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quarta-feira, 11 de junho de 2008

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"'Casa dos Afectos' fecha por falta de dinheiro"

A falta de dinheiro vai ditar o encerramento, já no final do mês, da 'Casa dos Afectos', um espaço da Marinha Grande especializado no apoio sócio-educativo de quatro dezenas de crianças com problemas de aprendizagem e psicológicos.

Ana Patrícia Nobre, presidente da Associação Desenvolvimento e Cooperação Atlântida (ADCA), que gere o projecto, mostra-se esperançada que se trate de "um encerramento provisório" até que seja dada resposta positiva às candidaturas efectuadas a programas de apoio. Sem acompanhamento vão ficar, no imediato, quatro dezenas de meninos e meninas que estão a ser ali tratadas. O espaço foi criado em Junho de 2003. Mas as dificuldades começaram no final do ano passado. O projecto era financiado pelo Eixo 5 do Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social do terceiro Quadro Comunitário de Apoio. Findo esse quadro de apoio, as responsáveis elaboraram uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Esperavam que a resposta fosse rápida, de forma a não perturbar o funcionamento do trabalho que vinha sendo desenvolvido. Mas não foi. Elaboraram ainda duas outras candidaturas a programas de apoio do Ministério da Saúde. Mas as respostas também ainda não chegaram. Sem dinheiro, mas preocupados com as crianças que acompanhavam, a maior parte dos técnicos manteve a sua colaboração, de forma voluntária. Mas "os encargos tornaram-se insuportáveis", conta Ana Patrícia Nobre, sublinhando que "não nos resta outra opção a não ser encerrar". Apreensiva, a responsável avançou com um abaixo-assinado que está ainda a percorrer o concelho. O documento explica o funcionamento do projecto e apela às entidades por uma solução. Já foi subscrito por mais de 2.500 pessoas e, no final do mês, será enviado a todas as entidades locais e nacionais. Ana Patrícia Nobre conta ainda que, no início do ano, a ADCA pediu apoio à Câmara local. "Estávamos convencidos - e continuamos a acreditar - que a candidatura que efectuámos ao QREN será aprovada. Pensámos que até Março teríamos uma resposta e, por isso, pedimos um apoio de dez mil euros à autarquia. O suficiente para nos permitir fazer face aos encargos do mês de Abril", explica. A resposta surgiu em Maio. A Câmara aprovou o pedido mas esclareceu que só atribuía o subsídio quando tivesse garantias de que a candidatura ao QREN era aprovada. Para a responsável pelo projecto trata-se de "uma incoerência", uma vez que o apoio solicitado era, precisamente, para resolver a situação até que a candidatura fosse aprovada. Mas Sérgio Moiteiro, vereador da Acção Social, explica que a Câmara não pode atribuir uma verba sem ter garantias de que o projecto terá continuidade. "Não teria fundamento estarmos a conceder esse apoio e, um ou dois meses depois, o projecto ter que encerrar por falta de sustentabilidade", esclareceu. A maior parte das crianças que a instituição apoia são oriundas de famílias disfuncionais, com problemas de toxicodependência, álcool e pobreza extrema. Os casos são encaminhados pela Comissão de Protecção de Menores em Risco, pelo Centro de Saúde, pelas escolas ou até pelo Hospital de Leiria. Foram mais de duas centenas, nos últimos cinco anos. Ana Patrícia Nobre conta que, de entre as crianças ali acompanhadas, há muitas com problemas comportamentais ou dificuldades de aprendizagem. "Muitos, apesar da idade, não sabem ler nem escrever", explica, contando haver casos de pequenos que "andam sozinhos pelas ruas, a pedir". O acompanhamento é feito depois das aulas. A 'Casa dos Afectos' providencia lanches e, nalguns casos, até roupas.


(surripiado Jornal de Notícias)


Nota de Rodapé
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A insensibilidade duma câmara comunista e do seu vereador sindicalista são, no mínimo, incompreensíveis e inexplicáveis. A resposta de Sérgio Moiteiro reproduzida neste artigo é uma vergonha. A Casa dos Afectos já existe há cinco anos e responde a solicitações de entidades oficiais que para aí encaminham crianças com problemas, não caiu do céu nem consta que desbarate dinheiro. Trata-se dum projecto social necessário ao concelho. Se a actual câmara tivesse alguma sensibilidade social não nos envergonharia com respostas como esta. A Marinha Grande não é isto, a Marinha Grande é um concelho que sempre soube ser solidário.

6 comentários:

Anónimo disse...

Esclareçam : esse Sr. vereador, ex-sindicalista(?) por acaso não é o mesmo que exigiu que a Câmara pagasse gas e outras coisas à Manuel Pereira Roldão, não havendo qualquer garantia que ela não viesse a fechar???? Como temos a memória curta! Ou será que esse senhor não sabe que os jovens de hoje são os homens de amanhã?

Anónimo disse...

Mete-me impressão aquele publicidade na televisão onde se vê uma multidão a empurrar o autocarro da nossa selecção. Será que o Scolari já sabia que ia faltar o combustível?

Anónimo disse...

Pois, hoje como é dia de bola, os assuntos sérios ficam para depois. É típico da raça...

Anónimo disse...

Quando a Casa dos Afectos escreveu à Câmara deveria ter também mandado uma outra carta para a sede do PCP a dar como garantia os votos dos membros das família carenciadas. Talvez assim a autarquia fosse "sensibilizada"...

Definitivamente, o Topo Giggio foi uma das piores aquisições para o plantel de 2ª que está á frente dos destinos da autarquia...

No Parlamento o PCP exige solidariedade social, na Marinha Grande, a solidariedade social só existe mediante garantia... Temos um tipo de instituição em Portugal que se comporta do mesmo modo: os bancos.

Anónimo disse...

Um balde... um balde que vou vomitar!

Anónimo disse...

Para tudo na vida é preciso ter sensibilidade por aqui se vê a quem foram atribuidos os pelouros de acção social. A um sindicalista que andou com bandeiras negras a dizer que defendia o povo da Marinha Grande, agora nem sequer é capaz de defender as crianças e pensar que deveria financiar a instituição pelo menos até ao final do ano lectivo. Grande fraude este autarca.