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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Discurso de encerramento da conferência "Marinha Grande, que futuro?"

Quero confessar o enorme prazer em ter colaborado na organização deste evento.

Independentemente do brilhantismo das intervenções dos Conferencistas - que amavelmente acederam ao nosso convite e a quem agradeço – não esperávamos respostas concretas aos nossos problemas e anseios.

Definimos, pois, a “facilitação do diálogo” e a “união de esforços” como principais objectivos da conferência. Estou certo que foram inteiramente atingidos e que os resultados serão visíveis no futuro.

O diagnóstico à actual situação e a análise aos erros cometidos é, sem dúvida, importante. No entanto, o crucial é centrarmo-nos nas soluções.

Para a Marinha Grande, o mais urgente, é a elaboração - de uma forma alargada e inclusiva – do “Plano Estratégico para o Concelho”, traçando objectivos, definindo metodologias e estabelecendo prioridades.

O combate pela criação, no concelho, de infra-estruturas de relevância nacional, o desenvolvimento de uma forte indústria do “saber” e de um sector dinâmico de “turismo diferenciado” são, seguramente, alguns dos caminhos a percorrer.

A Câmara Municipal não tem de ser a solução dos nossos problemas, deve, contudo, ser o agente facilitador da mudança e do progresso. Nesse sentido, quero aproveitar a oportunidade para lançar um desafio ao executivo: A criação do “Concelho Comunitário”, órgão consultivo, constituído por um grupo significativo de Munícipes, resultado de uma escolha alargada de correntes de opinião, actividades e vivências.

Mesmo acreditando que os objectivos, da conferência, foram inteiramente atingidos, sabemos que para terem consequencia, estas acções não podem ser isoladas. Por isso, prometemos voltar com novos eventos, com iguais objectivos e envolvendo, sempre, um vasto leque de correntes de pensamento.

Muito obrigado!

Carlos Logrado

Marinha Grande, 05 de Junho de 2010

6 comentários:

Apartidário disse...

Caro Engº Logrado,

Permita-me a sinceridade e a frontalidade. Embora nada o obrigasse a fazê-lo, na sua qualidade de opinador convidado deste Largo e depois da solicitação de vários "calhandreiros", já há muito deveria ter sido colocado este post. Teria sido um bom sinal para o desígnio que tanto fala de “facilitação do diálogo” e a “união de esforços”.

A ideia da Conferencia é importante e de louvar. Contudo acho que não foram acautelados princípios que pudessem para evitar que a organização fosse acusada de parcialidade.

Sobre as estratégia para o Concelho, tema que seria desenvolvido pelo Sr. Presidente da Camara, ficou agora claro que o nada disse de relevante pois no seu discurso sugere a necessidade de elaboração - de uma forma alargada e inclusiva – do “Plano Estratégico para o Concelho”, traçando objectivos, definindo metodologias e estabelecendo prioridades.

Relativamente à cria criação de infra-estruturas de relevância nacionale ao o desenvolvimento de uma forte indústria do “saber”, embora devamos pedir sempre mais, não me parece que estejamos assim tão mal servidos. Assim de repente lembro que temos o Centimfe, O pólo de competitividade Engeneering & Tooling, temos um centro de investigação do IPL. Antes de pedir mais temos é que aproveitar bem o que já existe, para provarmos que merecemos mais. Temos uma página negra que foi a Vitrocristal.

A Câmara Municipal tem que ser agente facilitador e aglutinador. Completamente de acordo. Acha que com a postura pouco cooperante do Sr. Presidentes da Câmara e da AM e dos dirigentes locais do PS para com os autarcas e dirigentes da CDU e, vice versa, se chega algum lado? Só depois de uma mudança de atitude ou de dirigentes. O PSD até já provou que coopera com todos (até demais na minha modesta opinião)

Não espero que todos concordem com a minha argumentação, espero sim, que discordem e fundamentem de forma séria e elevada tal como tentei fazer.

Anónimo disse...

Já leram o Jornal do Tozé e do Logrado?
Aquilo a que chamaram conferência foi bem pior do que se possa pensar.

A. Constâncio disse...

Por falta de tempo, não tenho tido uma intervenção directa mais assídua neste Largo.
Devo reconhecer que, quer ao nível dos conteúdos, quer dos comentários, se verifica um aumento claro de nível, o que revela que os visitantes normais deste blogue desejam participar de forma construtiva, na diversidade das suas opiniões, deixando de lado o amesquinhamento pessoal dos que se pronunciam sobre aquilo de que se não gosta.
Quanto à Conferência, devo dizer que fui um dos convidados para moderador, convite que muito me honrou e que decidi aceitar, depois de me entregarem o programa e me terem explicado os objectivos.
Para mim, estavam reunidos quatro pressupostos essenciais, dos quais muito vai depender o futuro da Marinha Grande:- Desde logo a intervenção do Sr. Presidente da Câmara, porque tinha a expectativa de que ele iria enunciar os princípios fundamentais de uma estratégia nova para o Concelho, onde ficassem plasmadas as razões que levaram ao anúncio do Mercado para os Estaleiros e o fim do Plano de Pormenor da Zona Desportiva, amputando-o do Complexo de Piscinas que agora se anunciam para a Stephens.
Apoiei o Dr. Álvaro Pereira na sua candidatura e ainda não encontro razões suficientes para retirar apoio ao Presidente eleito. No entanto, por coerência e por respeito pelas minhas convicções, confesso que a sua comunicação ficou aquém do que era expectável.
O outro tema que me suscitava interesse, era o das empresas e sectores em fim de ciclo e devo dizer que Henrique Neto foi igual a si próprio e, depois do diagnóstico, a receita que deixou é que, sem uma aposta forte na educação das nossas crianças, a partir dos primeiros meses de idade, é vital para quebrar os ciclos de pobreza, criar igualdade de oportunidades e fomentar uma formação intelectual e cívica que seja o motor da mudança deste País.
Manuel Queiró trouxe-nos um tema que deveria ser bandeira das forças vivas da Região, o futuro Aeroporto de Monte Real, que é verdadeiramente estratégico para o desenvolvimento do nosso distrito e finalmente Paulo Bàrtolo, que nos deu a conhecer que é possível, a partir daqui, na Z. I. da Marinha Grande, começar a dar passos decisivos para o aparecimento de empresas e produtos de segunda geração.
Medina Carreira, como sempre, estando certo e sendo acertivo no que diz e denuncia, deixa-me sempre com um nó no estômago e com a terrível sensação de que uma ditadura a prazo seria a solução para os nossos problemas.
Em resumo, assentar uma estratégia de desenvolvimento na educação, criando redes de Infantários, de equipamentos pré-escolares e de escolas modernas, é garante de sucesso.
Lutar por modernas e rápidas acessibilidades e aproximar os nossos empresários aos centros de decisão, através de um Aeroporto Internacional é correcto e necessário, podendo o Turismo tirar grandes vantagens.
Apostar nos Centros de Excelência e de saber, localizando-os junto às empresas, parece-me fundamental para nos continuarmos a manter entre os melhores na Inovação e Tecnologia.
Falta aqui o cimento que una tudo isto e é aí que a Câmara, se olhar para estas iniciativas como ferramentas que se querem ao dispor do Concelho e não como armas de arremesso contra moínhos de vento, pode ser crucial.
Aproveite a oportunidade Sr. Presidente. Ninguém quer disputar a liderança ou assumir o protagonismo. Assuma as responsabilidades que tem e use as disponibilidaes dos que querem o melhor para o Concelho

Anónimo disse...

Ao contrato de A. Constâncio eu gostei do discurso do Presidente..está la tudo, e tudo foi dito em verbo futuro, ou seja 18+16 anos de PCP+PS deram em quase nada, e tudo continua por fazer..Segundo ele "um dia" teremos um cinema, um metro de variantes, um mercado, um museu da floresta, uma piscina, uma camara que não complica por sistema a vida aos cidadãos, um centro historico reabilitado e com comercio,,enfim um mundo virtual que o PC e PS já provaram em 36 anos não serem capazes de proporcionar as gentes desta terra embora esta continue a achar que sim,..que " desta vez é que vai ser.". Tudo o que de bom existe na nossa terra e que nos enche de orgulho se deve ao empenho, ao engenho e á coragem de muitos privados anónimos, não havendo absolutamente nada feito pelos nossos "grandes" autarcas digno de ficar para a memória...antes pelo contrário!

Vinagrete disse...

Em nome do rigor e da verdade histórica, o bitaite anterior carece de fundamento.
Nasci no Casal da Formiga e fui agente de um parto em casa, assistido pelo Dr. Coelho.
Vivi, até 1958, no lugar da Ordem, numa das casas alugadas ao Júlio Brito.
Não havia água canalizada, nem esgotos. Quando fui para a escola, tive que vestir a bata da minha irmã mais velha, que abotoava ao contrário, porque o salário do meu pai só dava para o essencial. A drenagem pluvial era feita pelas ribeiras a céu aberto, que no Inverno se tornavam perigosas.Fiz a terceira classe na Embra e todos os dias percorria a pé a distância que me separava da escola, passando pelos barreiros que existiam onde agora está o antigo Posto de Turismo e onde os sapos coaxavam sem parar.
Até 1974, a Marinha pouco ou nada progrediu em termos de infraestruturas e foi o Poder Local, desde os primeiros passos da nossa ainda jovem democracia, que iniciou um processo longo e participado, que nos conduziu aos dias de hoje.
É verdade que o Banco de Portugal abarrotava de barras de ouro. É verdade que não havia dívida externa porque a ditadura nos isolou do Mundo. É verdade que as contas do Estado estavam equilibradas, mas os salários dos funcionários públicos eram miseráveis, as pensões de reforma eram quase inexistentes, a assistência na saúde era pouca. O apoio à terceira idade estava entregue à caridade, etc.
O silêncio amordaçado dos portugueses e dos marinhenses em particular, era imposto por uma ditadura feroz e repressiva, castradora da liberdade de expressão e pensamento.
Depois de Abril, com poucos recursos, Presidentes como Artur Neto de Barros, João Barros Duarte, Emílio Rato e mais recentemente Álvaro Órfão, embora em escalas diversas, muito fizeram para que a Marinha tenha ocupado um lugar de destaque, por todos reconhecido, no Distrito e no País.
Não foram os autarcas e a sua qualidade ou falta dela que fecharam a F.E.I.S, a J. Ferreira Custódio, a M.P. Roldão e muitas outras, retirando do Centro da cidade milhares de operários e famílias.
As circunstâncias ditaram alterações profundas na nossa vida colectiva e na organização urbana e económica das cidades.
Falta fazer muita coisa, é certo, mas é pouco sério tentar passar a mensagem de que nada foi feito.

Anónimo disse...

Era so o que faltava ter 35 milhões de euros por ano dos contribuintes nas mãos (140 milhões pro mandato!) e ter de agradecer aos "grandes" presidentes por JÀ termos luz aguas, esgotos e ruas mal asfaltadas....mas é mesmo esta mentalidade de "fasquia baixa" que diz aceita qq coisinha que deixou este terra na lastima que está..e ja agora liste lá umas dessas "grandes obras" feitas pelas Camaras PCP/PS que fizeram "que a Marinha tenha ocupado um lugar de destaque, por todos reconhecido, no Distrito e no País"...é que não me lembro de nenhuma até hoje...