Trabalhadores das três fábricas BA Vidro no país estão em greve contra o congelamento de salários, disse à Agência Lusa um dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV)
Guilherme Moiteiro, que é também delegado sindical na unidade da Marinha Grande, explicou que o protesto se seguiu a duas reuniões negociais com a administração da empresa, nas quais não foi atendido o aumento de quatro por cento nos salários exigido pelos trabalhadores.
«Tentámos um acordo com a empresa, mas não foi possível chegar a um ponto de consenso», declarou, adiantando que «os trabalhadores, em plenário, decidiram partir para a greve», convocada pelo STIV e Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro.
A paralisação começou às 16h de domingo na fábrica de Venda Nova, às 00h00 de hoje na unidade de Avintes e às 05h na fábrica da Marinha Grande, terminando às 13h de terça-feira.
O objectivo é que cada funcionário não cumpra uma jornada de trabalho de oito horas, afirmou Guilherme Moiteiro, acrescentando que na fábrica da Marinha Grande, no período que iniciou às 05h e termina às 13h de hoje, dos cerca de 50 trabalhadores que deveriam estar neste turno, 92 por cento aderiram à greve.
Já nas unidades de Avintes e Venda Nova, o sindicalista, sem adiantar números, admitiu que a adesão à paralisação seja menor, justificando com o «excesso de contratados» nessas duas fábricas.
Para Guilherme Moiteiro, os funcionários «têm de ser compensados por gerarem a riqueza» da empresa, sustentando que existia já «alguma saturação» decorrente do facto de, no ano passado, os salários não terem sido aumentados de acordo com a inflação.
Segundo o sindicalista, se o aumento de quatro por cento fosse concretizado este ano tal representaria, na unidade da Marinha Grande, com cerca de 250 funcionários «na ordem dos 180 mil euros ou 0,46 por cento dos lucros» da BA Vidro.
O trabalhador adiantou que na fábrica da Marinha Grande cerca de 50 trabalhadores estão concentrados em frente às instalações, esclarecendo que, devido ao facto de a administração ter impedido dirigentes sindicais de entrarem na unidade, foi chamada a PSP.
A Agência Lusa tentou obter esclarecimentos da administração sobre a greve, mas fonte da empresa fez saber que não há declarações a dar.
De acordo com o sítio na internet da empresa, o grupo BA tem cinco fábricas e 1300 trabalhadores na Península Ibérica que produzem diariamente mais de dez milhões de unidades, entre garrafas, frascos e boiões, para clientes da indústria alimentar, de bebidas, cosmética e farmacêutica.
Em 2008, o grupo teve um resultado líquido de 44,3 milhões de euros.
(surripiado do SOL)
12 comentários:
Gostei.Boa jornada de luta dos trabalhadores do grupo BA.
A empresa à pala da crise e com resultados liquidos de 44,3 milhões de euros,não querer largar mão de um centimo para os trabalhadores.
A resposta foi firme e determinada,porque o capital está ao ataque e se necessário for não tem nenhum escrupulo em condenar à miséria quem produz a mais valia neste País.
Bom exemplo como resposta à gula do capital financeiro que aproveitando as medidas do PS e do PSD,carrega no acelerador na ansia de uma maior exploração.
Se baixarmos os braços morremos mais depressa.
A luta é o camimho.
De tanto carregarem no acelerador, um dia vão todos contra a parede, trabalhadores incluídos...!! A greve só parou a fábrica da Marinha Grande... Avintes e Venda Nova estiveram a trabalhar!! Quando a BA começar a desinvestir na Marinha Grande, depois não se esqueçam de pedir contas ao STIV!!
Os números apresentados são, no minimo, suspeitos?
Porque é que só referem os lucros de 2008 se o exercico de 2009 já terminou há muito?
Porque é que as contas da valor percentaual do aumento em relação aos lucros (de 2008 !?) é feita em relação aos lucros totais do grupo e não em relação à fábrica da Marinha Grande?
Estes sindicalistas pensam primeiro neles e depois nos outros... Há muitos que fazem disto modo de vida... Não é, D. Etelvina? Esta vive à conta do STIV e dos otários que para lá descontam!!!
Ainda há pouco tempo eram pela "defesa da industria e dos postos de trabalho":
"Em conferência de imprensa realizada no Centro de Trabalho da Marinha Grande dia 31 de Julho, o Executivo da Comissão Concelhia da Marinha Grande do PCP avaliou a decisão da Câmara Municipal de viabilizar a construção do armazém de produto acabado que a empresa Barbosa&Almeida pretende levar a efeito na área ocupada pela “IVIMA”, bem como os condicionamentos a que a referida viabilidade fica condicionada. Em defesa da indústria e dos postos de trabalho. O Concelho tem conhecido um agravamento da situação económica e social. São maiores as dificuldades para os trabalhadores e aumentaram as falências e os encerramentos, com mais intensidade na cristalaria. A economia local atravessa uma situação de crise em resultado das políticas de direita dos últimos anos. O actual Governo do PS/Sócrates continuou, ampliou e aprofundou os factores de crise. A obsessão com o défice público e o cumprimento das metas do Pacto de Estabilidade e Crescimento de matriz neoliberal, a redução crescente do poder de compra das populações, as altas taxas de juro, o aumento da carga fiscal, o desinvestimento nas funções sociais do Estado, a quebra acentuada do investimento em obras públicas, os obstáculos criados ao investimento das autarquias locais, a iniquidade do sistema fiscal e os altos custos da energia são factores que têm contribuído para a retracção da economia, com graves consequências para o tecido económico e social. A indústria do vidro/cristalaria entre 2004 e 2006 viu desaparecer cerca de 650 postos de trabalho, quase todos em processos de encerramento de empresas. Em 2006, encerraram, para além de outras de menor dimensão, duas das maiores empresas que operavam neste sector: a Dâmaso e a Marividros, já no ano de 2008 foi a vez da Canividro e da VitroIbérica (ex-Marividros).Nos últimos anos milhares de trabalhadores perderam os postos de trabalho. O Executivo da Comissão Concelhia da Marinha Grande do PCP avaliou a decisão da Câmara Municipal de viabilizar a construção do armazém de produto acabado que a empresa Barbosa&Almeida pretende levar a efeito na área ocupada pela “IVIMA”, bem como os condicionamentos a que a referida viabilidade fica condicionada. O PCP congratula-se pela forma como a Câmara Municipal da MG conduziu o processo e pelo facto de ter previamente auscultado todos os vereadores e partidos representados na Assembleia Municipal, condição essencial para um melhor conhecimento do processo, e para uma tomada de posição mais consciente e fundamentada. Neste quadro o PCP dá o seu inteiro apoio à deliberação tomada, por quanto ela serve não apenas os interesses de uma das mais importantes empresas do concelho, contribuindo deste modo para a consolidação e desenvolvimento do tecido económico e social, ao mesmo tempo que resolve o problema de degradação contínua das instalações e do património arquitectónico da “IVIMA” e a sua actual utilização como antro de tráfico e de toxicodependência. Foi com espanto e perplexidade que tomamos conhecimento do voto contra do PS e da declaração de voto proferida, impregnada de demagogia e mentira, e em termos pouco próprios para o exercício de cargos públicos.Tanto mais estranho e incompreensível quanto numa abordagem anterior, há cerca de 4 meses, em reunião do Executivo Municipal sobre a pretensão da Barbosa&Almeida resultou uma posição unânime dos 7 elementos que compõem o Executivo, bem como o conjunto de condições e condicionalismos a apresentar à empresa. Afinal este PS quer ou não resolver problemas do concelho? Ou prefere pôr em causa e dificultar a decisão tomada pela Autarquia CDU, numa matéria de tão grande responsabilidade e importância para a consolidação e reforço da indústria e manutenção dos postos de trabalho no nosso concelho?” etc… etc…
Os lucros da BA em 2009 foram de 362000000€, a que se somam muitos outros milhões dos últimos anos.
O que os trabalhadores estão a reivindicar é um aumento salarial que representa 0,46% dos lucros de 2009 (calculo a 14 meses de 2010.
A viabilidade e estabilidade da empresas depende sempre das suas forças produtivas, os trabalhadores são parte determinante dessas força.
Já agora a BA não vai deslocalizar nada, porque a mais rentável do Grupo BA é exactamente a BA Marinha Grande.
Se viabilizar as empresas significa que os trabalhadores não têm direito a uma infinita parte dos lucros que produziram e que todos esses milhões de lucros produzidos pelos trabalhadores são da Administração e da Entidade Patronal, mais vale impor a escravatura.
Desde que os trabalhadores comam o suficiente para trabalhar está tudo bem? não é caro Anónimo das 14h33 de 19 de Maio?
Ao Anónimo de 19 de Maio das 13h36
Põe lá o nariz de fora, que isso de citar o nome de alguém para fazer ataques pessoais de esse género é de cobardolas.
Tem mas é vergonha, GRANDE PALHAÇO!
Correcção:
Quando me referi aos lucros de 2009 coloquei 1 zero a mais, são de facto 36 milhões e duzentos mil euros e não 362 milhões.
Peço desculpa.
Ao anónimo de 19 de Maio das 18h28
Constato que também não se identificou... por isso, retribuo-lhe os mimos: cobardolas, tem mas é vergonha, GRANDE PALHAÇO! À semelhança da D. Etelvina, também deves comer à conta do orçamento do STIV...!! São precisos mais exemplos?
pois mas tb não identifiquei o Grande PALHAÇO que tu és!
Pois é ...
O STIV gosta é destas confusões. Como há muito tempo que não consegue encerrar mais nenhuma fábrica de vidros tem perdido algum protagonismo.
A Marinha Grande está farta dessa gente que não tem honrado os verdadeiros vidreiros e lutadores.
Áinda me lembro quando os sindicalistas vidreiros era das pessoas mais evoluidas e com uma visão de futuro.
Os de agora só olham para trás.
Felizmente já são muito poucos e muitos desacreditados.
Pena que os deixem ser irresponsáveis!
Acham mesmo que é olhar para o futuro é ter milhões de lucros nos últimos anos e não aumentar salários?
Triste futuro este!
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