Sem mais delongas, passemos ao primeiro de dois textos que esta semana vieram publicados no Jornal Expressões, paradigmáticos dessa forma de cegueira intelectual cujos piores exemplos infelizmente abundam, até mesmo entre gente com formação superior e com grandes responsabilidades, como é o caso da Sra. deputada Rita Rato.
Passemos então ao magnífico texto do Sr. Abílio S. Jordão.
Outra forma de fazer política ou como transformar uma maioria relativa
numa ditadura absoluta.
Ainda não são Câmara e já amedrontam, ameaçam, impõem, enfim. Ainda não mandam e já metem medo. Pudera! A máquina do partido mais votado vai instalar-se na Câmara. Não querem lá mais ninguém. A coligação que ainda é Câmara não foi ouvida nem achada em relação à forma de funcionamento da futura Câmara, não lhe vão ser atribuídos pelouros ao contrário do que aconteceu à 4 anos em que a CDU deu aos vereadores do PS pelouros importantes que estes não quiseram ou não souberam desempenhar ao ponto de terem que lhe ser retirados quando da alteração do executivo.
Mas, vergonha das vergonhas, preparam-se para “assaltar” a Câmara a avaliar por aquilo que alguma imprensa trás à estampa na sua última edição segundo a qual o Presidente vai ser ajudado pelo 4.º elemento da lista do PS à Câmara – só elegeram 3 – e pela responsável concelhia do PS na Marinha Grande. Quer dizer, como não têm confiança no Presidente eleito o melhor é ter sempre junto dele alguém da máquina do partido para lhe dizer como é que deve ser. Aliás esta prática não é nova neste partido e faz-nos recuar alguns anos ao tempo em que o Dr. João Paulo Pedrosa entrou para a Câmara para Assessor do então Presidente Álvaro Órfão. No mandato seguinte apareceu como candidato a Vereador e no seguinte como candidato a Presidente. É bom lembrar também a tentativa de substituição do então Vice-Presidente Armando Constâncio pela candidata não eleita Teresa Coelho só que o vice melhorou à pressa e ainda veio a tempo de não ser corrido pela máquina do partido que o elegeu. Também o actual N.º 4 da lista do PS tem um percurso parecido. Veio no último mandato do PS para a Câmara para colaborar com a máquina que detinha o poder, depois, com a alteração do executivo Camarário, manteve-se por lá para boicotar o trabalho sério e honesto dos novos Vereadores. Devia ter sido corrido mas vingança não faz parte do vocabulário da CDU.
Por isso saiu tarde de mais mas saiu. Agora está de volta para fazer o quê? Vamos esperar para ver mas não me admira nada que mais cedo do que se possa pensar esteja a decidir como Dirigente – ou Vereador? Enfim assim vai a política na nossa terra, mas se mesmo no tempo da outra ditadura o Povo não se vergou e acabou por vencer com o 25 de Abril de 1974 também não é agora que se vai deixar vencer.
(fonte: Jornal Expressões)