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quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Ultima Hora - Temos Novo Monarca
Sala de Espera
terça-feira, 30 de outubro de 2007
A Ética e a Estética
Desconsiderando toda a carga marialva que a afirmação pode encerrar, quer-se da mulher que reúna nos seus predicados e atributos, as qualidades e virtudes da estética e da ética, sublime estado em que a sua condição é elevada à de companheira ideal, mulher fatal, descartando a funcionalidade meramente mecânica dum palminho de cara sem maneiras nem princípios, ou o destempero desregulador eréctil duma mente brilhante numa figurinha de canhonaço ou de abóbora menina. E olhem que falo disto com propriedade. Com a propriedade de quem sobrevalorizou a elegância e a volúpia de gata gulosa da jovem Cintinha, desvalorizando o facto de no manual de instruções indicar expressamente que apenas vinha equipada com dois neurónios, tendo um deles fundido logo após expirar a garantia. Machista! – dirão alguns. Enganado pela sobreposição semi-consciente do falo ao intelecto, direi eu invocando Édipo.
Também na política os atributos se equivalem, estética e ética são as duas faces da gloriosa alma dum político desejado, as duas premissas que o transformam num cidadão com carisma, aglutinador, prestigioso. A questão é que não é fácil encontrar o dois em um. Não que não existam, antes não exercem. Ou por outra, escolhem a ocasião – hoje vinga a ética, amanhã convém a estética – uma espécie de figura de alterne que degrada a imagem do comum político, ridicularizando a sua acção aos olhos dos seus concidadãos.
Nunca como hoje esta questão foi tão marcante, vincadamente marcante, diria. Na crise melodramática que a nossa púbere cidade enfrenta, fervilham as hormonas e os pelos próprios das idades de crescimento e de afirmação, das idades em que o acne revela mais do que nunca as fragilidades da estética sem ética e vice-versa, com múltiplos sintomas da disfunção e da qual os recém hiper-valorizados “independentes” são um dos mais eloquentes exemplos. Convenhamos que, na dimensão em que se tem colocado a questão, “independente” mais do que uma questão ética é uma questão estética. Pois que lhe serve a inexistência de vínculo partidário se não se fundar em profundas convicções e princípios ideológicos? A relevância da questão da independência não se mede no estrito âmbito da opção partidária, ela vai tremendamente mais fundo. Resulta da posição incompatível da defesa de múltiplos interesses corporativos em claro conflito, de que o exemplo mais ilustrativo é o da famigerada “promiscuidade entre o desporto e a política”.
Contudo, atendendo à efervescência do momento, não posso terminar sem afirmar que, não sendo por ora possível juntar ética e estética sob o mesmo chapéu da democracia, prefiro a ética do João à estética do Alberto. A menos que um destes dias o João acorde estremunhado e, sem se olhar ao espelho, decida num repente também trocar a ética pela estética, entregando ao Alberto, para glória e exaltação do aparelho, o estojo dos cosméticos com que este se vai entreter a maquilhar (n)os próximos dois anos.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
"Afinal Havia Outra..."
O cenário das eleições
(...)
Uma crise política inultrapassável, que paralize o executivo camarário, é um dos cenários que podem conduzir a eleições intercalares. Esta ainda não é, de facto, o que se passa ainda no caso da Marinha Grande. Mas pouco falta.
Se a renúncia de Barros Duarte e a ascensão de Alberto Cascalho à presidência era uma solução politicamente aceitável, uma vez que o executivo manteria uma maioria estável, o impasse na decisão do presidente eleito caba por criar um clima de instabilidade, que não é nada bom para o concelho. E são precisamente os interesses da Marinha Grande, Vieira de Leiria e Moita que devem estar, neste momento, acima de outros interesses, sejam eles pessoais ou políticos.
Se até aqui tínhamos uma câmara centralizadora, baseada no egocentrismo presidencial, neste momento os problemas do concelho aguardam pelo regresso de Barros Duarte, que já fez saber que voltará à autarquia, após a baixa médica. O regresso do presidente eleito ampliará, muito provavelmente, uma crise política e, se assim for, os defensores de eleições intercalares terão toda a legitimidade política para exigir a ida às urnas. Mas este deve ser encarado como o pior dos cenários.
A inclusão de parte do conteúdo de uma reunião interna ocorrida no PCP da Marinha Grande, no último Verão, provocou uma série de reacções, sobretudo de estupefacção. A publicação teve dois objectivos: confirmar que as notícias do JMG sobre a vida autárquica eram verídicas e mostrar o lado obscuro da política. E por aqui nos ficamos. Se em algum momento voltar a ser colocada em causa a credibilidade do JMG e dos seus colaboradores, não teremos dúvidas em publicar o segundo capítulo desta história, que não dignifica os partidos e muito menos os políticos.
(transcrição de parte do editorial do JMG de 25 de Outubro 2007)
(ficção)
Como já alguém disse, o editorial do Jornal da Marinha da passada semana é candidato ao anedotário nacional.
Parecendo mais preocupado em manter uma guerra de contornos pessoais com João Duarte, o director António Ferreira vem a terreiro justificar a publicação da gravação duma reunião do PCP no seu jornal. Desta vez, e ao contrário da semana anterior, José Ferreira não vem justificar com o interesse público da sua divulgação, antes argumentando que a gravação veio provar as notícias que o seu jornal divulgou sobre o mal estar no seio do PCP ao longo dos últimos meses, sempre negadas por aquele partido. Se este é um dos argumentos, o mesmo não colhe. É que quando o conteúdo foi divulgado já todo o país tinha conhecimento público dessas discordâncias, pela voz do próprio PCP e pela ausência e silêncio do próprio João Duarte, estando assim justificadas as notícias do JMG. Mas se a questão é anterior e o seu jornal já tinha as provas desse mal estar (recorde-se que a reunião, e respectiva gravação, foi em Junho) porquê apenas agora a sua divulgação? Se só agora obteve a “cassete” pelo menos teria conhecimento do seu conteúdo uma vez que as notícias que publicou comprovam-no. Uma autêntica trapalhada.
Quanto ao outro argumento invocado, para “mostrar o lado obscuro da política”, sejamos intelectualmente honestos e deixemo-nos de hipocrisias, todos nós nos nossos mais íntimos círculos das mais variadas formas de relacionamento social (de trabalho, político, associativo, de amizade, familiar, etc), temos conversas que nunca nos atreveríamos a ter em público e que nunca ousaríamos divulgar. Não podemos esquecer que nestes círculos mais reservados as afirmações produzidas são muitas vezes reflexos das circunstâncias, da confiança e da própria dinâmica da discussão. O que não é honesto é, com a sua publicação extrapolar, definindo como obscuro o meio em que as mesmas afirmações foram produzidas. Eu imagino o que seria uma inocente gravação das conversas tidas nos bastidores dum qualquer jornal, na escolha e selecção dos seus conteúdos editoriais e nos contactos pessoais feitos para obtenção de informações/notícias. E uma redacção tem toda a legitimidade para o fazer e para manter na esfera estritamente privada essas conversas e esses contactos.
Mas o director José Ferreira dá a última cavadela (e um tiro em cada pé) quando ameaça com o 2º episódio, ou seja, há 2º episódio. Houve, desta vez sem a preocupação do inaudito “interesse público”, a reserva da publicação duma parte da gravação, um trunfo habilidosamente guardado para ameaçar os que puserem em causa a credibilidade do jornal e dos seus colaboradores. Inimaginável. Se a publicação do 1º episódio já é deprimente, a do 2º, já com ameaça feita, não tem qualificação.
O mais insólito de tudo isto é que José Ferreira tinha uma manchete que era uma autêntica bomba e por inabilidade deixou-a escorrer por entre os dedos. O Jornal da Marinha teve conhecimento de um crime e não fez disso notícia de primeira página (sim, porque a gravação duma conversa privada sem o conhecimento dos seus intervenientes, é um crime, obviamente). Imaginem só a manchete: “Quadro(s) do PêCêPê grava(m) reunião para pressionar saída do presidente”. Bombástico, não era? Era!... Ao invés o director preferiu, a coberto do falacioso argumento do interesse público, dar visibilidade ao crime, promovendo tempo de antena à bufaria e divulgando o conteúdo da reunião, obtido ironicamente com recurso a métodos pidescos, que teve como único e exclusivo propósito promover o assassinato político e de carácter de João Duarte. E a quem aproveita supostamente esta divulgação? Só se vislumbra uma resposta, a quem quer obrigar o presidente a renunciar, deitando sobre ele tudo o que de mau aconteceu durante os últimos cerca de dois anos de mandato.
Resta avaliar se aquilo que é dito não resulta no efeito contrário já que na maior parte da conversa transcrita João Duarte resiste à investida de alguns camaradas que pretendem utilizar a posição dominante na Câmara para alimentar, entre outros, os apetites das clientelas partidárias.
A TESE OFICIAL
Mas voltemos à tese oficial, dando de barato que a mesma é verdadeira (embora já se tenha ouvido do Presidente da Assembleia Municipal a versão de que JBD estaria cansado e de que ele próprio teria pedido para sair). Então pergunta-se a Jerónimo de Sousa, tão preocupado em defender que os compromissos são para serem cumpridos, falando da actuação do seu partido com uma superioridade moral que o distingue de comparações com outros, no que à defesa dos princípios e da dignidade dizem respeito, se é legitimo que o PCP se tenha apresentado ao eleitorado ocultando que o seu cabeça de lista tinha um contrato a termo, um vinculo precário com os seus eleitores?
Ao defender a “boa tese”, a tese do JBD incumpridor (para alguns, "traidor"), Jerónimo não só veio dar razão ao eleitorado que se sente enganado, como veio confirmar que o PCP é um partido de falsos moralismos, um partido que afasta militantes por incumprimento de acordos, mas que não tem qualquer pejo em mentir descaradamente aos eleitores quando apresenta a sufrágio uma lista em que o número um é o isco e o número dois é uma primeira escolha derrotada à partida.
domingo, 28 de outubro de 2007
O Que Diz o Sr. Jerónimo
Instado pelos jornalistas a comentar ainda o caso do autarca da Marinha Grande, Jerónimo de Sousa refere que se trata de um "processo diferente".
O PCP da Marinha Grande anunciou no dia 23 deste mês a retirada da confiança política ao presidente da câmara, João Barros Duarte, que recusou renunciar ao cargo depois de a concelhia ter anunciado, no início do mês, o seu afastamento.
"É um processo ainda em desenvolvimento, com posturas pouco claras, mas é evidente que, a não haver a assumpção do compromisso assinado e assumido com o partido, o presidente correria o risco de se representar apenas a si próprio", frisou.
(...)
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(excerto de uma notícia da Lusa)
sábado, 27 de outubro de 2007
Povo da Marinha: Uni-vos!
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Carta Aberta a João Barros Duarte
Sei que nem sempre temos trocado palavras amistosas.
Sei que não alimentamos sentimentos recíprocos de estima e consideração pessoal.
Sei que temos divergências de pensamento, de filosofia de vida, de olhar para a realidade social do nosso mundo, do nosso país e do nosso Concelho.
Sei que propugnamos por soluções díspares para os problemas mais prementes de toda esta complexa realidade social, particularmente no nosso Concelho.
Mas...
Tenho o Senhor por pessoa de Bem.
Parto do principio de que todos os políticos que se apresentam para servir a Comunidade nesta árdua tarefa, o fazem imbuidos de um espírito de altruismo e abnegação própria em favor dos outros.
Tenho de si essa convicção. De que não se candidatou senão para servir os melhores interesses do Municipio, que para si são aqueles que a sua própria formação socio-política lhe impõe, e podemos por isso divergir sobre quais são realmente esses melhores interesses.
No entanto, nem sempre, nestes dois anos, o Senhor foi capaz de nos mostrar com total clareza a presença desse objectivo na sua acção. A verdade é que não lhe vi nunca, como nunca o escondi, nem lhe vejo neste momento, a capacidade para efectivamente servir da melhor maneira os superiores interesses do Concelho. Mas essa é apenas uma opinião minha e, verdade das verdades, o facto é que foi o Senhor que ganhou as eleições de 9 de Outubro de 2005 (por muito que digam que foi a CDU todos sabemos e eles - os seus camaradas - também sabem que esta foi uma vitória pessoal, sua!). Não concordei, manifestei em tempo oportuno essas minhas divergências quanto ao voto popular, 'profetizei' tempos dificeis (e não me enganei! Antes tivesse...), mas... em Democracia ganha de facto quem tem mais votos!
Reconhecer as suas limitações, a fragilidade do seu governo e a mediocridade da sua intervenção na elevação da vida sócio-politico-económica do Concelho não significa que pactue com atitudes covardes e anti-democráticas como aquelas que o seu Partido tem assumido publicamente.
O que lhe fizeram foi do mais baixo que em política se pode fazer. Não dignifica o Partido. Não dignifica a Política. Não dignifica a Democracia. Não dignifica o Concelho. E é um claro desrespeito pelo Povo, pelo seu Voto, pela sua soberana Vontade.
Por isso, aplaudo publicamente a sua não conformação com factos consumados. A sua atitude em não acatar uma 'ordem' superior de um Comité que põe e dispõe consoante os interesses particulares dos seus membros, veio mostrar que não há Partido algum que possa manipular os resultados eleitorais (não será por isso que a Constituição da Republica lhe confere o Direito de permenecer em exercício de Mandato mesmo contra a vontade do Partido pelo qual foi eleito?), colocando e substituindo Presidentes, consoante estes melhor ou pior defendem, não os interesses do Concelho, dos Munícipes, mas do próprio Partido. Porque é o que está em questão: os superiores interesses do Partido, ou de alguns dentro do Partido.
A sua permanência no exercício do Mandato que o Povo lhe confiou, por voto directo, em 2005, é hoje uma exigência de ética política que se lhe impõe, mesmo sabendo que essa afronta ao seu Partido poderá vir a custar o sacrificio do seu governo, pela demissão dos vereadores seus camaradas e vereadores da oposição. Mas, a sua não-renúncia, com a mais que provável queda do seu executivo, é ao mesmo tempo o único caminho que garante que sempre, e acima de tudo, é ao Povo que compete tomar a decisão sobre quem quer a liderar os seus destinos.
Renunciar ao seu cargo, neste momento, é agir em favor do Partido. É agir contra a defesa dos interesses superiores do Concelho. É colocar o Partido acima dos seus Munícipes, do Munícipio que jurou servir e defender...
Não renunciar é a única atitude que poderá restituir-lhe alguma da dignidade perdida, que poderá dar-lhe a oportunidade de sair dos Paços do Concelho amaldiçoado pelos seus camaradas, mas honrado pelos seus munícipes que saberão ver no seu gesto a atitude de altruísmo e abnegação que se espera de um verdadeiro político a favor de um Bem maior: a defesa da Democracia, da Liberdade e do Direito que o Povo tem a escolher e a decidir sobre o seu futuro.
Senhor João Barros Duarte: NÃO RENUNCIE.
Se alguém deve ter vergonha de fazer má política e ir embora são aqueles que nestas ultimas semanas colocaram o Município pelas ruas da amargura...
Mostre-nos que acima de si mesmo, acima do seu Partido... está a MARINHA GRANDE!
Dê-nos a possibilidade de sermos nós a escolher, pelo voto, o nosso próprio futuro!
Porque...
A Marinha Grande merece mais e melhor!
Nélson José Nunes Araújo
Um seu munícipe!
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Os Vendedores da Feira dos Porcos Já Mandam Recados
Parque de estacionamento ajuda nos negócios e comerciantes gostam da luz existente no local
"Vendo o dobro do que vendia antes!". Há um mês que Maria Alves transferiu a sua banca do edifício da Resinagem, onde funcionava o mercado municipal da Marinha Grande, encerrado por falta de condições pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), para umas tendas instaladas provisoriamente na zona desportiva. Os resultados surpreendem. Tanto comerciantes como clientes estão satisfeitos com as condições e nem há queixas relativas à distância em relação ao centro da cidade.
Para Maria Alves, "o provisório até podia passar a definitivo". "Há muitos anos que vendo na cidade e fico contente por voltar a ver um mercado a sério. Agora, as pessoas vêm e compram", afirma, antes de ser interrompida por uma cliente que questiona o preço das batatas. A azáfama repete-se na banca do lado.
Entre couves e pepinos da sua horta, como faz questão de frisar, Piedade Loiraça assume-se como a vendedora mais antiga do mercado. Com 76 anos, já passou "por muito" e assistir à degradação do velho edifício onde funcionava o mercado deixava-a "triste". "Aquilo lá era muito escuro, não havia alegria. Agora, repare, há muita luz e espaço. A venda corre muito melhor", explica, ao JN, concluindo que "o povo gosta de vir aqui". E mais não diz que os clientes não podem esperar.
Também satisfeita com as condições que encontrou na tenda, Teresa Ai acrescenta que a criação de lugares de estacionamento "ajudou a rejuvenescer o mercado". "Parece que estamos noutra cidade. Agora vendemos muito mais, se bem que com o caminhar para o fim do mês, nota-se que as pessoas têm menos dinheiro", diz. O balanço é positivo e esta vendedora aplaude a medida da Câmara. É que, explica, "os comerciantes não querem ir para o novo mercado", um edifício construído de raiz há três anos, chumbado pelo delegado de Saúde concelhio. Na sua opinião, caso sejam forçados a fazê-lo, "muitos desistirão de vender na cidade".
"Muito arejado"
Os clientes parecem estar de acordo. Fátima Oliveira, que reside no centro da cidade, prefere deslocar-se à zona desportiva do que abastecer-se num supermercado. "Os produtos são mais frescos. Há muitos anos que faço compras no mercado e só quando não puder é que não venho cá", explica, manifestando-se agradada com o espaço. "É aprazível, muito arejado e organizado. Não tenho nada a apontar", conclui.
Com vários sacos na mão e "cheia de pressa", outra compradora, que preferiu não ser identificada, acrescentou preferir "uma tenda provisória ao mercado novo, que não tem condições". "Prefiro andar mais a pé", solta antes de se despedir.
Apesar de provisória, a solução encontrada - depois de, no dia 19 de Setembro, a ASAE ter encerrado o edifício da Resinagem - vai ainda prolongar-se por alguns meses. O vereador dos Mercados, Artur Pereira de Oliveira, explica que "estavam previstas algumas obras de beneficiação, mas agora a intervenção tem de ser mais profunda", pelo que está a ser elaborado um projecto que "beneficie os comerciantes e a população". As tendas alugadas darão lugar a outras compradas pela autarquia, "mais resistentes ao Inverno" que se aproxima.
Há vários anos que a questão do mercado é polémica. No mandato anterior, liderado pelo PS, foi construído um mercado, integrado num centro comercial. O projecto, travado por um chumbo do delegado de Saúde, não merecia o apoio da CDU que, há dois anos, conquistou a Câmara. Mudado o executivo, alteraram-se também as políticas, tendo o actual vereador entendido que deveria reabilitar o edifício existente. As obras foram sendo proteladas, apesar de terem sido feitos alguns trabalhos, até que a ASAE se deslocou ao local. Os inspectores concluíram que não estavam reunidas as condições de higiene e fecharam o espaço. A alternativa foi o aluguer de tendas que foram também inspeccionadas pela ASAE, acabando por sancionar os vendedores de peixe, que não podiam estar no local. A Câmara procura agora criar condições para que estes regressem "dentro de 15 dias".
Só gostaríamos de perguntar à Sra. Dona Maria Alves e à Sra. Dona Piedade Loiraça se por acaso imaginam em quanto é que já vai a conta deste luminoso, arejado e alegre complexo provisório de barracas? Pois é, desde que a barriguinha esteja cheia, quem vier a seguir que apague a luz e feche a porta...
Revista de Imprensa
Luís Guerra Marques, presidente da assembleia municipal, admite que "o caminho das eleições é um dos dois possíveis" e, caso seja essa a decisão, acredita que "a CDU volta a ganhar a Câmara".
Na sua opinião, se João Barros Duarte renunciar, como espera, "o partido tem condições para continuar a trabalhar. "Temos ouvido a população e estamos convencidos que se houver eleições as pessoas vão estar do nosso lado", disse, mostrando-se convicto de que "não restava outra alternativa ao partido que não fosse a retirada de confiança política".
"É preferível perder uma Câmara do que a dignidade do partido", defende, aguardando que o "camarada reconsidere e renuncie como estava previsto".
Em reacção a este clima de incerteza, a comissão política do PSD, apesar de demissionária, afirma que a solução deve passar pelas eleições. Pedro Fonseca mostrou-se surpreendido com a decisão do PCP e lembra que "quem está a perder é a população".
"Caso não haja mudanças, não continuaremos ao lado desta maioria", adiantou, referindo-se às tomadas de posição na assembleia municipal.
Na última sessão, recorde-se, o PSD chumbou a revisão da carta educativa.
Bons Exemplos
Use e abuse da bicicleta – este é o caminho!
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Acção Calhandreira
Três perguntas (sérias) a João Paulo Pedrosa, presidente da Federação Socialista de Leiria e vereador da Câmara da Marinha Grande (edição do jornal Acção Calhandreira – pode ver link abaixo)
Quando é que o PS vai entregar os pelouros?
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Está disponível a integrar uma lista à autarquia?
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Qual a cor do equipamento alternativo do SLB?
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Caro Xôtor, como vê são perguntas simples e directas. Por favor utilize as linhas em branco para responder. Vá lá dê-nos esse prazor. Estou confiante. Obrigados.
DIREITO DE RESPOSTA
“A todos os ilustres anónimos que foram construindo este site ao londo dos últimos 2 anos com a remota esperança de um dia abraçarem a carreira política autarquica que parece tanto detestam ... parece que chegou a hora para, pelo menos revelarem quem são e o que escondem por detrás desses nicks ... As eleições estão ai ... eheheheh e agora o que será de vós? Continuam a apoiar os verdes ?, os bloquistas ? os social democratas , os socialistas, ou antes pelo contrário ? ... não apoiam ninguém para além de vocês mesmos, que nem sequer se dignam votar para continuarem a dizer mal seja de quem for?????”
10/23/2007 10:49 PM
Caro anónimo das 10:49PM (há falta de melhor identificação...),
É com grande prazer que verificamos que anda atento pois este blogue vai fazer dois anos. Precisamente.
De forma telegráfica:
- "remota esperança"? Olhe que não, olhe que não... o que temos são fundadas expectativas de chegar ao poder e nunca o escondemos! Este blogue é um instrumento de assalto ao poder, para que não restem dúvidas!
- aceitamos o repto e vamos a votos. Apresentamos de seguida a nossa melhor lista, porque a nossa terra merece o melhor.
- quanto à identificação desta vasta equipa (nomes, números de telefone, moradas, amantes, cáries dentárias, fugas ao fisco, filiações partidárias, contas em paraísos fiscais, fantasias, fetiches, etc, etc), estamos a trabalhar nisso, estamos a elaborar uma lista detalhada e altamente comprometedora.
Até lá vai ter de esperar porque aqui não há bufos e as reuniões não são gravadas (mas suspeitamos que os telemóveis estão sob escuta – ainda ontem estava no wc a telefonar ao Zézé e ouvi uns barulhos estranhos...).
Revista de Imprensa (actualizada)
24 de Outubro de 2007, 13:09
Marinha Grande, Leiria, 24 Out (Lusa) - O PS da Marinha Grande defendeu hoje eleições intercalares para a Câmara Municipal local, considerando faltarem condições políticas para "uma simples substituição do presidente", depois do PCP ter retirado a confiança política a João Barros Duarte, eleito pela CDU.
Em comunicado, os socialistas consideram que "só há um caminho a seguir" para resolver a crise na presidência da Câmara Municipal da Marinha Grande: "Dar novamente a voz ao eleitorado, em eleições intercalares".
"A actual crise que envolve a autarquia é única e exclusivamente da responsabilidade do PCP", acusa o PS da Marinha Grande, apontando como causa "a forma como o PCP pretendeu fazer a substituição do presidente eleito".
Os socialistas defendem que o partido comunista "mentiu ao eleitorado, ao dizer que o presidente eleito faria o mandato completo, quando agora diz que o eleito sabia que somente faria uma parte do mandato".
O PS frisa que sempre defendeu que "o presidente eleito não tinha condições para ser líder de uma nova realidade do desenvolvimento local", mas Barros Duarte "foi eleito pela maioria dos marinhenses e apenas por esse motivo deveria ter sido tratado com maior elevação" pelo PCP.
A crise na autarquia da Marinha Grande teve o seu início quando, a 02 de Outubro, o PCP anunciou em conferência de imprensa o afastamento de João Barros Duarte da presidência da Câmara da Marinha Grande, invocando um acordo prévio entre as partes.
Contudo, Barros Duarte recusou a renúncia de mandato, encontrando-se actualmente de baixa médica e já prometeu voltar às funções quando estiver em condições de saúde.
Terça-feira, o PCP retirou a confiança política ao presidente da Câmara, admitindo a surpresa pela atitude do autarca, a quem acusa "de negação da palavra dada".
A distribuição de mandatos na Câmara da Marinha Grande era, antes da retirada da confiança política a Barros Duarte, de três eleitos da CDU, três do PS e um do PSD.
(surripiado da Lusa)
Revista de Imprensa
O desentendimento entre o autarca, de 73 anos, e o partido agudizou-se nas últimas semanas, a tal ponto que a concelhia anunciou a sua renúncia ao actual mandato, numa conferência de imprensa marcada para o efeito, no passado dia 2, à qual ele não compareceu. Em vez de aceitar a decisão que havia sido tomada e que, segundo o partido diz em nota à imprensa, tinha sido acordada entre o PCP e Barros Duarte no dia 11 de Setembro, este apresentou baixa médica na câmara e afastou-se, ficando incomunicável.
Face à situação criada, explica um militante que não quer identificar-se, "a concelhia só podia fazer duas coisas: demitir-se ou retirar a confiança a Barros Duarte". Confrontados com esta decisão, membros do PCP local garantem que a decisão "foi pacífica dentro da concelhia". Um deles militante do PCP recorda que "não seria a primeira vez que Barros Duarte deixava um mandato por cumprir". O autarca aceitou o convite para um cargo numa instituição bancária, retomando a sua carreira profissional, num dos anteriores mandatos. Acusam-no de deixar para trás quem o acompanhava, o que terá pesado na decisão anunciada ontem, embora a nota divulgada pela concelhia local se refira apenas o compromisso que não honrou.
A questão fundamental é que o presidente da Câmara da Marinha Grande tem sido considerado "um individualista que não tem em conta as opiniões do partido" . A nota divulgada pela organização concelhia do PCP adianta que podem acontecer outras "avaliações", mas, agora, "não resta outra decisão à concelhia que não seja a retirada da confiança política a João Barros Duarte que passará a representar-se a si próprio".
JBD... o 'Bode Expiatório'!!
Hoje, em comunicado, o PCP admitiu que "não resta à Comissão Concelhia outra decisão que não seja a retirada de confiança política a João Barros Duarte, que daqui em diante passará a representar-se a si próprio", salvaguardando contudo "outras avaliações e tomadas de posição ulteriores".
A 02 de Outubro, o PCP da Marinha Grande tornou pública a saída de João Barros Duarte da presidência da autarquia, invocando um acordo entre as partes que implicaria o afastamento do presidente dois dias depois.
Contudo, Barros Duarte, que se encontrava de férias aquando da tomada de posição pública do partido, não renunciou ao cargo e actualmente está de baixa médica, incontactável.
No documento hoje divulgado, o PCP diz ter feito "várias tentativas para conversar e aclarar a situação com Barros Duarte", todas "goradas pela sua recusa sistemática".
O partido sublinha que em declarações ao semanário "Região de Leiria", Barros Duarte afirmou "que vai regressar à câmara para trabalhar" após ter alta, declaração que "surpreendeu a Comissão Concelhia da Marinha Grande do PCP", que acusa o autarca de "atitude de negação da palavra dada".
"Nada fazia prever uma mudança de atitude de João Barros Duarte, recusando renunciar ao mandato, 'rasgando' o compromisso assumido", aponta o PCP, recordando uma conversa entre o partido e o autarca, a 11 de Setembro, em que este "colocou de imediato o seu lugar à disposição".
O afastamento de Barros Duarte é visto pelo PCP como uma "necessidade" para a realização de "um trabalho mais articulado, mais dinâmico e mais colectivo por parte dos vereadores da CDU para dar um novo impulso à gestão autárquica com vista à concretização dos objectivos programáticos e à resolução mais célere dos problemas da população".
No comunicado, os comunistas consideram que há da parte do presidente da autarquia a "sobreposição dos interesses pessoais aos interesses colectivos e de apego desmesurado ao poder".
"João Barros Duarte defraudou a confiança do seu partido e camaradas, de todos quantos confiaram na CDU e no seu projecto e em larga medida as expectativas dos marinhenses", argumentos considerados suficientes para a retirada de confiança política anunciada hoje.»
MLE
Lusa/fim
terça-feira, 23 de outubro de 2007
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Vamos às Urnas?
Diz o nosso ex-cura:
sábado, 20 de outubro de 2007
FLC Memória
À Conversa com Mestre Fati
Mestre Fati lança os pequenos ossos sobre uma mesa de pé de galo coberta por uma pele de cabra, revira os olhos, estremece e começa a arrotar abundantemente.
Largo das Calhandreiras (LC) - Mestre Fati, o que vê?
Mestre Fati (MF) (com sotaque creoulo) - Vejo uma bata quente.
LC - Uma batata quente?
MF - Sim uma batata quente. Vejo um clube de futebol que quer vender uns terrenos, um "super-marche" que os quer comprar para se instalar no vosso concelho e um branco de bigode a passar uma batata quente a outro branco, de barbas.
LC - E o que dizem?
MF - O do bigode diz "mais um, menos um, com tantos super-marche ninguém nota."
LC - E o das barbas?
... e pelos vistos, queimou-se mesmo.
Toponímia II
Há duas coisas que não podemos fazer, perder a fé e a compostura... sob pena de perdermos a face.
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
E agora camaradas?
Vai regressar à Câmara da Marinha Grande? “Sim, volto”. Para trabalhar? “Sim”. Foi desta forma lacónica, quase de fugida, que um simpático mas visivelmente abatido Barros Duarte respondeu ao REGIÃO DE LEIRIA, de roupão, à porta de sua casa em São Pedro de Moel.
Dentro de 30 dias regressa à Câmara? “Sim, volto”. Para trabalhar? “Sim”. Foi desta forma lacónica, quase de fugida, que um simpático, mas visivelmente abatido Barros Duarte respondeu ao REGIÃO DE LEIRIA, de roupão, à porta de sua casa em São Pedro de Moel.
“Estou doente, não me façam perguntas que eu me sentirei mal se não responder”, disse o presidente da Câmara da Marinha Grande, procurando evitar responder a qualquer questão sobre o actual momento político no concelho e que se centra na eventual renúncia do seu mandato.
Poucos dias depois de o PCP ter anunciado a saída do actual presidente de Câmara, num momento em que Barros Duarte estava de férias e ausente da conferência de imprensa que serviu para anunciar a “novidade”, o autarca refugiou-se em São Pedro de Moel, encontrando-se de baixa médica.
Na manhã de terça-feira, o presidente da Câmara rompeu o “ruidoso” silêncio a que se remeteu para dizer que… não falava, mas já no final revelou que, após a baixa médica, tenciona voltar à autarquia para continuar o seu trabalho. E mais não disse.
A fazer fé nas palavras de Barros Duarte, apesar dos dirigentes acreditarem na renúncia, o PCP fica na mesma: anunciou a saída do presidente e a sua substituição pelo vice-presidente, Alberto Cascalho, o que não se verificou, e tem a oposição à perna, a pedir eleições intercalares.
Dentro do executivo, Barros Duarte parece isolado, contando apenas com o apoio de Artur Oliveira, vereador do PSD, mas não dos seus camaradas, enquanto o PS já só tem olhos para as próximas eleições.
(surripiado do Região de Leiria)
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Partido Com Paredes de Vidro (ou serão telhados?)
A ser verdade a existência da gravação e a ser verdade o conteúdo transcrito, estamos na presença de um novo elemento que acentua a sensação de caos político que se vive e cuja gravidade poderá ir muito para além da simples questão ética e política.
Porém há em todo o conteúdo revelado algumas afirmações que é preciso reter, para percebermos o que realmente está em causa e para percebermos a forma de actuação de um partido democrático.
Os infiltrados, instados pela oposição:
“Não é isso que me preocupa, o que me preocupa foi o tom que um ou outro camarada aqui colocou, críticas que não são nossas, nem são do partido, mas são trazidas dos nossos adversários, nomeadamente do PS.”
Os grupinhos e os interesses:
“É esse tom que me preocupa e, desculpem camaradas, mas não sei se tenho razão ou não, mas parece que se constituem aqui determinados grupinhos, que são contra os estatutos do partido, para fazerem determinados encaminhamentos e isso é que me parece mal.”
As ilegalidades e a solidariedade:
“Alguém me vai defender depois a tribunal quando for acusado de ilegalidades? Alguém se ofereceu para ser minha testemunha quando o PS me pôs em tribunal e eu tive que ir responder? Alguém quis saber disso? Ninguém quis saber disso! O partido não discutiu isso e devia ter discutido.”
A falta de estratégia e a gestão das ideias avulso:
“… mas esta coisa de nos acusarem de falta de ideias, também é uma acusação um pouco transplantada do PS para nós. Nós não temos ideias, então mas porque é que os camaradas não nos fizeram já chegar essas ideias para as pormos em prática? Nós gostamos que o nosso trabalho seja do agrado da maioria dos cidadãos e muito especialmente dos camaradas. Portanto, se há ideias façam-nas chegar que nós agradecemos.”
Essa chatice que é a lei e o clima que não ajuda – antigamente é que era:
"Sobre as obras, isto é muito delicado. Nós não estamos num período revolucionário, como estivemos nos mandatos anteriores. Nós estamos muito condicionados por uma legislação que nos aperta e que tudo aponta. Antigamente era mais fácil, a gente actuava com processos revolucionários… Nós agora, quando contrariamos o técnico temos de justificar porquê e se o técnico, como é o caso, está dentro da lei, nós não podemos alterar aquilo, meus amigos… não podemos alterar, a lei é a lei."
As promessas que nunca passam disso – a culpa é da pesada herança:
“Os planos de pormenor foram uma promessa que nós fizemos ao eleitorado, mas meus amigos não tenho dinheiro para isto e também não temos tempo, porque um Plano de Pormenor é uma coisa que dura anos e custa um dinheirão…”
A paixão da educação, em terreno minado, de quem não conhece o país:
“… a gente continua a oferecer aos miúdos o apoio à educação, que faz inveja a tdos os concelhos que eu conheço no país.
Agora não se esqueçam é de uma coisa: na educação está um grande exército do PS…”
Se a legislação laboral fosse mais flexível:
“Sobre as obras… é um caos. Eu e o Cascalho temos dado voltas ao juízo para ver os condicionalismos que temos, o material humano e os recursos que temos. Talvez pudéssemos já ter dado uma volta àquilo, mas nós ainda estamos convencidos que somos capazes de dar uma volta de forma a sairmos vitoriosos desta ratoeira em que caímos."
Isso dos bombeiros é lá com o governo:
“Sobre os Bombeiros, desculpem lá, não tenho mais informação para dar do que aquela que já dei, já repeti isto vinte vezes. É evidente que os Bombeiros é competência do do Governo.”
Jobs for the boys (tradução: postos de trabalho para os camaradas de partido) – isso são práticas do passado:
“Em relação ao camarada que nós nem o curriculum lhe aceitámos, eu custa-me a acreditar. Eu não tenho conhecimento disto, mas de qualquer maneira devo-vos dizer aqui, que nós hoje em dia não podemos meter as pessoas que queremos.”
Concursos à medida, júris que são uma chatice e as moças socialistas que são mais inteligentes:
“Aquela eu queria integrar e criou-se um concurso e o que aconteceu? Ela não foi aprovada. Foi aprovada uma moça do PS que está lá já há que tempos… mas eu não posso, eu não posso ir contra isto, a moça fez melhor prova… o que é que eu hei-de fazer? O júri não sou eu, o júri decidiu, viu as provas, o que é que eu posso fazer para isto, não posso fazer nada.”
Uma nova definição de “especulação” e a nova localização dos armazéns (junto às zonas habitacionais):
“Sobre a zona industrial foi feita para desenvolver lá a industria (…) e para não permitir que se especulem os preços, como o Sr. Jorge Martins especulou o lote que comprou lá a dezassete contos o metro quadrado e agora quer implantar lá um armazém. A zona industrial não é para armazéns… é para o desenvolvimento da indústria. Os armazéns não fazem mossa cá fora, nas urbanizações, não fazem poluição, que se ponham cá fora.”
Coitada da Augusta que anda com visões:
“A Augusta pôs aqui uma série de coisas, com pertinência, mas ela está rodeada do tal exército do PS."
Uma nota final para lembrar que muito mais do que a actuação de uma pessoa, o que está em causa é a actuação de um partido e que Alberto Cascalho, que tanto elogia o seu chefe de equipa, era e é o número dois, com aspirações a número um.
Não parece que o problema se resolva sem eleições.
O Que Diz a Vizinhança
Disciplina do silêncio
Decididamente, o Partido Comunista não se consegue adaptar às regras democráticas, continuando a evidenciar tiques que ficaram como marca da forma como exerceu o poder durante mais de quase meio século em parte da Europa.
O insólito caso da presidência da câmara da Marinha Grande e a forma como tudo tem sido conduzido, é prova disso mesmo.
Escolhido para "tirar" ao Partido Socialista a gestão de uma das autarquias mais simbólicas para o PCP, cedo se percebeu que Barros Duarte não iria ter um consolado calmo. Homem de ideias firmes, Barros Duarte chamou a si a gestão total da Câmara, deixando pouco espaço de intervenção aos camaradas das estruturas locais e nacionais.
Só a disciplina do silêncio que continua a vigorar no PCP foi permitindo disfarçar a divisão que se foi percebendo existir entre o presidente e os vereadores do partido, mas que a votação para a instalação de uma média superfície no Campo da Portela tornou publica.
Já se estava, portanto, à espera que algo acontecesse antes do fim do mandato, conhecidas que são as regras internas do Partido Comunista e o modo como costuma actuar.
A concelhia anunciou a renuncia de Barros Duarte sem a presença deste, que, no entanto, não a formalizou, entrando de baixa médica, inviabilizando assim, para já, a pretensão do partido em ver Alberto Cascalho, actual vice-presidente, à frente da câmara o restante mandato, de forma a preparar as próximas eleições. Ou seja, por motivos internos, estratégicos ou de outra ordem, o PCP tentou forçar a saída de uma pessoa eleita democraticamente para um lugar, anunciando, inclusive, o seu substituto.
Mas o que mais evidencia o desajustamento da forma de actuar do PCP em relação ao que é esperado de um partido que exerce política em democracia, é o silêncio sobre todo este processo que passadas duas semanas se continua a verificar. O partido liderado por Jerónimo de Sousa não sentiu necessidade em esclarecer os eleitores da Marinha Grande sobre o que se passa, ficando estes sem perceber quem está a dirigir a autarquia. Se a pessoa em quem votaram, se o substituto que o partido impôs. Esse silêncio pode ser normal nos países onde o comunismo ou outro regime totalitário qualquer ainda perdura, mas não o é concerteza num Estado que se rege por princípios democráticos há trinta anos e onde os cidadãos têm o direito de conhecer o que se passa nas instituições que os governam. Abençoado 25 de Novembro...
JN
(surripiado do Jornal de Leiria)
Sem Resposta
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
"Eu dou-lhe o chá!"
- Quem és tu?
- Sou tu!
- Sim, sou a tua alma gémea...
Aviso: este poste é um excelente case study de publicidade subliminar e não dispensa a leitura atenta do prospecto (ponto 28)
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Credibilidade
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
O Que Diz a Vizinhança
Texto de Feliciano Barreiras Duarte
Vou escrever sobre a pretensa crise política e autárquica que se vive na Marinha Grande. Apesar de ainda não se conhecerem todos os dados. E também por serem incertos alguns dos seus desenvolvimentos. E porque há que aguardar pelas próximas semanas para se perceber melhor todos os cenários possíveis. Não esquecendo que nem só dos políticos, dos partidos e dos sindicatos, depende a vida das pessoas e das instituições do concelho. O que é certo é que este mandato não tem sido muito fácil. Até porque a estabilidade e a normalidade na vida autárquica de um concelho como a Marinha Grande é muito importante. E um concelho como este precisa de ter uma vida normal, instituições que funcionem com regularidade e protagonistas públicos com a cabeça livre de problemas e de bloqueamentos derivados de questiúnculas partidárias e de ajustes de contas pessoais.
Este concelho é uma das âncoras para a nossa região se afirmar à escala nacional. A sua energia criadora, o seu empreendorismo, a sua resistência ao infortúnio, a sua capacidade de mobilização em várias causas são exemplos mais do que suficientes para se lançar um apelo ao bom senso. É que o que se passar terá reflexos na nossa região. Muito mais do que se pensa. Até nisso alguns distraídos não o perceberam.
Será normal que aqueles que sempre admiraram e respeitaram este concelho desejem que a normalização e a clarificação aconteça. A bem de todos. É que há muita vida para além dos políticos. E os políticos têm de ser – deveriam ser – a parte das soluções e não dos problemas. É disso que todos estão à espera.
(surripiado do Região de Leiria)
sábado, 13 de outubro de 2007
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
É Difícil Ser Humano
De súbito, todos foram tocados pela compaixão e por um piedoso complexo de acatamento apenas contrariado pelo equilíbrio induzido pela Lei da Compensação de Sentimentos, mecanismo do subconsciente humano que controla a angústia provocada pelas fraquezas da incoerência e que se encarrega de manter a consciência tranquila e o corpo a salvo da insónia, por um fremir, uma raiva contida que impele como um imperativo de consciência, que se descubram e castiguem os culpados pela sina de João.
Subitamente as divergências insanáveis e a antinomia passaram para segundo plano, assumindo o respeito pela pessoa na sua dimensão mais humana o lugar central na discussão. O respeito, identificado que foi como denominador comum dos discursos, acabou por atingir uma dimensão quase dramática porque exponenciada pela variável tempo. Reconheçamos que, apesar do pudor e dos escrúpulos que nos levam sempre a evitar o tema, setenta e três anos não são setenta e três dias, e todos nós, mais velhos ou mais novos, projectamos sobre a pessoa de João o respeito que ansiamos ser merecedores - hoje, um dia, sempre. Mais a mais quando a memória, esse pequeno tesouro que José Cardoso Pires elegeu como a nossa mais preciosa referência, acumulou a riqueza dos anos.
Mas este caso não sendo singular é paradigmático da nossa própria crueldade e das nossas insuficiências, porque João é também, e porventura antes de tudo, uma vítima de si próprio. É que a maioria das vezes somos nós os nossos próprios algozes quando não delimitamos com rigor e critério as fronteiras dos compromissos que assumimos, e quando nos demitimos reiteradamente das nossas obrigações.
Sei que não é fácil, também eu me sinto confuso e tomado pela paralisante inquietação da dúvida, também eu não queria que tivesse sido assim, preferia ter visto João (e o seu partido) ser censurado politicamente na urnas, cilindrado pelo voto do descontentamento popular em resultado da inércia, da atonia demonstrada.
Mas é importante não esquecer algumas coisas. Em primeiro, que toda esta trama de sincera condescendência, complacência e respeito é formulada num cenário que decorre do epílogo esperado, que por fim João acabará por renunciar. Em segundo, que se a preocupação fundamental de João fosse a sua cidade, deveria ter renunciado no preciso momento em que tal lhe foi “sugerido”, não arrastando penosamente a decisão por prescrição médica. E em terceiro, que João continua quedo e mudo, o que só vem adensar o clima de desconfiança e dar razão a quem se sente traído.
Então e se de repente João decide não abdicar do seu direito de governar, que a lei lhe concede e para o qual foi mandatado? Tragédia! O seu partido que tão salvíficas laudes lhe tem cantado, ter-se-ía de penitenciar com vergastadas e jejuns. Ou então, por entre olhares cúmplices e juras de amor eterno, diria que a culpa foi dos do costume e faria um acordo em regime de comunhão de adquiridos: segundas, quartas e sextas governa o João, terças, quintas e sábados governa o Alberto, encerrando ao domingo para descanso do pessoal.
Eu sei que estou a ser cruel e que isto até estava a tomar uma dimensão estranhamente freudiana, mas depois do que tenho visto nas últimas semanas, tudo é possível.
Kama-Sutra*
Artur Marques (deputado municipal pela CDU) ao Jornal de Leiria sobre a renúncia, ainda não concretizada, de Barros Duarte
“Ele [Barros Duarte] não queria sair, mas é verdade que estava muito pressionado.”
Militante do PCP ao Jornal de Leiria
[Barros Duarte] “Sai ferido e traído por praticamente todos os camaradas que ajudou a promover e a quem, por força do seu prestígio pessoal e profissional, deu notoriedade.”
João Paulo Pedrosa - blogue “Praça Stephens”
“sendo verdade que Barros Duarte ainda não apresentou a renúncia ao mandato, queremos acreditar que o compromisso assumido com o Partido será cumprido e que a formalidade da renúncia acontecerá logo que Barros Duarte melhore o seu estado de saúde.”
Comissão Concelhia da Marinha Grande do PCP – Tinta Fresca (http://www.tintafresca.net/)
“O presidente transmitiu-nos [aos vereadores do PS] que está de baixa médica e, de facto, constatámos que se encontra realmente doente, profundamente triste e deprimido.”
João Paulo Pedrosa - blogue “Praça Stephens”
* nova rubrica do FLC (sobre as posições dos intervenientes)
CONTRAPONTO
“Barros Duarte não renuncia ao cargo”
(...)
Vários militantes do partido estão surpreendidos com a atitude de Barros Duarte, que consideram uma pessoa “digna”, “lutadora” e que “não está agarrada ao lugar”. Um dos motivos de estranheza foi o facto de o autarca não ter estado presente na conferência de imprensa em que foi anunciada a sua saída. “Se fosse eu abdicaria. Não pode continuar muito tempo nesta situação. O problema tem de se resolver a curto prazo”, adianta Artur Marques. O deputado do PCP na Assembleia Municipal considera que o processo não terá sido conduzido da melhor forma.
“As pessoas precipitaram-se, houve ingenuidade política e foi criada uma situação à Marinha Grande muito complicada. De qualquer forma, o que é norma no PCP é os lugares serem do partido e não das pessoas. Quando o partido entende renovar, os lugares devem ser postos à disposição”, acrescenta Artur Marques. Apesar de estar solidário com o presidente, afirma que Barros Duarte não tem outra solução que não seja apresentar a renúncia.
Segundo o JORNAL DE LEIRIA apurou, o facto de Barros Duarte ser muito centralizador, não ter resolvido o problema do mercado e ter tomado uma posição diferente da do partido em relação à instalação do E. Leclerc nos campos da Portela terá levado os dirigentes do PCP a “empurrarem-no” para fora da autarquia. Não obstante, a decisão da saída de Barros Duarte já estava definida há algum tempo. “Ele não queria sair, mas é verdade que estava muito pressionado”, revela outro militante.
(surripiado do Jornal de Leiria)
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
A Hora do Pateta*
Perante o anúncio de que o camarada João Barros Duarte deixará a Presidência da Câmara de acordo com o PCP e correspondendo a uma questão há muito colocada, a reacção do PS local confirma a falta de cultura democrática e incapacidade revelada ao longo de 12 anos à frente dos destinos do município para resolver os problemas da Marinha Grande e dos Marinhenses.
Com efeito, o PS local, tal como o seu governo, procura iludir os Marinhenses, jogando mão de argumentos que sabe falsos e contrários à Lei das autarquias e desrespeitar a lei tal como acontece com o governo que todos os dias desrespeita e viola a Constituição da República. Lei das autarquias que, ao contrário do que o PS deseja, consagra o princípio da colegialidade e o direito de substituição dos eleitos autárquicos em caso de suspensão ou renúncia do mandato.
Portanto, constitui de facto um logro o desenvolvimento de linhas de argumentação, que ao invés de esclarecerem lançam a confusão e procuram sobretudo esconder o fortíssimo ataque movido pelo governo do PS aos direitos dos trabalhadores, da população e ao Poder Local Democrático.
A Comissão Concelhia da Marinha Grande do PCP reafirma mais uma vez que conta com todos aqueles que verdadeiramente queiram melhorar as condições e qualidade de vida dos marinhenses e não conta com aqueles cujo objectivo principal é o ataque e a destruição da vontade de fazer e de fazer bem para atenuar os efeitos da política de direita do governo do PS e melhorar a vida da população. A A Comissão Concelhia da Marinha Grande do PCP, reafirma e dá relevância ao contributo no quadro do trabalho colectivo para a melhoria da qualidade de vida da população dada pelo camarada João Barros Duarte e destaca a determinação do conjunto dos eleitos da CDU no prosseguimento do trabalho, com honestidade e competência, com o objectivo da concretização do seu programa eleitoral.
Com a população construir um futuro melhor!
A Comissão Concelhia da Marinha Grande do PCP
(surripiado do Jornal do TóZé)
Sim senhor, estou sem palavras…
Esta pérola é de uma finura e de uma lucidez de argumentos impressionante. Do melhor que tenho lido. O povo fica calmo e a malta do partido tranquila. Felizmente temos maestro inteligente à frente da fanfarra.
Estou até convencido que se na próxima jornada o Atlético da Portela perde, vamos ter novo comunicado do Partido Canhoto Português a acusar o governo xuxa e os seus serventuários locais, da derrota.
Mas lendo bem, bem, pela escrita… vá lá, dou um docinho a quem adivinhar o autor desta magnífica prosa. Vá lá, não é difícil. Quem será o manda-chuva? Eu dou um docinho…
* nova rubrica do FLC
New Look
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Toponímia I
Circo Político
Comecemos pelo princípio. Em Portugal não temos uma verdadeira classe Política. Temos sim um grupo de pseudo-ilustrados, bem-nascidos e formados nas escolas partidárias que se vão digladiando pelo exercício do poder como instrumento de fácil e rápido acesso à glória pessoal (que para uns será o mero exercício do poder, para outros os juros acumulados dos euros roubados aos contribuintes). Por isso, dizia e bem o Dr. Mário Soares que o aconteceu recentemente no interior do Partido Social Democrata era uma desgraça para a Democracia. Porque o que aconteceu na luta pelo poder no interior do Partido Social Democrata não é mais do que o reflexo, à escala nacional, do que acontece em todos os Partidos, em todos os sectores da vida política concelhia, distrital e nacional. Este facto por si só justifica o que todos sabemos: a Marinha Grande padece desde sempre da ausência de uma verdadeira alternativa política no exercício do governo autárquico. Entre os executivos comunistas e socialistas, tem-se assistido apenas a sempre mais do mesmo, e com os mesmos.
Há em seguida na classe partidária nacional, com consequências inegáveis na vida quotidiana das autarquias (concelhos e freguesias), uma enorme falta de respeito pelos Cidadãos, pelo Povo que dizem ser soberano. Quando põem e dispõem, manipulam e instrumentalizam o próprio Voto popular para apenas servirem os seus interesses próprios. Se é verdade que em qualquer eleição (com excepção da Presidencial) se vota em Partidos e não nas pessoas, não é menos verdade que é essa é apenas uma teoria que na prática não tem correspondência. Em eleições Autárquicas, nestas mais que nas Legislativas, o Rosto do candidato é crucial para o bom/mau resultado eleitoral do Partido. Como compreender assim que, à posteriori, eleito o Candidato, o mesmo seja compelido a renunciar ao seu mandato por ‘instrução’ superior do Partido (algo que é mesmo inconstitucional)? Não é este facto, por si só, um claro desrespeito pela vontade popular?
Os acontecimentos recentes da política marinhense são apenas mais uma diversão neste circo que é a política à boa maneira portuguesa.
Em 2005 o Partido Comunista Português ganhou, bem ou mal não interessa agora, as eleições autárquicas. Esse facto só foi possível, todos o sabemos, quer pela situação desastrosa em que o Partido à altura no poder (Partido Socialista) se deixou enredar internamente, quer, e significativamente, pelo Rosto que liderou o projecto comunista: João Barros Duarte. O Comité Central do PCP sabia que, se alguma hipótese havia de ganhar estas eleições, este era o único homem capaz de o concretizar. Por isso, e apesar da sua idade, ele regressou. E ganhou. Ganhou as eleições para exercer um mandato de 4 anos que lhe foi confiado pelo Voto do Povo, não por uma decisão do Comité Central do PCP. Sendo que só quem dá pode retirar o que antes deu, só o Povo pode alterar, em novas eleições, a decisão de 2005. Qualquer outro discurso, por mais bem fundamentado que esteja em termos políticos ou de Direito Constitucional, irá sempre esbarrar com o senso comum.
O que esconde então esta intromissão do Comité Central do PCP na vida política da Marinha Grande? Primeiro, mais que esconder, revela que a escolha de João Barros Duarte para encabeçar a Lista de 2005 não foi inocente. Ao Partido permitiu-lhe aspirar, e efectivamente, (re)conquistar a Autarquia e ao próprio a possibilidade de regressar ao exercício do Poder e ter assim a oportunidade de fazer pagar caro aos seus ‘inimigos’ (dentro e fora do Partido) a humilhação de há doze anos. Revela ainda que, desde sempre, foi intenção do PCP provocar esta saída ‘airosa’ de João Barros Duarte a meio do mandato, preparando assim a sua sucessão nas próximas eleições autárquicas de 2009. Assim se revela que desde um início o PCP iludiu o eleitorado, para não dizer que mentiram descaradamente. A teimosia de João Barros Duarte em não ‘acatar’ a instrução superior do Comité Central, revela que este suposto acordo pré-eleitoral não estava assim tão certo quanto isso… ou então João Barros Duarte, algures no decurso destes dois anos, sentiu-se traído pelo seu próprio Partido, pelos seus próprios Camaradas, e faz-lhes agora ‘pagar caro’, à sua maneira, a sua traição. João Barros Duarte será, em futuras campanhas eleitorais, o bode expiatório do PCP local que, apesar das palavras elogiosas, mas nitidamente de circunstância, não se inibirá de fazer cair sobre o Autarca renegado a responsabilidade política dos erros da gestão camarária… prometendo ao mesmo tempo que com o novo líder, um novo PCP surgirá (não é inocente a referência à idade de João Barros Duarte como justificação para a alternância)!
Mas, este decadente espectáculo da nossa Democracia (?) só é possível porque há outros actores que o encobrem e justificam. Assim como a desgraça da Democracia está (no pensamento do Dr. Mário Soares) numa Oposição enfraquecida pelas suas próprias querelas internas, a desgraça da Marinha Grande está de igual modo numa Oposição que saiu enfraquecida pelo mesmo tipo de ‘guerrilha’ interna e pelo seu adormecimento face à catastrófica gestão autárquica do actual executivo.
Todos os Partidos da Oposição local sofrem todos deste mal, mas é sem dúvida ao Partido Socialista que cabe sacar a maior quota de responsabilidade. A responsabilidade de não ter sabido corresponder à confiança que os Marinhenses depositaram em si durante 12 anos. A responsabilidade de ter permitido que os lobbies políticos e económicos, as questiúnculas entre ‘famílias’ dentro do próprio Partido, dominasse e condicionasse a acção do seu executivo camarário. A responsabilidade de não se ter unido e empenhado decididamente em torno de uma candidatura viável em 2005 e, por isso, de ter perdido o seu lugar de governo. A responsabilidade de, actualmente, como Oposição viver apenas na gestão da denúncia das fraquezas do adversário, em vez de mostrar aos Marinhenses que se prepara e tem gente com credibilidade a preparar-se para assumir os destinos da Autarquia em eleições próximas.
Neste momento há diversos cenários plausíveis.
O primeiro é, sem dúvida, a permanência do actual Executivo, eleito em 2005. João Barros Duarte não tem de obrigatoriamente aceitar a indicação superior do Partido. Tem toda a legitimidade, a que lhe é conferida pelo Voto popular, para continuar, bem ou mal, à frente dos destinos da Autarquia.
Um segundo cenário, mais que provável, é a bem ‘encenada’ renúncia ao Mandato por parte de João Barros Duarte, sendo então substituído pelo Vice-Presidente, entretanto já indiciado para o lugar pelo Partido. Uma remodelação ‘cosmética’, sabendo-se que a política de gestão autárquica não sofreria grande alteração. E espera-se, sofridamente, pelas eleições de 2009.
Eleições antecipadas na Marinha Grande, o terceiro cenário possível, se bem que seja o legitimamente expectável, a confirmar-se o afastamento de João Barros Duarte, será ao mesmo tempo a desgraça maior da Autarquia. Porque facilmente iríamos assistir a um regresso ao passado recente: O Partido Socialista voltaria ao Executivo, mas dada a pressa em formar governo, iria socorrer-se dos mesmos de sempre. Seria mais do mesmo! Não haveria a oportunidade para uma verdadeira ‘revolução’ no interior do próprio Partido, dando lugar e voz àqueles, militantes ou independentes, que são verdadeiramente uma mais-valia, não apenas às pretensões do Partido, ou dos ‘donos’ locais do Partido, mas muito mais às necessidades reais da Autarquia.
Porque acredito que está na hora de alguém dar uma verdadeira lição às estruturas de liderança dos Partidos Políticos, espero que João Barros Duarte se mantenha no Executivo camarário até 2009. Mas, porque sei que isso não irá acontecer, então que venha Alberto Cascalho e prossiga a missão.
Os próximos dois anos são por isso decisivos para a Marinha Grande. É a oportunidade de os Cidadãos Marinhenses se unirem em torno de um Projecto que tenha verdadeiramente em conta as reais preocupações e necessidades da População. Tal poderá passar por um projecto partidário, sendo neste caso ao Partido Socialista que em primeiro lugar cabe essa responsabilidade, mas não se deve descartar a possibilidade de um Movimento de Cidadãos se unir e construir um Projecto alternativo: uma Candidatura Independente. E não falta neste Concelho o Rosto de alguém que possa liderar e unir uma maioria dos Marinhenses num projecto sério e credível.
Um aviso final à navegação (aos Internautas… comentadores de bancada como eu!): não basta escrever comunicados ou críticas, por melhor e mais realistas que sejam, mas sempre anónimas para se poder dizer que se contribui para a dignificação da Política, para a verdadeira mudança do estado de coisas na Autarquia. Numa hora como esta, é importante saber dar também a cara, assinar por baixo o que se escreve, e na hora H estar lá… presente, de corpo e alma, com a voz e o voto! Nenhum Movimento, partidário ou independente, tem viabilidade se não tiver este apoio declarado e explícito de todos os que são uma mais-valia de credibilidade ao próprio projecto.
Pela Marinha Grande. Pelos Marinhenses. Pela Democracia. Por todos nós.
Nélson José Nunes Araújo
Cidadão
Presidente Mete Baixa
Dr. do SAP – Entre, entre... Olha o Sr. João das Barbas, então por cá? Não me diga que se perdeu da manif...
JBD – Não propriamente doutor, isso das manifes é mais com o Guerrilha e com o Serguey, eles é que são comunas, eu tenho coisas mais importantes a tratar.
Dr. do SAP – Então mas o que é que o Sr. tem?
JBD – Isso é o que eu quero que o doutor me diga, afinal o que é que eu tenho?
Dr. do SAP- Tem queixas?
JBD – Tirando uma rasteira e uma canelada, não estou a ver.
Dr. do SAP – Mas bateu nalgum lado?
JBD – Ía batendo com a mona na escrivaninha do gabinete, mas aguentei-me!
Dr. do SAP – “Ao velhinho e ao borracho põe Deus a mão por baixo”, diz o povo e é verdade.
JBD – Não, não foi Deus, foi o Autocolante e o Lindo que me ampararam.
Dr. do SAP – E dores, tem?
JBD – Só de barriga, já não estava habituado a rir-me tanto.
Dr. do SAP – Fastio?
JBD (arrota de forma contida) – Com lincença. Fastio? Nem por isso, tenho-os comido bem, eh, eh, eh... e os vinhos chilenos são uma maravilha!...
Dr. do SAP – Tem tonturas? Visões? Alucinações?
JBD – Parece-me que sim. De vez em quando vejo um... um... um fantasma, lá pela Cambra. Parece que é de um ex-futuro presidente que se finou antes de o ser e agora anda por lá a penar, à espera de ressuscitar outra vez. Mas quando isto me acontece peço logo ao Artur para me beliscar, não vá o diabo tecê-las.
Dr. do SAP – Isso é grave. Alucinações portanto, visões. Bem, isso é coisa para... quinze dias, um mês. Um mês, é isso, um mês de baixa, fica assim. (batendo com o martelo na secretária) Está encerrada a consulta!
JBD – O juiz decidiu, está decidido. Não se fala mais nisso, o doutor é que manda. Sabe, até me dá jeito porque vem aí o tempo dos míscaros e também tenho de ir às pinhocas.
Dr. do SAP – Olhe que, nada de esforços! Muito descanso e muita fruta!
JBD – Tenho “comido bananas”, eh, eh, eh...
Dr. do SAP – No seu caso não é aconselhável, prende os intestinos. Se já o acusam de não obrar quase nada há quase dois anos, ainda fica entupido de vez.
JBD – Obrigadinho doutor, agora já sei que estou doente.
Dr. do SAP – É verdade, então como é que vai lá essa cegada na Cambra?
JBD – Como? Não estou a ouvir, bem...
Dr. do SAP – Lá na Cambra, você sai ou não?
JBD – Os míscaros? Ou guisados ou com ovos mexidos...
Dr. do SAP – Não! Estou a falar da Cambra! Vai haver mudanças ou não?
JBD – Hãn? O quê? Há muitas interferências, não estou a ouvir nada... Ó Artur vai-me à drogaria do Leonel buscar um funil que eu estou com dificuldades de audição.
AA (falando de dentro do bolso do casaco de JBD) - Ó João, mas o Leonel já não tem a drogaria há alguns dez anos...
JBD - À não? Então mas estamos em que ano?
"Assim se vê a força do JB"
A Comissão Política Concelhia do PSD da Marinha Grande sugere a realização de Eleições Intercalares na autarquia, caso se venha a confirmar a “ingovernabilidade” no Executivo, por João Barros Duarte ainda não ter apresentado a renúncia ao mandato.
Se o presidente da autarquia não apresentar a renúncia, “sugerimos que os vereadores da CDU, PSD e PS entreguem os seus pelouros ao presidente, no intuito de provocar Eleições Interclares para a Câmara Municipal”, defendem os sociais-democratas.
Numa nota à comunicação social, o PSD nega que “destacados membros do PSD” estejam envolvidos na realização de um jantar de homenagem e de apoio a João Barros Duarte.
“O PSD da Marinha Grande existe para servir o nosso concelho, não existe para que alguns se sirvam dele para satisfazerem a sua vaidade pessoal ou defenderem interesses pessoais. Quem pretende estar com o PSD para se servir e não para servir de forma desinteressada a população está a mais, e desde já dispensamos a sua colaboração”, esclarece o PSD.
No mesmo documento, os sociais-democratas negam que os membros da Assembleia Municipal tenham divulgado a tendência de voto durante a votação para revisão orçamental.
“Nunca os membros eleitos pelo PSD na Assembleia Municipal deram a conhecer previamente qual a intenção de voto relativamente à proposta de revisão orçamental ou sobre qualquer outra questão a ser discutida ou votada”, acrescentam, salientando que a abstenção se verificou “tendo em conta uma nova conjuntura que se avizinha, em que se avizinhava a saída de João Barros Duarte”.
Tal como o Diário de Leiria publicou na edição de ontem, Barros Duarte terá assumido que iria entregar o documento de renúncia do mandato na reunião do Executivo de quinta-feira passada, mas acabou por não o fazer.
Uma posição tomada à revelia do partido, que no dia 3 de Outubro convocou uma conferência de imprensa para anunciar que o autarca renunciava ao cargo, e que no dia seguinte seria substituído pelo vice-presidente, Alberto Cascalho.
(Diário de Leiria)
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terça-feira, 9 de outubro de 2007
"A Luta Continua"
O presidente da Câmara da Marinha, João Barros Duarte, continua a exercer funções a tempo inteiro, apesar da estrutura local do PCP ter anunciado, no dia 3 de Outubro, que o autarca iria renunciar ao cargo, e que, no dia seguinte, o lugar seria ocupado pelo vice-presidente Alberto Cascalho.
Ao que o Diário de Leiria apurou, Barros Duarte tem desempenhado diariamente as tarefas normais de autarca, incluindo reuniões com os munícipes que pretendem ver resolvidos alguns dos seus problemas.
O autarca entra pela manhã nas instalações da edilidade e, durante o dia, desdobra-se em reuniões no exterior para tratar de assuntos relacionados com o município.
Ontem de manhã, o edil esteve na autarquia a dar seguimento ao expediente diário e à tarde regressou à câmara para prosseguir o trabalho de gabinete, tal como tem feito desde o início do mandato.
Até ao fecho desta edição não foi possível obter um comentário de Barros Duarte sobre as razões que o levam a continuar a exercer as funções de presidente, quando a estrutura local do partido anunciou, em conferência de imprensa, que o cargo seria ocupado por Alberto Cascalho.
Nessa altura, os responsáveis pela estrutuura local do partido, afirmaram “que o camarada João Barros Duarte, de acordo com o PCP, e correspondendo a uma questão há muito colocada, deixará a presidência da Câmara a partir do próximo dia 4 de Outubro, sendo substituído pelo camarada Alberto Cascalho, actual vice-presidente".
Filipe Andrade, coordenador da CDU, apontou a necessidade de renovação e a idade de Barros Duarte (73 anos) como as causas para esta substituição. Referiu ainda que existia um “acordo” entre o partido e o autarca - desde as Eleições Autárquicas de 2005- que previa a sua substituição, apesar de “não ter sido definida uma data”.
Os dirigentes locais do partido elogiaram o trabalho de Barros Duarte à frente do município nos últimos dois anos, por ter dado “expressão ao projecto autárquico do PCP”.
Alberto Cascalho continua número dois
Na conferência de imprensa, Alberto Cascalho (vice-presidente) proferiu um discurso na qualidade de presidente da autarquia, ao anunciar que o Executivo de coligação PCP/PSD poderá ceder pelouros aos restantes partidos, após uma “avaliação política do trabalho realizado nos vários sectores”. “O que está em causa é a gestão dos destinos do concelho, até porque o estado das finanças (do município) é bem mais negro do que aquilo que os comunistas estavam à espera quando ganharam a autarquia”, explicou Alberto Cascalho.
O cargo de vice-presidente deveria estar a ser ocupado pelo ex-dirigente sindical Sérgio Moiteiro, mas como ainda não foi entregue oficialmente a renúncia ao cargo, Alberto Cascalho continua a ser o número dois no Executivo camarário.
O Diário de Leiria não conseguiu, até ao fecho da edição, obter uma reacção de Filipe Andrade, coordenador local do PCP, sobre a posição de Barros Duarte, em manter-se na presidência da autarquia.
João Paulo Pedrosa, vereador do PS na autarquia marinhense, considera que cabe ao PCP resolver o problema criado por João Barros Duarte.
(Diário de Leiria)