Na Marinha Grande paira um silêncio assim. Ensurdecedor. Há os que se cansaram de gritar para o ar. Há os que se sentem ameaçados por falar. Há os que não sabem como dizer o que há a dizer. Há os que se escondem no silêncio por falta de argumentos. Há silêncios por táctica. Há silêncios comprometedores. São silêncios a mais.
O Fórum do Largo das Calhandreiras nasceu para dar voz aos que não tinham voz. Durante um ano aquele espaço virtual (na blogosfera) acolheu uma calorosa e saudável discussão sobre a Cidade, este Largo imenso que é a Marinha Grande. Houve críticas, denúncias, desabafos feitas num tom de humor e de sátira (qual Contra Informação local), mas sem nunca se ter colocado em questão a boa-fama, o bom-nome das Pessoas ou das Instituições. Quem assume posições de destaque na sociedade, seja em que sector for, deve estar preparado para ser ‘alvo’ deste tipo de situações. Quem está no topo da hierarquia social deve saber de antemão que é ‘vigiado’ e avaliado permanentemente. Em Democracia, em Liberdade é assim. Mas não na Marinha Grande. Coincidência ou não o certo é que na mesma altura em que num destacado Jornal da Região sai um trabalho de reportagem sobre os Blogues, entre os quais o Fórum do Largo das Calhandreiras, este sucumbe ao ataque de um vírus não identificado. Na verdade já antes havia sido divulgado naquele espaço duas denúncias de que algo semelhante estaria para acontecer. Uma por via de um ‘boicote’ imposto. Terá sido determinado por alguém a não participação dos seus correligionários neste tipo de actividade. Como tal não fez diminuir a expressividade/actividade do mesmo Blogue a coisa foi mais longe e foi sugerido que alguém com poder para tanto terá chamado as autoridades competentes (entenda-se a Polícia Judiciária) para que fossem identificados e criminalmente processados os Autores do Blogue. Perguntamo-nos: qual o crime? Livre Expressão? Direito à opinião?
Pois é em torno desta questão que na Marinha Grande paira um silêncio ensurdecedor. Eu esperava que tivesse havido já algum tipo de iniciativa para se averiguarem bem as causas deste problema, que pode até ser visto como menor, mas que não deixa de insinuar uma certa atitude prepotente e anti-democrática por parte de alguns sectores do concelho.
Como nesta situação, em todas as outras paira um silêncio de morte no Largo (na Cidade).
O Silêncio do Poder autárquico que permanece impávido e sereno, cego e surdo à tempestade em que vive.
O Silêncio da Oposição, que mais não faz que ver e esperar que o inimigo se derrote a si mesmo.
O Silêncio dos Meios Independentes (Comunicação Social), que mais não faz que lançar uma farpa aqui outra acolá, mas sem verdadeiramente aprofundar as questões mais gritantes.
O Silêncio dos Cidadãos, talvez cansados, talvez desesperançados de melhores alternativas que aguentar o mal, enquanto não se torna pior.
Este é um silêncio que não é de ouro.
Quem terá a coragem para o quebrar?
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