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quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Kama-Sutra

Terminada a apresentação deste ponto da ordem do dia, o Sr. Presidente da Câmara, Dr. Alberto Cascalho, proferiu a seguinte declaração:

“Saúdo a deliberação tomada pela Câmara exclusivamente porque põe fim a um período excessivamente longo durante o qual se arrastou um clima de excessiva dramatização da vida política do concelho e que contribuiu de forma profundamente negativa para o avolumar de dificuldades na condução dos trabalhos e actividades da autarquia. Permito-me não fazer comentários sobre algumas afirmações que vieram a lume ao longo de estes cerca de dois meses e inclusivé no decurso desta reunião de Câmara por, do meu ponto de vista, terem uma natureza ofensiva em termos pessoais, tanto para mim como para outros elementos do executivo. Tomo esta atitude porque considero que mais do que a resposta a ataques e ofensas pessoais tenho conjuntamente com todos os colegas do executivo o estrito dever de tudo fazer para responder às necessidades da população do nosso concelho. Para além da discussão e da trica partidária, dedicar-me-ei em exclusivo a, como tenho feito até aqui, tentar cumprir com toda a minha dedicação e as minhas capacidades o compromisso que a CDU assumiu perante o eleitorado nas eleições de 09 de Outubro de 2005.
Peço apenas, e sei que poderei contar com isso, que todos os colegas eleitos neste órgão me acompanhem no trabalho difícil que temos pela frente”.

Os Srs. Vereadores do P.S. proferiram a seguinte declaração:

«A apreciação e votação do pedido de suspensão do mandato do Sr. Presidente da Câmara é o culminar, triste e penoso, de um dos maiores golpes políticos da democracia portuguesa. Este processo paralisou totalmente o concelho, fez perder a confiança dos agentes económicos, da população e fez o nosso concelho estar há muito nas primeiras páginas dos jornais como símbolo do anedotário nacional. A ambição desmedida pelo poder fez com que o PCP tudo fizesse para afastar o presidente da câmara eleito, criando-lhe todo o tipo de constrangimentos para que não levasse o seu mandato até ao fim, cumprisse a palavra dada aos eleitores e merecesse a confiança que nele depositaram. Quem não respeita o mandato popular, quem não respeita a vontade do povo expressa através do voto e quem não demonstra o mínimo de lealdade pelos compromissos que assume, não merece o respeito de ninguém. É-nos totalmente impossível de perceber como é que alguém, depois de tudo isto, ainda consegue olhar de frente e com a cabeça levantada a população e achar que pode merecer dela respeito e consideração.
Os vereadores do PS, depois da total irresponsabilidade do PCP neste processo, tinham razão política bastante para fazer cair a câmara municipal, já que o saneamento que o PCP fez do seu presidente eleito legitimava a ausência dos vereadores do PS nas reuniões e a consequente paralisia do concelho e da actividade da câmara municipal por longos meses. Não o faremos! Á irresponsabilidade do PCP e à falta de respeito pela vontade popular, respondem os vereadores do PS com sentido de responsabilidade e com respeito pela decisão dos eleitores que, como se sabe, não lhe foi favorável. Os vereadores do PS confiam no julgamento dos eleitores e serão esses que em devido tempo responderão a quem não os respeita.
A solução que daqui sai não é legitima, nem democrática. É uma solução que resulta da usurpação do poder democrático, correndo até o risco de, em muitas ocasiões, virmos a ter no exercício da função de presidente da câmara um cidadão de uma lista que nem sequer foi eleito. Ironia das ironias, a Marinha Grande, berço das tradições democráticas neste país, reedita hoje, pela mão do PCP, o tempo negro da ditadura fascista onde as câmaras municipais eram designadas.
Apesar de ferida de legitimidade, à maioria do PCP que irá governar o concelho durante mais dois anos e, muito especialmente, ao Sr. Vereador Alberto Cascalho que passa agora a exercer as funções de presidente, enquanto durar a suspensão do presidente eleito, os vereadores do PS querem deixar aqui algumas recomendações de cariz político que passamos a referir:
- Procure governar lembrando-se de que não foi eleito, que este lugar não é seu e, portanto, democraticamente, não lhe pertence. Se o fizer estará mais disponível para ouvir os vereadores do PS, ao contrário do que é seu hábito;
- Procure lembrar-se que ao contrário dos vereadores do PS, o vereador do PSD, sustentáculo desta maioria, já não tem a confiança do partido político que o elegeu e, a julgar pelo comportamento que o Sr. assumiu para com o presidente, por não acatar uma determinação do seu partido, a mesma atitude deveria ter em relação a este Sr. vereador do PSD, ou tem dois pesos e duas medidas, consoante as situações lhe são vantajosas do ponto de vista pessoal, esperamos que não;
- Procure não se irritar, como temos visto muitas vezes, de cada vez que alguém discorda de si, o alimento essencial da democracia é o pluralismo;
- Procure soluções de consenso, discutidas e partilhadas e não decisões de facto consumado, de quero posso e mando e de recurso ao voto de qualidade, como tanto gosta;
- Procure governar não dizendo, a partir de agora, sim a tudo o que mexe, em ziguezague, tentando agradar a gregos e troianos;
- Procure governar respeitando as regras democráticas, prestando as informações aos vereadores do PS quando estes lhas solicitam, não protele nem sonegue, como tem vindo a fazer, informações e esclarecimentos fundamentais sobre a actividade da câmara;
- Peça desculpa por ter dito que os vereadores do PS impediam esta maioria de governar quando, em dois anos de mandato e depois de aprovadas centenas de deliberações, apenas uma, e só uma, deliberação não foi tomada por vontade expressa dos vereadores do PS e, não o foi, justamente, porque o seu partido afastou o presidente da câmara, pois se ele aqui estivesse, como era seu direito, nem essa deliberação tínhamos possibilidades de inviabilizar. Não lhe fica bem, apesar do histórico, confundir pluralismo de opinião com unanimismo;
- Procure, em suma, governar lembrando-se de uma célebre expressão bíblica que diz “há mais alegria no céu por um pecador que se arrepende, do que por 99 justos que não precisam de arrependimento.”
Os vereadores do PS vão estar na câmara como estiveram até aqui, a servir os interesses do concelho e o interesse das populações, votando a favor quando concordam e votando contra quando discordam mas, em todos os momentos das suas decisões, faremos questão de lhe lembrar que esse lugar não é seu, nem tem nenhuma legitimidade democrática para o exercer. E desse princípio não abdicamos.»

O Sr. Vereador Artur de Oliveira proferiu a seguinte declaração:

“Nas declarações do P.S. há falta de sustentabilidade. Primeiro ataca a CDU por ter retirado a confiança política ao Presidente João Barros Duarte e não o devia ter feito porque ele é que foi o eleito, de seguida diz que o vereador do PSD devia renunciar por o PSD lhe ter retirado a confiança política. Aqui existem falta de critério e sustentabilidade no que diz pois também fui eleito democraticamente.
Quanto à retirada da confiança política por parte da comissão política do PSD nunca tal me foi dito pessoalmente.”

20 comentários:

Anónimo disse...

Ainda me estou a rir disto tudo, nomeadamente do Artur...

ehehehe!

Muito trabalho por aqui por isso vou trabalhar, ver processos de socialistas para os mandar para as calengas gregas.

Bom trabalho para vocês também que eu a trabalhar aqui no gabinete no meio de mulheres, já me doi a cabeça.

Qualquer coisa estou com o presidente interino a ditar discursos a falar mal dos 12 + 2 anos anteriores ou na secção de obras, embora aí o vereador sabe o que tem de despachar ou não.

E sabem que mais... não gosto nada do nosso comercio tradicional, vou ver se alguém quer abrir um espaço comercial que respeite os trabalhadores, terá de ser estrangeiro pois os portugueses não respeitem os nossos camaradas proletariados.

Bom avatar.

Anónimo disse...

Tenho de mudar de teclados, os socialistas e o Duarte deixaram aqui uns teclados que em vez de calendas escrevem calengas e outras coisas mais...
Estão a ver que não é possível trabalhar depois destes 14 anos?!
Bom avatar

Anónimo disse...

Tenho aqui uma dúvida metódica. Com estas declarações, caiu o pano e acabou o último acto, sem aplausos e sem glória, ou se encerrou só o primeiro e a fase dramática ainda está para chegar.Cá para mim, inclino-me para a segunda hipótese.
Aguardemos, mas que o Cascalho tem jeito para escrever declarações ninguém pode negar.
Tipo esperto este Cascalho.

Anónimo disse...

A fase dramática acabou de começar, disso não há a menor dúvida. Só falta mesmo o Moiteiro declarar greve contra os socialistas, grandes responsáveis por todos os descalabros passados, presentes e futuros. Ainda vamos assistir a bandeiras negras e pneus a arder na Praça Stephens em protesto .... contra qualquer coisa e dessa forma subtil fazer esquecer a realidade. E o Prof. Cascalho com aquela pele de cordeiro que tão bem assenta a todos os lobos cinicos bem falantes.

Anónimo disse...

e desde quando Cascalho é cordeiro?
deixem-me rir.
Figura mais sinistra, desejoso de poder e de vaidades.

Vêm aí tempos dificeis para quem não for comunista.

Anónimo disse...

Também me estou a rir, apesar de ser dramático ...... a diferença é que acho, SEM EXCEPÇÃO, que TODAS as declarações de Voto são de uma pobreza Franciscana deveras preocupante.

A do PS então ..... até o AA lhes conseguiu apanhar disparates ... (acho que é a 1ª vez que concordo com ele).

Anónimo disse...

Estes PSsss são mesmo fraquinhos!!
Até o AA goza com eles!
Pena mesmo foi aquela de chamar irresponsáveis aos Seus!!

Anónimo disse...

Cada vez percebo melhor porque é que nesta terra não se pode contar com o PSD para rigorosamente nada.
Por muito que falem, e até prova em contrário, AA é vereador do PSD (como insistentemente dizem não lhe foi retirada a confiança política) pelo que temos implícito um acordo tácito entre o PCP e o PSD e não entre AA e o PCP, embora tão mau e grave (para a Marinha) seja um como outro!
O resto é fumaça e a Marinha a regredir!

Anónimo disse...

De hoje a 8 dias isso já está esclarecido ....

Anónimo disse...

Cuidado vitaminose. Está a pôr a fasquia muito alta.
Quanto mais sobe (as expectativas) maior é a queda.
Não tenho nenhuma razão para acreditar que estes JSD´s tenham alguma capacidade de fazer inflectir esta queda para o abismo a que o velho Autocolante os está a conduzir, percorrendo este caminho.
Demitirem-se, sem outra consequência que não seja desresponsabilizarem-se da asneira que fizeram ao candidatar aquele zombie a Presidente e a avalizarem a aliança com o PCP, não conduz a nenhum resultado prático.
Tentam ganhar alguma credibilidade, mas a população já os julgou a todos (novos e velhos).
Coisa diferente seria, por exemplo, apresentar um requerimento na Assembleia Municipal, a reivindicar a instalação do mercado, ainda que provisória, no Novo Edifício Atrium, até se encontrar uma solução final que até poderia ser referendada junto da população. A reactivação da TUMG com o grande objectivo de facilitar a mobilidade das pessoas no acesso ao Centro Tradicional, apoiando assim os comerciantes. A adesão à SIMLIS para a completa integração com os sistemas em baixa e impôr a discussão pública do projecto existente para o Edifício da Resinagem, promovendo o debate, a projeção do projecto em sessões públicas, de forma a perceber o sentir da população.
Isto sim. Seria um sinal claro de que querem ver esclarecidos os equívocos que têm sido criados e um gesto de coragem e afirmação de uma possível renovada geração de políticos social-democratas, fundada na nova realidade político-social que atravessa as sociedades modernas.

Anónimo disse...

Ou Vinagrete deve andar distraido, essas são as nossas propostas!!

Anónimo disse...

Ah são?
Então dia 30 avancem com elas, sem se demitirem!

Anónimo disse...

HAA e o burro so eu??
HAAAA!!!

Anónimo disse...

Caro Vinagrete,

conforme já foi respondido pelo anónimo 4:13, essas são as propostas do PSD, com excepção da instalação do Mercado no Atrium (o que propuseram em A.M. foi a instalação provisória do Mercado nos Pavilhões da FAE - após a realização da FAG).

No entanto, o que está em causa é que a lei não permite que os Partidos possam obrigar os seus eleitos a renunciar dos cargos que ocupam, por muitos disparates que façam (como tem sido o caso).

Assim, o dilema, sair ou ficar, retirando a confiança politica ao vereador ?

Isto é o que está em causa e é o que vai ser posto "em cima da mesa", à consideração dos militantes. É uma atitude muito mais digna do que a que o AA tem tomado, que se agarrou ao lugar que nem uma LAPA.

Houve aí um certo Artigo de Opinião que saiu no Folha de Alface que me parece que era mais dirigido ao AA que ao JBD, embora o carapuço servisse bem aos dois.

Anónimo disse...

Tenho a impressão de que aqui o Vitaminose já está a mudar o discurso...
Mas deixe que lhe diga uma coisa, é que enquanto o PSD diz que o seu vereador é incompetente e o convida a sair (não lhe retirando a confiança política, o que é no mínimo extraordinário), o PCP diz maravilhas do seu ex (não o acusa de incompetência) mas retira-lhe. Como tal JBD faz a birra não por estar agarrado ao poder mas por não concordar com o modo (segundo diz), pelo que se o deputado André queria mandar recados pelo jornal que os mandasse directamente ao seu vereador. Isso sim, seria marcar uma posição, não era dizer qe os outros não tinham posição.

Anónimo disse...

mas o deputado andré é aquilo que se sabe. Inconsequente para não dizer outra coisa. Fiquemo-nos com o que temos, o deputado André ... é o que é! ehehehehe

Anónimo disse...

Mas é claro que os responsáveis do PSD, que colocaram aquele homem na Câmara, não o podem obrigar a sair.
Mas também é claro que os três mosqueteiros que representam o PSD na A.M., podem e devem fazer votar um requerimento que marque uma posição inequìvoca em relação às questões que enumerei, Mercado incluido, porque se houver a coragem de o instalar no Atrium, tira-se a prova dos nove àquele espaço.
Se não funcionar, então darei a mão à palmatória. Até lá, tenho toda a legitimidade para pensar que o AA levou a dele ao moínho por simples birra política, com a benção daqueles que agora o acham incompetente.

Anónimo disse...

Caros Vinagrete e Zé Pagode,

eu não sei se o dito cujo é inconsequente ou não. O que eu sei é que aquilo que o meu "amigo" está a sugerir já o PSD, precisamente pela boca do visado, fez em relação à TUMG. Um requerimento/recomendação à Cambra para não extinguirem a TUMG. Sabe o que aconteceu ? O Presidente da A.M. com a conivência e concordância do líder da bancada Xuxa disseram que essa "figura" não fazia parte dos Estatutos e, portanto, que a A.M. não podia fazer recomendações à Cambra.

Como vêem, as vossas sugestões já foram utilizadas e as vossas conclusões baseiam-se no desconhecimento das coisas.

Aliás, ficam também a saber que a bancada do PSD solicitou ao IGAT a inspecção do negócio do "Atrium". Só que parece que não há verba .... depois dizem que os rapazes são inconsequentes .... Opiniões.

Anónimo disse...

Caros Vinagrete e Zé Pagode,

eu não sei se o dito cujo é inconsequente ou não. O que eu sei é que aquilo que o meu "amigo" está a sugerir já o PSD, precisamente pela boca do visado, fez em relação à TUMG. Um requerimento/recomendação à Cambra para não extinguirem a TUMG. Sabe o que aconteceu ? O Presidente da A.M. com a conivência e concordância do líder da bancada Xuxa disseram que essa "figura" não fazia parte dos Estatutos e, portanto, que a A.M. não podia fazer recomendações à Cambra.

Como vêem, as vossas sugestões já foram utilizadas e as vossas conclusões baseiam-se no desconhecimento das coisas.

Aliás, ficam também a saber que a bancada do PSD solicitou ao IGAT a inspecção do negócio do "Atrium". Só que parece que não há verba .... depois dizem que os rapazes são inconsequentes .... Opiniões.

Anónimo disse...

Vinagrete,

em relação à instalação do Mercado no Atrium .... esqueça.

Em relação ao resto ..... se esteve atento durante a semana passada, há-de ter reparado que o novo Presidente da Cambra já está a orientar-se no sentido dessas posições, que são as que o PSD defende à muito ....

Mais uma vez se vê a (in)consequência da actividade politica dos três mosqueteiros (como lhes chamaram)