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terça-feira, 18 de março de 2008

Correio dos Leitores

NB: embora com algum atraso, da exclusiva responsabilidade do Largo (problemas com a administrativa, derivado a uma pequena cirurgia a que foi sujeita, removeu um pearcing que tinha cravado no clicli quando era jovem), aqui fica um mail recebido em 07/03/08, com um pedido de desculpa ao calhandreiro Ti Nini e a promessa de o compensar com uma saca de batatas novas. Assim o tempo ajude.


Ao ler a Vida Económica de hoje não pude deixar de pensar no nosso impasse do Mercado, na politica de licenciamento das "grandes superfícies" e nas reflexões da SEDES trazidas ao FLC.
Como se trata de uma matéria muito extensa, transcrevo apenas o que vem escrito na 1ª página e a conclusão do artigo na página 5, que talvez interessem aos amigos calhandreiros.
(...)

Ti Nini


Sentimento de impunidade favorece práticas anticoncorrenciais
Monopólio na distribuição provoca aumento dos preços
07-03-2008
As cadeias de distribuição estão a infringir as leis da concorrência. Preços impostos, margens garantidas, recusa de fornecimento são práticas correntes, apesar de expressamente proibidas pela lei da concorrência. A consequência é a cartelização de preços, o agravamento do preço de produtos essenciais e o esmagamento de produtores e operadores de menor dimensão. Segundo apurou a «Vida Económica», existe um sentimento de impunidade entre os grandes operadores já que as práticas proibidas constam dos contratos e da correspondência comercial trocada com os clientes.

PRODUTOS ALIMENTARES SOFREM FORTE PRESSÃO DE SUBIDA
Neste momento, existe uma grande pressão inflacionista nos produtos alimentares de primeira necessidade. Esta é a opinião de alguns operadores de mercado.
A subida do preço do petróleo e do custo das matérias-primas não explica tudo na forte subida registada nos produtos alimentares nos últimos meses. Com a liberalização das licenças assistiu-se a um conjunto de aberturas de grandes superfície por todo o país, algumas delas mal dimensionadas para a sua localização.
Os grandes distribuidores procuram salvaguardar as margens de venda e os fornecedores fazem o mesmo, procurando compensar as campanhas de promoção de redução de preço com a salvaguarda de algumas práticas anti concorrenciais fora da grande distribuição. No fim da linha estão os que não têm poder negocial, nomeadamente os pequenos produtores, retalhistas e consumidores.
Os índices de inflação, porque consideram um cabaz específico de compras, não reflectem a evolução do aumento de preços e do impacto destes aumentos no orçamento familiar.
Na tabela abaixo, poderemos ver alguns exemplos que confirmam uma subida muito superior às estimativas de 15% e 20% de alguns especialistas na matéria:


Produto / Preço 2007 / Preço actual* / Variação %
Óleo Fula / 0,99€ / 1,79€ / 80%
Arroz extra longo / 0,49€ / 0,69€ / 40%
Esparguete Milaneza / 0,39€ / 0,59€ / 51%
Leite Meio gordo Agros / 0,49€ / 0,64€ / 30%
Atum Bom Petisco / 0,79€ / 1,29€ / 63%
Queijo Limiano / 5,99€ / 7,59€ / 26%
(*) Confirmado pela VE junto das lojas Modelo e Pingo Doce do Grande Porto

Transcrito do Vida Económica nº 1239 de 07/03/2008

5 comentários:

Anónimo disse...

Continuo a dizer que o nosso Primeiro Ministro vive noutra galáxia.

Anónimo disse...

É verdade, ele (o Primeiro Ministro) até pode viver noutra galáxia! Mas já agora gostava de pedir ao anónimo (9:21PM) que nos dissesse qual o político e de que partido, não vive noutra galáxia!?
Era bom que soubéssemos quem é ele(a) para podermos ir pedir-lhe, por favor, para vos vir governar.
Ah, já me esquecia!... E será que nós nos deixaríamos governar por esse(a) tal político(a)??

Anónimo disse...

Caro anacrónico...

Sou daqueles que acredito que existem em Portugal e no mundo politicos capazes de nos governarem com os pés assentes nesta "galaxia" falando verdade e servindo os povos que os elegem...a verdade é que por mal dos nossos pecados somos "governados" (salvo raras excepções) por gente que não olhou a meios para atingir os lugares que hoje ocupam... podes chamar-me idealista mas acredito que há muita maçã sadia no mesmo cesto e que apesar de tudo não se deixa contaminar(há sempre alguem que resiste... "há sempre alguem que diz não" quanto á parte final do teu bitaite com a permissão do administrador do flec vou trazer para aqui um artigo do Eduardo Prado Coelho:

PRECISA-SE DE MATÉRIA-PRIMA PARA CONSTRUIR UM PAÍS


Eduardo Prado Coelho - in Público

"A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como
Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o
que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso
começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi
Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós.
Nós como povo. Nós como matéria-prima de um país. Porque pertenço a um
país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do
que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude
mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito
aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais
jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas
caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ
JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras
particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo
o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para
eles mesmos. Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas
porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se
frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito. Onde os
directores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco
interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois
reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas se queixam
que a luz e a água são serviços caros. Onde não existe a cultura pela
leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler')
e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar
projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe
média e beneficiar alguns.


Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame. Um país onde uma
pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou
um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está
sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar. Um país no qual a
prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. Um país onde
fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos
governantes. Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de
Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem
corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo
o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de
que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o
que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta.


Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta
muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa
desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se
converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade
humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é
real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,
ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte... Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o
suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima
defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer
nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor,
mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar
primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu
Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates,
nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um
ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do
terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não
comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do
centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente
condenados, igualmente estancados....igualmente abusados! É muito bom
ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um
empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação,
então tudo muda... Não esperemos acender uma vela a todos os santos,
a ver se nos mandam um messias.

Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada
poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim,
creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e
francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da
estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o
responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de
desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE
O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO
PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.

E você, o que pensa?.... MEDITE!"

EDUARDO

Anónimo disse...

Acabei de ler e nem precisei de meditar.
Claro como água.
Como sou um optimista militante, acredito na nossa capacidade de regeneração e acima de tudo, acredito em mim. Por isso, pelos meus filhos e netos, tudo farei para pagar um só jornal e retirar um só exemplar, sem necessidade que me fiscalizem os actos.

Anónimo disse...

PORTAGENS NÃO, OBRIGADO!!