A candidatura de Fariñas venceu contra outras duas finalistas: a ONG israelita «Breaking the Silence» (Quebrando o Silêncio) e a política etíope Birtukan Mideksa.
O jornalita e psicólogo cubano é o terceiro oponente ao regime de Castro reconhecido pelo Parlamento Europeu com prémios Sakharov, depois deste ter sido concedido a Oswaldo Payá em 2002 e a Las Damas de Blanco em 2005.
Fariñas, de 48 anos, tornou-se nos últimos anos um dos símbolos da oposição cubana ao governo dos irmãos Fidel e Raúl Castro, depois de ter realizado mais de 20 greves de fome em protesto contra a falta de liberdade na ilha e ter passado mais de 11 anos na prisão.
Guillermo Fariñas já reagiu, afirmando à agência Lusa que «o significado do prémio Sakharov é em primeiro lugar um reconhecimento da luta do povo cubano».
O prémio Sakharov honra a memória do dissidente soviético Andrei Sakharov e é entregue anualmente a uma personalidade ou entidade colectiva que se destaque no compromisso com os direitos humanos, protecção das minorias, cooperação internacional ou desenvolvimento da democracia e do Estado de Direito.
Entre os vencedores das edições anteriores estão o sul-africano Nelson Mandela (1988), as Mães da Plaza de Mayo (1992), Xanana Gusmão (1999) ou o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan (2003).
A cerimónia solene de entrega do prémio ocorrerá em Dezembro, durante a sessão plenária que o Parlamento Europeu celebrará em Estrasburgo (França).
3 comentários:
É muito triste que seja necessário chegar àquele sofrimento, para se fazer ouvir.
Um prémio mais que merecido, mas principalmente um alerta para as consciências.
Desejo-vos um bom fim de semana.
Até Novembro ;-)
beijinhos
Em dez anos, atribuir o prémio três vezes a um cubano, parece-me obsessão, mas sobre isso vou escrever mais logo...
Carlos Carlos Barbosa de Oliveira
Quando publiquei este post, não o fiz isoladamente. Quando Fariñas estava em greve de fome, tambem usei este espaço para o dar a conhecer aos frequentadores do Largo. Não o fiz, nem antes nem agora com qualquer preconceito ideológico. No entanto o seu comentário fez-me procurar a atribuição do referido prémio por ordem cronológica, aqui deixo a lista retirada da Wikipédia.
Abraço
As seguintes pessoas e organizações foram galardoadas:
1988: Nelson Mandela (África do Sul) e Anatoli Marchenko (Ucrânia, a título póstumo)
1989: Alexander Dubček (Checoslováquia)
1990: Aung San Suu Kyi (Mianmar)
1991: Adem Demaci (Jugoslávia)
1992: Mães da Plaza de Mayo (Argentina)
1993: Oslobođenje (Bósnia-Herzegovina)
1994: Taslima Nasrin (Bangladesh)
1995: Leyla Zana (Turquia)
1996: Wei Jingsheng (China)
1997: Salima Ghezali (Argélia)
1998: Ibrahim Rugova (Jugoslávia)
1999: Xanana Gusmão (Timor-Leste)
2000: ¡Basta Ya! (Espanha)
2001: Nurit Peled-Elhanan (Israel), Izzat Ghazzawi (Palestina), Dom Zacarias Kamwenho (Angola)
2002: Oswaldo Payá Sardiñas (Cuba)
2003: Organização das Nações Unidas
2004: Associação Bielorrussa de Jornalistas
2005: Damas de Blanco (Cuba), Repórteres Sem Fronteiras e Huawa Ibrahim (Nigéria)
2006: Alexander Milinkevich (Bielorrússia)
2007: Salih Mahmoud Osman (Sudão)
2008: Hu Jia (China)
2009: Associação Memorial
2010: Guillermo Fariñas
Enviar um comentário