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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

"Somos todos iguais, mas uns, mais do que outros"

Nas minhas visitas aos blogues vizinhos tenho encontrado algumas “pérolas” como esta de que “surripiei “ do Praça Stephens, um pequeno extracto em que só encontro paralelo com a outra relativa ao Mario Nogueira e ao muro de Berlim.

Durante a tarde reunião plenária com duas propostas do PCP e do BE para, nada mais nada menos, aumentar as despesas da Segurança Social no próximo ano em mais 960 milhões de Euros. Se tivermos em conta que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social é de 900 milhões de Euros, facilmente se verifica a irresponsabilidade destas propostas. Beneficiariam cerca de 80 mil trabalhadores activos e comprometiam-se irremediavelmente três milhões e meio de pensionistas e reformados.
Não há volta a dar, a irresponsabilidade dos partidos à esquerda do PS é tal que compromete definitivamente qualquer veleidade de entendimentos à esquerda. E no futuro isto só pode piorar, os deputados "mais novos", diria melhor, o turn over geracional no PCP e no BE é hoje profundamente assustador”.
Jõao Paulo Pedrosa


Ora bem. De facto os tais 80 mil trabalhadores, onde para mal dos meus pecados, estou incluido, que têm 55 anos de idade e mais de 40 anos de descontos para a Seg. Social (eu já vou com 43 e 45 de trabalho efectivo) se os projectos de lei do PCP/BE fossem aprovados daríam um rombo no orçamento da segurança social, provavelmente incomportável para os cofres da mesma. Naturalmente que não estou a usar este espaço que me é dado, para reivindicar para mim o direito à reforma, espero e desejo ter pedalada para trabalhar e chegar aos 65 anos e viver mais alguns para eventualmente “uzufruir” da dita reforma. Nessa altura somarei 55 anos de trabalho e 53 de descontos.

Agora o que me parece é a existência de uma grande falta de respeito para com aqueles que que não tivereram a sorte de nascer em épocas mais propícias e ambientes familiares, que lhes permitissem conhecer o mercado de trabalho depois de concluírem as sua licenciaturas quando já passavam muitos os 20 anos, quando alguns de nós já eram mestres no vidro e outras profissões.

Seria interessante e deixo aqui o desafio, que se fizesse um estudo de quanto gasta o estado hoje, em reformas, subvenções e outras bonificações em quadros de empresas públicas, ex-autarcas, ex-deputados, ex-governantes, etc…. etc… e o numero de beneficiados com antecipações e provavelmente chegar-se-ia à conclusão que o numero apontado de cerca de 80.000 trabalhadores que seriam beneficiados com a tal reforma aos 40 anos de descontos efectivos, sería inferior ao numero de outros benefeciados porque um dia foram “escolhidos” para um lugar que lhe deu “direitos” que a outros são negados porque “há uns que são mais iguais que outros” e sobretudo saber quanto isso custa ao erário publico e aí sim seria “profundamente assustador”.

14 comentários:

Anónimo disse...

Sobre este assunto gostava de perguntar aos colegas deste blog se acham justo uma pessoa que tirou um curso superior foi para a faculdade, porventura para uma faculdade privada, enquanto outros seus colegas optaram (sim por opção) começar a trabalhar pq queriam ganhar no imediato o seu dinheiro, o que vai para a faculdade so se pode reformar aos 65 anos pq apenas ai prefaz 40 anos de descontos os outros poden-se reformar aos 60 anos pq ja prefizeram 40 anos de descontos.

Anónimo disse...

"Sobre este assunto gostava de perguntar aos colegas deste blog se acham justo uma pessoa que tirou um curso superior foi para a faculdade, porventura para uma faculdade privada, enquanto outros seus colegas optaram (sim por opção) começar a trabalhar pq queriam ganhar no imediato o seu dinheiro",

Acha mesmo que quem começou a trabalhar aos 10 anos, foi por opção? em que mundo vive meu caro? Será que não conhece minimamente a história desta terra? Será que nunca ouviu a expressão: "Há homens que nunca foram meninos" e esses meninos fizeram-se homens por "opção"?

Anónimo disse...

Assustador é de facto a linha de pensamento do deputado do PS João Pedrosa que encarna no Parlamento a linha mais a direita do PS.Faz-lhe impressão que possa haver a salvaguarda do direito à reforma aos 65 anos para as carreiras contributivas de 40 anos.Quer ver esses trabalhadores a continuarem a contribuir para o sistema de modo a não haver a falência da segurança social e quem sabe para garantirem os chorudos vencimentos dos Deputados,Presidentes de empresas públicas e demais cargos do Estado.Mas não fala dos lucros escandalosos da banca,que por exemplo o BES,BPI,Santader,CGD tiveram no ano de 2009.Porque não propo~e na Assembleia de Republica a tributação dos lucros do grande capital ?A crise,os baixos salários,as pensões de miséria fazem parte do modelo e da visão politica desta gente que infelizmente cada vez mais ascendem ao poder.Triste sina a nossa.

sancudo disse...

Não liguem!
Este JPP não é um deputado, é um reputado (carreirista). Daí que não mereça ser lido nem escutado.

não me fecundem sff disse...

Gostava que o Deputado JPP, transcreve-se quantos requerimentos já propôs sobre o distrito para que foi eleito, ao invés de se por a transcrever generalidades politicas internas que apenas servem o eleitorado do PS. Vá lá, diga caro deputado o que fez além de se sentar e escrever (e mal) sobre a verdadeira esquerda socialista. Vá lá, faça qualquer coisa, se o deixarem...

não me fecundem sff disse...

Reforma para todos os que tenham 40 anos de desconto é não só justo como devia ser obrigatório e já.
Já agora diga JPP, quantos anos de "desconto" a mais lhe renderam os anos de vereação e mais estes próximos de legislatura, que eu espero que sejam meses, se calhar só 6 meses.
Demagogia com demagogia se paga, só que esta é real.

ai ai disse...

De facto(e eu até votei no homem, porque o voto não foi nominal)dá que pensar depois de ler aquele "brilhante" post do Exmo Sr. Doutor João Paulo Pedrosa,actual deputado da nação, eleito pelo distrito de leiria que inclui a freguesia de Vieira de leiria de onde o ilustre é natural e residente, pelo menos agora aos fins de semana. Seria pelo menos expectável que o referido se lembrasse que por aqui há umas largas dezenas de (ou centenas) de desempregados que estão a terminar o tempo de subsidio e que já ninguem os emprega e como não têm os tais 65 anos, mas muitos têm seguramente 40 anos de descontos e em face das leis actuais e que se vão manter inalteradas, vão ficar a ver navios ou seja quando se acabar o subsidio de desemprego, vão ter que se dedicar à pesca do Meixão (o que é proíbido) para não morrerem à fome enquanto passam uns anitos para poderem requerer a reforma.

O Enojado disse...

Ai triste sina a de quem cedo teve de começar a trabalhar. Então não é que agora o Sr.Dr. da Mula Russa, acha que é prejudicado pelas magras reformas que estes possam vir a usufruir para poderem "sobreviver". Haja decência!.

Trabalhador do sector primário disse...

Quando por aqui escabilharam o visado, admirei-me por lhe ter cabido a comissão de Trabalho..., questionando eu, mas que trabalho ?
Isto é para rir, não é !?!?!?

Entendi que por não ter sido completamente explicito não houve reacções ou comentários.

Ora não foi preciso muito para o próprio confirmar.

Na verdade o homem que nunca teve um trabalho e passou toda a sua vida como carreirista, ocupando um lugar na Segurança Social, mas sem exercer, como querem que entenda o que os verdadeiros trabalhadores sentem.

Descansem que ele há-de reformar-se bem mais cedo que vocês e com uma muito melhor maquia.

não me fecundem sff disse...

Há pois é e tal...mas votaram no homem. Queixam-se de quê agora? Lembrem-se é nas próximas eleições porra. Ele quer lá saber da Vieira e das descargas suinícolas...já leram algum requerimento do homem sobre isso? Nem sobre isso nem sobre nada.
Mesmo eu estou a reclamar para quê? Não adianta...

Toino Tolo disse...

Ele há tanto Economista encartado neste triste e hipócrita país, que me espanta não haver nenhum iluminado, que não diga ou pense o fundamental: "somos apenas a 5 reserva mundial de Ouro", não se podem vender ou "alugar temporariamente" alguns lingotes e reequilibrar amplamente as nossas contas públicas? Eu que tenho "licença" e nunca deixei de ser um mediocrezeco funcionário do sector terciário, não deixo de ficar surpreendido com tantos comentadores distraidos ou simplesmente imbecis.

Anónimo disse...

É de facto lamentável a posição do sr. dr. JPP.
Estranho, apesar de tudo, que tenha como padrinho na A.República o outro deputado que, segundo dizem as más línguas, foi despachado para Setúbal para lhe dar vaga em Leiria.
Assim se vê a força do JPP!
É mais um representante da nova "cantera" do PS na A.R.
A sua reforma choruda está desde há algum tempo assegurada, graças ao seu trato peculiar. E irá aumentar na proporção do seu ódio aos outros partidos de esquerda.
Desde o tempo da queda do Muro de Berlim que não via tanta jactância e valentia marialva juntas numa só pessoa

ai ai disse...

Para o anónimo das 02:10

Copiei para aqui um pequeno exerto duma entrevista publicada ontem no Jornal de Leiria, onde Osvaldo Castro claramente diz o que pensa do "seu afilhado" claro é preciso ler nas entrelinhas.
http://www.jornaldeleiria.pt/portal/index.php

"Os deputados que não apresentam trabalho no final da legislatura não deviam ser eliminados do sistema"?

"Esse é um problema das direcções dos partidos. No caso do PS, a Direcção do grupo parlamentar envia ao secretário-geral uma espécie de avaliação. Se isso é tido em conta, não sei. Os dirigentes partidários procuram ter lá os melhores".

"Os melhores ou os amigos e as pessoas a quem devem favores?
Não é bem a quem devem favores. Às vezes, são mais as ligações pessoais e partidárias. Em determinados casos, a pessoa adquiriu uma posição em que secretário-geral pouco pode fazer . Como a presidência de uma federação, governadores civis ou as pessoas que estão à volta deles. Não foi só em Leiria".

"É preciso moralizar o sistema?
O sistema vai-se moralizando por si só. Quem vai para lá e trabalha pouco não se aguenta muito tempo".

Anónimo disse...

Li a entrevista dada pelo Dr. Osvaldo Castro e retive a resposta dada a um Comunista.

De facto as diferenças são abismais!!!

Artur Marques, deputado municipal
do PCP
Qual é hoje, passados estes
anos todos, o sentimento que
tem em relação ao PCP e aos
seus ex-camaradas com os
quais lutou pelo 25 de Abril?
Tenho por muitos deles, designadamente
pelo Artur Marques,
o maior respeito e consideração.
Como se sabe, eu nunca
reneguei o meu passado de luta
e tenho na memória o sacrifício
e a dedicação de inúmeros
comunistas. Quer na Marinha
Grande ou no distrito de Leiria,
como no Parlamento, mantenho
sólidas amizades com
camaradas dos tempos que precederam
o 25 de Abril e até de
jovens comunistas que já nasceram
em democracia. Claro
que acho que o PCP podia ter
feito inflexões políticas estratégicas,
mas respeito as posições
que assumem.