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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Algumas notas sobre as Unidades de Saúde Familiar (USF’s)

Desde o dia em que escrevi isto e em que fiz uma série de perguntas sobre o Centro de Saúde da Marinha Grande, passou mais de um ano e meio. Desde então, a única novidade chegou há alguns dias através dos jornais da região, os quais noticiaram uma pergunta/requerimento de cinco deputados socialistas (João P. Pedrosa, Osvaldo de Castro, Jorge M. Gonçalves, José M. Medeiros e Odete João) ao Senhor Secretário de Estado Adjunto e da Saúde onde se questionava:
1) Para quando está prevista a criação de USF no concelho da Marinha Grande?
2) A criação de USF no concelho da Marinha Grande garante, durante 24 horas, atendimento médico aos respectivos utentes?

Ora não sendo eu especialista na matéria e apenas tendo lido algumas notícias sobre a criação de outras USF’s aqui bem perto, procurei perceber do que se falava e qual o papel dos dirigentes políticos na sua criação.
Não pretendo nesta “intervenção” manifestar a minha opinião pessoal sobre o assunto (contra ou a favor da criação de USF's), deixarei isso para mais tarde. Por agora pretendo apenas trazer ao Largo alguma da informação que li sobre o assunto (de forma resumida) e fazer alguns comentários como, por exemplo, chamar à atenção de que uma USF é em primeiro lugar e antes de mais, uma iniciativa dos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, administrativos e pessoal auxiliar). Esse é o espírito da reforma operada ao nível dos cuidados de saúde primários, colocada que foi na esfera da iniciativa dos referidos profissionais de saúde a criação destas unidades de saúde, posteriormente aprovadas (ou não) pelo Ministério da Saúde, e que se propõem a:

- Aumento da acessibilidade e satisfação dos utilizadores de cuidados de saúde
- Aumento da satisfação dos profissionais envolvidos na prestação de cuidados
- Melhoria da qualidade e continuidade dos cuidados prestados
- Incremento da eficiência nos serviços.

A criação das USF baseia-se numa série de condições a respeitar como:

- Responsabilização de prestação de cuidados de saúde gerais, personalizados, com respeito pelos contextos sócio familiares a um grupo de cidadãos que varia, em geral, entre 4.000 e 18.000 utentes
- Adesão voluntária dos profissionais a envolver
- Trabalho em equipa multiprofissional
- Obrigatoriedade da existência de um sistema de informação
- Regime remuneratório baseado no desempenho profissional
- Regime de incentivos
- Contratualização e avaliação de desempenho.


Assim sendo, e no que à criação das USF’s diz respeito, na minha modesta opinião, “apenas” reconheço aos políticos, às comissões de utentes ou à sociedade civil em geral, o papel de exercerem alguma pressão sobre os profissionais de saúde, no sentido de os sensibilizar para as eventuais bondades da criação dessas unidades (através da apresentação voluntária de candidaturas), não fazendo por isso qualquer sentido (na minha modesta opinião, repito) a apropriação da iniciativa por parte dos políticos, ou a inércia das pseudo comissões de utentes nos periodos pós-manifestações.


(ler também: UNIDADES DE SAÚDE FAMILIAR - Recomendações para constituição)

3 comentários:

Praça Stephens disse...

Caro mr bean, a resposta que reproduzo aqui tb serve para si

Caro Carlos Logrado

de facto a resolução dos assuntos não aparecem nas perguntas dos deputados é preciso trabalhar antes.
esta matéria, qualquer pessoa de boa fé que a quiser referir constatará, tem sido trabalhada por mim já há muito tempo. No anterior executivo fiz esta proposta na câmara que foi aprovada por unanimidade e depois metida na gaveta pelo pcp, defendia na ars e junto do ministro, bem como a intransigencia em relação ao serviço de 24 h no centro de saúde. sei o que fiz e os resultados que obtive, bem sei que a inveja é uma coisa tipicamente portuguesa e que quando alguém trabalha para conseguir algo é sempre visto com má consciência, é da vida.
Por outro lado, foi referido aqui e no post abaixo que as USF são unidades constituidas voluntariamente por pessoal de saúde´- é verdade. mas esta verdade complementa-se com uma outra que a completa. se não houver usfs o estado cria unidades de cuidados de saúde personalizados que são, digamos assim, usfs propostas pelo estado. Portanto, de uma maneira ou outra o processo avançava.
é pena que na marinha grande, em alguns sectores, o mérito e o trabalho sejam sempre olhados de soslaio. não sei se isto tem a ver com o facto de ser uma terra empreendedora e com muito mérito individual de muitas figuras queridas da terra, cá por mim, o exito, o mérito e o sucesso individual não são factor de censura, antes pelo contrário.
apresento os meus cumprimentos

João Paulo Pedrosa

Anónimo disse...

Quando JPP fala de mérito, será que está a falar de seu próprio ego?
Isto está a ficar mesmo mau...
Que tal uma "consultasita" no psicólogo?

Anónimo disse...

Mas ele é especialista a fazer consultas a si próprio. Já assim foi para se auto-escolher para candidato à Câmara em 2005.
Ele sabe da poda e vai longe. Ai vai, vai..