Câmara da Marinha Grande interpõe providência cautelar para exigir reabertura do mercado
21.09.2007 - 21h42 Lusa
A Câmara da Marinha Grande interpôs hoje no Tribunal Administrativo de Leiria uma providência cautelar para exigir a reabertura do mercado municipal, encerrado quarta-feira pela Autoridade da Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
Na acção judicial, a autarquia juntou “um parecer da autoridade de saúde que não aponta problemas de saúde pública”, como referiu a ASAE, contou João Barros Duarte, presidente da Câmara (CDU).
Além disso, a câmara não vê na ASAE competência para ordenar o encerramento do mercado, que passou a funcionar numa praça junto ao edifício da câmara.
O autarca garante que os problemas existentes “em caso algum” configuram um “problema de saúde pública”.
A ASAE encerrou o edifício da Resinagem onde se realizava o mercado alegando falta de condições de salubridade e de saúde pública, o que motivou a contestação da autarquia e dos vendedores.
O mercado tem sido alvo de polémica no concelho, já que o PS tem defendido o encerramento do local actual e a sua transferência para novas instalações no centro comercial Atrium, como esteve previsto no anterior mandato. A CDU tem recusado a proposta, preferindo alienar aquele espaço novo para custear as obras de remodelação do actual mercado.
2 comentários:
Por motivos que só a mim dizem respeito, mas a que os tachos e as panelas não são totalmente alheios, não tenho sido muito habitual neste nosso querido espaço de calhandrisse. A minha ausência nos bitaites, não significa que não venha acompanhando, e com crescente interesse, o muito que aqui tem sido dito, com destaque para esta renascida e (quer-me parecer) sempiterna ‘novela’ dos mercados: O Velho e (o nado morto) Novo!
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Esta é uma história que, se não fosse tão ridícula, poderia ser catalogada de tragicomédia. Mas, bem vistas as coisas, talvez seja ambas em simultâneo… e o mais triste de tudo, é que quem sai altamente lesado com tudo isto, somos nós, os marinhenses.
Porque achei que também eu não deveria ficar indiferente perante esta trapalhada, é que me propus a deixar aqui alguns considerandos frutos das minhas reflexões e que penso serem oportunos. Perdoem-me se assim não for…
Penso já o ter dito aqui uma vez que, embora reconhecendo que o Mercado da Abrigada (M da A) (tem condições muitíssimo melhores que o Mercado da Resinagem (M da R), sou a primeira a reconhecer que a sua localização está longe de ser a melhor, nomeadamente no que respeita aos aspectos logísticos. Foi mal pensada a sua localização, o que não significa que com algumas correcções, aquele espaço não viesse a cumprir as funções para que foi projectado, pelo menos durante alguns anos.
Só que este espaço e esta solução nunca foram bem vistos pela CDU, o que levou a que fosse dada a cobertura populista que se conhece aos comerciantes do M da R que, através das célebres ‘providências cautelares’, impediram que aquele espaço fosse aberto.
Resultado, como a actual governação CDU-PSD não quis perder a face (em mais uma confirmação de que, nestas coisas da política, os interesses dos partidos podem sobrepor-se aos do colectivo!), eis que foram passados dois anos sem que qualquer solução fosse tomada.
Embirrou-se que o Mercado deve manter-se na Resinagem e pronto…
Resultado: hoje temos o problema que é de todos conhecido após a acção da ASAE, bem como as conhecidas e atabalhoadas decisões que estão a ser tomadas visando a que, através de caríssimas soluções de recurso, os transtornos para a população venham a ser minimizados!
(Deixem que faça aqui um parêntesis para salientar que, para uma Câmara que se diz em dificuldades financeiras, estas soluções, atávicas e dispendiosas, nos parecem ser completamente a despropósito de tão esbanjadoras que se mostram!…).
Permito-me uma notinha à consideração da coligação CDU-PSD: Estão no vosso pleno direito em discordar da localização do Mercado na Abrigada (como eu própria afirmei, essa localização também não me agrada a cem por cento!). Mas não acham que faria muito mais sentido passar o Mercado, temporariamente, para a Abrigada evitando os consideráveis custos que estamos, TODOS, a suportar?
Compreendo que esta solução lhes seja difícil, até porque essa decisão poderia vir a ser a demonstração de que, afinal, as coisas poderiam não ser assim tão más como quiseram fazer crer a toda a gente!
Mas, meus caros senhores, se tal viesse a acontecer não vinha mal ao mundo e assim resolveriam a esta pobre Marinha Grande um enorme rol de problemas e de trapalhadas que em nada estão a beneficiar a nossa terra e, menos ainda, as nossas gentes!...
Insiste-se na solução de remodelar o actual espaço do mercado (o da Resinagem, entenda-se) de forma a torná-lo apto para as suas funções.
Fala-se até (talvez por ter sido pensado ‘a quente’) em readquirir o edifício que foi sede da EDP para aí instalar o mercado do peixe!!!
Calma aí, meus senhores…
Por acaso já pensaram que com a continuação do mercado na Resinagem e os avultados custos que tal comportará (acrescidos agora com a anunciada compra do tal edifício), se venha a comprometer, definitivamente, a criação do Centro Cívico que a Marinha Grande tanto carece e com o qual se poderia trazer vida, a tempo inteiro, ao ‘centro histórico’ da cidade e não tão só a vida que o mercado possa trazer nas manhãs de alguns (escassos) dias da semana?
Por favor… parem para pensar e deixem-se de ‘jogos de poder’ que poderão ser muito interessantes e talvez sirvam para satisfazer clientelas pouco habituadas a pensar pelas suas cabeças, mas são ‘jogos’ que em nada contribuem para o desenvolvimento, harmónico, da cidade!
Mais, muito mais, há para dizer, mas este bitaite já vai longo e a sopa está a esturrar.
Talvez volte ao tema, pois lutar pelo desenvolvimento da minha terra é coisa que não me cansa!!
De providência cautelar em providência cautelar, até ao descrédito total.
Até fico cheio de borbulhas só em ver tanta demagogia.
Talvez não saibam, mas a velha máquina pêcêpista continua muito bem oleada e a comprová-lo tive ontem o exemplo de um grupo de dedicados militantes que afanosamente, andaram por aí na recolha de assinaturas para pedir a reabertura imediata do imaculado espaço do mercado da resinagem.
Ao que me contaram essas assinaturas fizeram parte do processo que a Cambra fez seguir para o tribunal de Leiria!
'Assim se vê o jeito do PCP'.
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