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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Hoje em DESTAQUE I

"250 empregos em risco por causa da Reserva Agrícola"

Vale Gracioso é apenas uma das zonas onde se verificam situações de ilegalidade. Em Pombal, Batalha e Porto de Mós também houve denúncias


Dezenas de empresas de Leiria instaladas em Reserva Agrícola Nacional (RAN) têm ordem para demolir as construções em solo classificado ou até para encerrar. Os proprietários estão indignados com a notificação que receberam da Comissão Regional da Reserva Agrícola do Centro e alertam para o facto de estarem em risco centenas de postos de trabalho. Admitem lutar em defesa das suas unidades e consideram que os terrenos devem ser desafectados.

"Em defesa do ambiente". É esta a justificação dada pelo líder da Associação Ambiente Saudável e Cidadania do Litoral Estremenho, Dionísio Rodrigues. O responsável assume ter sido esta estrutura "a denunciar muitas situações de ilegalidade em Leiria, mas também em Ourém, Pombal, Porto de Mós e Batalha". "Demos conhecimento ao Ministério Público e ao Ministério do Ambiente de cerca de meia centena de casos", afirma, manifestando-se convicto de que, com estas acções, "a associação vai contribuir para tornar Leiria uma região melhor para se viver".

Do outro lado desta "guerra" estão os empresários. Manuel da Conceição Antunes, empreiteiro de estradas, com perto de 20 funcionários, admite não saber o que fazer. "Assumo que sou prevaricador, mas acho que tem de ser o Plano Director Municipal (PDM) a adaptar-se à realidade", defende. Criada há 28 anos, a empresa, situada no Vale Gracioso, em Leiria, ocupou uma pequena área da RAN, que serve de parque para máquinas e camiões. "Sem este espaço, não posso movimentar os equipamentos, preciso dele", afirma, contando ter recebido uma intimação com ordem para fechar, há cerca de dois meses.

A revolta atinge também a DMS Trucks. O gerente, Miguel Susano, explica que a construção da unidade é anterior ao PDM, pelo que espera que a situação se resolva da melhor maneira. "Nesta primeira fase, estamos a tentar defender-nos como podemos, mas de futuro, penso que temos de nos juntar para lutarmos junto dos ministérios do Ambiente e da Agricultura", adianta, concluindo que "são muitas vidas em jogo para estarem a brincar assim".

Questionada pelo JN, a Câmara de Leiria, que já reuniu com os empresários para se inteirar desta questão, limita-se a afirmar que está a estudar o assunto.


(surripiado do JN)

8 comentários:

Anónimo disse...

"Assumo que sou prevaricador, mas acho que tem de ser o Plano Director Municipal (PDM) a adaptar-se à realidade"

É assim mesmo:
- adapta-se o PDM às barracas da feira dos porcos
- adapta-se o regulamento do mercado às barracas da feira dos porcos

Será que vamos ver mudar mais alguma coisa em função do que está a ser construído? Cheira-me que por estes dias vai haver novidades...

Anónimo disse...

Que pretende este Governo?
O Xoné (Socrates)pretende criar um "II Dubai" à beira mar plantado?

Anónimo disse...

E porque é que há tantos anos são tão tolerantes com as possílgas que mandam toda a merda por esse rio Lis abaixo? São cegos ou comem da "gamela"? Isso não tem que ver com ordenamento nem com ambiente?
Hipócritas!

Anónimo disse...

Não posso deixar de ficar abismado com algumas coisas que ainda se dizem...

Primeiro, há uns que pensam que os regulamentos é que têm que se adaptar á "sua" realidade. Ou seja, por essa ordem de ideias, eu vou a casa do senhor, roubo-lhe tudo o que ele tem de valor, e depois digo que como recebo pouco e tenho fome (a minha realidade), não me devem prender ou agir criminalmente contra mim.

Em segundo, também há aqueles que dizem que não se deve fazer algo, porque há outras situações a resolver também... Dando outro exemplo, é como um polícia de trânsito não ter legitimidade de multar o primeiro carro de uma fila de muitos mal estacionados, porque entretanto o último é retirado antes de ele lá chegar...

Por algum lado se tem que começar meus senhores. Mau mesmo era continuar tudo como está...

Anónimo disse...

Olhe, Wolverine, não sei está enganado(a, se nos quer enganar, ou se apenas fala por falar.
É que eu acho correcta a actitude relatada. Os regulamentos são para serem cumpridos. Os do âmbiente, que os porqueiros abastados não cumprem, também são para cumprir e ainda não vi as ameaças de encerramento das possílgas. Terá a ver com lobies?
Graduando na escala da sua comparação um tanto demagógica ao assalto, este ilícito seria maior, assim como que um assalto à mão armada com violação e tudo. E olhe, não é por tanto o problema como a solução não o afectarem a si de perto que ele é menor e o crime ambiental mais desculpável.
Entendeu?

Anónimo disse...

Se calhar estão os dois a dizer o mesmo, cheira-me...

Anónimo disse...

Caríssimo ti nini, já vi que estamos os dois de acordo no essencial, mas devo informá-lo que aqui há coisa de dois ou três meses houve procedimento criminal contra os suinicultores do Lis. Até veio o representante da associação queixar-se de perseguição...

Sendo assim, depreende-se que os processos vão seguindo... Se estão ou não a correr céleres, é outra questão que é crónica na Justiça portuguesa. Mas estão a correr.

Crime ambiental é de abominar seja qual for a forma que assuma: desde o pequeno porco que deita os papéis pela janela do carro até aos donos das pocilgas que conspurcam os rios do nosso país.

Anónimo disse...

A mão à palmatória.
Peço desculpa pela ortografia. Revendo, não me lembro de tantas calinadas em tão curto texto. Só mais um e também poderia ser crime ambiental.
Quanto ao resto, estamos de acordo.