Graças ao Sr. F. Monteiro, que na semana passada escreveu uma carta ao JMG (acompanhada de um valente um puxão de orelhas àquele jornal), ficámos a saber alguma coisa sobre o conteúdo do relatório da ASAE, que esteve na origem da ordem de encerramento do mercado velho.
Apesar deste ser uma tema que já causa algum enfado, vale a pena determo-nos nas razões invocadas por aquela entidade. É que, ao contrário do que seria suposto, não são referidos (entre outros), problemas como os que a seguir se indicam:
- “PARA O PESCADO E CARNE VERDE O INGRESSO TEM QUE SER FEITO POR FOLE DE ACOSTAGEM HERMÉTICO EM ESPAÇO CLIMATIZADO (9 a 12 GRAUS) CONTÍGUO AO ESPAÇO DE ARMAZENAGEM REFRIGERADO (0 a 2 GRAUS), OU , EM ALTERNATIVA, COLOCAÇÃO IMEDIATA EM CONTENTORES ISOTÉRMICOS DE MOVIMENTAÇÃO";
- "O ESPAÇO DE RECEPÇÃO PARA PRODUTOS CONGELADOS DEVERÁ SER REFRIGERADO (0 a 2 GRAUS) DE MODO A QUE NÃO SURJA ORVALHADA SOBRE PRODUTOS E EMBALAGENS, DEVIDO A VARIAÇÕES TÉRMICAS. A SUA CONSERVAÇÃO DEVERÁ SER GARANTIDA ENTRE -24 graus E –18”;
- "TODOS OS ESPAÇOS DE CONSERVAÇÃO EM FRIO POSSUIRÃO, OBRIGATORIAMENTE, REGISTOS IMPRESSOS DA EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA E HUMIDADE";
- "OS FUNCIONÁRIOS DO MERCADO SÓ PODERÃO INGRESSAR NA ÁREA DO MERCADO APÓS PASSAGEM EM INSTALAÇÕES DE VESTIÁRIO/BALNEÁRIOS/SANITÁRIO, PARA HOMENS E MULHERES”;
- "OS MERCADORES DE HORTO-FRUTÍCOLAS, CHARCUTARIA, PADARIA, FLORES, AVES VIVAS, ARTESANATO, DEVEM DISPOR DE VESTIÁRIOS COM CACIFO COM SISTEMA DE FECHO SEMELHANTE AOS UTILIZADOS EM RECINTO DESPORTIVO COM BLOQUEIO DE CHAVE; SANITÁRIOS EM NÚMERO SUFICIENTE PARA OS DOIS SEXOS”;
- "PARA OS COMERCIANTES DE PESCADO, CARNES E AVES VIVAS DEVERÃO EXISTIR INSTALAÇÕES PARA OS DOIS SEXOS E DIFERENCIADAS PARA CADA PRODUTO”;
- “DADO EXISTIREM DIVERSAS ENTIDADES EMPREGADORAS, CONCORRENTES COMERCIAIS ENTRE SI, DEVER-SE-IA OPTAR PELA EXISTÊNCIA DE VÁRIOS CONJUNTOS DE SANITÁRIOS, BALNEÁRIOS, VESTIÁRIOS, QUE PUDESSEM SER AFECTADOS CADA UM A UM NÚMERO DE OPERADORES, RESPONSABILIZADOS PELO SEU USO"
- "AS BANCAS SÃO EQUIPADAS, NO TARDOZ DA ÁREA DE VENDA, COM BANCADAS E PRATELEIRAS EM AÇO INOX E TAMBÉM COM CUBAS DE LAVATÓRIO COM COMANDO POR PEDAL. A CONFIGURAÇÃO DAS BICAS NÃO PERMITE A COLOCAÇÃO DE UM BALDE PARA RECOLHA DE ÁGUA.
- "O COMANDO DE PEDAL ESTÁ ALOJADO NUMA CAIXA DE INOX QUE, POR TER FRINCHAS NA SUA CONSTRUÇÃO E NA JUSTAPOSIÇÃO AO SOLO E PAREDES, ACUMULARÁ DETRITOS E ÁGUAS E ABRIGARÁ INFESTANTES";
Para espanto geral, pasme-se, os problemas encontrados pela ASAE foram:
- instalações degradadas, nomeadamente no que respeita ao chão do mercado;
- paredes sujas, azulejos partidos, sinais de infiltrações, fungos e bolores;
- calhas e tubos de descarga rotos, provocando escorrência de águas pluviais nos corredores de acesso;
- estrutura do tecto da nave central degradada, oxidada e com teias de aranha;
- pontos de luz sem armaduras de protecção e com teias de aranha;
- janelas degradadas, sujas, sem redes de protecção, etc, etc, etc;
Para os mais incrédulos e para os mais “desatentos”, este é a prova que faltava para demonstrar à saciedade que o estudo encomendado pela executivo PCP/PSD (ou devemos dizer João Barros/Artur Oliveira?) relativo às adaptações a que o novo mercado deveria ser sujeito para poder funcionar, elaborado por pseudo-especialistas na matéria, é um embuste e uma aldrabice. A razão é simples: a maioria das restrições invocadas para a não abertura do mercado novo (algumas acima indicadas), não são aplicáveis (por isso é que não são referidas pela ASAE para o encerramento do mercado velho), o que só pode querer dizer duas coisas: ou houve má fé ou incompetência da parte de quem assina o referido estudo e de quem o apresenta como um trabalho credível formulados por doutos peritos.
Posto isto e após largas centenas de euros desbaratados na lunática solução provisória da Feira dos Porcos, sugere-se aos nossos governantes municipais o especial favor de serem razoáveis e criteriosos na gestão da coisa pública: com o dinheiro destinado à compra das tendas abram o novo mercado. E se por acaso os feirantes do Levante “fizerem ondas”, instalem o pessoal no parque de estacionamento situado ao longo da rua do Campo da Portela, bem perto do mercado novo.
Esta seria uma solução séria e responsável (depois de todos os erros acumulados ao longo de quase meia dúzia de anos), e a contento de todos. A menos que a muleta da coligação insista na tese da contaminação do Parque da Cerca e os feirantes não queiram ficar por perto.
29 comentários:
Foi pena a ASAE no tempo do PS na Autarquia não ter ido ver as condições do Mercado da Vieira!!
E depois? Alguém está a defender o PS? O que se está a dizer é que a casmurrice do PSD e de algumas pessoas do PCP (nem todos!) fabricou um "estudo" que é um nojo para fazer crer que tudo no mercado novo está mal. Eu também não gosto da localização, acho-o grande de mais, etc, etc. Contudo, está lá e deve ser rentabilizado porque quer queiram quer não ele está a anos luz das barracas da feira dos porcos e do ninho de ratos do mercado velho. Custa muito ver isto?
Ora aí está um comentário inteligente. Este anónimo, que parece raciocinar com os pés, certamente desconhece que as obras que estão a ser feitas, já estavam em fase de adjudicação e com financiamento assegurado no tempo do PS, pela simples razão de que umas vassouradas e umas caiadelas não resolveriam o problema estrutural de falta de condições.
O que este anónimo deveria questionar é: - QUE RAZÕES LEVARAM ESTA COLIGAÇÃO PCP/PSD A CONCRETIZAR O PROJECTO DE REQUALIFICAÇÃO DO MERCADO DA VIEIRA, QUE NÃO TEM NADA DAQUILO QUE OS SERVENTUÁRIOS DO SR. ARTUR DE OLIVEIRA E DO PSD APONTARAM PARA INVIABILIZAR O NOVO MERCADO DA DA MARINHA GRANDE?
Está na altura de perguntar, se necessário em reunião pública de Câmara, se o Mercado da Vieira vai ter as portas herméticas de cargas e descargas, o tal controle de temperaturas, os balneários para funcionários da Câmara, empregados dos comerciantes, jornaleiro, caixa multibanco, etc, etc.
Se não tiver, E NÃO TEM,esta maioria tem que explicar PORQUE É QUE NÃO USA UM MERCADO JÁ CONSTRUIDO E ESTÁ A CONSTRUIR UM, CERTAMENTE PARA INAUGURAR E USAR, COM MUITO MENOS CONDIÇÕES DO QUE AQUELE QUE SE RECUSA A UTILIZAR, só porque foi construido pelos outros e também porque sim!
Haja vergonha, já que o bom senso não abunda.
Só para clarificar. No meu comentário refiro-me, óbviamente, ao primeiro bitaite e subscrevo o segundo.
Socialismo puro!!
Querem enganar quem?
Não foram vocês que chamaram a ASAE?
Em doze anos não mexeram uma palha no mercado, e agora veem dar uma de Santos!!
Tenham vergonha nessa cara!!
Fui eu que chamei a ASAE, que gravei a cassete na reunião do PC e que pús chumbo no parque da cerca. E depois? Mas não fui eu que votei no Autocolante nem que o convidei a sair (sem lhe retirar a confiança política, o que é mais incrível).
Esquecime de dizer o meu nome: BUFO!
Mas saber quem chamou a ASAE, (se é que alguém chamou) é importante?
Então os ratos do tamanho de coelhos não estão lá?
As teias de aranha são uma invenção?
O chão não é nojento?
Não há azulejos partidos?
Janelas apodrecidas?
Bolor?
Então não foi o Super-Vereador do PSD que prometeu um mercado revitalizado no sítio onde estava, quando se candidatou?
Então não é verdade que decorridos dois anos, este vereador, estilo Spiderman, nem as teias de aranha foi capaz de retirar?
Se ele pudesse montar contentores lá dentro, o problema estaria ultrapassado, porque a sua especialidade é espalhar contentores pelo Concelho. É altura de investigar se este PSD elevado a super vereador, não tem, directa ou indirectamente, ligações à empresa que vende contentores e barracas.
Desconfio mais disto, do que dos metais pesados na Cerca, boato que ele ajudou a propalar.
Boa, chame a PJ, o Ministério Público; o Procurador, para investigar o AAutocolante.
Pode ser que seja desta que ele vai preso.
Há conversas muito difíceis de manter quando os interlocutores têm a cabeça formatada para a asneira e são incapazes de ver além da sua própria realidade e presunção!
Aos factos que uns apresentam como irrefutáveis, respondem outros como se tivessem descoberto a quadratura do círculo...
Sinceramente não há pachorra.
Mas se houver dúvidas acerca do resultado da acção desta (des)governação, aconselha-se a que avaliem o estado de paralisia em que se encontra a nossa cidade!
Reparem na diferença de vitalidade existente hoje e a que existia há dois anos, no tempo dos destemperados xuxas!
Vá lá, metam a mão na consciência e façam os possíveis por pensarem um bocadinho pela própria cabeça. Vão ver que não custa muito e que dá bons resultados!
disparate!... disparate
"Anónimo disse...
Foi pena a ASAE no tempo do PS na Autarquia não ter ido ver as condições do Mercado da Vieira!!
11/13/2007 10:34 PM"
Oh palerma...foi por isso que no tempo do PS a Câmara do Orfão fez o projecto, conseguiu financiamento e lançou o concurso, cuja obra foi adjudicada em Dezembro de 2005 e tinha um prazo de exucução de 365 dias.
O que é que estes palermas que nos (des)governam fizeram....ATRAZARAM A OBRA...talvez para ser inaugurada em 2009, na vespera de eleições.
Portanto oh anónimo se estivesses calado fazias melhor figura.
Para o anónimo anterior ..... chapeus há muitos ....... e barretes também.
Pelo vistos não consegues desenfiar o barrete que foram os 12 anos "rosa".
Caro Vinagrete,
gosto dos seus bitaites, apesar da coloração ser um pouquico "gay" (leia-se: rosa - não quero ofendê-lo).
No entanto, a sua pergunta é de resposta fácil - este Executivo padece do mesmo mal dos anteriores, é de vistas curtas e fraco de ideias. O que aconteceu agora é o que já vem acontecendo à 14 anos, que eu me lembre, que é "o Projecto tem financiamento assegurado, logo a obra tem de se concluir".
É regra já há muitos anos e, se não está de acordo com ela, digo-lhe que já existem alguns "artistas" da Politica Marinhense que também não estão de acordo.
Aliás, esta regra também é responsável pelo "crime" do Urbcom.
Havia projecto e verbas asseguradas e estes bananas não tiveram a coragem de parar com ela (a obra, claro).
Caro anónimo da 1:08.
Presumo, pelo tom decidido do seu bitaite e pelo tom afirmativo de quem pensa estar cheio de razão na sua prosa, que não tem nada de "gay" (leia-se rosa).
No entanto, sem ter a veleidade de o querer fazer mudar de opinião ou de tom (mais ou menos macho), sempre lhe digo que quando se fazem investimentos, eles têm que ter cabimento orçamental, logo têm que constar dos Planos de Investimento aprovados em Assembleia Municipal, e só depois de haver projectos aprovados em reunião de Câmara, é que se podem candidatar aos tais financiamentos.
Sendo assim, é suposto que esses projectos sejam do conhecimento de todos os partidos e desejável que tenham sido submetidos a amplo debate público.
É do senso comum, que do debate público não se recolhe unanimidade e a livre expressão de opiniões permite a manifestação de concordância e o seu contrário.
Deu o exemplo do Urbecom para sustentar a sua tese, de que o financiamento se deveria ter perdido, porque a requalificação urbana era um mau projecto.
Permita-me que discorde, na medida em que só está a julgar e a avaliar uma parte do projecto.
É que havia mais. Muito mais!
O que se fez foi o mais fácil. Bastou abrir os concursos e adjudicar a obra a quem mais barato fez.
O que ficou por fazer é que era mais dificil, desde logo porque a generalidade dos comerciantes, salvo raras excepções, não aproveitou os fundos do Urbecom para modernizar os seus estabelecimentos.
Depois porque o projecto de mobilidade e acessibilidades, assente numa rede de transportes urbanos e gestão participada de lugares de estacionamento com a ACIMG, foi mandada pelo esgoto.
Depois porque era suposto poderem vir a ser tomadas uma série de medidas, que passariam por isenção de licenças de toldos esplanadas e reclamos. Gratuitidade da licença de obras para quem as quizesse fazer. Redução do IMI. Redução das tarifas de águas e saneamento. Execução do projecto de requalificação do edifício da resinagem, para instalar serviços públicos, Câmara, notários, conservatória, escritórios, lojas de artesanato, comércio, restauração, bares com animação nocturna e duas salas de cinema.
Deslocalização do Quartel de Bombeiros para um lote de terreno oferecido pela Câmara, localizado onde era o campo de futebol da estação e construção de um parque de estacionamento subterrânio no terreno do actual mamarracho a que chamam quartel, ajardinando-o à superfície.
Pensar "pequeno" é reduzir o problema à sua expressão mais simples, ou seja, deixem tudo como estava. Os carros a passar é que era bom. As ruas sem passeios eram giras e típicas. Os banhos de água empossada em dias de chuva, projectadas pelos automóveis eram divertidíssimas. Os carros estacionados encostados às paredes eram o máximo, etc.
Eu, enquanto os meus neurónios funcionarem, prefiro pensar "grande". A mudança não me assusta. Os desafios galvanizam-me.
Porque sou marinhense, quero para a minha terra o retorno do estatuto que já teve e o melhor para a sua gente.
Podia estar aqui a noite toda a relatar o que mais se poderia fazer no Centro Tradicional, a começar pela mudança de atitude dos comerciantes (não todos, mas muitos), mas não quero monopolizar este espaço, que se for bem utilizado, será, certamente muito útil a todos.
Meu caro Vinagrete,
Não sei quem é, mas sempre lhe quero dizer que me revejo nas suas ideias. Aplaudo, portanto aquilo que aqui vem escrevendo.
Ainda bem que pensa em 'grande', porque, de facto, o pensar 'pequeno' atirou com a nossa cidade para as traseiras do pelotão.
Há gente que acha imensa piada (e por isso aplaude) às obras menores que 'comem' como se de GRANDES obras se tratassem. Mas esquecem-se (ou, o pior de tudo, é que nem sequer se cheguem a lembrar!) que não é com obrazinhas que lá vamos! O problema da Marinha Grande é estrutural e por tudo a que temos vindo a assistir, cada vez nos estamos a afastar mais daquilo que deveriam ser as soluções.
Pessoalmente gosto dos seus textos pelos quais explicita ideias que, se aplicadas, antevejo poderem fazer avançar esta cidade (e também este concelho). Assim as soubessem ler e interpretar.
Meu(inha) caro(a) Vinagrete,
quero começar saudá-lo(a).
Também não sei quem é mas começo a desconfiar.
Subscrevo em parte o que disse o anónimo ao qual respondeu. Possivelmente ele não tem, tal como eu, conhecimento de todo o projecto do Urbcom. Aliás , penso que poucas pessoas terão. Vou até questionar os meus amigos autarcas do PSD para saber se esse projecto é de conhecimento público ou, pelo menos, de quem está por dentro a fundo da governação Autárquica.
O problema que o dito anónimo, que eu também saúdo, levanta é que durante todo o Mandato "Rosa", do qual desconfio que se não fez parte, pelo menos deveria ser "conselheiro", sistemáticamente esses projectos quando eram levados a Assembleia Municipal para serem votados eram-no de forma a que não pudessem ser discutidos. E isso tem continuado. As coisas eram apresentadas da seguinte forma - "existe este projecto e já tem Financiamento assegurado. Ou se aprova assim ou não há dinheiro para mais nada". Isto, na minha humilde opinião, não é uma postura séria nem democrática. Aliás, recentemente com a Carta Educativa, isto voltou a acontecer. Só que os eleitos do PSD fartaram-se desta postura e votaram contra. E garanto-lhe que, se eles continuarem no cargo, seja PCP ou PS, em situações futuras, até na votação de Orçamentos e Planos de Actividades, continuarão a votar contra.
Em ralação ao Urbcom, confesso o meu desconhecimento. Mas também lhe digo, se eu o desconheço e porque me considero um Municipe Atento, é porque se houve decisões, elas foram tomadas por meia dúzia ou menos. E face aos valores envolvidos e às alterações que implicariam, justificavam um amplo debate. Não votações sectoriais e apresentações "retalhadas". Para não acontecer o que aconteceu: o assassinato do Comércio Tradicional.
Aliás, desculpe o tom acusatório, mas as únicas medidas que os executivos "Rosa" tomaram foram a instalação de várias superficies comerciais que ajudaram a este resultado. Se tinham um projecto que também me parece interessante e passivel de discussão aprofundada (embora discorde de alguns pontos que apresentou), a verdade é que começaram a "casa pelo telhado". Mais uma vez, péssima Gestão.
Caro Vitaminose.
Não tente adivinhar quem aqui bitaita, porque isso é pouco relevante, enquanto aquilo que escrevermos não ofender ninguém e se fixe em manter alguma elevação neste forum de debate de ideias.
O problema do comércio tradicional, localizado no Centro Histórico da cidade, não tem nada a ver com as grandes superfícies, ou melhor, não tem uma relação directa com esta forma moderna e imparável de organização comercial.
A falta de qualidade, a ausência de investimentos, a pouca formação dos donos das lojas, a ausência de condições urbanas dos espaços e o aparecimento de novos polos de comércio que se deslocalizaram para a Av. Vitor Gallo e outras zonas novas da cidade, vem acontecendo ao longo das duas últimas décadas.
O, aparentemente, insanável conflito de interesses entre lojistas arrendatários de espaços comerciais, com rendas de miséria, e os seus senhorios, a maioria já com pouca ligação à cidade e sem nenhum interesse em reconstruir o seu património, pode estar na origem do problema estrutural do comércio do Centro Histórico.
Mais uma vez, reafirmo a minha profunda convicção de que, sem resolver este problema, dificilmente se conseguem acrescentar argumentos de quantidade e qualidade, que motivem a população a visitar estes espaços comerciais.
Assumindo-se social democrata, certamente sabe que numa economia de mercado aberta, como defende, não se pode impedir, administrativamente, ou por simples imposição política, que empresas instalem os seus estabelecimentos, respeitando o quadro legal a eles aplicável. Logo, parece-me incoerente e até absurdo, que se possa acusar a Câmara A ou a B de serem responsáveis pelo aparecimento dessas estruturas.
Assim sendo, porque adivinho que lá no fundo concorda comigo, o que há a fazer é exactamente o contrário daquilo que o seu vereador e o executivo que o seu partido suporta, está a fazer.
Ao criar condições para trazer a feira de levante para a cidade, associando-a ao mercado, implantou autênticas alavancas que deslocam a população para o polo oposto do comércio tradicional, ainda por cima em concorrência directa e desleal com os comerciantes instalados no Centro e que pagam impostos.
Facilitar as transacções comerciais de vendedores que contrafaccionam e não pagam impostos é também uma forma de atingir os comerciantes e alguém terá que ser responsabilizado por isso.
Bom, comentários do "anónimo", nem vale apena ler, tal o seu servilismo político, quando o branco é branco e afirma que ´e preto, nada há a fazer.
Caro Vinagrete,
mais uma vez estou parcialmente de acordo consigo.
Em primeiro lugar, nunca me ouviu defender a Barracada. Aliás, digo-lhe com grande certeza, que "aquilo" é algo com que os actuais dirigentes/demissionários do PSD estão profundamente em desacordo e uma das principais razoes que os vai levar a abandonar a direcção do Partido.
É evidente que nenhum Executivo Camarário pode impedir a instalação de Grandes ou Médias Superficies Comerciais. Aliás, nem o deve fazer, pois para defender os Comerciantes, prejudicava os Consumidores, razão final da actividade politica.
Aquilo que defendo é que o Ordenamento Territorial da Marinha deveria ser feito de fora para dentro, ou seja, devia o PS terdado prioridade absoluta às muito faladas Variantes, numa época em que nem era dificil conseguir verbas e daí partir para dentro. Essas Superficies Comerciais deveriam, em tempo útil, ter sido instaladas nos limites da cidade, assim como desviar todo o Trânsito para fora da cidade. Só assim se conseguiria transmitir uma sensação de prazer e descompressão a quem anda pelo Centro.
Quanto à questão dos Projectos com verbas atribuídas lembro-lhe que os Executivos anteriores inscreviam Projectos com verbas irrisórias (€ 1,00, p.e.) no Plano de Actividades para puderem candidatar-se às tais verbas. Seguidamente, se tivessem sucesso, levavam uma o dito Projecto juntamente com a respectiva Modificação Orçamental à Assembleia Municipal. Quando esse projecto era votado, não havia alternativa, nem sequer hipótese de discussão/melhoramento do mesmo. Era tudo ou nada. Não me parece correcto.
continuando ...
Um dos Projectos que o PS tinha e que, felizmente, caiu, apesar desta "chantagem politica" era a mudança do "Terminal Rodoviário" para o Parque de Estacionamento da "Mobil".
A minha ideia (e de algumas pessoas do PSD) é que deveria ser criada nos terrenos da Estação um Interface que funcionasse como a "porta de entrada" na cidade. Juntamente com a estação ferroviária construia-se o Terminal Rodoviário, um Terminal TIR (ideia antiga do PSD para retirar os pesados que até pernoitam no centro da cidade), um parque de Táxis alargado e uma sede para a TUMG. Desse ponto seriam criados os percursos dos Mini-Bus que levariam qualquer pessoa a qualquer ponto da cidade ou, pelo menos, ao centro. O acesso a este Interface fazia-se a Sul pela Rotunda da Zona Desportiva.
Retirávamos Autocarros e Tir's do transito dito Urbano. Aliás, já neste momento, não é necessário grande investimento nas Variantes para isto ser concretizável.
Então, sim, partiamos para a recuperação da Zona Histórica e aí, depois de haver o hábito da utilização do transporte Público, pensávamos em retirar lugares de Estacionamento.
No resto, até subscrevo uma parte considerável das suas ideias. Mas não todas.
O que também é normal, num Estado Democrático.
Termino, por agora, dizendo-lhe que estou de acordo quando disse que é preciso pensar em grande. Parece-me é que apoia o Partido errado.
Isto está a ficar interessante.
Não tarda nada estamos a fazer um programa eleitoral para uma lista de independentes.
Registo com agrado o que me pareceu ser uma intervenção crítica pela positiva, isto é, com o obectivo de clarificar ideias e pô-las ao dispor do auditório do FLC.
Se não tenho problemas em aceitar que a Central Rodoviária poderia localizar-se junto à estação e fazer interface com as outras formas de transporte, desempenhando aí a TUMG um papel insubstituivel, já em relação às circulares usadas de forma fundamentalista, que me desculpem, mas foram e estão a ser utilizadas como armas de arremesso, tenho muitas dúvidas.
Se bem conheço, pelo que li nos Boletins Municipais, o estudo de mobilidade urbana feito pela Faculdade de Ciências de Coimbra e que devia ser plasmado num Plano de Urbanização para a Marinha Grande, define duas circulares.
A nascente, que vai da estrada de Leiria, na Embra, até à estrada para a Vieira. A Poente, que ligaria o nó da A8 a Pedreanos, pela zona da Amieirinha-Guarda Nova, com uma perpendicular de ligação à estrada Atlântica, na zona de Água de Madeiros, aproveitando o traçado da recta já existente.
A outra já existe, que é o troço da A8, M. Grande/Leiria.
Não são projectos fáceis de executar. A Poente porque mexe com terrenos de pinhal da Mata Nacional e a Nascente porque implica muitas dezenas de expropriações, com custos difíceis de quantificar e processos burocráticos que se podem eternizar no tempo.
Como todos conhecemos os traçados, não estou a ver onde se iriam localizar essas grandes superfícies.
Se tivesse dito que a simples existência de um Plano de Urbanização eficaz poderia ser razão e fundamento legal para fixar os locais passíveis de ocupação por essas infraestruturas, eu concordaria consigo. Ainda hoje não percebo, porque é que os sucessivos executivos não deram prioridade a estes mecanismos de ordenamento do território, ou melhor, não quero acreditar que não se fizeram, para permitir a tomada de decisões casuísticas e descricionárias, debaixo de um chapéu demasiado grande que é o PDM.
Procurando manter esta troca de opiniões a um nivel elevado, espero que aceite as reservas que tenho quanto à capacidade da Comissão Política do PSD de interferir na gestão da Autarquia, pela simples razão de que estes desabafos no FLC são gotas de orvalho no oceano de problemas que o v/ vereador está a criar ao Concelho e aos marinhenses.
Tudo o que este ancião tem vindo a fazer, é exactamente o contrário daquilo que parecem defender.
Para ser credível a CP do PSD local, deveria marcar uma conferência de imprensa e, preto no branco, agarrar o boi pelos cornos, o que significa na gíria popular, "falar sem papas na língua" e dizer o que tem de ser dito àcerca do papel do sr. vereador.
Respostas .... só após dia 30. Até lá fizeram um "voto de Silêncio".
Aliás, demitiram-se .... compreenda que a primeira palavra terá se ser com os seus militantes e só depois com a população em geral.
Pelo menos os membros da Assembleia Municipal, se renunciarem. Honestamente, estou bem informado mas não sei se pensam abandonar também a A.M.
Em relação às circulares e à instalação das superficies .....
é verdade que a A8 já desempenha uma papel importante no escoamento do transito. Posso dar isso de barato, embora seja discutivel, pois o facto de ser uma via taxada altera imediatamente o objectivo primeiro, que é desviar o trânsito do centro da cidade. Embora haja quem o faça, também haverá muitos que se recusam por esse facto.
Ir da Amieirinha para Leiria e ter de pagar pode não ser atractivo.
O local que eu imaginei para a instalação das superficies comerciais era a poente - GuardaNova, Pedreanes, Pedra ... por aí. Mas já fora da actual malha urbana. Naturalmente que tudo isto é moroso e trabalhoso. E até haverá muitos entraves do próprio Estado. No entanto, pensar o Concelho e a cidade tem de ser feito como um todo, não aos retalhos como sempre tem sido. Aliás, estou totalmente de acordo consigo quando afirma que faltam Planos de Urbanização. Mas não só, faltam também Planos de Pormenor, etc.
O problema é que ainda ninguém conseguiu pensar a cidade. Ou não teve coragem.
o V anterior era eu ...
Cá para mim também te falta um bocado de inteligência, se não nos estavas no PSD e não te limitavas a dissetar lugares comuns
"lugares comuns ?"
Esta foi "inteligente" demais p'ra mim ............
De certeza que noutros concelhos seramos Camara, Assembleia, Juntas, deputados, presidentes e afins.
Mas na Marinha é melhor serem governados por burros!!!
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