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domingo, 25 de abril de 2010

Alvorada

Esta madrugada, atravessada pela esperança e pela lancinante insónia que me consome parte da existência, vigiei. Dei por mim sentado no cadeirão da sala a ouvir o rádio, o mesmo rádio que escutei horas a fio há 36 anos com o Manel, o Zé e o Chico, eternos companheiro de viagem.
Esta madruga, sozinho nesta incógnita casa do lugar do Casal da Formiga, na era da ciência e da tecnologia, dei por mim a ouvir o velho rádio a válvulas e a pensar alto: supremo bem este que conquistámos – A LIBERDADE!
Mesmo que o conciliábulo nos faça vaguear no torpor dos dias, mesmo que a inquietação nos tolha a abnegação, ignorar esta conquista seria, enfim, desonrar a coragem de tantos e ignorar este bem precioso. É pouco? Às vezes parece… Mas nunca nada está acabado e nunca se morre em vão. Prefiro pensar assim a não respirar. "Deixem-me ser feliz, porra!"

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Relaxoterapeuta,

Após 36 anos continuar com a LIBERDADE como única conquista é muito pouco.
Mais, tenho muitas dúvidas que sejamos livres.

Costuma dizer-se que "a nossa liberdade termina onde começa a dos outros" e há muita genta a abusar da liberdade, com toda a impunidade.
Mais é defendida e protegida por muitos daqueles que, demagógicamente, utilizam o termo Liberdade para justamente nos reduzir a Liberdade.

De resto, após 36 anos continuamos dos países mais atrasados da Europa.

Como temos um país infeliz deixe-me-me dizer "PORRA!".