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domingo, 22 de agosto de 2010
A ler (e ouvir) Saramago (4)
"Ergo uma rosa, e tudo se ilumina
Como a lua nao faz nem o sol pode:
Cobra de luz ardente e enroscada
Ou vento de cabelos que sacode.
...Ergo uma rosa, e grito a quantas aves
O céu pontuam de ninhos e de cantos,
Bato no chao a ordem que decide
A uniao dos demos e dos santos.
Ergo uma rosa, um corpo e um destino
Contra o frio da noite que se atreve,
E da seiva da rosa e do meu sangue
Construo perenidade em vida breve.
Ergo uma rosa, e deixo, e abandono
Quanto me doi de magoas e assombros.
Ergo uma rosa, sim, e ouco a vida
Neste cantar das aves nos meus ombros."
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5 comentários:
Caro Folha Seca
Belo poema... belo diálogo artístico entre o baile flamenco de Maria Pagés e a poesia de Saramago, com expressividade e elasticidade dos movimentos e a "Rosa" como símbolo do cantar poético e como pedra de toque da beleza flamenca...
Bem-haja por este momento tão nobre...
Um abraço amigo :)
Ana Brito
"Ergo uma rosa, sim, e ouço a vida", que bom seria se todas as pessoas pudessem ouvir a vida, se todas pudessem exprimentar a emoção das palavras, o arrepio das palavras ditas. Que momento sereno exprimentei. A palavra, a dança, a música, o piano, o canto juntos. Que ternura!
Obrigado por me ter alimentado.
Caras Ana Brito e Cristina Ferreira
Respondendo ao desafio proposto pelo amigo Rogério Pereira em "Conversa Avinagrada" tenho publicado no nosso "Largo" algo alusivo a José Saramago.
Felizmente o espólio deste grande Português é tão grande que é dificel escolher. Encontrei este pequeno extracto, gostei e como tal publiquei.
Obrigado pelas vossas palavras.
Abraço amigo.
Olá Folha Seca, lindo este post, bem enquadrado. O baile flamenco interpretado pela Maria Pagés a poesia cantada...lida por José Saramago! Expressividade e beleza num grande momento. E a Rosa à janela tão bem cantada neste lindo baile popular.
Obrigado pela partilha. Parabéns.
Tem uma boa noite,
beijinhos.
Sãozita
Saozita
Bem vinda ao nosso Largo
Esperamos que volte sempre.
Abraço Amigo
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