.
.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Correio dos Leitores


(...)

Sou mãe de duas crianças (de 5 e 8 anos) e em Abril de 2009, por razões profissionais, tive de vir morar para a Marinha Grande. Não tenho qualquer família na Marinha Grande e vivo sozinha com as minhas filhas pois estou divorciada. O meu ex marido está no estrangeiro o que dificulta ainda mais as coisas.
Quando me mudei para a Marinha Grande senti logo diferenças em ralação ao concelho onde residia (não muito longe daqui), no que diz respeito ao apoio que é dado às famílias com filhos pequenos a frequentar a escola pública, quer no que diz respeito às Actividades Extra Curriculares (AECs - 1º ciclo), quer no que diz respeito na Componente de Apoio à Família (CAF – pré-escolar).
A primeira dificuldade que senti foi a de ter de ir buscar a minha filha mais velha à escola após as AECs, ou seja, às 17,30h. Como o meu horário é até às 18h e como não tenho mais ninguém a quem recorrer, com a compreensão da minha entidade patronal passei a fazer apenas meia hora de almoço para poder sair às 17,30.
No final do ano lectivo, como as aulas do 1º ciclo e as AECs terminaram a 20 de Junho, tive de mandar a minha filha mais velha para casa dos avós, que vivem a cerca de 150 km daqui, até ao início de Agosto. Em relação à mais nova não foi preciso uma vez que a CAF funcionou até final de Julho.
Como a maioria dos pais deste país, tive de tirar férias em Agosto para poder ficar com as miúdas. Só que a verdade é que um mês não chega, pois ao contrário do concelho onde vivia, na Marinha Grande ninguém assegura o regresso das crianças que frequentam a escola pública, a partir do dia 1 de Setembro. Lá ficaram mais uma vez os avós sobrecarregados e as miúdas longe da mãe.
Esta semana tive as reuniões para o início das aulas e fiquei ainda mais surpreendida e indignada pois fiquei a saber que as aulas começam na próxima segunda feira dia 14 (só de manhã), mas as AEC’s e a CAF só começam no dia 22 e os almoços no dia 17 (quinta feira), sendo estas actividades da responsabilidade da Câmara Municipal.
Uma vez que considero esta situação inaceitável, dirigi-me aos serviços camarários para obter explicações, tendo sido informada que não tinham a culpa, porque as coisas se tinham atrasado, uma vez que a pessoa responsável tem estado de baixa e que só a semana passada é que foram escolhidas as empresas que vão assegurar as AEC’s e a CAF deste ano. Nem quis acreditar. Então as coisas ficam paradas porque uma pessoa está doente? Não seria mais lógico que no final do ano lectivo anterior se preparasse o novo ano em vez de chegar a Setembro para decidir tudo? Não obtive resposta.
Porque acho esta situação vergonhosa e porque tenho falado com outras mães com os mesmos problemas, decidi fazer esta chamada de atenção no vosso blog. Esta é uma questão que deveria ter a maior atenção dos nossos políticos e sobre a qual não ouvi uma única palavra. Com tantos bons exemplos em concelhos perto da Marinha Grande, não percebo como é que aqui dão tão pouca importância a um assunto que representa tanto para a qualidade de vida das famílias. Ainda por cima numa cidade tão industrial.
É claro que me podem responder que ponha os meus filhos num ATL ou numa jardim de infância privado, como fazem muitos dos meus vizinhos. Mas eu não quero acreditar que a Câmara Municipal me esteja a empurrar para recorrer ao sector privado, relativamente a um serviço que municípios aqui bem perto prestam com grande qualidade aos seus habitantes.
Agradeço desde já a vossa atenção e se acharem importante publicar este e.mail, agradeço que o façam.


S. M.

4 comentários:

Anónimo disse...

Ainda ontem, 11/09, na minha empresa, uma funcionária também com duas filhas, me pediu uma semana de férias, porque o prolongamento de horário escolar não está assegurado e os almoços na cantina não vão ser servidos, ao que parece porque uma técnica da Câmara está de baixa com uma gravidez de risco e ninguém cuidou de a substituir a tempo de lhe passar todos os dossier´s.
Se foi assim, estamos perante mais uma manifestação de incompetência dos políticos que nos governam no Concelho, agora com consequências sobre as crianças e sobre as famílias, pelas quais revelam um desprezo gritante.

Anónimo disse...

Assim vai este concelho...é urgente a mudança...
Vou estar atenta aos programas eleitorais para as autárquicas, porque apesar dos nossos filhos não votarem temos de lhe assegurar um futuro melhor....E o fruturo começa agora.

Anónimo disse...

Pois é minha cara amiga os problemas reais das pessoas parece não causarem qualquer comentários por parte dos leitores e participantes do LC. A politica politiqueira interessa mais aos comentadores deste blog. Para o mim isto sim deveria ter comentários e pressões sobre os respnsáveis autárquicos por está na sua mão resolver estes problemas. Mas para mts interessa mais se este ou aquele casou e divorciou de papel ou de facto, se este ou aquele fez umas viagens à custa de todos nós.
Assim meus caros, os problemas reais das pessoas nunca se resolvem

Anónimo disse...

Isto é de bradar aos céus!!!

então o técnico vai de baixa e a coisa pára??

mas onde é que está o vereador da educação?

ou o presidente da Câmara?

esses é que foram eleitos e têm de responder pelos problemas...

Eu não voto na Marinha e por isso não tenho legitimidade, mas que isto precisa de uma revolução, não tenho dúvida!!