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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Políticos. Humanos ou Robots?

A propósito dos últimos posts e do assunto tratado parece-me que tudo não passa de um mal entendido e que a ideia que é um assunto de natureza partidária contém algum exagero. Acredito que quem assinou a tal carta nem sequer a terá lido, provavelmente por excesso de confiança num qualquer burocrata. Se há terras onde a cultura nas suas diversas vertentes tem sido apoiada (umas vezes mais do que outras é certo) tem sido na Marinha Grande. O património cultural está à vista, quer o edificado quer o humano.
Pena que episódios lamentáveis como este nos desvie do essencial fazendo perder-nos tempo com o acessório.

Também a ideia de que nestes 36 anos de Democracia “foi sempre assim” é exagerada. Lembro-me do tempo em que muitos dos autarcas Marinhenses, alguns ainda com actividade, para além das divergências manifestadas através de discussões e as naturais votações em sentido diverso, mantinham o devido respeito um pelos outros e as suas posições (certas ou erradas) eram aquelas que melhor pensavam servir o interesse dos Marinhenses em geral.

Lembro-me ainda que após as reuniões dos vários órgãos autárquicos se ficava a conversar pela noite fora e se despia a cor Partidária procurando nessas conversas aprofundar a discussão dado que o tempo das reuniões era insuficiente.

Lembro-me também que o funcionamento, especialmente do executivo camarário, não tinha nada a ver com o procedimento ridículo inventado há algum tempo, em que havendo tanto para fazer, haja vereadores sem pelouro, o que obriga a uma sobrecarga de trabalho a uns (com as consequentes medidas mal tomadas) e aos outros sobra tempo para analisar as mesmas e naturalmente delas fazer cavalo de batalha.
Lembro-me do primeiro executivo eleito, onde pontificava o Dr. Artur Barros (figura que deixámos cair no esquecimento) e o Emílio Rato. Trabalhavam como unha com carne, em prol do desenvolvimento desta terra. Este apenas um exemplo, de muitos outros que poderiam ser dados.

Face aos gravíssimos problemas que o País atravessa e que naturalmente aqui também se reflectem , não seria que os nossos governantes e eleitos locais, dessem as mãos em prol dos verdadeiros interesses do Concelho? Claro que isto é utopia, mas quem sabe, que assim de repente os robots em que estão transformados, tivessem um apagão e se começassem a comportar como “gente” que efectivamente, são.

8 comentários:

Isa GT disse...

Há muitos problemas que não são resolvidos porque as pessoas não querem despir a cor partidária e usarem, simplesmente, o Bom Senso.

Bjos

gold disse...

Vejo que o fim-de-semana fez bem ao folha seca!!!

Com tantas lembranças, deixou evidente que esta terra, e quem sabe o país, sobre de partidarite aguda.

Se a nivel nacional até aceito que a democracia esteja assente em partidos, a nivel local, a democracia devia assentar na capacidade dos seus concidadãos para conjuntamente seguirem os bons caminhos para a sua comunidade.

Escrevi no post abaixo do Tocandar, e extrapolo para o que vamos vivendo, nesta terra as partidarites não deixam que niguem se entenda.

Unknown disse...

Os políticos são como os galos no poleiro:
...quem manda aqui sou eu....
..e vós calai-vos!...Baixem as orelhas...que outro burro vai falar...

Insana disse...

Boa postagem. gostei

bjs
Insana

Vento Norte disse...

Até que enfim, escreveram-se palavras de bom senso neste episódio. Tem toda a razão o Folha Seca. Também creio que o executivo deve estar embaraçado com a tal carta que apenas razões burocráticas justificam, já que não lhes seria difícil dialogar e acordar. Porem, eu posso compreender, já estive do outro lado. No anterior mandato, foram-se os apoios da Câmara à Colectividade que então ajudava a dirigir, a BIP da Vieira, que isolada numa terra cada vez mais pobre de recursos, insiste há quase 80 anos em ser promotora de cultura.
De forma prepotente, que não devia habitar a autarquia e as instituições públicas, foram compulsivamente retirados sem aviso prévio (dessa vez, nem uma carta a instituição mereceu) os dois funcionários, um dos quais que há anos a mantinha aberta durante o dia, para que jovens das escolas e público em geral, tivessem acesso à biblioteca, à sala de leitura, aos computadores e à internet. Nessa altura, nem uma desagradável carta existiu. Lembra-se Dr. Cascalho? Foi essa a resposta muda e musculada à entrevista que nos concedeu quando lhe fomos pedir colaboração e oferecer os préstimos da BIP! E que falta lhe estavam a fazer aqueles funcionários aqui na Marinha Grande!
Compreendo por isso o lado dos Tocándar. Estas acções, tal como o aproveitamento politiqueiro dos erros dos outros, revelam a mesquinhez das mentes e mostram que muitas vezes, não é o interesse da cultura que está em causa, mas o ego dos promotores, ou dos actores. É uma atitude que também deveria mudar.
Sabemos quanto é difícil erguer estes projectos, de quanto sacrifício pessoal, de quantas desilusões são feitos. É meritório o trabalho dos Tocándar, social e culturalmente, por isso é bom para o Concelho. Passem das palavras aos actos, como é vosso lema e de todos os voluntários e entendam-se uma vez mais. Arranjem lá uma solução a contento das partes e prossigam com a actividade que tiveram o engenho e a arte de criar e promover.

Anónimo disse...

Meus caros,

O Jornal da Marinha Grande e o Sport Operário Marinhense convidaram Álvaro Órfão a falar sobre os 12 anos de governação na Câmara da Marinha Grande e a reflectir sobre o futuro do concelho. A iniciativa decorre este sábado, dia 25 de Setembro, pelas 21h, na sala de exposições do Operário. A entrada é gratuita. Contamos convosco.

Anónimo disse...

Caro folha seca, o que você acaba de fazer é puro branqueamento e desresponsabilização dos mais altos responsáveis políticos locais, nomeadamente o seu presidente
Estranho é que nos últimos anos não tenha sido tão conciliador. Como diz um amigo meu há cães mais inteligentes que o dono. Digo eu que há cães mais espertos que os donos e apreendem a não morder nos donos. Desculpe-me mas há momentos em que é impossível assistir a manobras tão bem embrulhadas e ficar impávido.
Um abraço.

folha seca disse...

Caro Anónimo

Há muito que me habituei a não responder a "bocas da reacção" e não o vou fazer, apenas lhe sugiro que visite os posts anteriores sobre o caso da semana e verifica como a sua apreciação a este meu post é injusta e insinuosa.