Desde os tempos em que a única preocupação se limitava em estar em condições físicas para enfrentar mais uma semana árdua de trabalho braçal, passando pelos tempos em que para além dessa preocupação fui juntando também a necessária preparação para o trabalho mental para o qual tinha que estar preparado. Como nunca encarei qualquer dos empregos por onde passei, como para toda a vida lá fui andando, tendo como preocupação principal, o estar bem comigo próprio, única forma de conseguir estar de bem com os outros.
Hoje num Domingo à noite como tantos outros tento não pensar muito no dia de amanhã, pois se nos prepararmos para um dia de “verão de Sº Martinho” podemos ser surpreendidos por fortes chuvadas. Aliás estou a ficar um bocado numa de só conseguir ver nuvens negras no horizonte e a não encontrar nenhum “meteorologista” capaz de me animar com previsões mais optimistas.
4 comentários:
Caro Folha Seca
O seu texto é muito sugestivo e acresce que não sou "meteorologista", no entanto, preparo-me hoje para mais uma semana de trabalho, porque o tenho.
Ocorre-me que as representações que o trabalho torna distintas na vida de um trabalhador é, sobretudo, a sua simbologia social, no qual vislumbramos um valor e um bem acrescido, no qual se confere um sentido de utilidade na sociedade. Contudo, esse trabalho, muitas vezes, não representa apenas a satisfação de alguém se manter empregável, pois, em muitas ocasiões o tão esperado trabalho torna-se uma forma de opressão ao trabalhador e expõe-o de forma grosseira e desumana. Torna-se necessário contextualizar a forma de opressões que um trabalhador vem sofrendo numa sociedade de exclusão e com alto índice de desemprego, no qual a empregabilidade é uma questão ainda muito difícil de se conciliar com muitos desses trabalhadores e é sufocada pela falta de qualificação e escolarização dos mesmos para o ingresso no mercado de trabalho, facto que fere os seus direitos como pessoa humana, para conseguir a sobrevivência de si e da sua família, expondo-se de maneira desumana ao trabalho tanto quando o tem como, principalmente, nas situações em que a realidade mais nua e crua é o desemprego.
As previsões são negras e avizinham-se "boletins meteorológicos" indesejáveis.
O seu texto é nobre e toca a minha sensibilidade.
Abraço Amigo :)
Ana Brito
Folha Seca
Que se ergam as velas
Que se ponham as nossa bandeiras
Em todos os mastros
Nuvens negras?
Borrascas?
Ponhamos a nau em marcha!
Está alteroso o mar?
Mesmo assim havemos de passar!
Em frente
Minha gente...
A parte final é essencial ("para os que ainda o vão tendo").
Que tormentos terríveis passam muitas pessoas!
E não é só em Portugal.
Estava a ver no 60 minutes uma reportagem sobre os desempregados de Sillicon Valley.
Pessoas com grandes qualificações, que pensaram ter uma vida tranquila assegurada, e que estão agora arruinadas, desempregadas, cépticas, revoltadas.
Ana Brito, Rogério Pereira e Pedro Coimbra.
Sou duma geração que lutou pela liberdade e pela implantação da Democracia.
Hoje percebe-se que a Democracia foi sendo substituida por uma outra coisa a que não sei dar nome.
Creio que só há duas atitudes a tomar: uma é fazer como a Avestruz, outra é usar o direito que nos assiste de protestar quando assim o acharmos e apoiar o que possa ser feito.
Este post reflecte algum pessimismo, que procuro contrariar a cada momento e vou encontrando motivação para não baixar os braços. Este cantinho que aqui me cederam tambem serve para isso.
Obrigado pela vossa presença.
Abraço aos 3.
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