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domingo, 28 de fevereiro de 2010

“Os parvos úteis”

Por sugestão de um amigo, visitei pela primeira vez o Largo, para aí nos primeiros tempos do início da governação do nosso concelho pela coligação CDU/PSD. Confesso que para mim a blogosfera era uma coisa que me dizia pouco, isto porque sou da geração que aprendeu a ler e a escrever nos quadros de ardósia e nos cadernos de 2 linhas. Mas como a “necessidade faz o engenho” e a utilização da informática fez parte daquilo que obrigatoriamente tive que aprender.

Este intróito para dizer que rapidamente me integrei na comunidade de bitateiros do Largo. Se pensar muito no assunto penso que a primeira vez que escrevi um bitaite assinei com o nick de “ folha seca” adjectivo com que eu e mais umas dezenas de milhares de militantes do PCP no principio dos anos oitenta do século passado fomos classificados pelo Dr. Álvaro Cunhal, quando apoiámos uma tendência que pura simplesmente queria discutir os estatutos e que no congresso que então estava em preparação se procurou que as teses em discussão não fossem só as oficiais.

Adiante. Se é certo que encontrei no largo uma forte fonte de informação e de discussão, onde claramente apareciam opiniões contra e a favor, foi certo para mim, que ali todas as opiniões tinham lugar (desde que respeitassem o mínimo de urbanidade). Nunca vi que este blogue tivesse um objectivo politico partidário . Mas claro como recentemente foi dito (as virgens já eram) .

No verão passado houve a primeira ideia de que o largo poderia ter os dias contados. Fui dos bitateiros (modéstia á parte) que quase diariamente encontrei qualquer coisa para escrever, como outros o fizeram, o que fez com que após aquelas férias “compridas" o largo voltasse com a dinâmica que lhe conhecíamos e já lhe sentíamos a falta.

Não sei nem me “interessa” quem são os dinamizadores do largo. O que sei é que fizeram deste blogue uma coisa séria e de referência a nível Nacional, quando a ideia era o de um blogue ali encostado no largo. Se alguém pensou que era um blogue com um objectivo anti-qualquer coisa, para favorecer outra coisa qualquer. Parece que se enganou.

Talvez por isso o largo foi nos últimos tempos alvo de uma campanha que a mim me entristece, em que não só puseram em causa os recentes bitateiros como os dinamizadores mais antigos. Porquê?

Será que algumas cabeças que definiram excelentes estratégias acharam que o largo lhes servia enquanto oposição? E agora que o espírito critico que se tornou apanágio do largo está a criar alguns engulhos aos detentores do poder local? Há que abatê-lo? E se não o puder ser feito em campo aberto, aproveita-se a aberta de qualquer comentário poder ser publicado e entrar por aí?
Enganam-se. Alguns dos dinamizador tornados “opinadores” e que corajosamente deram o nome e revelaram a sua identidade, não estão sós, no que me diz respeito fálo-ei quando achar necessário.

Por fim . Não me deixarei afectar por algumas “bocas” maldosas que por aqui vão aparecendo, continuarei a “plantar” algumas opiniões” mas aceitarei que tal como fui convidado, o facto de ser desconvidado, se for essa a decisão de quem me convidou.

Ps.: Mas p.f. não acabem nem deixem acabar com o Nosso LARGO:

7 comentários:

Vinagrete disse...

"Falarei até que a voz me doa".
Trocando o verbo inicial para "cantarei", temos uma estrofe de um bonito fado.
O nosso fado é convivermos mal com a partilha de opiniões, de ideias, de projectos, sempre que eles colidem com os nossos, ou mesmo quando são coincidentes, termos que os demolir porque vêm de sectores políticamente antagónicos.
A liberdade de expressão, quando usada de forma séria, é a arma que resta aos que acham não ser necessário partilhar o espaço político-ideológico de qualquer partido, para intervir na formação de opinião e contribuir para o aparecimento de massa crítica, independente e descomprometida.
Temos hoje, a participar neste Largo, pessoas que se mostram preparadas, que estudam novas correntes de intervenção cívica, que acreditam em novas formas de democracia participativa na gestão da coisa pública e que se disponibilizam, dando a cara, para ajudar a definir um rumo, que até agora se desenha sinuoso, escorregadio e de reduzida visibilidade.
O que é verdade é que, em vez de mostrar sinais de que se querem ouvir as pessoas, os arregimentados políticos preferem entrar pela piada bacoca, muitas vezes ordinária, para desvalorizar as ideias, procurando até, de forma concertada, tentar descridibilizar o Largo, porque acha que ele é um veículo contra moínhos de vento.
Estes D. Quixotes, que esgrimem lanças de papel para defender a doce Dulcineia, vão ter que reformular o seu disco rígido e fazer um up-grade ao seu softwere.
O Município ganhará com isso e o Concelho pode ganhar a visibilidade que já teve, se formos capazes de inovar nas ideias, nos projectos e nas formas como deixamos que os munícipes participem.
É tão simples. Basta saber ouvir e de tudo o que houve, separar o trigo do joio.

Flor do Liz disse...

Sou uma semi analfabeta, destas novas tecnologias.
Subscrevo os "Os Parvos Úteis" bem como o comentário do Vinagrete.

NÃO ACABEM COM O LARGO,

pois é lá que passo algumas horas do meu dia. Vamos-nos interessar pelo nosso LINDO CONCELHO e deixarmos-nos de politiquices, as pessoas amantes, da sua terra, tem cabeça para pensar e dispensam essas politiquices, Deixem o executivo trabalhar em Paz e Sossego e daqui a 4 anos diremos de nossa Justiça.

Vamos-nos

Anónimo disse...

Isso... vá todos caladinhos, o que é preciso é paz e sossego, pois, que isso da democracia é só para votar, e que maçada terem que votar. "Que merda, então isto não é ameaça, aqui andou mãozinha ..."

folha seca disse...

À Flor do Liz.

Não me parece que tenha entendido o meu post (ou então está a gozar)
de qualquer forma agradeço a "subscrição"

ai ai disse...

Dado que durante a semana passada se verificou uma "estranha" ofensiva por estas bandas (e acho que não ando a ver bruxas) sugiro que para que alguns nicknames habitualmente usados não sejam utilizados por terceiros, mal intencionados, procedam ao seu registo, não custa nada, apenas 2 ou 3 minutos e evita-se alguma confusão.

Quanto ao post. Quero subscrever a ideia final. Não vamos deixar acabar como o nosso LARGO!

Quase anónimo disse...

O tempo não me permite dispensar grande atenção aos textos que por aqui vão sendo publicados. Mas, uma vez por outra, lá vou passando os olhos pelos arrazoados que vão sendo debitados e, diga-se, reconheço, genericamente, interesse às opiniões vazadas nesses textos.
É por serem opiniões, e não tratados (pois esses procuram-se noutros espaços), que o interesse sobreleva. Daí que sempre tenha visto com agrado o LC e blogs idênticos.
E agora com redobrado interesse, afastado que estou (fui ou deixei que fosse) da intervenção pública mais intensa e directa.
Assim, para aqueles que entendem que este é o vazadouro “do lixo dos cobardes”, que assim seja… Será apenas mais um…
Desde que o essencial das regras do respeito e da urbanidade seja respeitado, creio que merecerá a pena aquele epíteto.
E, meu caro “Folha Seca”, enquanto houver vozes incómodas (admito que, hoje, seja bem mais fácil exprimi-las do que na década de 80 de século transacto e logo na afronta ao Camarada Cunhal) o LC vai continuar e, seguramente, de boa saúde…

Sancudo disse...

A Flor do Liz tem muita razão.E não é a 1ª vez que o diz: Um seu "comment" - precisamente com o mesmo texto - foi escarrapachado neste mesmo Blogue no tempo em que o PC detinha a Câmara. É só procurar.