identidade.

ai ai disse...

Porque me parece oportuno, volto a publicar um texto pela 2ª vez que me parece oportuno e actual

O António, depois de dormir numa almofada de algodão (Made in Egipt), começou o dia bem cedo, acordado pelo despertador (Made in Japan) às 7 da manhã.

Depois de um banho com sabonete (Made in France) e enquanto o café (importado da Colômbia) estava a fazer na máquina (Made in Chech Republic), barbeou-se com a máquina eléctrica (Made in China).

Vestiu uma camisa (Made in Sri Lanka), jeans de marca (Made in Singapure) e um relógio de bolso (Made in Swiss).

Depois de preparar as torradas de trigo (Made in USA) na sua torradeira (Made in Germany) e enquanto tomava o café numa chávena (Made in Spain), pegou na máquina de calcular (Made in Korea) para ver quanto é que poderia gastar nesse dia e consultou a Internet no seu computador (Made in Thailand) para ver as previsões meteorológicas.

Depois de ouvir as notícias pela rádio (Made in India), ainda bebeu um sumo de laranja (Made in Israel), entrou no carro (Made in Sweden) e continuou à procura de emprego.

Ao fim de mais um dia frustrante, com muitos contactos feitos através do seu telemóvel (Made in Finland) e, após comer uma pizza (Made in Italy), o António decidiu relaxar por uns instantes.

Calçou as suas sandálias (Made in Brazil), sentou-se num sofá (Made in Denmark), serviu-se de um copo de vinho (Made in Chile), ligou a TV (Made in Indonésia) e pôs-se a pensar porque é que não conseguia encontrar um emprego em PORTUGAL...


Publicação: Sunday, March 15, 2009 3:12 AM por xadrezismo
Arquivado em: crise, economia

12 Setembro, 2009 19:08

Anónimo disse...

O que o ai ai escreveu é uma boa ilustração da falta e competitividade de muitas das empresas protuguesas.

Não me venha dizer que os consumidores é que são estupidos.

ai ai disse...

Caro anónimo

Não fui eu que escrevi o que está no bitaite acima.
Está devidamente identificado, mas revejo-me perfeitamente no texto.
De facto somos uma cambada de estupidos, quando não nos preocupamos minimamente quando consumimos e não temos a minima noção da mossa que fazemos à nossa economia... até que um dia qualquer coisa má nos bate à porta.

Desculpe, mas acabei de jantar uns joaquinzinhos, made in espanha, acompanhado por um pão de trigo, made em Eu ( a farinha) bebi um vinho da batalha( mas cuja origem dizia "Eu" os copos e o jarro era made in france e o digestivo era made in Escócia e aagora que já cheguei a casa bebo um café madee in qualquer coisa... então não sou estupido, claro que sou... felismente que ainda há 2 0u 3 dias recbi o meu salário em euros made in Europa, mas proveniente de produtos vendidos made in Portugal... isto por enquanto.
Ao rever o texto, encontrei uns erros, mas acho que foi do vinha made in "EU"... fica assim.

Anónimo disse...

Concordo, em quase tudo, com o que escreve o anónimo do dia 08 às 00.22. Mais, indico para consultarem o semanário Região de Leiria do passado dia 10 e verem que em 18 anos encerraram 20 empresas da Cristalaria na Marinha Grande. E se este anónimo diz que os Sindicatos são necessários à Democracia e aos trabalhadores que representam, então os seus dirigentes teriam de ter soluções para travar esses encerramentos de tantas empresa. Ou será que a capacidade intelectual não lhes permite ir mais além das suas ideias compactadas? Não foram capazes de retirar ilações da má política de intervenção e contribuíram para que os seus representados caíssem no desemprego? Claro que não. Isto de se estar sob o comando de determinado partido político, que todos sabemos que é o PCP, não leva nunca qualquer situação a bom porto! E é lamentável que hoje no JMG apareçam escritos de um ex-dirigente do Sindicato a abordar as falências, onde ele participou em muitas e, obviamente, também foi um coveiro de falências. Sim, os Sindicatos são necessários para a Democracia mas com o propósito nítido de tentarem ajudar a solucionar os problemas, principalmente dos trabalhadores seus representados e não continuarem a agir como se nada tivesse mudado neste mundo e nesta cidade, que é a Marinha Grande. São necessários sim mas para tentarem ajudar a resolver os problemas dos trabalhadores e não para os ajudarem a atirar para o desemprego e tentando manter os seus postos de trabalho.
Mais, vamos esperar para ver o que irá acontecer com o Vidro de Embalagem. É que o PCP não consegue sobreviver sem focos de instabilidade e de luta.