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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Especulações e Especulações...

Quem está na actividade económica, seja na indústria ou comercio, não pode deixar de estar atento às notícias com que somos bombardeados, no que respeita à situação económica do País, da Europa e mesmo dos restantes continentes.
Ontem foi a notícia bombástica de que uma agencia de rating, a Standadar & Poor`s (S&P) ter cortado o rating da dívida pública portuguesa. Deixando para os especialistas a análise aprofundada desta questão, não podemos deixar de ficar preocupados com as consequências que vêm aí provocadas por este facto.

No entanto creio ter que fazer um paralelo com o comportamento dos bancos que operam em Portugal, que como sabemos de Portugueses já têm muito pouco, com a excepção da CGD e não sabemos até quando.
Também os bancos em Portugal atribuem rantings aos seus clientes tendo como consequência a atribuição das taxas de juro praticadas nos empréstimos concedidos, quando o são.
Assistimos desde 2008 a um aumento dos juros (spreeds) praticados pela generalidade dos bancos, assumindo esses aumentos uma autentica prática de agiotismo, pois no momento em que as empresas mais precisavam e precisam de apoio, esse mesmo “apoio” tornou-se muito mais caro, quando não foi mesmo retirado. Quantas empresas não soçobraram por esse motivo? Quantas empresas não tiveram que reduzir drasticamente o número de postos de trabalho, para reduzir custos? Quantos investimentos programados deixaram de ser feitos? Quanto deixou de se exportar?
Poder-se-ia aceitar o argumento de que era a crise internacional e o aumento do custo do dinheiro (lá fora) argumento utilizado quando nos comunicavam o aumento das taxas, até aí praticadas. Mas ao ver os resultados apresentados pelos diversos bancos, verificamos que houve muita especulação e os bancos agiram, como os agiotas fazem em todas as crises, aproveitam-nas para melhor rentabilizar o seu negócio.

Sabemos que os especuladores internacionais desencadearam um ataque a Portugal, que certamente nos vai custar caro?
Mas como se vão comportar os nossos "especuladores" por cá?

4 comentários:

Apertidário disse...

Caro Folha Seca,

Por pensar que a culpa é dos outros é que estamos na situação que estamos.

O que está a contecer só surpreende os distraídos e os "surdos". Os "surdos" que não quiseram ouvir os economistas e observadores que têm falado sobre o assunto.

O amigo ainda não percebeu que desde há muito que temos gasto mais do que podiamos? Que não produzimos riqueza suficiente para o nível de vida que temos?

Desculpe a minha franqueza, mas este post está a dar um mau contributo para a mudança de atitude necessária para ajudar o país a recuperar.

Apartidário disse...

Acrescento-lhe declarações de hoje do Prof. Campos e Cunha

«A culpa não é dos ataques especulativos. É evidente que os mercados reagem a notícias e Portugal não dá notícias. O primeiro-ministro não fez uma afirmação clara nos últimos dois meses, não fez compromissos políticos, claros e públicos, não actuou em conformidade com a gravidade da situação, parecia que estava a governar ou não governar como se nada estivesse a acontecer»,

Leia tudo nesta notícia
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1555290

folha seca disse...

Caro Apartidário

Como se percebe, não sou lá grande especialista em economia. No entanto, creio ( sem qualquer pretenssiosísmo) poder dar a alguns economistas de cátedra, algumas lições, não teóricas mas práticas.
Já há muitos anos que aprendi a gastar só o que tenho. Nunca vivi acima das minhas possibilidades. Mais, nunca culpo os outros pelos meus erros.

Acredito que o meu post possa não contribuir muito para a mudança de atitude necessária para ajudar o país a recuperar.

Pois, mas o meu caro sabe qual é essa atitude? Então explique! E contribua para que possamos melhorar a nossa atitude.

De qualquer forma subscrevo a parte que para aqui trouxe do Prof. Campos e Cunha.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Os especuladores portugueses não são diferentes dos restantes,nem actuam isolados de estratégias montadas para à custa da crise fazer crescer os seus ambiciosos e nalguns casos criminosos lucros especulativos.Atente-se na imoralidade que constitui a abundância de lucros para o capital-com os 5 maiores bancos a terem,em 2009,1926 milhões de euros de resultados positivos e os 7 grandes grupos económicos a atingirem 2.900 milhões de licros,à custa dos sacrificios das pessoas e da maioria das empresas.
Esta operação do PS e do PSD,concertada pelo Presidente da Republica revela bem das intenções do Governo e do maior partido da oposição de aproveitar o momento de ataque do grande capital aos recursos nacionais,para irem mais longe na imposição de mais sacrificios aos trabalhadores e ao Povo Português.
a concertação entre o PS e o PSD que assistimos hoje não irá trazer nada de novo,nem irá parar com a especulação nem com o roubo que está a ser feito ao País.
Tal operação serviu já para um entendimento quanto à introdução de novas regras para o subsidio de desemprego e para antecipar a implementação do chamado PEC.
Não falam por exemplo de uma tributação especial sobre os valores das transações em bolsa,da tributação pela taxa de 50% em IRS dos prémios extraordinários dos gestores públicos e privados e da tributação extraordinária das grandes fortunas e das transferências para paraisos fiscais.
Sacrificios para os mesmos,trabalhadores,pequenos e médios industriais e classe média se é que ela ainda existe.
Salvar o grande capital é a grande preocupação desta politica que está moribunda e que cada vez mais se afunde na lama que o capitalismo selvagem usa para destruir os povos e os Países.