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quarta-feira, 30 de abril de 2008

"Quem não sente não é filho de boa gente"


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A avaliação dos funcionários da Câmara da Marinha Grande alegadamente em função da sua ligação ao PCP está a gerar mal-estar na autarquia. A situação terá sido desencadeada após o afastamento de João Barros Duarte da presidência. Alguns colaboradores de reconhecido mérito terão obtido notas baixas na sua avaliação, enquanto outros terão sido promovidos apenas por pertencerem ao partido. A insatisfação com este procedimento foi denunciada no JORNAL DE LEIRIA, na semana passada, por Paulo Gonçalves, ex-dirigente da autarquia.
Pelo que o nosso jornal apurou, um funcionário do PCP foi requalificado como técnico superior sem fazer o estágio obrigatório para dar apoio a Alberto Cascalho, actual presidente. Uma situação que não se verificava no tempo de Barros Duarte, que sempre privilegiou a qualidade de trabalho, e não as ligações ao partido. Apesar de desconhecer estas situações, o ex-autarca admite que também lhe pediram para colocar pessoas do PCP em lugares de chefia, embora tenha recusado.
“Nunca cedi a pressões de ninguém do partido e cheguei a dar votos de louvor e de mériot a funcionários fora do partido e fui, por isso, alvo de contestação da parte do PCP”, adianta. “Os funcionários devem ser recrutados pelo que valem, e não por pertencerem ao partido. (…)
Barros Duarte revela ainda que houve pessoas que quiseram instaurar processos disciplinares a funcionários sem ligações ao PCP, o que o ex-presidente impediu por entender que “não tinha nada a ver com o seu comportamento profissional”. “Alguns dão mais tempo à câmara do que à família. Não podem ser prejudicados por não gostarem do partido”, diz. “O sectarismo é um crime que serve muitas pessoas. Não digo que não cometi erros, mas sempre resisti a esses.”




Este excerto dum artigo do Jornal de Leiria da passada quinta-feira, levanta uma suspeita grave sobre o comportamento dos responsáveis autárquicos em relação à avaliação dos seus subordinados. Barros Duarte, o ainda presidente com mandato suspenso, apesar de afirmar não conhecer estas situações em concreto, confirma ter ele próprio sido alvo de pressões para favorecer os funcionários afectos ao PCP em detrimento de outros.

Sendo certo que esta é apenas a versão de uma das partes, impõem-se que o PCP, e nomeadamente o presidente em exercício, Alberto Cascalho, reajam, confirmem ou desmintam as graves acusações que são feitas e que revestem um grosseiro atropelo às liberdades individuais e uma inaceitável violação de conduta imparcial na avaliação profissional dos funcionários camarários.

O PCP, cujo secretário geral Jerónimo de Sousa, não se cansa de afirmar que o seu partido é diferente, tem aqui uma excelente oportunidade de o demonstrar. Ou contesta de forma veemente as afirmações de Barros Duarte, “excomungando-o”, ou então refugia-se num silêncio cúmplice o qual transfomará Barros Duarte num mártir. Mártir cujo sacrifício inflingíndo às mãos da máquina partidária, fará esquecer em grande medida a sua fraca prestação enquanto presidente, creditando-lhe um capital de simpatia que poderá fazer dele um potencial candidato às próximas autárquicas, disputando o eleitorado tradicional do PCP.
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E depois não digam que não avisámos!

3 comentários:

Anónimo disse...

Comentários para quê?
Partido Comunista no seu melhor desempenho de sectarismo...

Anónimo disse...

A tudo isto há a acrescentar que na última greve da função pública os números de adesão na CMMG foram inflacionados por meio de intimidação dos funcionários que pretendiam trabalhar...

Se não se pode ter liberdade de aderir ou não à greve, então Abril ainda não se concretizou...

Anónimo disse...

Barros Duarte no seu melhor!!
Deram-me um chuto no traseiro?? então agora há que alimentar as polémicas e acusações?? até parece que não tem culpa no cartório!!
Agora é um SANTO!!