Pensamos que há uma conclusão que é óbvia, inegável e factual, o poder político está há oito anos para implementar um sistema de transportes urbanos na nossa cidade. E isso é muito mau para todos nós, a começar por aqueles que não dispõem de alternativas.
Se este facto por si só já é motivo para alguma reflexão, tudo o que tem acontecido a respeito deste desta matéria, remete-nos para uma questão de fundo, relativamente à qual não se vislumbra resposta: qual é a estratégia dos nossos decisores políticos para a resolução dos problemas de mobilidade do concelho?
Porém, uma coisa parece cada vez mais fazer todo o sentido. Tendo a Marinha Grande condições de relevo excepcionais, as quais permitiriam resolver com relativa facilidade os problemas de mobilidade existentes, uma solução inteligente e sustentável terá obrigatoriamente de passar pela reintrodução da bicicleta com meio de transporte por excelência. A aposta na sensibilização das gerações mais novas para este meio de transporte e a criação de ciclovias dentro dos perímetros urbanos das três freguesias do concelho, poderão ser um primeiro passo. Assim haja inteligência, sensibilidade e vontade política.
5 comentários:
Ora aqui está uma 'proposta' com «pés e cabeça»... Na verdade basta recordar o passado recente para perceber que quando o automóvel era ainda um bem escasso, um luxo, a bicicleta era sem dúvida o meio de transporte privilegiados marinhenses, desde jovens a menos jovens.
Eu sou desse tempo em que 'corria' de um lado para o outro de bicicleta... Embra, Picassinos, Cidade... fosse para a Escola, ir ao Mercado, aos Serviços...
Nas grandes cidades da Europa (Colónia - Alemanha, por exemplo), têm implementado este sistema e com grande sucesso... é ver os Srs. de fato e gravata a ir de bicicleta para os seus escritórios...
Por isso, mais que mudanças políticas há a necessidade urgente da mudança de mentalidades.
Ver Programa PSD - 1997 sobre o estimulo ao uso de bicicletas ....
Mais uma vez os "Jovens" na vanguarda .....
Estes 'jovens' pretendem ter feito tudo bem. Admitamos que sim. Há, num entanto, um ponto em que falharam em toda a linha. Esse ponto foi a sua absoluta incapacidade em educarem ( ou, se preferirem, catequizarem ) o seu velho representante para que, através dele, na câmara, as suas tão decantadas linhas programáticas fossem postas em prática.
Tenho lido muitos comentários sobre a TUMG, o que me leva a concluir que, sendo polémico porque o complicaram, este projecto é suficientemente importante para nos fazer reflectir.
Apesar de o conhecer melhor que ninguém, tenho resistido a intervir nesta polémica porque me quero manter afastado de estéreis discussões políticas, que não raro descambam na ofensa e no achincalhamento pessoal.
Porque acho que as questões da mobilidade são importantes, e mais agora, que o custo dos combustíveis atinge níveis inamagináveis há quatro anos atrás, não resisto a clarificar o pensamento político e as ideias que sustentaram o aparecimento da TUMG.
Em primeiro lugar, a questão dos transportes urbanos municipais, se encarada isoladamente, não tem sustentabilidade e nunca será solução para as questões de fundo.
O problema da mobilidade das cidades médias é estrutural e só a sua articulação com outros projectos fará sentido e será coerente.
Foi por isso que primeiro se encomendou um estudo de Mobilidade à Faculdade de Ciências de Coimbra, coordenado pelo Prof. Álvaro Seco. Este estudo fez a hierarquização das vias de comunicação da cidade e identificou os corredores de vias rápidas, vias principais, vias secundárias e malha urbana de ligação entre elas.
Com este plano estruturado, foi possível identificar corredores onde era viável introduzir ciclovias, zonas pedonais,zonas de estacionamento condicionado, centro multimodal de transportes, etc.
Este plano deveria ser plasmado no novo Plano de Urbanização da Marinha Grande, que nenhum político parece querer concretizar, porque quando houver P.U. aprovado, o poder descricionário de decidir quem, onde e o que se constroi, deixará de estar nas mãos de um qualquer episódico autarca e passará a obedecer a regras claras que a todos obrigam por igual.
Depois temos o problema da sustentabilidade financeira de uma empresa municipal de transportes, sendo certo que todas empresas de transportes públicos, quer sejam nacionais quer locais, são deficitárias e acumulam prejuizos, que no caso das grandes Metrópoles, Lisboa e Porto são subsidiados e cobertos pelo estado, o que não acontece nos Concelhos.
Conhecida a dimensão do Parque de Máquinas e Viaturas da Câmara e a incapacidade prática de gerir uma frota desta dimensão com eficiência, face à existência de só dois mecânicos em que só um trabalhava, porque o outro era sindicalista a tempo "inteiro", o que se pensou foi canalizar a gestão da Frota da Câmara para a TUMG, contratando um engº. Licenciado em transportes e credenciado pela Dir. Geral de Transp., para dirigir a empresa, introduzindo técnicas de gestão que nos permitissem fazer a análise de custos, controlo da despesa e aumento da rentabilidade desses recursos, gerando receitas para a TUMG através da prestação de serviços à Câmara, de forma mais económica do que seria por administração directa.
Paralelamente, a TUMG iria gerir também as zonas de estacionamento condicionado, os parques de estacionamento existentes e em construção, bem como os transportes escolares, tudo isto, finalmente, articulado com uma pequena frota de Mini-Autocarros, que iriam fazer o transporte de passageiros em circuitos urbanos que ligassem os lugares ao centro da cidade, às zonas industriais, ao centro multimodal de transportes e à estação da CP.
Os circuitos dos Mini- Autocarros seriam pintados nos pavimentos e nos estacionamentos a azul, as paragens prèviamente escolhidas e devidamente sinalizadas, os estacionamentos pagos com senhas pré-pagas, que poderiam ser adquiridas e vendidas (ou oferecidas) pelos próprios comerciantes.
Quando alguns falam de ilegalidades é bom reconhecer que nem tudo correu bem e, apesar dos pareceres jurídicos que sustentaram os Estatutos da TUMG, a verdade é que a Dir. Geral de Transp. Terrestres não licenciou a gestão e exploração de Camions de transporte de mercadorias com mais de 5 TON, porque para isso a empresa teria que possuir um alvará próprio.
Tudo o resto era, e é viável e legal, bastando que a Câmara aceite retomar a posse dos camions à TUMG, pelo valor que actualmente têm após as amortizações já realizadas, que é ridiculamente baixo e depois a TUMG alugue o morista.
Para que não fosse necessário despedir ninguém, nem contratar mais funcionários, os motoristas e operadores de máquinas especias poderiam ir para a TUMG em comissão de serviço, sem perderem o vínculo à função pública e com a vantagem de poderem ser melhor remunerados e com um processo de gestão dos horários de trabalho muito mais flexível, com vantagens para todas as partes.
Este projecto integrado, se fosse estudado e entendido por quem deveria, contemplava o planeamento urbano da cidade, que cresceu e ainda crece desordenadamente, o controlo dos estacionamentos e movimentos de carros no Centro Tradicional, a intrudução das ciclovias e a educação para a retoma do uso da bicicleta e a gestão do Parque de viaturas da Câmara, que é coisa que nunca existiu e onde se desbaratam centenas de milhares de euros dos impostos de todos nós.
Desculpem se vos macei.
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