A ser verdade a existência da gravação e a ser verdade o conteúdo transcrito, estamos na presença de um novo elemento que acentua a sensação de caos político que se vive e cuja gravidade poderá ir muito para além da simples questão ética e política.
Porém há em todo o conteúdo revelado algumas afirmações que é preciso reter, para percebermos o que realmente está em causa e para percebermos a forma de actuação de um partido democrático.
Os infiltrados, instados pela oposição:
“Não é isso que me preocupa, o que me preocupa foi o tom que um ou outro camarada aqui colocou, críticas que não são nossas, nem são do partido, mas são trazidas dos nossos adversários, nomeadamente do PS.”
Os grupinhos e os interesses:
“É esse tom que me preocupa e, desculpem camaradas, mas não sei se tenho razão ou não, mas parece que se constituem aqui determinados grupinhos, que são contra os estatutos do partido, para fazerem determinados encaminhamentos e isso é que me parece mal.”
As ilegalidades e a solidariedade:
“Alguém me vai defender depois a tribunal quando for acusado de ilegalidades? Alguém se ofereceu para ser minha testemunha quando o PS me pôs em tribunal e eu tive que ir responder? Alguém quis saber disso? Ninguém quis saber disso! O partido não discutiu isso e devia ter discutido.”
A falta de estratégia e a gestão das ideias avulso:
“… mas esta coisa de nos acusarem de falta de ideias, também é uma acusação um pouco transplantada do PS para nós. Nós não temos ideias, então mas porque é que os camaradas não nos fizeram já chegar essas ideias para as pormos em prática? Nós gostamos que o nosso trabalho seja do agrado da maioria dos cidadãos e muito especialmente dos camaradas. Portanto, se há ideias façam-nas chegar que nós agradecemos.”
Essa chatice que é a lei e o clima que não ajuda – antigamente é que era:
"Sobre as obras, isto é muito delicado. Nós não estamos num período revolucionário, como estivemos nos mandatos anteriores. Nós estamos muito condicionados por uma legislação que nos aperta e que tudo aponta. Antigamente era mais fácil, a gente actuava com processos revolucionários… Nós agora, quando contrariamos o técnico temos de justificar porquê e se o técnico, como é o caso, está dentro da lei, nós não podemos alterar aquilo, meus amigos… não podemos alterar, a lei é a lei."
As promessas que nunca passam disso – a culpa é da pesada herança:
“Os planos de pormenor foram uma promessa que nós fizemos ao eleitorado, mas meus amigos não tenho dinheiro para isto e também não temos tempo, porque um Plano de Pormenor é uma coisa que dura anos e custa um dinheirão…”
A paixão da educação, em terreno minado, de quem não conhece o país:
“… a gente continua a oferecer aos miúdos o apoio à educação, que faz inveja a tdos os concelhos que eu conheço no país.
Agora não se esqueçam é de uma coisa: na educação está um grande exército do PS…”
Se a legislação laboral fosse mais flexível:
“Sobre as obras… é um caos. Eu e o Cascalho temos dado voltas ao juízo para ver os condicionalismos que temos, o material humano e os recursos que temos. Talvez pudéssemos já ter dado uma volta àquilo, mas nós ainda estamos convencidos que somos capazes de dar uma volta de forma a sairmos vitoriosos desta ratoeira em que caímos."
Isso dos bombeiros é lá com o governo:
“Sobre os Bombeiros, desculpem lá, não tenho mais informação para dar do que aquela que já dei, já repeti isto vinte vezes. É evidente que os Bombeiros é competência do do Governo.”
Jobs for the boys (tradução: postos de trabalho para os camaradas de partido) – isso são práticas do passado:
“Em relação ao camarada que nós nem o curriculum lhe aceitámos, eu custa-me a acreditar. Eu não tenho conhecimento disto, mas de qualquer maneira devo-vos dizer aqui, que nós hoje em dia não podemos meter as pessoas que queremos.”
Concursos à medida, júris que são uma chatice e as moças socialistas que são mais inteligentes:
“Aquela eu queria integrar e criou-se um concurso e o que aconteceu? Ela não foi aprovada. Foi aprovada uma moça do PS que está lá já há que tempos… mas eu não posso, eu não posso ir contra isto, a moça fez melhor prova… o que é que eu hei-de fazer? O júri não sou eu, o júri decidiu, viu as provas, o que é que eu posso fazer para isto, não posso fazer nada.”
Uma nova definição de “especulação” e a nova localização dos armazéns (junto às zonas habitacionais):
“Sobre a zona industrial foi feita para desenvolver lá a industria (…) e para não permitir que se especulem os preços, como o Sr. Jorge Martins especulou o lote que comprou lá a dezassete contos o metro quadrado e agora quer implantar lá um armazém. A zona industrial não é para armazéns… é para o desenvolvimento da indústria. Os armazéns não fazem mossa cá fora, nas urbanizações, não fazem poluição, que se ponham cá fora.”
Coitada da Augusta que anda com visões:
“A Augusta pôs aqui uma série de coisas, com pertinência, mas ela está rodeada do tal exército do PS."
Uma nota final para lembrar que muito mais do que a actuação de uma pessoa, o que está em causa é a actuação de um partido e que Alberto Cascalho, que tanto elogia o seu chefe de equipa, era e é o número dois, com aspirações a número um.
Não parece que o problema se resolva sem eleições.
11 comentários:
A ser verdade que o artigo do jornal é a transcrição da gravação de uma reunião do PCP, só pode concluir-se que há um traidor lá no meio!!!
E isso é imperdoável em qualquer partido!
E se apenas houver um traído? Pior ainda!
Não vos parece mais importante se há um traidor ou um traido o conteudo da referida reunião?
É este o partido que vai governar a Marinha Grande mais dois anos?
Não sendo Oráculo, é este o meu bitaite: Definitivamente vai haver eleições autarquicas intercalares. O executivo vai cair com a demissão em bloco dos vereadores do PC(à excepção do ainda militante Barros Duarte). Os vereadores do PS, indo a reboque do PC(!) demitir-se-ão logo a seguir. O vereador do PSD, que tem tido o efeito de rolha, perde toda a relevância política. Salva-se a Marinha Grande e a grande amizade entre rivais políticos, um PSD (actual vereador) outro PC (actual presidente da Câmara). A democracia tem mais encanto na hora das eleições!
Cumprimentos.
Alguém me empresta um jornal do tózé para eu ler a noticia?
Parece que esgotou no Jornaleiro a senhora disse-me que tinham la ido uns senhores que tinham comprado os jornais todos!!!
A mim, eu então não estou a ver bem a coisa, depois de dirão, o que me parece é um homem a justificar-se perante os camaradas que mais não pode fazer, um pede ilegalidades nas obras e o homem: ´epah!, outro pede mais um tacho, e o homem: é pah!, outro pede não sei o quê, e o homem´: é páh!
Assim, para além do homem, está aqui em causa a conduta do PC, Cascalho, Guerra e outros...
Assim leio a entrevista, o homem não se está a gabar de ter feito isto ou aquilo, diz, desculpando-se: não posso fazer mais, agora não é o período revolucionário, tentei meter uma gaja mas ela chumbou, não vi esse curriculum..., etc, etc,
E vejo o PC a dizer: não estamos a dar conta do recado...
Assim leio a entrevista, isto porque já querem crucificar o homem, leiam a entrevista...
qual entrevista?
Ó TóZé, a fazer fé no bitaite do anónimo das 2:07 PM, tens aqui uma excelente oportunidade de negócio:
Alguém comprou os jornais todos? pois faz uma segunda edição (que até pode ser revista e aumentada) de, p'rái uns 20.000 exemplares. Assim todos os marinhenses poderão ler o tal 'decalque' da tal reunião.
Vá lá mostra-lhes que também sabes da poda!
Ai temos um novo episodio da novela "JBD sai ou não sai"
Estamos a rodar as cenas em que se desenrola uma caça ao homem.
até parece que os outros partidos são diferentes ... ah ah ah
AH AH AH
AH AH AH
AH AH AH
OTÁRIOS!!!
isto é tudo igual...
vocês acham que andar ai à noite a colar cartazes na rua, ao frio, etc. é para quê???!!! todos querem tacho!, até vocês!!! todos nós!!!
EU CÁ NÃO ME IMPORTO... ALGUÉM ME ARRANJA UM TACHO LÁ NA CMMG???!!!! PLEASE!!! EU COLO UNS CARTAZES...TIRO UMAS FOTOS...
Concordo com o mestre de Cu...linária. Tem é de se pertencer a um partido, depois de muito colar cartazes e etc, chove sempre um lugarzito, e não acreditem que os resultados dos testes importam, se for preciso alteram-se um "bocadito as correcções das provas" para depois na entrevista se dar o golpe de misericórdia aos outros desgraçados que tiveram a indecência de saber mais do que o candidato para quem foi aberto o concurso...
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