Caros concidadãos
Caros amigos
A todos boa noite
Comemoramos hoje, mais um aniversário de uma data histórica que, se bem que sentida em todo o Portugal, foi particularmente sentida e vivida, aqui, no nosso concelho, e especialmente aqui, nesta praça.
Ainda que também muito outros, nós, aqui no nosso concelho, e particularmente aqui na Marinha Grande, tínhamos infinitas razões para comemorar, porque nessas comemorações recordávamos tantos filhos desta terra que, a par de outros, tudo deram de si, alguns até a própria vida, para que o dia da liberdade chegasse. È a esses Homens e Mulheres que ajudaram a construir Abril e, especialmente aos da minha terra, que quero, juntamente convosco, nestes 35 anos de Abril, começar por homenagear, da melhor forma possível. Não os esquecendo.
Mas estas comemorações servem também para comemorar a esperança. E também para a renovar. A esperança que tínhamos de que dias viriam em que, em comunhão com os ideais da liberdade, seria possível construir qualquer coisa nova, alicerçada em novos valores, nos quais seria possível edificar uma sociedade mais humana, mais fraterna, mais justa.
Passados 35 anos, muitas das nossas esperanças ficaram pelo caminho, travadas aqui e ali por aqueles que, dizendo-se com Abril, o procuraram subverter e utilizar de forma a provocarem novas desigualdades e novas injustiças.
Mas este dia serve também para renovar a esperança, e é também essa mensagem de renovação da esperança que, aqui, vos quero hoje trazer. Bem sei que os dias estão mais difíceis do que nunca. O desemprego alastra de forma incontrolável, trazendo consigo a depressão, a fome e a miséria. Agravam-se as condições sociais e atacam-se os direitos de quem menos tem. Mas se não soubermos renovar a esperança, se nos dermos por vencidos na luta por dias melhores, só veremos as coisas piorarem. È preciso fazermos das fraquezas forças e, em conjunto, travarmos essa batalha, difícil, por melhores dias, mas que pode ser vencida se continuarmos o caminho que Abril abriu. Bem sei que a crise está aí. Instalada de forma irreversível. Provocada, não por aqueles que tiveram esperança que Abril faria da sociedade uma coisa diferente, e que por essa sociedade nova se bateram e batem, mas sim por aqueles que, aproveitando muitas das liberdades que Abril abriu, abusaram delas, aproveitando-as em benefício próprio, e em prejuízo de todos aqueles que, vivendo do seu trabalho, se viram, e vêm, cada vez com menos, para que esses outros tivessem e tenham cada vez mais.
Hoje procuram-se estratégias para minimizar os efeitos nefastos que muitos desses criaram na sociedade. Apontam-se caminhos. O curioso é que, foram aqueles que mais loas teceram e mais endeusaram o caminho que o Mundo levou, e que conduziu á situação em que hoje estamos, que apresentam, agora, propostas para mudar as coisas. Por certo apresentam mais do mesmo, para continuarem a sua vida da mesma forma que antes, para que possam continuar a especular e a viver da melhor forma possível, não se importando, como não se importaram, se isso causa, a muitos outros, dificuldades de toda a ordem. Tenho por isso muitas dúvidas, que aqui partilho, se é com mais do mesmo que as coisas se vão resolver.
Mas, apesar de tudo, tenho esperança que a liberdade que Abril abriu, e que todos queremos ver continuada, nos permita mudar de rumo para que, quem menos tem, possa vir a ter mais, para que a vida venha a ser melhor e para que todos sintamos, continuadamente, que Abril está vivo. Tenho especialmente esperança que, aqui no nosso concelho, seja possível minimizar a crise. Tenho esperança que, a capacidade empreendedora de que os nossos empresários têm dado sobejas provas, aliada á capacidade de trabalho dos nossos trabalhadores, seja suficiente para que, entre nós, as coisas não atinjam a dimensão que, noutros lados, menos preparados e menos capazes, podem vir a atingir.
Não posso deixar, e para terminar, de vos fazer aqui um pedido. Pedido que é um apelo e uma homenagem a Abril, pois foi ele que criou as condições para que em conjunto, e em liberdade, possamos decidir do nosso futuro colectivo. Para isso Abril deu-nos uma arma. A arma que Abril nos deu tem nome. Chama-se voto. Estamos num ano particularmente importante para usarmos essa arma. Façamos pois dela um bom uso, utilizando-a bem. Para isso pensemos em Abril. Pensemos na liberdade. Pensemos no nosso bem-estar. Pensemos no que queremos da sociedade. E depois de bem pensar, vamos utilizar a arma. Vamos votar. Neste ano, em Portugal, vão haver 3 actos eleitorais. Como prova de que estamos com Abril, peço-vos, votemos todos. Que ninguém fique em casa. Utilizemos essa arma da forma como melhor entendermos. As opções são muitas, por isso não será difícil escolher. Escolhamos então e bem, e não deixemos para outros escolhas que a todos nós interessam. Por isso, vamos todos, este ano, demonstrar que estamos com Abril, da forma que Abril criou para todo nós. Votando.
Viva o 25 de Abril!
Viva o concelho da Marinha Grande!
Viva Portugal!
Luís Guerra Marques
Presidente da Assembleia Municipal da Marinha Grande
Discurso proferido nos Paços do Concelho, em 25/04/2009, nas comemorações do 35º aniversário do 25 de Abril de 1974.
4 comentários:
Este, de tão mal escrito, nem bitaites merece...
A diferença entre os dois discursos é abismal. Tenho pena que o autor deste tenha "influenza" (é mesmo do vírus que estou a falar)sobre o primeiro.
Pelo coro de palmas viu-se a importância das personagens... quase nada, repararam que havia muito menos gente este ano? Porque será?
Devem ter sido dois discursos emocionantes...então este do Dr. Lecas, com a dicção aprendida no conservatório deve ter sido de arripiar....só de imaginar já estou com pele de galinha.
E a luta continua, esta gente para a rua!
Este ano na Praça do Município, deu para levar a tenda e acampar.
Até junto do centro de trabalho?, mesmo com a estrada cortada(licença?)
aquilo era uma dor de alma! já tinha visto espectáculos idênticos na Roménia.
Agora cá na Marinha, só mostra a pobreza de espírito e a fraca elevação que os caracteriza e move.
Para mim que vivi e sinto Abril, foi uma desilusão, já estive em funerais mais alegres, pelos ditos, vistos e conclusões do discurso, até o homem da AM já mandaram plantar palmeiras!
Ao menos aluguem um autocarro há TUMG para irem todos para casa, casa de onde nunca deveriam ter saído, além de iram todos de uma vez, fica mais barato do que de táxi.
Que pobreza de Terra, oh terra que és tão maltratada.
Será que podemos apresentar queixa na Linha SOS, ou será melhor uma colecta on-line para a compra de bilhetes de grupo com local há escolha, mas… só de ida, e com ½ pensão no 1º dia.
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