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segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Mensagens de Ano Novo I

Diz que somos um povo de brandos costumes mas a coisa não é bem assim. Na estrada vamos a meças com qualquer talibã ou com qualquer bombista suicida. Na estrada somos uns bárbaros! Quais brandos costumes qual carapuça! Metam-se connosco que logo vêem de que massa é feito um portuga. Cheguem-se p’rá borda que a malta quer é assapar, a malta gosta é de curvas, contra-mão, ultrapassagens perigosas, inversões de marcha arriscada. A malta gosta é de adrenalina! Só no ano passado foram dezasseis. Dezasseis manos que saíram de casa para festejar o ano novo e acabaram no cemitério lá da terra. Isto sem contar com os feridos. E depois há outra coisa. É que essa história dos brandos costumes no que diz respeito ao “pitroile” é mentira. Nós bebemos mais álcool que um burro água. Mais nada! Somos os campeões do mundo a beber vinho, cerveja e “shots” com sabor a pólvora e com o mesmo efeito de uma mini ogiva nuclear. Acham pouco? E se a seguir a um número desses ainda formos fazer umas avarias a conduzir? O que me dizem a isso?
Por tudo isto, nesta passagem de ano se "apanhar uma cabra", por favor não ponha as mãos no volante. A ver se nos primeiros dias de 2008 ainda nos encontramos por aqui.
É verdade, finalmente percebi donde é que vem a expressão “apanhar uma cabra”. Ora vejam lá:

BANCO DOS REFORMADOS


Neste não há "corrida" à liderança. Parece que a administração é mal paga...

sábado, 29 de dezembro de 2007

é controverso...

A propósito do assassinato de Benazir Bhutto escreve o Deputado Osbaldo, e passo a citar:
“Sirvo-me para título das palavras que "a defensora dos pobres paquistaneses" usou, em entrevista ao "Le Figaro" ,em fins de Outubro passado, poucos dias após um atentado que vitimou mais de 130 mortos e centenas de feridos que assistiam a uma manifestação popular em torno da principal candidata às legislativas no Paquistão.”
Caro Deputado, esta afirmação é no mínimo controversa e até estranha. Em primeiro lugar não é muito vulgar que, como se depreende das suas palavras, mortos e feridos assistiam a uma manifestação popular em torno duma candidata, a menos que a senhora tivesse poderes divinos e os ditos participantes procurassem um milagre para as suas maleitas. Mas já quanto ao atentado propriamente dito, apesar de todos condenarmos o acto, não acha que teria sido bastante pior se o mesmo tivesse vitimado pessoas vivas e de boa saúde, em vez de mortos e feridos? Vá lá Deputado Osbaldo reveja o texto já que numa coisa todos estamos de acordo, a violência nunca tem justificação, nem mesmo num país onde os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos são escrupulosamente respeitados e onde a falecida candidata “defensora dos pobres paquistaneses" nunca tinha sido afastada do governo por corrupção.
Mas pior mesmo teria sido se o orçamento da nossa câmara tivesse sido chumbado pelos “novos” deputados do PSD. Bolas, não ganhei p’ró susto!...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Comércio Tradicional - Comentário Pós-Natalício

Este ano decidi fazer todas as compras de Natal (que não são muitas) no famigerado "Comércio Tradicional da Marinha Grande". Não vou comentar preços, nem qualidade, nem variedade na oferta. Vou apenas comentar dois pequenos pormenores que são reveladores duma certa postura de alguns dos nossos comerciantes e de alguma (para não dizer muita) falta de cultura comercial existente na nossa terra. Vou-me limitar a factos. Quanto às conclusões cada um tira as que quiser não sendo lícito atribuírem-me generalizações ou extrapolações para o universo dos comerciantes da Marinha (até porque isto é apenas um comentário e apenas isso).
Das onze lojas que visitei, sete não tinham multibanco e/ou cartão de crédito e em nove delas fui abordado pelos comerciantes/empregados de balcão através de expressões do tipo "o que era?", "o que é que quer?" ou então "diga lá!".
Vistas as coisas pelo lado positivo, aqui estão dois aspectos em que os comerciantes podem (e devem) melhorar e que a mim, enquanto consumidor, são de extrema importância (apesar de aparentemente óbvios). Sugiro por isso que comecem pelas coisas simples pois elas podem fazer toda a diferença, a diferença entre um consumidor voltar ou não.


Permitam-me apenas que coloque uma pergunta final. Alguém me sabe dizer qual é o efeito no comércio tradicional do combóio e da iluminação de Natal. É que, parece-me, este é um dos nossos maiores defeitos, gastar recursos (escassos) sem qualquer retorno. Dito por outras palavras: enterrar dinheiro sem medir os resultados. Se é que os há...

Revista de Imprensa

Orçamento sob fogo “rosa”

A instabilidade provocada pela substituição do presidente poderá trazer polémica à assembleia municipal de amanhã.

Partindo do princípio que as receitas e as despesas se vão equilibrar ao longo de 2008, o executivo presidido por Alberto Cascalho apresenta um orçamento anual de 35 milhões de euros que, entretanto, foi aprovado em reunião de vereadores, com o representante do PSD a votar ao lado dos comunistas e os três eleitos do PS a chumbarem o documento. A justificação do sentido de voto dos socialistas foi que, "pela primeira vez em 30 anos de poder democrático no concelho", os vereadores da oposição "não foram consultados ou ouvidos para a elaboração do plano e orçamento. Este executivo municipal fica assim na história por ser aquele que mais quer silenciar e restringir a voz de todos os que pensam de forma diferente, a voz de metade dos marinhenses que tiveram uma outra opção de voto".
A oposição denuncia que "a receita corrente assume o mesmo valor da despesa corrente e, se assim for, não há um cêntimo para investimento". Na perspectiva da bancada rosa "a despesa corrente está a crescer a um ritmo alucinante: em 2003 foi de 11 milhões de euros e para 2008 estão previstos 17 milhões".

Despesas aumentam
Em jeito de resposta, o presidente da câmara, Alberto Cascalho, reconheceu que "as imensas necessidades do nosso concelho, em todas as áreas, não são supríveis durante um ano ou mesmo durante um mandato". O homem que assumiu os destinos do concelho, após uma polémica substituição de João Barros Duarte no seio do partido comunista, considerou que, quanto a despesas, "se verifica um acréscimo [em relação a 2007] na ordem dos 850 mil euros, diferença plenamente justificada pela integração a partir de 1 de Janeiro de 2008 na rede de saneamento em alta da SIMLIS que irá absorver cerca de 760 mil euros, para além de um acréscimo previsto nas despesas com o pessoal". A concluir, Alberto Cascalho afirmou que "o aumento da despesa corrente, quando bem aplicada, se traduz em inegáveis ganhos para as populações, no que respeita ao conjunto de serviços que, por esta via, lhe são proporcionados".
A sessão de amanhã da Assembleia Municipal da Marinha Grande vai também analisar o Plano Plurianual de Investimentos do Município para o período 2008-2011, que contempla um financiamento de 16,2 milhões de euros para o primeiro ano do quadriénio referido.
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(surripiado do Diário as Beiras)

Mensagens de Natal III

Esta mensagem é dedicada a todos os pobres de espírito e mais aos familiares e amigos dos desgraçado do segurança que passou a Noite da Consolada dentro do contentor de alta segurança sito no Complexo Abarracado da Feira dos Porcos. Espero bem que o Artur Autocolante ao menos lhe tenha ído levar um prato de rabanadas e um copinho de Porto. Era o mínimo que podia fazer por quem zela pelo nosso precioso património.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Bitaite da Semana

Apesar de haver por aí malta muito esperta que sabe tudo e que até confundo pedagogia com paternalismo bolorento, em semana de apresentação do orçamento e plano de actividades para 2008 à Assembleia Municipal e para os mais para os mais distraidos (como nós), aqui fica o Bitaite da Semana, um bitaite muito oportuno do Vinagrete.

Vinagrete disse...

Apesar de estarmos na quadra Natalícia, não vejo razão para "tréguas", porque não encaro a minha participação neste blog como um acto de guerra.
Porque acho que o tema é muito interessante e dá pano para mangas, penso que se abre uma janela de oportunidade para se tentar perceber o que é o Orçamento da Câmara e como funcionam as suas variáveis financeiras.
Infelizmente, muita da "CASSETE" da pesada herança acaba por passar, porque as pessoas não conhecem como é feita a gestão financeira da Câmara.
De uma maneira muito simples, imaginemos a administração da nossa casa.
Assim, para a organização da nossa economia doméstica, nós temos que gerar e tentar aumentar as Receitas, controlando as despesas correntes da nossa vida familiar, com a alimentação, água, luz, comunicações, combustíveis, saúde, seguros, etc.
Todos nós procuraremos obter poupança, isto é, gastar menos do que recebemos, para investir em bens patrimoniais que aumentam o nosso património e são considerados Investimentos.
Se a poupança não for suficiente para pagar os investimentos que consideramos importantes, poderemos recorrer a empréstimos bancários, avaliando bem o risco do endividamento, ou seja, se o valor dos juros, mais a amortização do capital são suportáveis face aos nossos rendimentos normais. No caso das famílias, a taxa de esforço não deve ser superior a 35% do rendimento.
Se estas premissas forem respeitadas, nós poderemos estar devedores de somas importantes, mas temos a gestão da nossa casa equilibrada.
Numa Câmara é quase a mesma coisa, salvaguardadas as devidas proporções e as regras financeiras e orçamentais que terão de ser respeitadas.
As Câmaras obtêm dois tipos de Receitas:

A - CORRENTES
GERADAS PELAS RECEITAS PRÓPRIAS DO MUNICÍPIO COM AS TAXS E LICENÇAS, FORNECIMENTO DE ÁGUA, RECOLHA E TRATAMENTO DE EFLUENTES E DE RESÍDUOS SÓLIDOS.
A ESTAS ACRESCEM AS QUE VÊM DO ORÇAMENTO DE ESTADO.

B - DE CAPITAL
ESTAS RECEITAS PROVÊM DA VENDA DE TERRENOS OU OUTRO PATRIMÓNIO DO MUNICÍPIO E AS QUE SÃO TRANSFERIDAS DO ORÇAMENTO DE ESTADO

Do lado da despesa, a situação é semelhante e esta divide-se em dois tipos:

A - CORRENTE
SÃO AS CHAMADAS DESPESAS DE FUNCIONAMENTO, EM QUE A COMPONENTE MAIS PESADA É A DOS SALÁRIOS, A QUE SE JUNTAM TODAS AS OUTRAS, COMO AS PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS, ENERGIA ELÉTRICA COM ILUMINAÇÃO PÚBLICA, ESCOLAS E OUTROS EDIFCIOS CAMARÁRIOS, CONSERVAÇÃO E REPARAÇÕES DIVERSAS, CONSUMÍVEIS, COMBUSTÍVEIS, COMUNICAÇÕES, ETC.

B - CAPITAL
ESTA DESPESA É AQUELA QUE REFLECTE OS INVESTIMENTOS DA CÂMARA EM ESTRADAS, ESCOLAS, MUSEUS, VIATURAS, MÁQUINAS, EDIFÍCIOS, PARQUE E JARDINS NOVOS E EM TUDO O QUE SEJAM BENS DE LONGA DURAÇÃO.

Ora aqui chegados, consideraremos boa gestão a que for capaz de gerar receitas correntes suficientes para suportar as despesas do mesmo tipo, criando excedentes de exploração que poderão ser aplicados em Obras de Investimento. Assim sendo convém tentar conhecer o que as contas da Câmara revelaram até 2005 e o que revelam a partir dessa data.
Como os tais excedentes de exploração (se os houver) não são suficientes para cobrir o valor total dos investimentos que é preciso realizar, a Autarquia pode recorrer à venda de bens imobiliários (se os tiver), à verba que vem do Orç. de Estado só para esse efeito e ainda recorrer a financiamentos bancários de longo prazo.
E é aqui, nesta fase, que se mede a estatura dos gestores públicos que elegemos para a Câmara.
Podemos fazer uma gestão defensiva, assegurando o funcionamento do Município sem riscos, mas travando o investimentos e atrasando a satisfação das necessidades básicas dos munícipes, ou, em alternativa, medir e comparar a antecipação da construção dos investimentos que a população reclama, recorrendo ao crédito ou a parcerias público-privadas, sempre com a monitorização da taxa de esforço para liquidação das responsabilidades assumidas.
Até 2005, o serviço da dívida da Câmara (juros mais amortizações de capital) representava cerca de 5% do total das receitas do município. Este rácio está muito longe de poder ser considerado exagerado e muito menos pode ser usado para justificar a falta de obra deste executivo.
Importa dizer que as Câmaras só podem contrair empréstimos para fazer Obras e que essas obras, decorrendo no Concelho, são um factor de dinamização e vitalidade económica, pelos empregos que geram e pelo grau de satisfação que obtêm junto da população.
Como a conversa já vai longa, muito gostaria de ver os planos e Orçamento publicados no Site da Câmara, para que os pudéssemos consultar.
Feliz Natal.

12/22/2007 6:51 PM

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Mensagens de Natal II

Porque há gente de quem nunca ninguém se lembra, esta "mensagem" é dedicada ao desgraçado do segurança que passou a noite de Natal a "guardar" o belo mercado da Feira dos Porcos.
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Revista de Imprensa (actualizada)

"Orçamento da Câmara da Marinha Grande aprovado com votos do PCP e PSD"

O orçamento e as grandes opções do plano da Câmara da Marinha Grande foram aprovados ontem em reunião extraordinária do executivo, com os votos favoráveis dos três vereadores do PCP e do vereador eleito pelo PSD.

Por sua vez, os três vereadores do PS votaram contra estes dois documentos que serão submetidos à aprovação da Assembleia Municipal, no dia 28 de Dezembro.

O orçamento prevê um montante de 35 milhões de euros.

(surripiado do Região de Leiria)


declarações de voto aqui

Revista de Imprensa

"Níveis de arsénio elevados"

Autarquia recomenda grávidas a não beberem água da rede pública de Vieira de Leiria

A Câmara da Marinha Grande aconselha as grávidas a não consumirem água da rede pública da freguesia de Vieira de Leiria, devido aos níveis de arsénio acima dos parâmetros normais revelados pelas análises.

Em comunicado, a autarquia explica que segundo parecer do delegado de
Saúde, "os incumprimentos paramétricos actuais não põem em grave risco a saúde pública", aconselhando, contudo, "as grávidas a não consumirem água da rede pública de Vieira de Leiria até que a situação esteja normalizada".

A câmara assume "preocupação quanto à saúde pública", garantindo que
"não serão poupados esforços para seguir todas as recomendações e orientações das entidades com competência na matéria".

Os primeiros resultados anormais de arsénio na água da rede pública
de Vieira de Leiria foram detectados em Agosto de 2007, mas a autarquia
salienta que não alertou anteriormente a população porque, sem dados objectivos, "apenas teria provocado alarmismo desnecessário que é nosso dever evitar".


(surripiado da SIC)

sábado, 15 de dezembro de 2007

Natal dos Tristes

Quase de abalada rumo ao Alentejo profundo, onde me esperam frituras de Natal com canela e mel de rosmaninho, aguardentes de medronho e um aconchegante lume de sobro para vencer o rigor do acentuado arrefecimento nocturno da planície, rebusco nas últimas novas do ominoso (des)governo da urbe, algum sossego para a viagem.
Os tempos têm sido de turbulência - truculência até - e eu não partiria ao encontro do messiânico Menino e de mais um novo ano de calendário sem um lampejo de esperança, sem um fôlego que me devolva a confiança nas virtudes da nossa jovem demokratía, cujos fino perfume e suave aroma, delidos num saturado fedor pútrido de rasteirinhos interesses, mesquinhas disputas ou calculismos menores, nos vemos tantas vezes privados de respirar. Raimundo Murraça, um querido parente que amargou a tortura do sono e da estátua às mãos dos verdugos de Salazar & Caetano, esses inolvidáveis portugueses de carreira, disse-me um dia, quase às portas da morte, palavras fundamente sofridas que jamais esquecerei: “Lembra-te Relaxita, a democracia é uma delicada flor que tem de ser acarinhada. Desconfia sempre dos que a oferecem por vaidade pois que se da terra a arrancam para a dar com soberba, é porque não querem que floresça todas as Primaveras. Os sacrifícios não contam para lhe manter o viço. Agora vai que estou cansado.”
Mas voltando às novas da enleada trama, a Oeste nada de novo. Confesso, com indisfarçável cinismo e ironia, que ainda tive alguma esperança, quando o ilustre Bancário abdicou (com clausula de salvaguarda, é certo) e o Professor sucessor fez publicar o armistício, secundado pela gazeta do trombeteiro das causas justas e da defesa dos interesses das populações, que anunciava o regresso da paz à terra e o fim das hostilidades entre germanos - “salve, aleluia, salve”. Puro engano, meus caros, puro engano.
Ainda o morto não tinha arrefecido e já o professor, vestindo a toga de juiz zarolho, punia os tíbios e inconsequentes delatores, ímpias forças de bloqueio ao avanço imparável da cidade adormecida, e elegia num passe de mágica barata (um-dó-li-tá), com juras de amor e reconhecimento perpétuo, “o eleito”! Reatava assim o novo alcaide, a velha aliança com o social democrata anoso, a aliança velha, por encertar num virtual jantar de homenagem ao mártir da renovação, agora bebida sofregamente em tragos insípidos de populismo demagógico, obtuso, enquanto o partido do dito mucama deitava mãos à cabeça sem perceber como segurar na forma o insubordinado publícola, transformado (uma vez mais) no sustentáculo da governabilidade responsável, no pilar da maioria estável. “Ó tudo ou nada!” gritaram os juvenis, enquanto pintavam rugas, a traço grosso de lápis de carvão, na testa e na curvatura dos olhos. “Ou ele ou nós!” - é já um murro na mesa, uma punhada veemente! Não contavam os destemidos e abnegados guerreiros é que a mesa fosse tão dura como a cabeça do desalinhado. É claro que sem acautelarem o imprescindível aquecimento a que os atletas de alta competição se devem sujeitar antes de qualquer peleja e a mais, entrando a matar logo no primeiro round, o resultado não fosse outro senão o previsível: punhos partidos e dolorosos hematomas nos cotovelos, sem que o velho tampo de aglomerado barato vacilasse sequer. Felizmente havia por perto quem dominasse a arte do rápido restabelecimento dos ossos, dos tendões, dos tecidos e das massas musculares, a emplastros balsâmicos e massagens tonificantes - será que são recuperáveis para o segundo assalto, lá para meados de Janeiro? – pergunta-se.
Mas como se não chegasse, para agitar ainda mais as águas barrentas e para levar à exasperação os mais fleumáticos, eis que o melindrado ex-regedor, ressabiado qb, decidiu pôr a boca no trombone e dar à estampa e ao éter a sua visão da abrilada. E a vontade com que o fez foi tanta que à ganância de soprar violentamente no instrumento, os peitos inflaram acima da capacidade instalada, os abdominais flácidos e destreinados cederam à pressão e o que se ouviu não foi um original e poderoso “acorde” erudito mas tão apenas um chocho ré menor da campana do instrumento e um sonoro e abjecto sol maior do extremo do intestino. Um peido inócuo, uma genuína Opera Buffa para recriação do povo taciturno.
O certo é que, dado o histórico do indivíduo, na verdade não haveria muito a esperar. No entanto restava a justa expectativa de ouvir na primeira pessoa do singular, pelo menos, o descargo. Mas nem isso. A fraqueza dos argumentos foi tamanha que só sobraram lugares comuns e estórias de infiltrados e de outras carochinhas. A vingança parece constar destacada no seu cardápio e o ex-qualquer-coisa fez a vontade ao palato, não se coibindo de apontar o canhoeira a três ou quatro suspeitos, mas apenas alvejando, com requintes de preconceituoso, o que estava mais à mão, o mais tenrinho. Quer-me crer que virou-se o feitiço contra o feiticeiro e a suspeição lançada sobre os canalhas sem moral nem preparação política, cai agora sobre as suas próprias insinuações não concretizadas, censurando-se a forma pouco edificante como adjectivou o camarada mancebo, como se a juventude fosse uma deformidade, o sotaque madeirense um estigma e o brinco um ferrete do demónio. Com as raposas velhas não se meteu ele. Porque será? Só encontro, das duas uma, ou porque de facto elas são produto da sua quimera, ou porque tão somente foram o velhaco truque para inocentar e cantar salmos ao inocêncio partido que o despejou borda fora, colhendo a absolvição do colectivo e do líder enganado, induzido em erro por camaradas sem escrúpulos e sem capacidade de análise política. Mas tiremos o chapéu ao partido. O partido não perdeu a compostura e reagiu calado e sereno, misericordioso, compassivo. Estranho não é?!
Enfim. Rebuscadas que foram as últimas novas do ominoso (des)governo da urbe, não encontro sossego algum para a viagem. Nada que me faça crer que o oprobrioso enleio não está para durar. Resta-me a consolação de ter encontrada (finalmente!) a samarra com pelo de raposa que comprei uma ocasião em Portel. Já estava a desesperar. Afinal estava no velho guarda-fatos do quarto das visitas. Tenho de admitir, esta casa sem uma mulher nunca mais foi a mesma. Deixá-lo…
O fardel está quase pronto. Arrumo por último a Agenda Cultural com a mensagem de Natal do Professor Presidente no bornal de estoupa, uma mensagem para debulhar na noite da missadura à luz dum candeeiro a petróleo, e digo para os meus botões e para o fecho da minha braguilha - o melhor é mesmo ir andando, tenho um filé que além do Tejo a coisa vai correr bem melhor do que aqui. Que a graça me toque. A divina, claro está.

LEMBRETE

(Program eleitoral 2005 - CDU)

"UMA GESTÃO MODERNA, DEMOCRÁTICA E PARTICIPADA"

"Concretizar uma gestão democrática, moderna, aberta e isenta, estimulando a participação de todos nos processos de decisão, dialogando com as populações e promovendo a participação dos munícipes na vida da autarquia"

"Introduzir a prática da elaboração do Plano Anual de Actividades e do Plano Plurianual de Investimentos com a participação das populações.”

(...)

Apesar de terem encetado um "novo ciclo", é bom que não esqueçam os compromissos assumidos.

3º Episódio - O dossier da Valorlixo é tão indigesto que ainda consegui arrotar.

O Largo das Calhandreiras agradece e aceita a sugestão do Sr. Rui Ramusga* e retoma a entrevista envinagrada de JBP. 3, 2, 1, acção!



* bem vindo Rui, porreiro pá teres aparecido. E já agora, também damos entrevista (largodascalhandreiras@gmail.com)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Ração de Combate


Revista de Imprensa

José Augusto Esteves, membro da Comissão Central de Controle do PCP e deputado da Assembleia Municipal de Leiria

"Os adversários da CDU vão ter dificuldades em bater Alberto Cascalho"

Diz que Barros Duarte aceitou afastar-se da presidência da Câmara da Marinha Grande e que a defesa do projecto da CDU não está apenas nas mãos de um indivíduo. Lamenta a apatia da região em relação à perda de influência de Leiria e acusa o PSD de não estar interessado em discutir os problemas. Diz que a câmara está a perder velocidade e que Leiria precisa de outros protagonistas

O PCP afastou João Barros Duarte da presidência da Câmara da Marinha Grande, depois de ter conquistado a maioria absoluta nas últimas autárquicas. Essa atitude não é um desrespeito pelos eleitores que votaram nele?
Quando nos apresentamos a eleições, apresentamo-nos com um programa e assumimos colectivamente responsabilidades perante os eleitores. A situação que se avançou foi no sentido da renovação, com o consentimento de João Barros. A defesa do projecto da CDU não está apenas nas mãos de um indivíduo. Só é desrespeito pelos eleitores se, porventura, se subverte o compromisso assumido com o eleitorado, do ponto de vista do programa, das ideias e da concretização do projecto.

Em entrevista à Rádio 94 FM, Barros Duarte afirmou que essa decisão, “em termos políticos, foi um erro crasso”. O PCP vai pagar caro por isso nas próximas eleições?
Não sei. Não me compete avaliar a vontade dos eleitores. O meu camarada Barros Duarte se achava que era um erro devia-o ter dito com franqueza e não aceitar a decisão.

Ele diz que não se comprometeu a sair nem assinou nenhum documento…
Aquilo que acompanhei, e não veio desmentido na opinião pública, é que aceitou essa solução. E isso confirma-se. Se não tem aceite, certamente não teria havido os desenvolvimentos que houve. Se dissesse que não estava de acordo, não acredito que lho impusessem.

Barros Duarte não imputa responsabilidades ao partido, mas antes a “dois ou três camaradas” que acusa de “estupidez, má formação, incompetência política e maldade”. Este tipo de decisões podem partir de “dois ou três camaradas”?
Tem que passar pela estrutura da Direcção e por um debate colectivo. Não está nas mãos de duas ou três pessoas. Não é assim que funciona o partido. O partido pode errar, como qualquer organização de homens e mulheres, mas neste caso não quero acreditar que tenham sido duas ou três pessoas.

Encara com naturalidade este tipo de processos a meio do mandato?
Se forem tratados com transparência e servirem o concelho e as pessoas. Agora, o próprio tem de estar de acordo com isso.

Quando o PCP convidou Barros Duarte para se candidatar à Câmara da Marinha Grande fê-lo por ter uma grande experiência autárquica e por ser uma pessoa com a qual os eleitores do PCP se identificavam. Acredita que vão ter um bom resultado com Alberto Cascalho?
Alberto Cascalho é um homem conhecedor e sabedor. Estou convencido que estes dois anos que esteve como vereador e os próximos dois o vão projectar e dar a conhecer como uma pessoa muito sensata e com qualidades para poder ser presidente da câmara. Os adversários da CDU na câmara vão ter dificuldades em bater Alberto Cascalho. Ele tem todas as condições para vencer. Foi professor durante muitos anos e tem uma grande sensibilidade para os problemas das pessoas. É um homem muito equilibrado. Tem muito boas qualidades de trabalho nesta área.

Faz sentido o partido voltar a governar a autarquia com o PSD?
Não entendemos o poder local como uma cópia do Parlamento. Mas como um espaço onde é possível, no quadro dos interesses locais, encontrar formas de cooperação. Tal como defendemos para nós a possibilidade de aceitarmos pelouros de outras forças políticas, também os damos. Mesmo que sejam a partidos que estão no outro campo.

(…)

PS e PSD fizeram um pacto sobre o novo modelo de eleição das autarquias. Revê-se nas medidas propostas?
Estamos em desacordo. O povo deixa de eleger directamente o presidente e a câmara, o que torna mais obscura e menos transparente a gestão. Ainda por cima a solução que estão a apresentar é da diminuição do número de vereadores, o que significa que é uma encomenda para garantir a hegemonia do PS e do PSD, dificultando o acesso das outras forças, em prejuízo da pluralidade política. Esta ideia tira ao povo a possibilidade de decidir a câmara que quer.

É favorável ao facto de apenas os deputados eleitos para as assembleias municipais terem direito de voto, retirando assim poder aos presidentes de junta?
Um presidente de junta tem sempre um papel muito importante na defesa da sua freguesia, pelo que devia manter o voto. Agora, tem que ter mais coragem e ficar menos dependente quer da maioria quer da sua opção política. O grande problema desta lei é que serve apenas o PS e do PSD, e não os interesses das populações.

Perguntas dos outros

Carlos André, deputado municipal do PS
Como compatibiliza o PCP o respeito pelos eleitores e sua vontade com os tristes episódios de Barros Duarte e de Luísa Mesquita? Não é caso para dizer que o PCP se serve das pessoas quando lhe são úteis e as deita fora, como peças gastas de engrenagem, quando lhe não servem já?
Não. Primeiro, porque no contexto de milhares de eleitos do PCP, essa não é a regra. Segundo, porque a existência de tais situações resultam de compromissos previamente assumidos. A compatibilização realiza-se cumprindo os compromissos programáticos anunciados e tornando previamente transparente no seio dos eleitores que os eleitos são também politicamente responsáveis perante o partido, facto que nunca se escondeu.

(…)


(surripiado do Jornal de Leiria)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Pasatempo "Fora do Baralho"

Inspirado pelo seu camarada neo-liberal e seguidor da política do quanto pior melhor e da defesa do grande capital, J. Busha, J. Barbas mandou fazer, para distribuir pelas suas tropas neste Natal, um baralho-passatempo com apenas quatro cartas, são os quatro ases que representam os quatro demónios à solta no seu partido, os quatro infiltrados sem “estatura moral e sem competência política” que aproveitaram a abertura do partido para fazer o trabalhinho que a PIDE não conseguiu. As regras do passatempo são simples e funciona por níveis. No primeiro nível J. Barbas fornece as pistas para a descoberta do ás de ouros e deixa os restantes três ases para serem descobertos ("quebra-cabeças"). Quando todas as cartas forem identificadas passa-se ao segundo nível. Neste nível ("banho de sangue") os ases são colocados num alvo iniciando-se uma sessão de dardo. Ganha o passatempo quem primeiro acertar dez vezes seguidas no olho esquerdo da figura do ás de espadas. Didáctico não é?
O Largo das Calhandreiras associa-se à inicitiva e oferece a colecção completa da magnífica obra "JBD - as Entrevistas Envenenadas", em DVD, aos primeiros quinhentos calhandreiros que adivinharem os outros ases. Não vale batota!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Revista de Imprensa (o homem está imparável)

Estes meus ‘amigos’ conseguiram o que nem a PIDE conseguiu: afastar-me da política

Um mês depois de suspender o mandato na Câmara da Marinha Grande, João Barros Duarte, fala, pela primeira vez, numa entrevista ao Diário de Leiria, sobre a forma como foi afastado do cargo. Barros Duarte diz que deposita toda a confiança no seu sucessor, Alberto Cascalho, mas acusa alguns militantes do PCP de “compadrices, caprichos e incompetências”, e de terem desencadeado uma campanha para “corromperem” o seu nome a nível social e político


Diário de Leiria (DL) - Que marca deixou na autarquia?
João Barros Duarte (JBD) - De cultura e de preocupação de atendimento atencioso e de prestação de esclarecimentos responsáveis aos munícipes. E de empenhamento no trabalho e respeito mútuo entre chefes e subordinados. E ainda de escrupuloso cuidado na gestão financeira, respeitando os compromissos assumidos com fornecedores e prestadores de serviços à Câmara e observando os limites e determinações previstas na legislação.

DL - Sem si, a Câmara é governável?
JBD - Claro que sim. Se eu a governei, qualquer cidadão fará o mesmo e até melhor. Os homens não são insubstituíveis em nada, por muito que porventura valham.

DL - Deposita total confiança em quem o substituiu?
JBD - Deposito efectivamente total confiança no camarada que me substituiu, aliás, a primeira vez que me abordaram a proporem-me para encabeçar a lista, 'contra-propus', logo nessa altura, que fosse ele o cabeça de lista, que eu subscrevia e apoiava a escolha.

DL - Quando começaram as divergências com o PCP?
JBD - Não considero que, após 45 anos de filiação e actuação partidária, este incidente de percurso, não tanto com o partido, mas com dois ou três indivíduos, também filiados no meu partido, possa ser considerado como uma divergência com o partido.
Trata-se, tão-só, de um caso de relacionamento entre indivíduos, filiados no partido, em que três ou quatro deles aproveitaram as funções que episodicamente desempenham a nível local para, por vindicta e por não me conseguirem impor, no exercício do cargo para que fui eleito, as suas compadrices, caprichos, incompetências e vontades, desencadearem uma campanha para corromperem o meu nome a nível social e político.
Fizeram-no com o fim de proporem e justificarem, no partido a nível central, a minha substituição na presidência da Câmara, antes do termo do mandato, como previsto na legislação. E, com tanta maldade e nesse âmbito com perfeição o fizeram, que conseguiram transformar um simples caso perverso de relacionamento pessoal entre militantes do partido, num caso com a importância mediática que as pessoas acabaram por lhe atribuir.
Mas, sublinho, não existe qualquer divergência de orientação política entre mim e o partido e muito menos ideológica, como alguns por aproveitamento querem fazer crer. Só a má formação moral e a inveja, conjugadas com a incompetência e mediocridade política que têm evidenciado os indivíduos que urdiram e puseram em marcha esta cabala contra mim, reuniram as condições para esta insolência. E a arrogância e audácia que os moveu pôs em causa uma sã militância de 45 anos, que sempre foi e, confio, continuará a ser exemplar. E, com os factos políticos que inventaram neste processo que promoveram do meu saneamento, confundiram as pessoas, deram do partido uma imagem de pessegada, abalaram nas pessoas o seu conceito de respeito pelo acto de votar, deram mostras de não respeitarem os fundamentos da democracia e afastam simpatizantes e eleitores.
Ao atingirem-me do modo que o fizeram, com intuito de eliminarem o incómodo que lhes constituía a minha participação na discussão das suas propostas medíocres e injustas para as populações, mais das vezes impossíveis de se porem em prática, ou, caricatas em termos de gestão autárquica, deram com esse seu pérfido objectivo um sério golpe na credibilidade da capacidade e da actuação política do partido, aos olhos de todos os marinhenses.
Foi uma campanha contra o militante que sou, mas que visava, como veio a confirmar-se pela conclusão dos factos, retirar-me condições para o exercício da função de presidente da Câmara, para que fui eleito pelos votos do eleitorado marinhense.
Nestas condições, teve efeitos demolidores na aceitação da nossa política local e, se calhar, até nacional, pela repercussão que lhe quiseram dar, julgando que assim melhor conseguiam os seus propósitos. Foi, insisto, para além de uma imoralidade, uma evidência de como não se deve fazer política. O modo como me marginalizaram de todo este processo, mais parece um acto agarotado, do que o resultado de uma acção política pensada e discutida entre homens que têm responsabilidades concelhias no partido.
Valha a verdade, que não foi naturalmente por acaso que só dias depois de me ter sido participada esta determinação, ela foi dada a conhecer à Comissão Concelhia do partido e pedida ratificação. E as conclusões nefastas que trouxe para a causa que o partido persegue, têm responsáveis que devem assumir as consequências deste seu acto incompetente, não deixando a outros a obrigação de repararem o mal que fizeram.
Além de outros, estes factos já são demonstrativos de que o problema que se desenvolveu à volta da minha vivência partidária nada tem a ver com divergências com o partido.
Tenho-me mantido silenciado acerca desta questão, convencido de que os seus autores, assumiriam mais ponderação, o que não aconteceu.
É o que se deduz da recente insinuação, que indevidamente me atribui crime que não cometi, com a citação despropositada e desnecessária do meu nome, num recente comunicado resposta ao PS, que redigiram e fizeram publicar num jornal local.

DL - É verdade que existiu um acordo pré-eleitoral para abandonar o Executivo a meio do mandato?
JBD - Não existiu qualquer acordo, a definir qualquer tempo para abandonar o Executivo para que fui eleito. O próprio camarada que me substituiu também foi surpreendido tal como eu pelo facto, o que não fazia sentido se isso tivesse acontecido.
Há declarações à Comunicação Social, prestadas já depois da tomada de posse deste Executivo, pelo camarada responsável localmente pelo partido, a reafirmar que o meu mandato é para levar até ao fim.
Se tal tivesse acontecido, também não fazia sentido que não tivesse ficado desde início acautelada a sequência na integração dos candidatos na lista a prevê-lo, para que agora o quarto da lista para assumir a vice-presidência, não tivesse de passar por cima do terceiro da lista.

DL - Sente-se usado pelo seu partido?
JBD - A pergunta está colocada em termos nada simpáticos. Mas, na verdade, a tramóia que me montaram os responsáveis pelo meu abate ao efectivo político, permite essas leituras de envenenamento das relações que estão em causa. E, por muito que eu não queira que isso aconteça, e não quero, não vejo maneira de induzir as pessoas a não concluírem o que os factos suscitam como resposta, face à simples colocação da pergunta, em conjugação com os factos que os meus detractores puseram a correr sobre a minha posição partidária e da conclusão que o processo teve.

DL - Perante tudo o que se passou nos últimos dois meses, quem é que ficou mal na fotografia?
JBD - Na fotografia todos ficaram mal. Os sorrisos que alguns queiram encontrar nos rostos de uns ou de outros, são amarelos e vão ter sabor amargo.
Mas, a este respeito, os verdadeiros juízes ainda não se pronunciaram, só quando isso acontecer ficaremos a saber se alguém ficou bem, o que sinceramente me parece não ter acontecido.

DL- O que pensa fazer no futuro em termos políticos?
JBD - Em termos políticos não tenho projectos e sinceramente depois de um balde de água fria com que acabei de ser brindado, ou melhor, lavado da política, são fortes as razões para a colocar bem longe dos meus horizontes. Estes meus "amigos", com esta partida que me fizeram, conseguiram uma coisa que nem a PIDE conseguiu: desinteressarem-me e afastarem-me da política.
Já começo a ter pena é de que isto não tenha acontecido há pelo menos 30 anos, que não tinha tido tanto trabalho e chatices e aturado tantos carreiristas, oportunistas, garotos, incompetentes e até pequenos corruptos que fui encontrando ao longo dos tempos, infiltrados entre os políticos.

DL - Admite abandonar o PCP?
JBD - Não. Considero que isso seria uma traição aos meus ideais e convicções e esses, apesar de tudo, ainda não os perdi, nem conto abandoná-los.
DL - Que tipo de relacionamento mantém com a Câmara?
JBD - Com a Câmara mantenho um relacionamento normal como qualquer cidadão e de abertura e disponibilidade para prestar qualquer colaboração que os autarcas que a gerem entendam solicitar-me.

DL - Vai fiscalizar?
JBD - Não vou fiscalizar como é óbvio. Não tenho nenhum mandato para o efeito, nem razão ou vontade para o fazer. À Assembleia Municipal é que compete esse papel.

DL - Em que circunstâncias admite regressar?
JBD - Foi coisa que nem sequer se me colocou. Mas o que deixo registado acerca do acontecido, define e responde no seu todo, de quais as condições que hão-de estar criadas para que isso pudesse acontecer.

DL - Vê-se como uma espécie de fantasma a pairar sobre o actual Executivo
JBD - Não. É papel com o qual nem sequer simpatizo.

DL - Admite candidatar-se nas próximas eleições?
JBD - Da política tenho uma noção de sanidade, por isso, como é óbvio, por aquilo que se pode deduzir do que já expliquei nesta entrevista não existem nem perspectiva nem condições de candidatura.

DL - Por que razão não renunciou ao mandato, no dia seguinte ao anúncio, por parte do PCP, em conferência de imprensa realizada em Outubro?
JBD - A questão de maior que se me pôs, foi a de avaliar e saber da resposta a dar à posição dos eleitores que não sendo do partido votaram em nós e, tal como eu, não foram ouvidos neste processo.



“Fiquei triste e amachucado”


DL - A primeira baixa médica foi uma forma de pressionar o PCP a recuar na decisão de o substituir, ou ainda pensou assumir a presidência?
JBD - Não. Nem uma coisa nem outra. Não fazem parte dos meus procedimentos chantagens de qualquer ordem para atingir fins de cariz pessoal, e muito menos em casos que envolvam ou possam envolver aspectos polémicos. A baixa médica foi o resultado do estado de esgotamento que me atingiu por sobrecarga de trabalho, que veio a agudizar-se com o inesperado surgimento do caso em questão, numa data em que me preparava para ir de gozo de férias, com que esperava recompor-me.
Tinha acabado de viver um período de excesso de trabalho, para resolver a acumulação de serviço devido ao facto de, às tarefas normais dos meus pelouros, se terem junto as dos pelouros dos demais colegas da vereação, em gozo das suas férias, o que me colocou no limite, que ficou ultrapassado com os problemas imprevistos que a nova situação criada me colocou.
Senti-me até pesaroso de ter tido necessidade de apresentar atestado médico, porque, em 63 anos de trabalho que já levo, foi a primeira vez que o fiz. Atestado médico subscrito pelo Senhor Doutor Mário Roldão que continua a ser um dos melhores profissionais do nosso concelho, pese reconhecer que felizmente temos na nossa terra muito bons médicos.
De resto, que fique bem esclarecido que não fiz pressão nenhuma nem com atestado médico nem de qualquer outra forma. É oportuno até esclarecer de que, após o dia 11 de Outubro de 2007, em que me foi comunicada no partido local a posição que assumiram, não voltei mais ao serviço oficialmente, senão no fim do período em que estavam previstas as férias e, apenas por um dia, para assinar assuntos pendentes, entrando seguidamente de licença por doença, seguida de pedido de suspensão do mandato. E, sobre o assunto, nada fiz, junto de quem quer que fosse, no sentido de que fosse alterada aquela posição.
A única coisa que verdadeiramente me afligiu e preocupou, isso sim, foi o assumido e ostensivo desprezo a que me votaram em todo este processo, que culminou com a comunicação que me fizeram como facto decidido e consumado em fase e em condições em que já não havia retorno.
Além da encenação estabelecida ser anunciadora de que ia acontecer algo de pouco amigável e, por isto e tudo o mais, afrontosa e de indignidade revoltante.
Foi nesse cenário pouco amistoso, que então, de entre os três circunstantes que o compunham, um deles, jovem de brinquinho na orelha e com o sotaque madeirense, donde creio seja natural, então me ditou: "de que o Partido tem vindo a fazer a análise à actuação da Câmara e concluiu que o trabalho desenvolvido está a degradar a tua imagem e a da Câmara CDU que temos de salvaguardar, pelo que propomos que peças a rescisão do mandato”.
Fiquei triste e amachucado, sem reacção, como é natural num profissional brioso que sempre procurei ser e consegui e, porque, militando à longa data, com provas dadas e cumpridor da orientação do partido, nunca tinha sido colocado perante tão chocante situação.
Primeiro, porque a existir tal análise ela tinha sido mal feita e a conclusão era mais do que errada, e injusta. Só a oposição podia ter feito tal trabalho. Segundo, porque era estranho e, mais do que isso, mesmo anormal que o meu partido tivesse em seu poder um trabalho deste teor e não mo tivesse facultado e mesmo discutido comigo, para adoptarmos as medidas correctoras que o estudo nos aconselhasse.
Terceiro, mesmo que fosse verdade haver análise, punha-se a questão de descobrir se a degradação das imagens apresentada como justificação para a imposição que me estava a ser colocada era devida apenas e só à actuação do Presidente de um Executivo integrado por outros membros, alguns dos quais também da CDU, a quem também não tinha sido comunicada a conclusão da análise, visto que nenhum deles me havia chamado à atenção, como suponho que aconteceria ser lho tivessem participado.
Tudo isto é tanto mais estranho e difícil de compreender, quanto tal contrasta com a insistência que fizeram para que aceitasse candidatar-me, há apenas dois anos. Além de que, quando o partido concedia a um militante a confiança de o candidatar a presidente de Câmara, era porque lhe merecia confiança e, nestas condições, uma decisão destas exigia, no mínimo, que o visado participasse na discussão e decisão da medida e nunca fosse, como no caso, colhido de surpresa e como facto decidido.
Não dá para entender, porque não foi explicado, que dispensem a experiência do militante que aliciaram e pressionaram a candidatar-se, sob a alegação para o efeito de que essa era em seu entender uma valia útil para o desempenho das tarefas do cargo, e constituía forma de a transmitir aos novos autarcas. Ora, que eu saiba, nem a oposição pôs isso em causa até agora.
Nessa altura, quando fui convidado para me candidatarem, só face às insistências, que me pareceram apoiadas em justificações sérias, aceitei. Enganei-me, como agora os factos demonstram.
Tudo eram rosas, ele eram elogios ao meu trabalho nas funções que anteriormente tinha desempenhado, ele era não verem problema na minha idade que eu invocava como óbice para recusar o convite, quando agora foi uma das justificações que avançaram para justificarem o saneamento. Enfim, louvaram-me até me convencerem.
Acabei por trocar um 'part-time' que tinha no Banco da Habitação do Grupo BCP, de que gostava e se resumia à execução de tarefas da confiança da Administração, trabalho apenas exigente em conhecimentos e experiência na matéria, mas prestigiado e calmo, por este inferno que é gerir e conciliar os mais simples aos mais estapafúrdios interesses que se movem à volta da Câmara, o que torna a vida do presidente trabalhosa, stressante, instável e cheia de problemas, que por experiência própria já conhecia.
Fiz jus deste modo ao adágio muito popular que reza que o homem é o único animal que tropeça duas vezes na mesma pedra.


(surripiada do Diário de Leiria)

2º Episódio - Se não fosse a Portela+1 tinha-me aguentado!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

1º Episódio - Eu não queria, eles é que insistiram!

Para memória futura, o Largo das Calhandreiras apresenta a entrevista de JBD à Rádio 94 FM, em espisódios. Um documento histórico onde o ainda presidente, com mandato suspenso, dá a sua primeira entrevista após ter sido convidado pelo seu partido, a renunciar ao mandato. Fiquem então com o 1º Episódio.
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domingo, 9 de dezembro de 2007

Platão Tinha Razão


Após ter ouvido a entrevista do quase ex-presidente João Barbas Duarte, o “Meia-Dose”, apetece-me citar Platão*

“Ora, estabelecemos, e repetimos muitas vezes, se bem te recordas, que cada um deve ocupar-se na cidade de uma única tarefa, aquela para a qual é mais bem dotado por natureza”.

E, decididamente, o homem não era dotado para a tarefa! Agora começo a perceber os seus camaradas. A culpa é da natureza.


* Filósofo grego discípulo de Sócrates que, tal como o mestre, dominava o inglês técnico e a “Teoria das Ideias”. Vá lá, não sejam preconceituosos, apesar de não ser natural da Praia da Rocha, o homem dizia coisas com muito sentido.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Entrevista Defundo


(uma grande entrevista com a assinatura da Mulher Bidón, repórter encartada que utiliza com grande segurança e propriedade o plural majestático)


O local (secreto) da entrevista foi previamente indicado pelo Largo das Calhandreiras num mapa dissimulado dentro duma edição amarrotada do Jornal do Tózé, estrategicamente escondido num caixote do lixo junto ao Centro de Trabalho do PêCê. Ironias.
Há hora marcada lá estávamos de gravador em punho e com muitas perguntas para fazer. Despidos de preconceitos avançámos para a desejada entrevista, de robe de cetim, fio dental, algemas e chicote, que é como quem diz, preparados para uma entrevista a doer.
Fomos recebidos de forma pouco esfuziante por cinco pessoas encapuçadas, a quais manifestavam evidentes sinais de nervosismo – duas delas fumavam compulsivamente, uma roía o sabugo, outra coçava com entusiasmo a virilha direita e a sexta fazia rodar sobre o indicador uma caçadora de canos cerrados, enquanto despachava uma garrafa de Licor Beirão com gelo. Não seria caso para menos, finalmente estavam diante de nós e nós estávamos diante deles para arrasar.

Mulher Bidón (MB) – Afinal, quantos são? Quantos são?
Gerência do Largo das Calhandreiras (GLC) – Com a senhora da limpeza e com um senhor já reformado que metemos a meio tempo para ir aos bancos, é coisa p’ra nove, dez pessoas no máximo, uma estrutura comum à maioria das pequenas e médias empresas. Isto sem contar com os infiltrados.
MB – Têm infiltrados? Onde?
GLC – Humm... em pontos estratégicos.
MB – Quais?
GLC – Bem não podemos revelar detalhes mas, digamos, em sítios importantes.
MB – Como por exemplo...
GLC – Bom, isso não é relevante mas…, bom… talvez possamos adiantar alguns. Temos gente infiltrada na Confraria das Sopas de Bacalhau, na sala de espera do Posto Médico, no cabeleireiro Peruca Dourada, na sede do Camarnal, no restaurante Regional Minhoca ... e... ficamos por aqui.
MB – E nos partidos?
GLC – Não comentamos. Hoje em dia toda a gente recorre a infiltrados.

MB – Como surgiu o Largo das Calhandreiras?
GLC – Numa noite de nevoeiro, após um concerto do José Cid na Garcia em que ficámos a saber que El-Rei D. Sebastião se recusava a voltar, incompatibilizado com o Artur Autocolante.
MB – Quem teve a ideia?
GLC – A camarada Gina Ecologista. Ela na altura tinha acabado uma relação complicada com um sindicalista dos TSD’s e como estava emocionalmente debilitada sentiu necessidade de desabafar com alguém. Recorreu à Alexandra Solnado que a pôs a falar com o senhor.
MB – Com Deus?
GLC – Não com o senhor da informática que lhe explicou como fazer um blogue.
MB – Essa história parece-me muito mal contada. Então mas este não é um blog político?
GLC – Não só, mas também. Para além da política também temos os atoalhados, os jogos de banho, as miudezas, alguns produtos de drogaria e de higiene pessoal. Em breve vamos lançar o Sudoku para Autarcas e um compacto de anedotas do Fernando Rocha sobre o Artur Autocolante.
MB – Continua a fugir à pergunta. Então mas este blog tem ou não motivações políticas?
GLC – Claro que sim. Sobretudo se pensarmos que ele representa uma outra visão das coisas, o lado do avesso. É como as peúgas. Se repararmos com atenção há muito boa gente que sob um elegante fato Sonho da Moda e uns sapatos chiques da Fernandita Sapataria’s, anda com as meias do avesso e às vezes até mesmo rotas.
MB - Mas são um blog independente?
GLC – Não, não somos independentes. Aliás, na verdade a independência é como a virgindade, é só até à puberdade. Mal as hormonas começam aos saltos lá se vai a independência. A nossa dependência é total e absoluta.
MB – Confirmam então que estão dependentes dum partido político?
GLC – Não podemos ser redutores. Nós trabalhamos à peça, de acordo com as solicitações do mercado. Na verdade não dependemos dum partido, dependemos de vários partidos. Basta que se ponham a jeito.
MB – Mas quem é que vos financia?
GLC – Fazemos rifas, temos uma banca com o jogo do ratinho na festa da Ordem e também temos alguns mecenas, gente como por exemplo o EL-Rei D. Sebastião que se incompatibilizou com o Artur Autocolante, e que nos pagam para dizer-mos mal.
MB – Há uma pergunta, entre muitas, a que nunca responderam, porque que é que não “dão a cara”?
GLC – É simples, porque somos uma sociedade anónima e as sociedades anónimas não têm rosto, só têm capital. Se fossemos uma sociedade por quotas, tá bem. Mas não somos.
MB – Desculpe, mas não percebi…
GLC – É natural, há muita gente que ainda não percebeu! As ideias não dependem de quem as tem, dependem da coerência com que são formuladas e do contexto estratégico em que são produzidas. Profundo não é? Não me diga que também não percebeu? Experimente ler qualquer coisa do camarada Cassete Zé Luís, vai dar quase ao mesmo, o mais certo é também não perceber.

MB - Numa frase como definiriam este blog?
GLC – A brincar, a brincar, divertimos o macaco e a mãe.
MB – Acham que se pode brincar com assuntos sérios?
GLC – Não.
MB – Então porque o fazem?
GLC – Para entreter, exclusivamente. Porque a Marinha, excluindo as revistas à portuguesa do Império e os escritos do Arrenesto Silva, é deficitária em «produtos para rir» (lícitos) de qualidade. Tentamos por isso servir um produto com valor acrescentado, rico em bífidos activos e aloé vera.
MB – Mas assim nunca vos vão levar a sério.
GLC – Nem queremos. No dia em que isso acontecer é porque deixámos de ser competentes ou então porque quem manda o passou a ser. Rir não resolve nada mas faz bem à circulação e estimula a consciência crítica. É como as meias do avesso que para além de estarem do avesso também cheiram a cholé.
MB – Como alguém disse, o Largo das Calhandreiras é o “Contra Informação” da Marinha?
GLC – Não, absolutamente. Isso seria o mesmo que comparar o Machester United com o Estrela do Mar (com todo o respeito pelo Manchester). Nós somos um blogue dos Distritais, embora pretensioso. Digamos que somos uma espécie de El-Rei D. Sebastião, o que se incompatibilizou com o Artur Autocolante, mas em versão primavera/verão.
MB - Quais são as vossas verdadeiras intenções?
GLC – As melhores. O nosso sonho era comprar o centro histórico, arrasar tudo e instalar três barracas gigantes a concessionar a uma grande superfície. Passávamos os Paços do Concelho para um contentor no Largo Ilídio de Carvalho e enviávamos os comerciantes do centro histórico para a China, a fim de receberem formação profissional.
MB – Fora de brincadeiras…
GLC – Tomar o poder! Sim, é isso, tomar o poder, porque não?! Distribuir gomas e chocolates às pessoas, acabar com a publicidade nas árvores, comprar um golfinho para o lago do Parque dos Mártires da Contaminação e pedir à ASAE para vir fechar o mercado da Ivima, já que as autoridades locais não conseguem. Tomar o poder é um sonho que nos persegue constantemente, até porque parece que não se ganha nada mal, não é João Baião?
MB - E até onde estão dispostos a ir?
GLC – Até onde estamos dispostos a ir? Boa pergunta. Até à porta da Câmara, vamos a bem. Daí p’ra dentro só à bruta. Se for preciso pegamos em armas de destruição em massa, trituradoras, varinhas mágicas e essas coisas perigosas para a humanidade. E contamos com o apoio de El-Rei D. Sebastião, o que se incompatibilizou com o Artur Autocolante.
MB – Qual é a missão do vosso blog?
GLC – Serviço público! Sem dúvida. As pessoas andam chateadas, deprimidas, tristes, com o patrão, com a família, com o partido, e então vêm aqui, desabafam um bocadinho e ficam aliviadas - a caixa dos bitaites é uma espécie de consultório anti-stress. E de vez em quando também se riem com algumas parvoíces que dizemos. Elas não nos dizem isto, mas nós sentimos que é assim.

MB - O que pensam do actual estado da Marinha?
GLC – Anémico!
MB – Mas acham que a Marinha tem futuro?
GLC – A Marinha tem gente de muita qualidade. É como o comércio, mas ao contrário.
MB – O que é que isso quer dizer?
GLC – Que o futuro depende dessa gente com qualidade. E da Feira do Levante, obviamente.
MB – Mas essa gente está dentro ou fora dos partidos?
GLC – Essa gente está sobretudo em casa a ver a O Preço Certo, com o Sr. Fernando Mendes, e a chupar pastilhas para os nervos.
MB – Acham então que as pessoas se acomodaram?
GLC – As pessoas têm é de orientar os nervos para fora do sofá, tal como fez El-Rei D. Sebastião, o que se incompatibilizou com o Artur Autocolante. Mas isto é muito culpa das médias superfícies que arrasaram com o comércio tradicional e que começaram a vender fatos de treino ao desbarato. Aos domingos e feriados a malta veste o fato de treino, vai às compras e depois não tem tempo para ser cidadão, para votar, para pensar no futuro, para ter consciência política, para ter consciência crítica, essas coisas chatas. Olhe, razão tem o Tózé Berlusconi e o outro, o Piriquito, a política é para os políticos e o que temos é de estar ao lado dos interesses da população, como sempre estivemos!
MB – Mas o que é que isso quer dizer?
GLC – Também não sabemos, mas parece-nos bem. Essa coisa do “interesse das populações” é uma espécie de aspirina, dá para tudo, não é?
MB – Como assim?
GLC – Olhe por exemplo, se perguntar a dez pessoas com fome se querem comer, elas dizem todas que sim, mas se perguntar o que é que cada uma quer comer, umas vão dizer que querem peixe, outras que querem carne e há sempre um parvo que quer uma feijoada de tofu. É como ir ao Pêro Neto partindo do centro da Marinha, há gajos que gostam de ir pela Embra e há gajos que gostam de ir pelas Trutas.
MB – Então mas as pessoas não podem comer o que quiserem?
GLC – Claro que podem, o Zézé por exemplo é boa boca. Já El-Rei D. Sebastião, o que se incompatibilizou com o Artur Autocolante, é um bocadinho esquisito, tem de ser tudo bem passado. Também já não é novo, não é? É como o Autocolante...

MB – O que pensam do anterior presidente da cambra?
GLC – Tem barbas.
MB – E o actual?
GLC – Também tem barbas.
MB – Como gostariam que fosse o próximo presidente?
GLC – Sem barbas e lavadinho.
MB – Mas estão a sugerir que temos um presidente que não se lava?
GLC – De todo. Não foi isso que quisemos dizer, até porque ele passa o tempo a lavar as mãos.
MB – Mas o novo presidente tem ou não legitimidade para exercer o cargo?
GLC – Toda a legitimidade democrática! Cumpriu-se a lei! Inatacável!
MB – E legitimidade política?
GLC – Terá de perguntar às pessoas e ao partido que armaram toda esta confusão. A política é acima de tudo um exercício de consciência e de respeito.
MB – Então concordam com a substituição mas não concordam com a forma, é isso?
GLC – A substituição é um problema do PêCê e que ele próprio tem de explicar aos eleitores porque que é que concorreu há dois com um candidato meia-dose. Até porque no essencial nada muda. Quantas vezes João Barbas e o partido não estiveram de acordo ao longo destes dois anos? Apenas uma “e vocês sabem do que é que eu estou a falar”. Quanto à forma, está à vista. No comments! Já alguém respondeu à carta de suspensão do João Barbas? Há velhos hábitos que não se perdem…
MB – Há na vossa interpretação destes factos alguma reserva mental em relação ao PêCê, algum preconceito primário do tipo “os comunas comem crianças ao pequeno almoço”?
GLC – Não nada disso! No PêCê há gente séria e menos séria, como em todo o lado. Agora não podem é querer passar a ideia de que são mais sérios do que os sérios e do que os menos sérios. Sejamos sérios, é evidente que já não comem crianças ao pequeno-almoço, até porque as crianças, como é sabido, têm muito colesterol e os comunistas também ganharam hábitos burgueses e começaram a cuidar mais da sua alimentação. Aliás, tal como El-Rei D. Sebastião, o que se incompatibilizou com o Artur Autocolante, que era para ter ido para Alcácer do Sal, mas por indicação do médico, por causa da tensão alta, foi parar a Alcácer Quibir com os resultados que se conhecem.
MB – Se pudessem chegar à fala com o actual presidente que sugestão lhe fariam?
GLC – Pedíamos-lhe para resolver o problema do “Beco das Cidades Germinadas”, o qual se arrasta vai para mais de seis meses, e sem solução à vista. O beco continua sem placa e quem chega à Marinha vê-se aflito para dar com ele. Penso que da parte dos carteiros também já houve reclamações.

MB – Para terminar algumas perguntas para respostas rápidas. Quem gostariam que escrevesse no vosso blog?
GLC – O Eduardo Lino de Rãs.
MB – Quem manda na Marinha?
GLC – O jovem Cassete Filipe Andrade.
MB – E nos arredores da Marinha?
GLC – O Alta Tensão?
MB – Qual a melhor decisão deste executivo?
GLC – Mandar pintar a fachada do Teatro Stephens.
MB- Até que idade é que se é jovem na Marinha?
GLC – A juventude não depende da idade, depende do peso.
MB – Quem gostariam de ver no concurso “Sabe mais do que um miúdo de 10 anos?”
GLC – O Tozé Berlusconi.
MB – E na Família Superstar?
GLC – A família João Pedrosa da Vieira, os primos Baião e Barbas.
MB – Quais os protagonistas que escolheriam para um filme melodramático?
GLC – Cassete Cascalho e João Barbas Duarte.
MB – E para um filme de acção?
GLC – Luis Guerrilha.
MB – Quem escolheriam para escrever um poema de amor à lua.
GLC – O Saúl Traineira.
MB – Em quem votariam já para presidir à cambra?
GLC – Monsieur Piriquite.
MB – Obrigados.
GLC – De nada.

MB – Já agora, porque é que El-Rei D. Sebastião se incompatibilizou com o Artur Autocolante?
GLC – Porque o Autocolante lhe usurpou o lugar e El-Rei não lhe perdoa! Ainda por cima com o apoio incondicional do povo, que o adora! Esse D. Sebastião saiu cá um ciumento!...

Revista de Imprensa

«PSD exige demissão de vereador "laranja"»


"Por uma questão de princípio, não me demito". Assim responde o vereador eleito pelo PSD, Artur Oliveira, na Câmara da Marinha Grande, ao desafio lançado pela demissionária comissão política concelhia. No último plenário de militantes, realizado na sexta-feira à noite, a troca de palavras foi dura e a ruptura é agora definitiva. A estrutura não concorda com muitas das opções do vereador, ao longo destes dois anos. Ao contrário, o autarca afirma ter recebido muitos apoios de eleitores anónimos que o incentivam a não desistir. Entretanto, já foram marcadas eleições para 11 de Janeiro.

O líder demissionário da concelhia, Pedro Fonseca, explica que o plenário foi "bastante difícil", demonstrando que o distanciamento se acentuou depois da redistribuição de pelouros, na sequência da suspensão de mandato do presidente Barros Duarte. "Tivemos alguma esperança de que o vereador não iria ter pastas à sua responsabilidade, mas teve", refere.

"Ou era ele ou nós. Como ele não aceitou sair, saímos nós", conclui, resumindo, assim, o resultado do plenário. Para além da demissão em bloco da concelhia, os três membros da bancada social-democrata que compõem a assembleia municipal decidiram sair também, dando lugar a outros elementos apoiantes de Artur Oliveira.

O vereador, que sustenta a actual maioria comunista, lembra que foi "eleito pelos munícipes e terão de ser estes a dizerem quando for a altura de sair". "Deve-se ter respeito por quem vai às urnas", afirma, adiantando não aceitar que "os vereadores sejam meros funcionários, comandados pelo partido". "Se não tinham confiança em mim, não insistissem para que me candidatasse. Mas na altura, mais ninguém queria dar a cara pelo partido e eu dei", assume, criticando que a estrutura laranja "potencie a instabilidade do executivo".

Na opinião de Artur Oliveira, quem perde com esta guerra é o PSD que, no concelho, tem uma expressão bastante reduzida. "Acho que os munícipes vão castigar o partido nas próximas eleições porque estas coisas não se fazem", considera, manifestando "convicção e optimismo" nos frutos do seu trabalho enquanto vereador. Helena Simão


(surripiado do JN)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Cambra Recua na Extinção da TUMG(A)

Camaradas,
a Cambra da Marinha em Grande recuou na intenção de extinguir a TUMG(A) e já admite que os transportes urbanos são uma prioridade.
Pressionada pelas nossas reivindicações a Cambra voltou atrás. Esta é claramente uma vitória do povo da Marinha em Grande e vem provar que a nossa luta começa a dar os seus frutos. O povo da Marinha em Grande exige a imediata implementação duma rede de transportes que venha responder aos problemas de mobilidade sentidos. Vamos continuar vigilantes para combater esta política do quanto pior melhor e lutar para que a cambra atenda as nossas reivindicações. Mais trabalhinho e menos choradeira. A luta continua! “Dá-lhe Falêncio!”
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sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Revista de Imprensa

"PSD quer Artur Pereira fora da Câmara Municipal"


“Ou Artur Pereira ou nós”. Vai ser esta a exigência que a Comissão Política Concelhia do PSD da Marinha Grande vai fazer aos militantes social-democratas no plenário marcado para a noite de hoje, sexta-feira. Os dirigentes apresentaram a demissão ao presidente da mesa daquele órgão, que não a aceitou e decidiu agendar um reunião de militantes.
Os demissionários querem que o vereador do PSD na Câmara Municipal, Artur Pereira, entregue os pelouros e deixe o executivo. Isto porque fazem uma apreciação negativa dos dois anos de mandato. Os dossiês do saneamento (adesão à SIMLIS), transportes urbanos e mercado foram, segundo a Concelhia, mal geridos por Artur Pereira. Os dirigentes da estrutura local apontam ainda o facto de o representante social-democrata na nada ter feito para cumprir alguns dos pontos do programa eleitoral.
Pedro Fonseca, presidente da Concelhia, avança que hoje vai pedir ao vereador que coloque o lugar à disposição, uma vez que “é impossível continuar a trabalhar com ele”. “Não há confiança política. Por isso, ou saímos nós ou ele”, diz.
Artur Pereira, que vai estar presente no plenário, nega que não tenha desempenhado bem o cargo na Câmara e considera que não há razão para toda a polémica.


(surripiado do Região de Leiria)

Boato

Corre o boato na Marinha em Grande que um duo especialista na organização de vagas de fundo sob a capa de eventos gastronómicos, estará a preparar um jantar de apoio ao Largo das Calhandreiras, na FAG.
Caso seja verdade a gerência do LC agradece a atenção, sobretudo se o jantarinho for à pato. Embora a iniciativa nos cheire a esturro, não somos esquisitos e jantamos com toda a gente. Até nos parece que os dois organizadores devem ser boa companhia, devem ter muitas histórias para contar... ó se devem!
A confirmar-se que o dito repasto não passa dum boato, o LC pode adiantar desde já que não se vai ficar atrás da Confraria das Sopas de Bacalhau e vai também marcar um jantar na FAG, em dia, hora e restaurante a anunciar, seguido duma justa e singela homenagem ao ilustre marinhense e patrono deste Largo, o grande poeta Ilídio de Carvalho. No final desse momento solene será feita a entronização de novos calhandreiros e proceder-se-à ao despejo simbólico de um pipo de 100 litros de bom vinho caseiro. Vai um copinho?

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O Autarcão



Atão parece que o nosso ex JBD "o meia-dose" (de mandato), vai assessorar um camarada presidente de cambra? Terá sido a contrapartida para dar corda às botas? E agora pergunto eu, atão mas o homem para assessor já serve? Atão mas não estava cansado e doente? O homem não estava com problemas de saúde? Mau, querem ver que que o Rufino e a Fininha tinham razão e que o atestado médico foi passado por um... sapateiro? Querem ver que eu ainda tenho de pedir desculpa ao Berlusconi? Mau, mau!...

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Mercado Eng. Alta Tensão

Em jeito de homenagem ao homem que sonhou, idealizou e tornou possível o Complexo Abarracado da Feira dos Porcos, o executivo marinhense, prestou uma justa homenagem a esta figura incontornável da esperteza saloia marinhense, baptizando o seu filho mais querido com o seu próprio nome (ou terá sido por alguma informação mais marota recolhida junto do falecido?).




Toma Lá Cultura! Pim!

sábado, 24 de novembro de 2007

Coisas Sem Grande Importância

"Agora, a prioridade do executivo - de maioria comunista com o apoio do vereador social-democrata eleito - é avançar com os projectos de ampliação da zona industrial, reformulação da rede de transportes públicos ou a eventual integração plena do concelho na empresa multimunicipal SIMLIS (Saneamento Integrado dos Municípios do Lis)."

(As Beiras)

Com base neste pequeno parágrafo retirado duma notícia publicada no diário "As Beiras", sugerimos um breve regresso a 2005 para recordar o que é que os partidos com assento no executivo municipal propunham em relação as estas matérias as quais, de acordo com o noticiado, serão a prioridade da maioria PCP/PSD até ao final do mandato.
Para tal recorremos a uma busca na internet procurando nas páginas de campanha dos respectivos partidos, o conteúdo dos seus programas para as autárquicas de 2005.

CDU - http://www.cdumg.com/
PS - http://www.ps-mg.web.pt/
PSD - http://psdmgrande.no.sapo.pt/main.htm

Tal como facilmente se pode comprovar pelos links, das três forças políticas apenas o PSD mantém on-line uma síntese seu programa eleitoral (a versão integral também não está diponível). Como “quem não deve não teme” era interessante que os partidos mantivessem nos seus sites de campanha os programas eleitorais on-line pois seria uma boa forma de podermos facilmente verificar e aferir da coerência das posições, do alcance das medidas tomadas e identificar as eventuais omissões.
Assim, excluindo as propostas do PSD que foram retiradas do respectivo site (embora com a limitação destas se apresentarem apenas de forma resumida - parte-se do principio que as questões abordadas são para este partido as estruturantes), em relação à CDU e ao PS tivemos de recorrer aos ficheiros secretos dum calhandreiro associado que guarda preciosamente, em suporte de papel, tudo o que possa vir a fazer história.

Vamos ao que interessa:

1. Zonas Industriais:
CDU – “Dinamizar o alargamento da Zona Industrial da Marinha Grande, construindo as infraestruturas necessárias” e “Acelerar o alargamento da 2ª fase da Zona Industrial da Vieira de Leiria e completar a infraestruturação do Parque Industrial da Marinha Pequena.”
PS – “Criação, em sede de PDM, de uma área industrial na Moita” e Alargamento das zonas industriais do Casal da Lebre (com mais 23 lotes para indústrias), da Marinha Pequena (com mais 80 lotes para indústrias), da Vieira de Leiria (com mais 60 lotes para indústrias).”
PSD - omisso

2. Transportes Públicos
CDU – “Construir um novo Terminal Rodoviário” e “Implementar o sistema de transportes urbanos do concelho”
PS – “Colocação em funcionamento (…), numa primeira fase, de uma rede de três mini-bus a fazer o circuito urbano e com paragem nos locais centrais da cidade; a rede de mini-bus para o transporte urbano irá ser progressivamente alargada e será suportada pela construção de uma central de camionagem no Largo das Finanças.”
PSD - omisso

3. Saneamento
CDU – “Dar prioridade ao reforço do investimento municipal na rede de saneamento básico, de forma a garantir a cobertura de todos os lugares das três freguesias do concelho.”
PS – “Completar, até 2009, toda a rede de saneamento.”
PSD – “ETAR’s – Completar a rede de saneamento básico nos diversos lugares onde ainda é inexistente, salvaguardando a existência a jusante de sistemas de tratamento dos efluentes bem dimensionados, quer sejam de tipo colectivo ou de tipo particular” e “FOSSAS – Extinção das taxas de despejo para a população que não se encontra a ser servida pela rede de saneamento básico e pagamento da taxa única de saneamento a todas as hbitações.”

Da nossa lavra acrescentamos um quarto ponto, que embora não identificado como prioridade se refere à nossa participação enquanto munícipes:

4. Participação dos Munícipes na Gestão Autárquica:
CDU – “Concretizar uma gestão democrática, moderna, aberta e isenta, estimulando a participação de todos nos processos de decisão, dialogando com as populações e promovendo a participação dos munícipes na vida da autarquia” e "Introduzir a prática da elaboração do Plano Anual de Actividades e do Plano Plurianual de Investimentos com a participação das populações.”
PS – “Gabinete de Apoio ao Munícipe” (uma das funções era o munícipe apresentar sugestões) e “Orçamento Participativo”
PSD – “Reuniões Camarárias – Destacar tempo para o público” e “Vereações – Abertura dos Gabinetes às populações, com horários de atendimento pós laboral.”

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Cambra da Marinha evita conflito diplomático

"Estou eternamente grato à Cambra da Marinha em Grande, nas pessoas dos Sr. Bereador Artur Autocolante e do Sr. Bice... (perdão) do Sr. Presidente-Enquanto-o-Outro-Não-Vem, Stôr Cassete Cascalho, a disponibilidade demonstrada para receber nas excelentes instalações abarracadas da Feira dos Porcos o Presidente Cádáfe e o seu pessoal. Derivado ao arrojo e à visão estratégica que esta Cambra teve ao comprar estas barracas multiusos, Portugal evita um grave acidente diplomático derivado ao finca pé do Presidente da Límbia na sua deslocação à Cimeira Mais Claros/Mais Escuros. Foram uns queridos, bem hajam!"

Foi com estas palavras que o Ministro dos Negócios no Estrangeiro, Luis Acamado, agradeceu ao executivo da Cambra o convite para instalar o presidente Cádáfe nas barracas da Feira dos Porcos.
Fica assim provado uma vez mais, que as barracas são um investimento com futuro e de grande utilidade e conforto, podendo mesmo vir a ser, juntamente com a grande comunidade de camelos que habita nos pinhais do Concelho, um pólo de atracção para o turismo oriundo do Norte de África.
Quem não cabia em si de contente, para além do próprio Cádáfe, era Artur Autocolante que imediatamente ligou para o Engº Alta Tensão (considerado o pai do Complexo Abarracado da Feira dos Porcos, mais conhecido pelo mercado das barracas da Feira dos Porcos): "Vês Alta Tensão, vês, isto só não anda mais depressa porque os Xuxas são uma força de bloqueio! Deixem-me trabalhar, deixem-me trabalhar! Até vamos ter cá o Cádáfe... não sabes quem é o Cádáfe? É o presidente da Lídia... é pá eu também não sei quem é a gaja mas deve ser da Ordem. Olha, vem o Cádáfe e o resto da malta, que o Delgado da Saúde já teve a passar as barracas a pano e diz que dá p'ra todos. Semos os maiores, semos os maiores! PêPêDê! PêSêDê! PêPêDê! PêSêDê! PêCêPê... Guterr... Gondomar! Gondomar! Gondomar!"



Gandas Malucos!...
De acordo com informações recolhidas pelo FLC junto de fontes (inquinadas) próximas da Cambra, já existe um gabinete de estudo que prepara várias propostas para a futura rentabilização do "magnífico espaço". De acordo com a nossa fonte, "já há bastantes ideias" como por exemplos a realização de casamentos e de congressos partidários, a projecção de filmes do Tarzan, etc, etc, etc. Esta comissão irá igualmente iniciar contactos com altas entidades civis e militares para trazer até ao Complexo Abarracado da Feira dos Porcos, a organização descentralizada de grandes inventos internacionais tais como, o 13 de Maio, a festa do Avante, a parada gay de Amesterdão, o lançamento do vai e vem Culumbia, o carnaval de Ovar e o lançamento do primeiro cd da grande estrela internacional, José Castelo do Bode.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Kama-Sutra

Terminada a apresentação deste ponto da ordem do dia, o Sr. Presidente da Câmara, Dr. Alberto Cascalho, proferiu a seguinte declaração:

“Saúdo a deliberação tomada pela Câmara exclusivamente porque põe fim a um período excessivamente longo durante o qual se arrastou um clima de excessiva dramatização da vida política do concelho e que contribuiu de forma profundamente negativa para o avolumar de dificuldades na condução dos trabalhos e actividades da autarquia. Permito-me não fazer comentários sobre algumas afirmações que vieram a lume ao longo de estes cerca de dois meses e inclusivé no decurso desta reunião de Câmara por, do meu ponto de vista, terem uma natureza ofensiva em termos pessoais, tanto para mim como para outros elementos do executivo. Tomo esta atitude porque considero que mais do que a resposta a ataques e ofensas pessoais tenho conjuntamente com todos os colegas do executivo o estrito dever de tudo fazer para responder às necessidades da população do nosso concelho. Para além da discussão e da trica partidária, dedicar-me-ei em exclusivo a, como tenho feito até aqui, tentar cumprir com toda a minha dedicação e as minhas capacidades o compromisso que a CDU assumiu perante o eleitorado nas eleições de 09 de Outubro de 2005.
Peço apenas, e sei que poderei contar com isso, que todos os colegas eleitos neste órgão me acompanhem no trabalho difícil que temos pela frente”.

Os Srs. Vereadores do P.S. proferiram a seguinte declaração:

«A apreciação e votação do pedido de suspensão do mandato do Sr. Presidente da Câmara é o culminar, triste e penoso, de um dos maiores golpes políticos da democracia portuguesa. Este processo paralisou totalmente o concelho, fez perder a confiança dos agentes económicos, da população e fez o nosso concelho estar há muito nas primeiras páginas dos jornais como símbolo do anedotário nacional. A ambição desmedida pelo poder fez com que o PCP tudo fizesse para afastar o presidente da câmara eleito, criando-lhe todo o tipo de constrangimentos para que não levasse o seu mandato até ao fim, cumprisse a palavra dada aos eleitores e merecesse a confiança que nele depositaram. Quem não respeita o mandato popular, quem não respeita a vontade do povo expressa através do voto e quem não demonstra o mínimo de lealdade pelos compromissos que assume, não merece o respeito de ninguém. É-nos totalmente impossível de perceber como é que alguém, depois de tudo isto, ainda consegue olhar de frente e com a cabeça levantada a população e achar que pode merecer dela respeito e consideração.
Os vereadores do PS, depois da total irresponsabilidade do PCP neste processo, tinham razão política bastante para fazer cair a câmara municipal, já que o saneamento que o PCP fez do seu presidente eleito legitimava a ausência dos vereadores do PS nas reuniões e a consequente paralisia do concelho e da actividade da câmara municipal por longos meses. Não o faremos! Á irresponsabilidade do PCP e à falta de respeito pela vontade popular, respondem os vereadores do PS com sentido de responsabilidade e com respeito pela decisão dos eleitores que, como se sabe, não lhe foi favorável. Os vereadores do PS confiam no julgamento dos eleitores e serão esses que em devido tempo responderão a quem não os respeita.
A solução que daqui sai não é legitima, nem democrática. É uma solução que resulta da usurpação do poder democrático, correndo até o risco de, em muitas ocasiões, virmos a ter no exercício da função de presidente da câmara um cidadão de uma lista que nem sequer foi eleito. Ironia das ironias, a Marinha Grande, berço das tradições democráticas neste país, reedita hoje, pela mão do PCP, o tempo negro da ditadura fascista onde as câmaras municipais eram designadas.
Apesar de ferida de legitimidade, à maioria do PCP que irá governar o concelho durante mais dois anos e, muito especialmente, ao Sr. Vereador Alberto Cascalho que passa agora a exercer as funções de presidente, enquanto durar a suspensão do presidente eleito, os vereadores do PS querem deixar aqui algumas recomendações de cariz político que passamos a referir:
- Procure governar lembrando-se de que não foi eleito, que este lugar não é seu e, portanto, democraticamente, não lhe pertence. Se o fizer estará mais disponível para ouvir os vereadores do PS, ao contrário do que é seu hábito;
- Procure lembrar-se que ao contrário dos vereadores do PS, o vereador do PSD, sustentáculo desta maioria, já não tem a confiança do partido político que o elegeu e, a julgar pelo comportamento que o Sr. assumiu para com o presidente, por não acatar uma determinação do seu partido, a mesma atitude deveria ter em relação a este Sr. vereador do PSD, ou tem dois pesos e duas medidas, consoante as situações lhe são vantajosas do ponto de vista pessoal, esperamos que não;
- Procure não se irritar, como temos visto muitas vezes, de cada vez que alguém discorda de si, o alimento essencial da democracia é o pluralismo;
- Procure soluções de consenso, discutidas e partilhadas e não decisões de facto consumado, de quero posso e mando e de recurso ao voto de qualidade, como tanto gosta;
- Procure governar não dizendo, a partir de agora, sim a tudo o que mexe, em ziguezague, tentando agradar a gregos e troianos;
- Procure governar respeitando as regras democráticas, prestando as informações aos vereadores do PS quando estes lhas solicitam, não protele nem sonegue, como tem vindo a fazer, informações e esclarecimentos fundamentais sobre a actividade da câmara;
- Peça desculpa por ter dito que os vereadores do PS impediam esta maioria de governar quando, em dois anos de mandato e depois de aprovadas centenas de deliberações, apenas uma, e só uma, deliberação não foi tomada por vontade expressa dos vereadores do PS e, não o foi, justamente, porque o seu partido afastou o presidente da câmara, pois se ele aqui estivesse, como era seu direito, nem essa deliberação tínhamos possibilidades de inviabilizar. Não lhe fica bem, apesar do histórico, confundir pluralismo de opinião com unanimismo;
- Procure, em suma, governar lembrando-se de uma célebre expressão bíblica que diz “há mais alegria no céu por um pecador que se arrepende, do que por 99 justos que não precisam de arrependimento.”
Os vereadores do PS vão estar na câmara como estiveram até aqui, a servir os interesses do concelho e o interesse das populações, votando a favor quando concordam e votando contra quando discordam mas, em todos os momentos das suas decisões, faremos questão de lhe lembrar que esse lugar não é seu, nem tem nenhuma legitimidade democrática para o exercer. E desse princípio não abdicamos.»

O Sr. Vereador Artur de Oliveira proferiu a seguinte declaração:

“Nas declarações do P.S. há falta de sustentabilidade. Primeiro ataca a CDU por ter retirado a confiança política ao Presidente João Barros Duarte e não o devia ter feito porque ele é que foi o eleito, de seguida diz que o vereador do PSD devia renunciar por o PSD lhe ter retirado a confiança política. Aqui existem falta de critério e sustentabilidade no que diz pois também fui eleito democraticamente.
Quanto à retirada da confiança política por parte da comissão política do PSD nunca tal me foi dito pessoalmente.”