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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Revista de Imprensa

"Ambulâncias esperam horas no hospital para reaver macas"

Nas últimas duas semanas, as macas das ambulâncias de emergência têm ficado retidas, por várias horas, nas Urgências do Hospital de Leiria (HL). Sem esse equipamento - necessário para o socorro - os bombeiros não podem sair da porta da unidade hospitalar. O que, advertem os comandantes das corporações, pode por em causa o trabalho. A administração do HL mostra-se consciente da situação, mas considera que se trata de um caso pontual de afluência invulgar à urgência. E assegura que a unidade tem macas em quantidade suficiente.

Na corporação da Marinha Grande, a maca de uma das ambulâncias de socorro chegou a estar retida no HL mais de sete horas. Durante esse tempo, a ambulância regressou ao quartel para fazer um novo serviço (tem uma maca de reserva). Os bombeiros acabaram por ficar, depois, à espera das duas macas, durante várias horas.

Segundo apurou o JN, junto de alguns bombeiros, num domingo à tarde concentraram-se à porta da Urgência 27 ambulâncias. A maior parte aguardava pela devolução da maca há mais de quatro horas.

Quatro horas à espera

Mas a situação também se verifica de noite e de madrugada. Fonte da corporação de Porto de Mós contou que, na semana passada, uma tripulação de uma ambulância esteve cerca de quatro horas à espera da devolução da maca, à porta do HL.

Uma situação destas, considera Vítor Graça, comandante dos Bombeiros da Marinha Grande, "pode comprometer o socorro". Se a ambulância está à porta do hospital, à espera do seu equipamento, e surgir uma outra situação, "poucas são as corporações que possam dar-lhe resposta", adverte.

José Ferreira, presidente da Federação de Bombeiros do distrito de Leiria, mostra-se apreensivo com a situação, para a qual já alertou a estrutura nacional, o comandante distrital da Protecção Civil e o Governo Civil. O responsável lembra que uma parte dos bombeiros a passar por esta situação é composta por voluntários. Alguns dos casos acontecem à noite e de madrugada. "As pessoas têm que trabalhar no dia a seguir e, quando ficam de serviço no quartel, estão a dormir até serem chamados. Se têm que ficar horas à porta do HL à espera de maca, não podem descansar para ir trabalhar no dia seguinte", adverte, considerando que "não é justo que se tratem assim os voluntários".

"Tem que ser dada uma solução ao problema e passará, possivelmente, pela aquisição de mais macas", defende.

Helder Roque, presidente do Conselho de Administração do HL, justifica que, nas duas últimas semanas, o hospital tem estado sobrelotado devido ao excesso de procura. Houve dias em que o número de doentes ascendeu a mais de 400, quando a média diária é de 250, esclarece. É sobretudo a população mais idosa que, durante a tarde e a noite, tem acorrido às urgências. A procura tem sido excessiva e, cerca de 40% dos casos não são, sequer, verdadeiras urgências, assegura o responsável.

"Não podemos recusar consultas a ninguém, por isso atendemos toda a gente, quer a situação venha ou não justificada por médicos", esclarece, frisando que "face aos números com que nos temos deparado, não há estrutura que consiga dar resposta".

Por esse motivo, a capacidade do HL é levada ao extremo - muitas vezes, é necessário pedir reforço das equipas médicas e de enfermagem - e a demora no atendimento prolonga-se por várias horas. Enquanto os doentes aguardam para ser observados ou para realizar exames, acabam por ir ficando nas macas das ambulâncias, porque a capacidade do hospital está esgotada. Do lado de fora, à espera, ficam as ambulâncias porque têm apenas uma maca disponível para realizar o socorro.

"Temos que ser solidários e perceber as razões e as limitações de cada um", afirma Helder Roque, pedindo a compreensão dos bombeiros. "Não há falta de macas no hospital. As que temos chegam e sobram", esclarece, sublinhando que a situação das últimas duas semanas não é regra, é uma excepção".

O responsável sugere que as pessoas passem pelo SAP dos centros de saúde ou, em alternativa, que contactem a linha telefónica "Saúde 24", para aferir da urgência do seu caso antes de se dirigirem ao HL.


(surripiado do JN)

4 comentários:

Anónimo disse...

É triste mas é a Saude no seu melhor!!

Anónimo disse...

Porque o silencio dos representantes máximos do Governo no Distrito??

Maria Estrela Melchior Dinis disse...

Então ainda não sabes? está bem claro!é só pensar um pouco.

Anónimo disse...

Devem é questionar o novo Chefe de Gabinete do Governador Civil e actual Lider da Federação Distrital do PS de Leiria!!
Que figurinha!!A que um homem se sujeita por um TACHO!!
GANHA VERGONHA!!Ainda se fosse para Governador ou Adjunto, mas para uma Secretária??
Julgo que o Distrito merece melhor!!
POUCA AMBIÇÃO PARA UM JOVEM!!
QUE UM DIA SONHOU RUMAR A LISBOA.