.
.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

EMILIO FERREIRA RATO

Pela calada da noite a noticia chegou: Morreu o Emilio Rato!

Há um habito terrivel na nossa sociedade em tornar toda a gente excelente quando deixam o mundo dos vivos. Ainda recentemente vimos fazer uma(mais que merecida) homenagem a Salgueiro Maia, por iniciativa de quem em vida lhe recusou uma (mais que merecida) pensão.

Sobre o Emilio Rato a emoção retira-me a capacidade de escrever sobre aquele que foi seguramente um dos melhores autarcas da nossa terra e um dos melhores seres humanos com quem tive o previlégio de privar. Já que não fomos capazes de fazer nada ainda em vida que se perpetue pelo menos a sua memória prestando a homenagem merecida.

Gostava de te dizer, se fosse possível ouvires-me, que para quem acompanhou o poder local, que ficarás na nossa memória como um dos melhores obreiros do poder local democrático.

Junto um pequeno extracto de um comentário que publiquei recentemente no "Largo das Calhandreiras"

"Quando me refiro a um dos melhores, quero dizer que houve outros que também merecem ser recordados, felizmente um pelo menos ainda vivo, deixando eu a pergunta para quando o reconhecimento ao Emílio Rato pelos seus anos de trabalho como vereador e Presidente da nossa Câmara?”


(do blogue Folha Seca, com a devida vénia)

9 comentários:

POVO disse...

Com este tópico não se livram da porcaria que foi o anterior.

Condolências à família.

Está cada vez mais definida a orientação politica deste largo, o que me constrange.

Anacleto Fontaínhas disse...

Fico imensamente grato aos blogues Folha Seca e Largo das Calhandreiras pelo facto de me terem alertado para a 'passamento' de um Homem a quem me ligaram grandes laços de amizade e, da minha parte, um grande respeito e sincera consideração (o que, tenho a certeza, era recíproco por parte do Emílio Rato).

Corroboro o que diz o Folha Seca quando afirma: "Há um hábito terrível na nossa sociedade em tornar toda a gente excelente quando deixam o mundo dos vivos”. É, lamentavelmente, um facto inerente à condição humana e, mais do que isso, uma pecha, da qual nós, portugueses em geral e os marinhenses em particular, não nos conseguimos livrar!

Emílio Rato foi, de facto, um homem bom e um bom cidadão e a Marinha Grande ficou a dever-lhe, em vida, uma homenagem por modesta que fosse.

Talvez agora que deixou de estar entre nós, alguém se lembre de o recordar e de lhe perpetuar a memória. Ele, sem dúvida que o merece.

Lembra o Folha Seca, no seu blogue, o apoio que Emílio Rato e sua esposa deram a muitos que, refugiando-se da polícia política de Salazar, buscavam porto seguro em sua casa.

Por meu lado, recordo uns muito agradáveis serões de convívio e tertúlia passados na cave da sua pensão D. Dinis (nos quais o Emílio sempre marcava presença), onde as infindáveis conversas e as canções de protesto e intervenção ajudavam um grupo de jovens e bons amigos a estreitar laços de solidariedade e a tornar menos frias as longas noites de Inverno e menos escuros os dias intermináveis que nos impunha aquele regime que nos tolhia os movimentos e tudo fazia para nos limitar os voos e os anseios próprios da juventude!
E ele, o Emílio, lá estava – para participar, para incentivar, para aconselhar, para acolher...

São esses tempos de maior partilha e fraternidade, tempos de cumplicidades e comunhão de ideais, que me deixam saudade!

Partiu o Emílio, mas não sem ter deixado obra…

Que a terra lhe seja leve e a memória dos homens o não esqueça!

folha seca disse...

Para o "POVO"

O que fiz foi manifestar o meu respeito por um homem a que se podiam colar muitos adjectivos. Durante o funeral ouvi um homem insuspeito de alguma vez ter partilhado os ideais politicos do Emilio, dizer-me: "Morreu um homem bom" para mim chega, não é preciso mais nada para caracterizar o Emilio Rato.

Não sei onde o "POVO" foi tirar as ilacções de mau gosto que aqui expôs quanto à orientação politica dos blogues referidos, fico-me por aqui.

Para o Anacleto Fontainhas. Obrigado, assino por baixo.

Quanto a alguns aspectos da biografia embora a conheça, limitei-me a publicar a biografia transcrita da fonte devidamente assinalada(embora me pareça conter um erro quanto aos anos de exercicio autarquico.

POVO disse...

Folha seca

A minha indignação, não tinha como propósito a sua figura. Se assim achou as minhas desculpas.

Anónimo disse...

Perante a noticia da more de Emilio Rato, em primeiro lugar as mais sinceras condolências à familia e concordar em TUDO o que foi dito sobre ele. Eventualmente terá sido pouco, mas sentido, e o que importa é que todos sabemos quem foi, o que fez, como fez e porque fez!

Estou convicto que a Sociedade não o esquecerá e exigirá que a sua memória seja recordada e mantida para todo o sempre, na cidade que ele tanto serviu.

Nesta hora de luto, não deixo de apenas lamentar que tantos outros não tenham a sebedoria e humildade de seguirem exemplos como o de Emilio Rato, sendo até da mesma força politica.

Anónimo disse...

Um homem que marcou a Marinha Grande. Independentemente da sua côr politica a deveríamos ser mais reconhecidos para os marinhenses de vulto. Infelizmente temos sempre a politica misturada.


Já agora o Joaquim Carreira não merecia uma homenagem? Embora, que eu me lembre, não exerceu cargos politicos mas foi um antifascista que pagou a sua convicção com muitos anos de prisão.
É uma tristeza ver aquela figura abandonada!

Haverá concerteza outros que desconheço.

Como neste blog estão participantes com tanta conhecimento talvez possam dar uma ajuda.

Anacrónico disse...

"Já agora o Joaquim Carreira não merecia uma homenagem?", pergunta este anónimo.
Talvez uma homenagem, mas, mais do que isso, o Joaquim Carreira merecia uma reparação que lhe deveria ser feita pelos seus ex-camaradas.
Tem toda a razão o anónimo quando diz que "é uma tristeza ver aquela figura abandonada!". Tenho o mesmo sentimento…
Quem não é do PCP não consegue compreender por que razão, um homem que tanto deu ao partido, e que, à semelhança de muitos outros, apodreceu os costados nas masmorras dos esbirros do poder do chamado 'Estado Novo', - tudo isso em nome da liberdade e do serviço ao partido - acabou por ser 'saneado' (ou o termo será, corrido?), dum partido que se diz democrático?

Pois é caro anónimo, a mim também me dá imensa pena ver o Joaquim Carreira, ele que, apesar dos anos de cadeia, apresentava um porte altivo de lutador pela liberdade (o 'General Carreira', tal como foi conhecido no verão quente da infância da nossa democracia), deslocar-se ao longo da berma da estrada de S. Pedro, alquebrado e arrastando os pés como se carregasse todo o peso do mundo!.
Ao que a política (ou o extremismo fanático de alguns) pode conduzir um lutador.
É, por isso, que eu digo que, primeiro que tudo, a Joaquim Carreira é devida (pelos que assim o trataram) uma reparação, muito mais do que uma homenagem!

Anónimo disse...

Embora não seja da cor politica do Quim Carreira, estou plenamente de acordo com o Anacrónico.
O Carreira só foi bom enqunto a ESCOMALHA do PCP (Marinha Grande)se serviu do nome de-le, da celebre carrinha etc.etc. agora é tratado a baixo de cão.
Por isso pode-se antever o que seria se esta gente um dia fosse governo.
E andam eles sempre a falar em liberdade, democracia, direito dos trabalhadores, direito dos reformados etc.etc.etc.mais valia estarem calados e meterem o Avante no lixo.

Anónimo disse...

Obrigada a todos. Um ano depois da morte do meu avô finalmente consegui reunir e ler todos os comentários deste dia.
Foi um Homem, como todos os outros. Virtudes e defeitos todos temos. Para mim, foi meu avô e mentor. Meu lindo Milo, foste tu e apenas tu a vida toda.