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quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Está Perdido?



(notícia da Agência Lusa)


O presidente Câmara da Marinha Grande, João Barros Duarte, contestou hoje o fim do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de 24 horas que lhe foi comunicado pela Sub-região de Saúde de Leiria.
"A proposta apresentada não é o que a Câmara defende", afirmou João Barros Duarte, que contesta em particular a suspensão do atendimento durante a noite, uma situação que a autarquia já suspeitava e que agora se confirma no quadro das remodelações dos serviços.
O novo horário de funcionamento que prevê a "reconfiguração e reconversão do Centro de Saúde da Marinha Grande" já não prevê o atendimento nocturno, de acordo com um ofício enviado pela Sub-Região de Saúde de Leiria.
"Não nos parece que as alterações no modo de funcionamento do Centro de Saúde evocadas pelo Governo venham melhorar ou até assegurar a continuidade do serviço de atendimento de urgências nocturno, que vinha sendo praticado", defende o autarca, recordando que a cidade tem várias indústrias que laboram de forma contínua em "áreas de actividade de alto risco".
No ofício, o coordenador da Sub-Região de Saúde de Leiria, Jorge Silva Pereira; justificou a suspensão do serviço nocturno devido à "evolução do sistema de saúde" que tende para a "redução progressiva dos tempos de atendimento em SAP", privilegiando o os horários de consulta diurna de modo a "recentrar o atendimento em ambiente da medicina familiar".
Por outro lado, "as situações de verdadeira urgência devem ficar reservadas a equipes treinadas, com acesso a meios de transporte rápidos" para o hospital de Leiria.
Esta reconversão do serviço de saúde no concelho virá aumentar "as consultas em 600 vagas mensais e melhorará o desempenho e eficiência do Centro de Saúde" da Marinha Grande, acrescenta ainda aquele responsável.
No entanto, para João Barros Duarte, esta solução não corresponde às reivindicações da população e por isso a autarquia irá manter-se contra essa decisão da tutela.
"É uma regressão dos cuidados de saúde prestados" e "essas promessas não merecem credibilidade" como são exemplos outros problemas verificados noutros concelhos do país onde os SAP fecharam e "não existiram melhorias nenhumas".
"Os cuidados de saúde devem dar prioridade à rentabilidade social" e não apenas aos custos de funcionamento, considerou o autarca, eleito pela CDU.
No final de Maio, centenas de populares já se haviam manifestado nas ruas da cidade em protesto contra o fecho do SAP.
Num abaixo-assinado, que já foi subscrito por mais de cinco mil pessoas, os utentes demonstram o "seu repúdio perante a decisão do Governo de vir a encerrar o SAP", prometendo utilizar todas as vias para impedir a concretização dessa medida.
No concelho, existem cerca de três mil pessoas que não têm médico de família, um sinal de como os serviços existentes são insuficientes para as necessidades da população, afirma o movimento de utentes que defende a manutenção do SAP na Marinha Grande.


Concorde-se ou não a decisão está mais que tomada. O SAP, que não é nenhum serviço de urgência, há muito que tem os dias contados e todos o sabiam. A situação daqui (que é oposição de lá) e a oposição daqui (que é a situação de lá) aproveitaram uma vez mais para trocarem os argumentos do costume, uns porque lhes dá jeito para agitar e outros porque não lhes dá jeito nenhum que o povo se agite. Neste momento o que se impõe é que os nossos representantes (da situação e da oposição) sejam sérios e se entendam quanto ao essencial. E o essencial é que, desde há muitos anos, o Centro de Saúde da Marinha é uma vergonha, funciona mal, para se marcar uma consulta tem de se passar lá a noite ou pagar a alguém que a passe por nós, não há médicos que cheguem para que toda a população tenha médico de família, o horário de atendimento é curto, etc, etc, etc, e o SAP só existe para proporcionar às pessoas as consultas de rotina que, em horário normal, não há capacidade ou competência para fazer. Esta realidade arrasta-se há anos e nunca vimos nenhum movimento de fundo para resolver uma situação de que todos têm sido cúmplices. Mas porque nada está perdido, fica a sugestão, não se percam (a discutir o acessório) e sigam o rumo certo, sigam as indicações da placa.

3 comentários:

Anónimo disse...

Duas questões bem distintas:

1 - Será que a mocinha já tem o rabiosque à mostra para não perder tempo a injecção que talvez consiga levar no Centro de Saúde?
Aquilo é que é uma pressa!!

2 - (E esta muito mais a sério!)
Chamem ao SAP o que quiserem - atendimento permanente, 'urgências', ou lá o que seja - mas cá o Pirolito não pode estar de acordo com o seu encerramento durante a noite...
Então se me der uma falha de gás (coisa simples de resolver) tenho de me deslocar ao hospital de Leiria, cujas urgências também não são reconhecidas como de primeira água no que respeita à rapidez no atendimento?
Mas afinal quando é que olham p'rás pessoas como pessoas?
E quanto à melhoria da qualidade no atendimento no nosso Posto Médico... bem vou esperar (no frigorífico) para ver...
Promessas? Ah, ah, ah, dessas está o mundo cheio e farto!

Anónimo disse...

Oh Pirolito: depois de as coisas mudarem, se te der uma falha de gas, chamas o INEM que te cuida com pessoal altamente treinado, até chegares a Leiria!
É que se fores ao SAP, o percurso é este: Entras na ambulância, levam-te ao SAP, tiram-te da ambulância, levam-te para dentro, estás lá um bom bocado, preparam os papéis, trazem-te para a ambulância, e segues para Leiria!
Se tivesses ido directo, chegavas,pelo menos, um quarto de hora mais cedo!
Olha que fala quem já passou por essa má experiência!

Anónimo disse...

Completamente de acordo sr.anonimo.
O que o J Barbas anda a fazer é distrair o pagode pra disfarçar a incompetência deste executivo da cambra. Enquanto o pagode se vai entretendo com isto lá se esquece que as estradas cada vez têm mais buracos... a merda corre a céu aberto... a água vem quando vem... os jardins e parques do concelho estão a degradar-se a olhos vistos... o atendimento na cambra é só pra alguns camaradas..etc..etc....
Mas o que faz falta é agitar a malta...o que faz falta...