A Câmara Municipal da Marinha Grande emitiu um comunicado onde "estranha" as declarações da Recilis, empresa responsável pela valorização e tratamento dos efluentes suinícolas, mostrando-se "preocupada" com o "incentivo" dado a possíveis descargas ilegais.
O comunicado foi emitido depois de declarações proferidas pela Recilis, numa entrevista ao Diário de Leiria, onde os dirigentes da empresa afirmam não saber que destino dar aos efluentes suinícolas, depois de ter perdido licença de descargas nas linhas de água.
Na referida entrevista, os dirigentes da Recilis atribuem mesmo a responsabilidade ao Ministério do Ambiente e à Administração Hidrográfica da Região Centro por eventuais descargas que possam ocorrer nos próximos tempos.
Declarações que deixaram a câmara da Marinha Grande "preocupada" com o "incentivo dado por esta entidade ao incumprimento da legislação aplicável em matéria das descargas dos efluentes provenientes das suiniculturas".
"As declarações proferidas levam a autarquia a temer pela saúde pública no território do concelho, tantas vezes prejudicado por estas descargas no Rio Lis, com inúmeros danos provocados na qualidade das águas que banham a nossa costa", faz saber a autarquia, que considera as declarações, "irresponsáveis e egoístas, já que apenas pretendem disfarçar a incapacidade de resolução dos seus próprios problemas e esconder as desconformidades legais que ao longo do tempo têm vindo a promover".
"Merecem da parte da câmara as maiores reservas e preocupação, mas igualmente uma posição de defesa intransigente dos direitos da população e da qualidade de vida no concelho", esclarece a autarquia marinhense.
Nesse sentido, o presidente da câmara já solicitou ao governador civil de Leiria e forças de segurança "o reforço da vigilância ao Rio Lis e seus afluentes". Dirigiu ainda comunicações ao primeiro-ministro e à ministra do Ambiente "a exigir uma posição firme no combate a estas ameaças e ao descarado incentivo ao desrespeito pela lei pelos suinicultores da região de Leiria, acreditando que estes possam mostrar mais respeito pelo interesse e saúde pública do que a entidade que supostamente os representa”.
(surripiado do Diário de Leiria)
4 comentários:
Penso que só podemos partilhar as preocupações e apoiar a posição do nosso executivo em relação e este assunto.
Seria bom que na defesa desta causa se envolvesse também as outras forças políticas e os cidadãos do nosso concelho.
Espero que consigamos levar esta luta até às últimas consequências.
Então e Leiria?
Infelizmente parece que não podemos contar com Leiria.
Não me parece que a este respeito alguma coisa tenha mudado.
Pois, pois, agora não têm licença de descarga, e a culpa é do M. do Ambiente.
Penso eu, que a única coisa que tinham: era poderem despejar os efluentes depois de devidamente tratado, nos terrenos agrícolas do vale do lis, que posteriormente deviam ser remexidos!
Julgo que não era o caso, era tudo ao molho e fé na ausência das autoridades? e demora do sistema judicial.
Nunca se preocuparam com isso,nem com outras coisas, o vale do lis era e ainda é uma vergonha em alguns sítios.
Agora, pergunto eu que até sou Cigano, onde está o dinheiro anteriormente recebido ?
Não me venham cá “adizer” que está na Etar da Raposeira!
Não é preciso descaramento e incentivo para os suinicultores da região, eles sempre desrespeitaram a lei, e nunca mostraram respeito ou interesse pela saúde pública.
Não têm 30, 40 ou 50 mil euros para uma Etar, mas… têm 60 ou 70 mil para uma Mercedes ou uma BMW, não falando nos 4x4 para trabalhar na suposta “lavoura”.
Existe descaramento, falta de princípios e muita conveniência das autoridades.
E o pior de tudo, falta da presença do Ministério Publico.
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