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quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Os Vendedores da Feira dos Porcos Já Mandam Recados


Mercado em tendas agrada e venda até "corre melhor"


Parque de estacionamento ajuda nos negócios e comerciantes gostam da luz existente no local


"Vendo o dobro do que vendia antes!". Há um mês que Maria Alves transferiu a sua banca do edifício da Resinagem, onde funcionava o mercado municipal da Marinha Grande, encerrado por falta de condições pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), para umas tendas instaladas provisoriamente na zona desportiva. Os resultados surpreendem. Tanto comerciantes como clientes estão satisfeitos com as condições e nem há queixas relativas à distância em relação ao centro da cidade.

Para Maria Alves, "o provisório até podia passar a definitivo". "Há muitos anos que vendo na cidade e fico contente por voltar a ver um mercado a sério. Agora, as pessoas vêm e compram", afirma, antes de ser interrompida por uma cliente que questiona o preço das batatas. A azáfama repete-se na banca do lado.

Entre couves e pepinos da sua horta, como faz questão de frisar, Piedade Loiraça assume-se como a vendedora mais antiga do mercado. Com 76 anos, já passou "por muito" e assistir à degradação do velho edifício onde funcionava o mercado deixava-a "triste". "Aquilo lá era muito escuro, não havia alegria. Agora, repare, há muita luz e espaço. A venda corre muito melhor", explica, ao JN, concluindo que "o povo gosta de vir aqui". E mais não diz que os clientes não podem esperar.

Também satisfeita com as condições que encontrou na tenda, Teresa Ai acrescenta que a criação de lugares de estacionamento "ajudou a rejuvenescer o mercado". "Parece que estamos noutra cidade. Agora vendemos muito mais, se bem que com o caminhar para o fim do mês, nota-se que as pessoas têm menos dinheiro", diz. O balanço é positivo e esta vendedora aplaude a medida da Câmara. É que, explica, "os comerciantes não querem ir para o novo mercado", um edifício construído de raiz há três anos, chumbado pelo delegado de Saúde concelhio. Na sua opinião, caso sejam forçados a fazê-lo, "muitos desistirão de vender na cidade".

"Muito arejado"

Os clientes parecem estar de acordo. Fátima Oliveira, que reside no centro da cidade, prefere deslocar-se à zona desportiva do que abastecer-se num supermercado. "Os produtos são mais frescos. Há muitos anos que faço compras no mercado e só quando não puder é que não venho cá", explica, manifestando-se agradada com o espaço. "É aprazível, muito arejado e organizado. Não tenho nada a apontar", conclui.

Com vários sacos na mão e "cheia de pressa", outra compradora, que preferiu não ser identificada, acrescentou preferir "uma tenda provisória ao mercado novo, que não tem condições". "Prefiro andar mais a pé", solta antes de se despedir.

Apesar de provisória, a solução encontrada - depois de, no dia 19 de Setembro, a ASAE ter encerrado o edifício da Resinagem - vai ainda prolongar-se por alguns meses. O vereador dos Mercados, Artur Pereira de Oliveira, explica que "estavam previstas algumas obras de beneficiação, mas agora a intervenção tem de ser mais profunda", pelo que está a ser elaborado um projecto que "beneficie os comerciantes e a população". As tendas alugadas darão lugar a outras compradas pela autarquia, "mais resistentes ao Inverno" que se aproxima.


Há vários anos que a questão do mercado é polémica. No mandato anterior, liderado pelo PS, foi construído um mercado, integrado num centro comercial. O projecto, travado por um chumbo do delegado de Saúde, não merecia o apoio da CDU que, há dois anos, conquistou a Câmara. Mudado o executivo, alteraram-se também as políticas, tendo o actual vereador entendido que deveria reabilitar o edifício existente. As obras foram sendo proteladas, apesar de terem sido feitos alguns trabalhos, até que a ASAE se deslocou ao local. Os inspectores concluíram que não estavam reunidas as condições de higiene e fecharam o espaço. A alternativa foi o aluguer de tendas que foram também inspeccionadas pela ASAE, acabando por sancionar os vendedores de peixe, que não podiam estar no local. A Câmara procura agora criar condições para que estes regressem "dentro de 15 dias".



Só gostaríamos de perguntar à Sra. Dona Maria Alves e à Sra. Dona Piedade Loiraça se por acaso imaginam em quanto é que já vai a conta deste luminoso, arejado e alegre complexo provisório de barracas? Pois é, desde que a barriguinha esteja cheia, quem vier a seguir que apague a luz e feche a porta...

10 comentários:

Anónimo disse...

eu tou cá pra ver quando lhes começar a dar o vento e a chuva... até a barraca abana! - ó Sr. Artur ai que chove aqui como na rua, valha-nos que não conseguimos vender nadinha que o povo não tá pra se molhar

Anónimo disse...

Esta do mercado dá que pensar!
Sabendo nós que, se esta Câmara não cair, a solução preconizada pelo vereador responsável passa pela reconstrução do mercado da Praça Stephens, no qual se predispõe a gastar dinheiro do grosso, o PS, na hipótese de ganhar umas quase previsíveis eleições intercalares, terá de estudar muito bem a actual situação do mercado da cidade.
Nós próprios e para não ‘jurarmos falso’, fomos ver o mercado abarracado de antiga feira-dos-porcos. Andamos por lá, vivemos o ambiente, falamos com as pessoas (compradores e vendedores), e chegamos à conclusão de que as pessoas estão a viver aquela realidade com alguma alegria.
(Convêm que abramos aqui um parêntesis para dizer que os compradores – embora alguns pouco ou nada comprassem – se manifestavam pela oportunidade que lhes foi dada de reencontrarem velhos amigos e conhecidos, aproveitando a ocasião para dois dedos de conversa. Já no que respeita aos vendedores, esses manifestaram alguma felicidade por “verem tanta gente no mercado” o que sempre é uma oportunidade para venderem a fazenda!...).

Retomando o raciocínio: Uma vez que a acção dos comerciantes, apoiados pela principal força da oposição de então, impediu que o espaço da Abrigada fosse aberto e posto a funcionar em devido tempo, dando assim oportunidade para que os utentes o pudessem avaliar, em funcionamento, e uma vez que esse espaço é do (quase total) desconhecimento do público em geral e, pelo que nos foi dado avaliar, esse público demonstra uma certa apetência e interesse por um mercado ‘à maneira antiga’, o PS terá de estudar, aprofundadamente, qual a proposta que, sobre o mercado, deve por à consideração dos eleitores.

Dir-me-ão que um mercado ‘à maneira antiga’ não serve condignamente cidade e que o espaço da Abrigada (com as devidas correcções - de resto nem tão caras quanto isso!) servirá muito melhor a população.
É certo que sim, se não atendermos a uma componente muito difícil de ultrapassar: referimo-nos, obviamente, aos aspectos logísticos.
Mas devemos ter também em conta que há aspectos sociológicos (nos quais não tenho receio em incluir a tradição), que levam, do meu ponto de vista, o ser avisado acautelarem-se quaisquer decisões que se venham a tomar sobre este assunto.

Mas o espaço? Onde é que existe um espaço apropriado e que se situe relativamente próximo de centro da cidade, como é o caso do local onde foram instaladas as barracas?
Já vimos que as pessoas parecem estar dispostas a dar um passeio a pé para irem ao tal mercado.
Uma vez que a coisa não é passível de ser instalada na velha feira-dos-porcos, porque esse espaço pertence, por direito, à zona desportiva, afoitamo-nos a indicar duas localizações que não nos parecem mal de todo. Referimo-nos ao espaço logo a seguir ao Casal de Malta no caminho da estação, ou ao local onde hoje se encontra o estaleiro da Câmara.
Ah, mas tudo isso impõe novos e pesados investimentos e o concelho tem outras prioridades (!), dir-nos-ão. Mas essa talvez seja questão ultrapassável…
Resolva-se a venda do espaço da Abrigada, tentando aproveitar o equipamento já ali está instalado para aplicar num futuro mercado, e invista-se num espaço que possa reunir o máximo consenso possível. Cá por nós todas as soluções são bem-vindas. Todas, menos a que passa pela reconstrução do espaço da Praça Stephens, pois isso comprometeria a criação de um Centro Cívico para a cidade!

Li, algures num dos muitos comentários vertidos aqui no Fórum, que o programa com que o PS se deverá apresentar a (eventuais) eleições intercalares deve ser muito objectivo e claro, atendendo a que só haverá dois anos para mostrar tarefa. Estou de acordo e, ou muito me engano, ou a questão do MERCADO e da ZONA INDUSTRIAL irão fazer toda a diferença…

Anónimo disse...

Burro velho não aprende!!
Tantas vezes que foi avisado e não quis ouvir os novos!!
Tantas vezes Lhe foi dito que devia bater o pé às posições do colega de escola, mas não!
Agora está sozinho com o seu bando de velhos do Restelo!!
Será "vingança"???

Anónimo disse...

Já que se vende mais neste novo e "moderno" mercado, que tal todos os comerciantes que integram o espaço dividirem a conta do aluguer das tendas? Isso somado ao valor que, penso eu, pagam à Câmara pelo aluguer do lugar, deverá ser inferior ao que pagariam no mercado que está pronto a funcionar (após alguns reparos, segundo dizem) e que foi chumbado por um delegado de saude que pelos vistos não é competente para o cargo...

Anónimo disse...

A melhor solução é fechar de vez o mercado! Sim, acaba-se com o mercado e poupam-se uns dinheiritos à Autarquia! Quem quiser mercado que vá a Leiria! Não é já assim com o resto? Cinemas, Leiria. Teatro, Leiria. Urgências, Leiria. Lojas é em Leiria! Ao fim e ao cabo a Marinha Grande é só para ter fábricas e p'ró pessoal trabalhar e ter um lugarzito para dormir!!! Não precisa de mais nada! Aliás, eu acho que o melhor ainda é mesmo fechar a Marinha Grande de vez!!! Assim acabam-se os problemas todos!

Anónimo disse...

Mercado arejado em tendas. O pior estará para vir, quando o vento, chuva e frio trouxer o inevitável. O afastamento dos compradores, o desânimo dos vendedores, um investimento sem sentido

Anónimo disse...

De facto como diz e ex-municipe, ir a Leiria é a solução mais económica e em Leiria há tudo.
Em alternativa podemos ir á Vieira, que passará a ser a capital do concelho...lá também há tudo.
A Marinha Grande está no fundo do buraco.

Anónimo disse...

Será que um dia ainda vão dar razão ao PSD quando este apontava como sendo o melhor espaço (local) para se instalar um mercado de raiz ,a zona do "Pinhal da Feira"?
Desde o primeiro programa eleitoral que o PSD defendeu a deslocalização do Mercado para um espaço de fácil acesso e com muito estacionamento e central.
Actualmente o PSD defende a requalificação do ainda mercado velho no Edificio da Resinagem, tendo em conta, a necessidade que há em atrair a polulação ao comércio tradicional do centro histórico.
Porque foi o Vereador AA do PSD travado na Sua cruzada, a tentar melhorar as condições do mercado?
Quem será o responsavél?
João Barbas, o Professor Cascalho ou a oposição??
Será que um dia vamos saber porquê??
Porque será que o JBD foi visto várias vezes em Pataias a tirar as medidas ao actual mercado/feira de Domingo?

Anónimo disse...

1º abertura de concurso público para NOVO mercado a instalar junto à zona desportiva; (urgente!)

2º vender o suposto "Mercado Novo" à IURD, compram logo, e a peixeirada tá garantida;

3º ao mercado velho aplique-se o projecto já apresentado hà uns anos, para dignificar de uma vez por todas o centro da Marinha. ahhh... mandem lá o teatro stephens ao chão, aquilo não vale nada e de património só deve ter as maçanetas das portas

Anónimo disse...

Ou Bufas que felizes ideias!!
Vou aproveitar estas ideias para o meu programa eleitoral.
Ass.
Gato Fedurolas