tag:blogger.com,1999:blog-6345585193120208210.post7970124739371669154..comments2023-10-30T12:20:12.537+00:00Comments on Largo das Calhandreiras: As Farpas - pois é...Unknownnoreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-6345585193120208210.post-18257344736223137772007-02-28T15:45:00.000+00:002007-02-28T15:45:00.000+00:00As Farpas – pois é...Meus caros, as minhas saudaçõ...As Farpas – pois é...<BR/><BR/>Meus caros, as minhas saudações.<BR/>Li este ‘post’ com prazer, até porque as Farpas são uma obra que, de quando em vez, revisito.<BR/>Poucas serão as obras da nossa literatura (nomeadamente na área da crónica e do ensaio de crítica política e social) que mantenham uma tão viva actualidade como este trabalho conjunto de Eça de Queirós e de Ramalho Ortigão...<BR/>Mas porquê uma tão longa perenidade destes textos?<BR/>Será que este facto se deve, exclusivamente, aos políticos que nos calham na rifa? <BR/>Em grande parte penso que sim. Mas nós, o povoléu, não podemos por o rabinho de fora, pois também nos cabe uma (grossa) fatia das responsabilidades!... <BR/><BR/>Referindo-se aos portugueses, alguém dizia que ‘é um povo que não se governa nem se deixa governar...’ ! E isto é, infelizmente, uma triste realidade. Constatamo-lo no nosso dia-a-dia.<BR/>No passado foi o que sabemos: políticos prepotentes e pouco escrupulosos e, na sua esmagadora maioria, com a mais completa incapacidade de programar o presente e, muito menos, de delinear o futuro...<BR/><BR/>Se remontarmos ao nosso século XIV e XV encontraremos algumas excepções a esta malfadada regra – vejamos os casos do Infante D. Henrique e, um pouco mais tarde, de D. João II. Devendo eu acrescentar ainda, em abono da verdade, o caso de D. Dinis...<BR/><BR/>Mais tarde, e talvez fruto das circunstâncias, vemos um Marquês de Pombal que, ainda que à bruta, delineou estratégias que, do seu ponto de vista, visavam a contribuir para que Portugal fosse levado a acertar o passo pela evolução industrial que se verificava por essa Europa, nomeadamente na velha aliada (e grande interesseira!) Inglaterra.<BR/><BR/>Seguiu-se depois uma série de tímidos ensaios quase todos incipientes que, de tão desgarrados, foram diluídos não chegando sequer ao conhecimento de grande parte da nossa sociedade.<BR/><BR/>Por parte deste povo dócil mas sempre pronto à crítica fácil e só disponível para aceitar medidas que o beneficiem no imediato, não existe (pelo menos disso tenho a impressão) a verdadeira vontade de contribuir para a construção de um país com futuro. A título de exemplo e ‘esquecendo’ o que fomos no passado, que as realidades também eram outras, deixamos algumas perguntas que me parecem pertinentes: 1- Não é verdade que confundimos a liberdade com libertinagem?; 2- Não é verdade que alguns (mas não tão poucos quanto isso!...) dos nossos jovens parece fazerem gala em não encarar a vida escolar com o afinco que lhes é exigido?; 3 - Será que já entendemos que a evolução que se verifica noutros países (com os quais nos sentimos com o direito de nos compararmos) é o resultado de muito trabalho colectivo e de muita organização?; 4 – Será, ao menos, que não arranjamos todas as desculpas e mais algumas para nos eximirmos ao dever do voto, sempre que a isso somos chamados?... …<BR/><BR/>Enfim, poderíamos estar para aqui a fazer uma listagem infindável das coisas que condicionam o nosso desenvolvimento, mas acho que todos as conhecemos suficientemente e, sobretudo, teremos a noção que um dos nossos maiores ‘deficits’ se encontra na enorme carência de cultura cívica de que, desde há muito, enfermamos...<BR/><BR/>Como é evidente, também eu alinho com todos quantos pensam que é da responsabilidade dos nossos governantes fazer esforços para ir alterando este crónico estado das coisas. Mas nós, os governados, teremos de fazer um esforço para, embora pugnando sempre pelo indeclinável direito que temos à liberdade (que não à libertinagem), contribuirmos para que a situação se altere de modo a que possamos ver desenhar-se um futuro que nos seja menos obscuro.<BR/><BR/>Em suma, não só precisamos de bons governantes (tanto nacionais como locais) como precisamos que nós próprios mudemos de mentalidade e que passemos a ter um pouco mais de amor-próprio…Anonymousnoreply@blogger.com