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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Portugal/Cuba ---- Semelhanças?

Numa altura em que os defensores dos direitos humanos se congratulam com a libertação de um conjunto de presos políticos em Cuba e a satisfação que isso dá a muitos de nós, não posso deixar de recordar a história dum País que chegou a ser para muitos dos amantes da liberdade, um exemplo a seguir, especialmente para quem como nós esteve sujeito a uma feroz ditadura Fascista e víamos o exemplo “libertador” de Cuba com grande expectativa. Isto num passado já longínquo. Ao longo dos tempos e consoante o mundo foi mudando e se foram conhecendo muitos aspectos negativos, o entusiasmo foi esmorecendo e muitos de nós que apoiámos a Revolução tornamo-nos críticos e mesmo opositores àquilo que começando numa acção libertadora se tornou num situação onde as mais elementares regras da Democracia eram e são violadas, apesar desta actual “amostra de boa vontade” ao libertarem meia centena de presos políticos.

No entanto também sabemos que o Bloqueio a que Cuba Revolucionária sempre esteve sujeita, impediu o seu desenvolvimento económico e o seu povo nunca atingiu o nível de vida que ansiava ao apoiar a revolução. Para além de alguns êxitos conseguidos, especialmente na educação e saúde, foi no turismo que Cuba encontrou uma forma de atenuar os efeitos do bloqueio que há décadas se mantém. Foi neste sector que conseguiu ir encontrando divisas para ir adquirindo no exterior alguns dos bens essenciais.

Tudo isto para fazer o paralelo com uma nova forma de bloqueio a que alguns dos Países da Europa onde Portugal está incluído, estão sujeitos no presente momento.
A abundante informação sobre a situação económica financeira de Portugal, entra-nos a todo o momento pelos olhos e ouvidos dentro e não precisamos de formação académica para perceber qual o problema principal, que se resume pura e simplesmente a isto: gastámos demais e agora temos os credores à perna e como as garantias são curtas limitam-nos o crédito e ao pouco que nos vão emprestando aplicam-lhes taxas de juro proibitivas o que nos torna cada vez menos competitivos.

Sem ser “pessimista” (eu ainda vou tentando) será que o nosso destino (descontando as devidas proporções) vai ser o de Cuba? Vamos ter que sobreviver em grande parte do turismo para ir arranjando umas divisas em moedas fortes? Será que vamos conseguir enfrentar como um todo, o autentico bloqueio que as agências de rating made in E.U.A nos estão a fazer. A Europa está tão unida como devia? Fico por aqui.

1 comentário:

Rogério G.V. Pereira disse...

Texto enxuto e sem cedencias (que seriam fáceis de fazer)
ler isto
foi um prazer

Abraço meu caro