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terça-feira, 30 de setembro de 2008

Revista de imprensa (actualizada)


"PS acusa executivo de violar Plano de Pormenor"

Os socialistas da Marinha Grande acusam o executivo camarário de violar o Plano de Pormenor da Zona Desportiva, por ali ter instalado tendas para o Mercado Municipal, com base num parecer da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro. Presidente da autarquia nega


A presidente da Comissão Política Concelhia do PS da Marinha Grande, Teresa Coelho, denuncia que a coligação no executivo camarário (CDU/PSD) está a violar o Plano de Pormenor (PP) da Zona Desportiva, por ter ali ter instalado provisoriamente tendas para a realização do mercado municipal.
Em conferência de imprensa - que contou com a presença de dois vereadores, José Lebre e Cidália Ferreira, e do líder do PS na Assembleia Municipal, Rui Rodrigues -, a presidente da estrutura concelhia baseou-se num parecer da Comissão de Coordenação da Região Centro (CCDRC) - que refere “que a instalação do Mercado Municipal em terrenos abrangidos pelo Plano de Pormenor da Zona Desportiva da Marinha Grande, viola este plano” -, para anunciar que o documento irá ser enviado para a Procuradoria Geral da República e para a Inspecção Geral da Administração Local (IGAL).
O parecer, segundo Teresa Coelho, pedido pela autarquia marinhense no passado mês de Maio, vem dar razão às dúvidas levantadas pelos socialistas na Assembleia Municipal (AM), em Setembro do ano passado, sobre a instalação provisória de tendas em terrenos da Zona Desportiva.
Em Outubro do mesmo ano, o assunto foi abordado numa reunião do executivo e, em Dezembro, os socialistas voltaram a levantar o assunto numa reunião do órgão deliberativo.
Em Maio deste ano o executivo liderado por Alberto Cascalho decidiu pedir um parecer à CCDRC, que o enviou no dia 19 de Junho. “Só tivemos conhecimento do documento este mês, ou seja, dois meses depois de a autarquia o ter recebido. Será que se terão esquecido”, questiona Teresa Coelho, criticando a postura do executivo, por “menosprezar” os vereadores do PS e “relegar” para segundo plano as propostas que são apresentadas.
Rui Rodrigues, líder de bancada do PS na AM, classifica de “barracada”a instalação do Mercado Municipal na Zona Desportiva e que a situação provisória parece estar a passar a definitiva, uma vez que já se arrasta há mais de um ano. “Este executivo trata os assuntos com muita leviandade e os vereadores do PS são relegados para segundo plano, sem que sejam respeitados os seus direitos de oposição, ou seja, têm de ser informados na sessões de câmara e contactados para discutir e analisar os assuntos”, acusa o advogado, salientando que a pavimentação do espaço para a instalação das tendas foi de “ajuste directo”, quando “deveria ser através de concurso público”.

Alberto Cascalho diz que está de consciência tranquila

Alberto Cascalho, presidente da Câmara em exercício, diz que está de “consciência tranquila” e considera que “não houve” violação do PP da Zona Desportiva, uma vez que o Mercado Municipal está a funcionar provisoriamente naquele local. “Fomos confrontados com o encerramento das instalações do Mercado Municipal e tivemos de encontrar, no imediato, uma solução que é provisória”, explica o autarca, acusando os socialistas de estarem a denunciar um caso que foi “amplamente” discutido.
“É necessário que as pessoas tenham mais ética, porque não temos uma varinha de condão para resolver o problema de um momento para o outro”, acrescenta Alberto Cascalho, adiantando que os “grandes problemas” existentes na Marinha Grande “são resultado de uma má gestão socialista durante 12 anos”.
O presidente da autarquia lamenta que os socialistas tenham revelado o conteúdo do parecer da CCDRC - que só não chegou mais cedo à AM “devido ao período de férias” -, e não tenham feito referência a um outro parecer de uma “conceituada jurista”, que lhes foi entregue, “onde diz que não há violação de qualquer PP”. “O PS anda em campanha eleitoral desde o dia em que este executivo tomou posse, mas a nossa preocupação é resolver os problemas da população, que é para isso que nos elegeram”, sustenta, concluindo que vai esperar “com tranquilidade” o desenrolar de todo o processo.



(surripiado do Diário de Leiria)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Revista de Imprensa

2008-09-29 18:25:00

"PS da Marinha Grande acusa Câmara local de "leviandade" na implantação do Mercado Municipal"

O PS da Marinha Grande anunciou hoje que vai fazer participações à Inspecção-Geral das Autarquias Locais e à Procuradoria Geral da República pela implantação do Mercado Municipal em terrenos do Plano de Pormenor da Zona Desportiva da cidade.

Hoje, os socialistas reiteraram acusações de há um ano à maioria PCP/PSD, pela “atitude leviana” com a instalação do Mercado Municipal naquele espaço, reforçando-as com críticas de “negação de informação” pela demora na entrega de um parecer da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), que, dizem, conclui que o mercado está a violar aquele Plano de Pormenor (PP).

“Os vereadores do PS sempre tiveram razão quando disseram que a instalação do mercado" em tendas na Zona Desportiva "violava o PP. Mas a maioria PCP/PSD não ligou nada e avançou na mesma”, afirmou à Agência Lusa a presidente da Concelhia do PS da Marinha Grande, Teresa Coelho.

“Em Outubro de 2007 votámos contra as intervenções naquela área. Agora quem tem de decidir é o tribunal. Vamos aguardar que se faça justiça”, disse Teresa Coelho, acrescentando ser necessário "apurar quem paga as despesas que foram efectuadas com a instalação e manutenção do mercado” em terrenois do Plano de Pormenor da Zona Desportiva.

Segundo a dirigente local do PS, “a verba que foi divulgada ascende a cerca de 480 mil euros”.

Em causa está também, apontou Teresa Coelho, a violação do Estatuto do Direito da Oposição, pela “negação de informação”.

“Através da Assembleia Municipal pedimos o parecer [da CCDRC] em Setembro de 2007 e reforçámos o pedido em Dezembro do mesmo ano. Não obtivemos resposta e verificámos que foi recebido pela Câmara em Junho e que nos foi entregue agora”, disse Teresa Coelho.

O presidente da Câmara da Marinha Grande, Alberto Cascalho (CDU) reconheceu “tempo excessivo na resposta” ao pedido do PS, mas adiantou que o executivo está “de consciência tranquila” quanto à instalação do Mercado Municipal na Zona Desportiva.

“Quando instalámos ali o mercado, fizemo-lo com a convicção de não estarmos a violar o PP", disse Alberto Cascalho, adiantando que existe um parecer do Gabinete Jurídico da autarquia, que o PS também conhece, o qual "conclui em sentido inverso ao da CCDRC", dizendo que "não há violação do PP porque não há obra definitiva. Trata-se apenas de obras provisórias, com instalação de tendas que a qualquer momento podem ser levantadas” e que ali estão “exclusivamente em defesa do interesse público dos marinhenses e do município”.


(surripiado do Região de Leiria)

Passatempo



Um magnífico presunto de Chaves para quem indicar correctamente o autor da frase:

“É caso para dizer que a demagogia e a manipulação dos factos deviam ter limites impostos pelas leis democráticas.”

Se ninguém responder correctamente o presunto reverte para um fundo de apoio ao alargamento da Zona Industrial.

domingo, 28 de setembro de 2008

Tarifa de disponibilidade VI - Perguntar não ofende

É evidente que estamos gratos à coligação maravilha, do fundo do coração, por esta sua preocupação em baixar as taxas de IMI, e à oposição pela sugestão de que o dito desagravamento fosse ainda maior. Estamos mesmo muito gratos. Mas, desculpem insistirmos, se querem mesmo desagravar os orçamentos familiares não seria mais fácil se acabassem com aquela tarifa ilegal e ridícula que se lembraram todos de aprovar? Sim, é essa mesmo, a da disponibilidade. Vá lá, não custa nada. Vão ver que não dói e ainda ficam bem na fotografia. Nós acreditamos que foi apenas um pequeno lapso.
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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Retomamos o Bitaite da Semana, agradecendo desde já de forma particular a este anónimo, pela sua visita e pelo seu contributo. Aproveitamos também para esclarecer que este blogue não corresponde a qualquer modalidade de fazer política, função reservada no nosso concelho ao blogue PS ( = Praça Stephens, não confundir com o da Dama de Ferro...) e ao site do “pasquim” (parafraseando um conhecido político em estado de suspensão). O Largo das Calhandreiras é mais bolos.


Anónimo disse...
"o blogue é uma modalidade pobre de fazer política, não se lhe augurando outro futuro que o de curiosidade, muitas vezes mais enfraquecedor de quem o assina - debilidade argumentativa, falta de estilo, repetição temática - e, logo, sem capacidade para concitar a atenção fora do restrito grupo de amigos virtuais que o visitam. Não, os blogues não dão força àqueles que, minoritários, pensam intervir na vida política. Parecem-se, neste particular, com as tertúlias, que podem reunir vinte, trinta ou quarenta convivas e acabam por iludir os tertuliantes da fictícia impregnação dos pontos de vista aí unânimes, pensando que a "sociedade" se confunde com a tertúlia." in http://combustoes.blogspot.com/2008/09/os-blogues-so-uma-brincadeira.html

9/24/2008 9:53 AM

O Meu Momento Zen


Queridos camaradas em geral e utentes deste Largo em particular, queria compartilhar com todos vocêses uma coisa maravilhosa que me aconteceu hoje. Esta é mesmo verdade! Juro pla saudinha da coligação maravilha!
Por conseguinte, viajava eu no meu pápa-reformas vindo da pharmácia do Dr. Aspirina quando, distraído, ao entrar na Rotunda do Vidreiro, apanho bicha. Não, não é dessas que agora querem casar, é das outras. Então e não é que no pára arranca, pára arranca, de repente dou por mim parado no cimo da nova passadeira, encalacrado entre dois carros?! Rapazes, sem palavras, uma sensação indescritível, formidável, parecia que estava nos Picos da Europa, que maravilha, que vista magnifica! Por momentos esqueci a bicha e a confusão do trânsito e senti-me nas nuvens: ao longe, por cima do prédio onde era o falecido Panorama, a mata, e a morrer no horizonte, o mar… lindo!!! Que vista, quase que ía jurar que se via o João Barbas a passear o cão em S. Pedro. Formidável! Só vos digo que naquele momento a única coisa que m' ocorreu foi erguer as mãos ao céu e gritar de alegria: obrigado Autocolante, ainda bem que perdeste a picareta! Bem hajas!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

LEMBRETE - SEMANA DA (I)MOBILIDADE

De 16 a 22 de Setembro decorre a Semana Europeia da Mobilidade este ano sob o lema “ruas para as pessoas”. Uma vez mais a autarquia da capital da industria garrafeira não aderiu.



Primeiro circuito da TUMG até final do ano

“Até ao final do ano ou no início do próximo, o primeiro circuito de transportes colectivos urbanos vai estar operacional”. A afirmação é do presidente do conselho de administração da empresa municipal Transportes Urbanos da Marinha Grande (TUMG) e vereador das Obras Públicas, o social-democrata Artur Pereira. O estudo de mobilidade está concluído e vai ser apresentado ao executivo municipal na primeira reunião de Câmara de Setembro, juntamente com uma proposta da TUMG para a implementação de um circuito piloto que ligará a zona industrial do Casal da Lebre e o centro da cidade.
“Pretendemos implementar os quatro percursos que são propostos pelo estudo de mobilidade de uma forma faseada. Para já vamos avançar com um dos que estão previstos para a malha urbana da Marinha Grande.
Mais tarde vamos implementar os outros”, refere Artur Pereira.
O responsável explica que o faseamento se deve a questões económicas e também ambientais. Isto porque o número de autocarros para este tipo de circuitos não é suficiente para “alimentar os quatro percursos definidos”, além de que a TUMG está a ponderar comprar veículos mais amigos do ambiente para os restantes trajectos, caso a autarquia permita.
Artur Pereira revela que há a possibilidade de, numa fase inicial, os transportes colectivos urbanos serem gratuitos. “É uma maneira de chamar: primeiro temos de promover para depois termos mais sucesso no futuro”, diz.
O estudo de mobilidade encomendado pela autarquia propõe diversos percursos, com destaque para dois que prevêem a ligação entre o centro urbano da Marinha Grande e as duas zonas industriais (Casal da Lebre e Marinha Pequena). O documento sugere ainda a articulação com outros transportes rodoviários e ferroviários.


(fonte: Região de Leiria – edição de 14/08/2008)


O que está dito, está dito!

se é assim por causa das sopas, o que não será por causa do pitróil...

"Cartel da cantina" lesou Estado em 172 milhões
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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Tarifa de Disponibilidade V - "Os Melgas"


Será que esta coisa já está actualizada de acordo com isto? Ou será que se dão ao luxo de ter coisas desactualizadas num site novinho em folha? Estamos em crer que vamos continuar sem respostas? Paciência…
A propósito, estes gajos da SIC são uns chatos do caraças, sempre a falar da mesma coisa!… Irra que já chateia!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

"Ó doutor, encontrámos a picareta!"

O que outros não conseguem, nós conseguimos, o que só vem confirmar que, ao contrário dos outros, nós não somos desmiolados e não votamos distraídos. Então não é que descobrimos a picareta do capataz. É verdade, bastava estar um bocadinho atento, ó senão reparem. Diz o doutor Barbas Pedrosa (o da orquestra “Os Desmiolados”) no seu blogue de desporto, caça e efemérides:
Questionado, na reunião de câmara, sobre a razão da construção de uma aberrante lomba na Avenida Victor Gallo (junto à rotunda do vidreiro), Artur Oliveira respondeu:
-"Estou tão surpreendido quanto vocês, não sei de nada!".

Olhe doutor, primeiros a construção não é aberrante! Trata-se dum investimento de alta qualidade que pretende pôr a nossa cidade na rota dos desportos de montanha e de aventura. Escalar aquilo é um grande desafio, sabia? Em segundos, se o doutor tivesse mais atento ao que a coligação maravilha diz, já tinha percebido quem é que mandou fazer aquele colosso. De certeza que foram “os outros”, quer vêr?
A propósito de meia-dúzia de camiões que passam rua António Maria da Silva vindos do Santos Barosa e que pelos vistos incomodam alguns moradores (que também devem ser desmiolados), esclarece o camarada Xico da junta:
Contactado pelo nosso jornal, Francisco Duarte, presidente da junta de freguesia da Marinha Grande, reconhece a existência daquela situação, que nasceu há cerca de dois anos, afirmando que se trata de um assunto municipal.
O autarca descreveu a passagem dos camiões por aquela rua como a "alternativa mais plausível, reconhecendo todos os inconvenientes. Não foi uma decisão nem da junta de freguesia, nem da câmara municipal, mas dos técnicos que a estudaram, 'in loco'", concluiu.
Vê doutor, foram os técnicos que decidiram ‘in loco’, percebe? E você desconfiado que a junta e a câmara decidiam alguma coisa. Mas, espere lá doutor, parece que há alguém que não é da mesma opinião. Vamos ouvir o senhor da picareta:
A Câmara da Marinha Grande considera que, de momento, “não tem alternativa”. Segundo o vereador responsável pelo pelouro do Trânsito, Artur Pereira, as mudanças foram exigidas por moradores da zona, devido às filas que se criavam.
Ah! Prontos! Está tudo esclarecido! Afinal foram os moradores que exigiram as mudanças! Assim está bem! A picareta apareceu, viu?!


Sugestão: e que tal o doutor Guerrilha escrever uma croniqueta sobre o estado da mioleira dos seus camaradas?

Revista de Imprensa

"Meio milhar espera por habitação social"

A Câmara da Marinha Grande quer apurar o número real de pessoas que esperam por habitação social no concelho. Actualmente existem cerca de 500 inscritos nos serviços da autarquia. Um número que, segundo o vereador responsável pelo pelouro, Sérgio Moiteiro, pode não corresponder à realidade.
Em 2003, de acordo com o levantamento da Rede Social da Marinha Grande, existiam 400 casos de famílias a viver em casas sem as condições mínimas. Destes, foram dadas respostas pela autarquia a cerca de 100. Porém, o número de inscritos continuou a crescer.
“Pensamos que este número não deve corresponder à realidade. Algumas destas famílias já poderão ter melhorado a sua situação económica ou mudado de casa e não deveriam estar na lista”, explica o vereador, que já solicitou “aos serviços um estudo para apurar as necessidades”.
“Damos resposta aos casos de maior urgência. Mas o número de fogos do município é limitado e não temos condições para avançar para a construção de mais a curto/médio prazo”, adianta.
O autarca considera mesmo que a solução poderá não passar pela edificação de novos bairros sociais. A recuperação de casas devolutas é uma das hipóteses avançadas por Sérgio Moiteiro para combater o problema. “Há muitas casas degradadas que não são habitadas. A Câmara pode mesmo entrar em negociações com os proprietários e encontrar uma alternativa à construção”, explica, adiantando que com esta solução poderiam ser resolvidos dois problemas.

Só 30 casas vagas. Actualmente, a autarquia é proprietária de 271 fogos de habitação social, dos quais 241 se encontram habitados. A maior parte está situada na freguesia da Marinha Grande, mais concretamente em Casal do Malta. A maior parte dos bairros foi construído entre a década de 70 e 80, à excepção do novo Bairro do Camarnal, cuja construção data de 2002.
O município tem vindo a alienar, a preços baixos, algum do seu património imobiliário, designadamente aquele que lhe foi transferido, em 2004, pelo extinto Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional do Estado, aos seus actuais moradores.

(surripiado do Região de Leiria)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Tarifa de Disponibilidade IV - O Contraditório


Embora com algum tempo de atraso, recorde-se que a famosa tarifa de disponibilidade começou a ser cobrada a partir de 26 de Maio, juntamente com a factura da água de Julho, em cumprimento do artigo 4º da Lei 23/96, finalmente recebemos em nossas casas um “Esclarecimento ao Consumidor”. O detalhe é importante. Surpreendentemente (ou talvez não) o esclarecimento não é dirigido aos munícipes mas sim aos consumidores, valorizando-se assim a relação comercial em detrimento da relação de cidadania (sintomático num executivo de maioria comunista). Talvez por isso a referida comunicação devesse ter sido “assinada” pelo Dr. Cascalho na qualidade de Presidente dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento e não na qualidade de Presidente da Câmara, para separar as águas.
Deixando a forma e passando ao conteúdo podemos dizer que, tal como todos os “esclarecimentos”, este também pretendia esclarecer, missão que comprovadamente não conseguiu, como a seguir se demonstra. Os argumentos apresentados, na linha dos invocados na acta da tomada de decisão sobre a aplicação da nova tarifa, são tão frágeis, mas tão frágeis, que desmontá-los se torna confrangedor, o que nos leva também a supor que não existirá de facto nenhuma oposição a esta medida infeliz e que tanta tinta tem feito correr noutros concelhos do país. Desta vez nem os habituais editorialistas e cronistas da praça, tão ciosos e zelosos da boa condução da coisa pública, ousaram sequer escrever uma linha que fosse sobre o assunto. Fica registada a distracção.
Vamos ao que interessa. Invoca o Presidente Cascalho a favor da nova tarifa duas razões fundamentais:
1ª razão - é ilegal a redução do preço do abastecimento da água uma vez que, de acordo com a lei, os preços praticado não podem ser inferiores aos custos suportados com a prestação dos correspondentes serviços, o que aliás já se verifica (conforme é reconhecido);
2ª razão: é legal a fixação duma tarifa que traduza os custos que derivam da disponibilização do serviço prestado no que respeita à construção, conservação e manutenção do sistema, neste caso, de distribuição de água;
Parece haver assim uma preocupação em fundamentar a decisão tomada com base em pressupostos de natureza legal os quais facilmente escapam à grande maioria dos consumidores (mantenhamos a relação comercial).
Ao deixar de cobrar a taxa de aluguer do contador, os serviços municipalizados limitaram-se a cumprir uma disposição legal não decorrendo desse facto qualquer diminuição do preço da água, pelo que dizer que o preço não poderia baixar é falacioso. O que de facto aconteceu é que os serviços municipalizados deixaram de cobrar uma taxa considerada ilegal (porque ilegítima) com a consequente perda de receita para o município (mas nunca uma diminuição do preço da água).
Porém, a mesma alteração à Lei 23/96 que veio proibir a cobrança da taxa de aluguer do contador dispõe igualmente que é ilegal a sua substituição por qualquer outra taxa de efeito equivalente independentemente da designação utilizada (artº 8º).
Diz a este propósito o Secretário de Estado da Defesa do Consumidor:
(...) Fernando Serrasqueiro, afirmou hoje que será ilegal aplicar uma taxa de disponibilidade de serviço para compensar a perda do aluguer do contador pelos municípios.
"Se for para compensar a perda do aluguer do contador é ilegal, se for para outro fim tem de ser justificado, em função dos objectivos que diz prosseguir: construção, conservação e manutenção dos sistemas públicos", afirmou o secretário de Estado, citando a lei.

(...)
"Tem de haver razoabilidade entre a taxa e os serviços a financiar. Se for apenas uma mera troca de nome, sem justificação económica, pode haver dúvidas face à legislação que foi produzida", considerou.

Pelo que é dito no esclarecimento, o valor agora a pagar resulta duma nova tarifa e não da substituição da taxa anterior, o que vem ao encontro daquilo que o Secretário de Estado diz, do que a lei prevê no nº 3 do seu artº 8º e do que é defendido pela entidade reguladora, ou seja, é possível a aplicação duma tarifa de disponibilidade desde que a mesma tenha uma correspondência directa com os encargos efectivamente suportados (alínea c do nº 2 do artº 8º).
Mas se assim é (se estamos na presença duma nova taxa), como é que se explica que a nova tarifa de disponibilidade tenha precisamente o mesmo valor da taxa anterior? Será que por coincidência, os custos incorridos ou a incorrer, agora apurados (?), relativos à construção, conservação e manutenção do sistema de distribuição de água são exactamente iguais às anteriores taxas de aluguer dos contadores? E será que por ironia do destino, o fim da cobrança da taxa de aluguer dos contadores coincidiu com a aplicação duma nova tarifa de disponibilidade que pretende reflectir esses custos como um termo fixo da factura a pagar? É evidente que são demasiadas coincidências.
Mas já que estamos a falar de questões legais/formais e duma nova taxa, pergunta-se: não teria esta de ser aprovada em Assembleia Municipal, conforme disposto no artº 53º da Lei das Autarquias

2 - Compete à assembleia municipal, em matéria regulamentar e de organização e funcionamento, sob proposta da câmara:
(...)
e) Estabelecer, nos termos da lei, taxas municipais e fixar os respectivos quantitativos;

e artº 8º do Regime Geral das Taxas das Autarquias Locais

Criação de taxas e modificação da relação jurídico-tributária
Artigo 8.º
Criação de taxas
1 - As taxas das autarquias locais são criadas por regulamento aprovado pelo órgão deliberativo respectivo.

Fica a pergunta para os entendidos na matéria (perdoem a nossa ignorância), pese embora, muito provavelmente, nunca se venha a saber a resposta.
Deixemos as questões formais e passemos às materiais. Se a tarifa é de disponibilidade do serviço, quais são os mecanismos previstos para ressarcir os consumidores de eventuais interrupções de fornecimento de água, ou quando o serviço é prestado de forma deficiente (falta de pressão, por exemplo)? E afinal em que é que se traduz o nosso esforço enquanto contribuintes – que parte dos nossos impostos já vai para construção, conservação e manutenção do sistema de distribuição de água? E como é que se explica que um executivo comunista, tendo a possibilidade de desonerar a conta da água das famílias marinhenses, proponha e leve avante a aplicação duma nova tarifa?

É bom não iludirmos as questões de fundo, estamos a falar da perda de receita das autarquias, estamos a falar do preço da água que se encontra abaixo do seu custo real e estamos a falar da inexistência duma política da água, coerente e sustentada. Estas sim, são as questões de fundo que ficam por discutir e por resolver.
Se nos querem ir ao bolso, assumam-no! Se acham que o preço da água está demasiado baixo, aumentem-no! Custa votos? Paciência! Dói, não Dói? A nós também, no fim do mês! E que tal assumirem a verdade dos factos?

A LUTA CONTINUA! A LUTA CONTINUA! A LUTA CONTINUA!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Tarifa de disponibilidade III - DECO PRONUNCIA-SE

Estamos neste momento em directo da conferência de imprensa onde Deco se vai pronunciar sobre a nova tarifa de disponibilidade da água. Vamos tentar colocar-lhe a pergunta, não sei se... não vai ser fácil, há aqui repórteres de muitos concelhos do país onde a nova tarifa foi aplicada, mas vamos tentar ser os primeiros...
Deco, Deco... aqui ao fundo... estamos em directo para o Largo das Calhandreiras. Sim aqui em cima do tijolo. Deco, queria colocar-lhe uma questão: acha que a nova tarifa de disponibilidade é legal ou ilegal?


Obrigado Deco. Foi a opinião de Deco, o luso-brasuca especialista em direito do consumo, a opinião insuspeita de um cara legal. Daqui é tudo, volto a passar a emissão para os estúdios.

Revista de Imprensa

"Abaixo-assinado contra obras em vale"

Os moradores de S. Pedro de Moel temem que a requalificação do vale junto às suas casas aumente a insegurança no local. O principal ponto de discórdia é um parque infantil. A Câmara garante que a obra avança este mês.

Foi no Verão passado que Maria Helena Medeiros soube que um seu terreno, encostado à casa que tem no vale de S. Pedro de Moel, integrava um projecto de requalificação da zona. Ali iria ser construído um miradouro segundo o projecto que, soube então, estava em exposição no Parque Municipal de Exposições da Marinha Grande.

"Nunca fui ouvida e, na altura, desconhecia que havia um projecto para esta zona", explicou, contando que o terreno é propriedade da família há várias décadas. A integração no projecto iria inviabilizar a possibilidade de expansão da casa se, no futuro, fosse essa a sua intenção.

De acordo com Artur Oliveira, vereador responsável pelo pelouro das Obras na Câmara Municipal da Marinha Grande, quando foi feita essa exposição a intervenção "já tinha sido submetida a concurso público" e a obra até "já estava adjudicada".

É que a requalificação daquele vale foi um dos primeiros projectos a passar-lhe pelas mãos, desde que iniciou o mandato. A convicção que tinha é que "todos os moradores já conheciam a intenção" da autarquia, de requalificar o espaço e "torná-lo aprazível".

Outros moradores da zona, contou Maria Helena Medeiros, só na mesma altura se aperceberam da existência do projecto. E, em Setembro do ano passado, elaboraram um abaixo-assinado, com cerca de sete dezenas de assinaturas, reclamando da situação. Seguiram-se duas reuniões, a segunda já este ano, juntando dezenas de moradores e técnicos da autarquia.

O ponto de discórdia foi a construção de um parque infantil que, sustentam os moradores, contribuirá para aumentar a insegurança da zona. "Tememos que, durante a noite, essa zona venha a ser espaço de conflito", contou Maria Helena Medeiros.

Artur Oliveira está convencido do contrário, acreditando que a infra-estrutura poderá ser alternativa para as crianças quando o clima não permitir uma ida à praia. De noite, explicou o vereador, "toda a zona será dotada de iluminação, de forma a não atrair situações problemáticas".

A intervenção no vale será dividida em três fases. A primeira, na parte mais baixa e próxima das casas, deverá arrancar ainda este mês. Representa um investimento de cerca de 200 mil euros, que serão financiados pelo Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) em 70%. A candidatura já foi aprovada.

A zona terá arvoredo e zonas de passeio, rodeadas pelo ribeiro que ali corre.


(surripiado do JN)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Tarifa de disponibilidade II - Descubra as diferenças (e as semelhanças)


Deputados municipais do PS, CDS-PP, BE e até do PSD contestaram ontem a decisão da maioria social-democrata na Câmara de Viseu, presidida por Fernando Ruas, de criar uma tarifa de disponibilidade na factura da água.

No passado dia 12, o executivo camarário aprovou a criação da tarifa de disponibilidade, que os consumidores passarão a pagar a partir de Julho, para compensar a falta da receita do aluguer dos contadores da água, uma decisão que contou com os votos contra dos vereadores do PS.

No município de Viseu há 38 mil contadores, cujo aluguer representava uma terça parte na receita da água, ou seja, cerca de 130 mil euros mensais.

À Assembleia Municipal de ontem foram levadas as propostas dos serviços municipalizados sobre a revisão do orçamento da receita e a alteração do regulamento do serviço de distribuição de água, que permitirão criar a tarifa.

A primeira contou com 43 votos a favor e 13 contra (nomeadamente do deputado do PSD Esteves Correia) e a segunda com 44 votos a favor, 13 contra e uma abstenção.

As críticas centraram-se sobretudo no facto de a verba que a autarquia vai receber com a tarifa de disponibilidade ser precisamente a mesma (770 mil euros até ao final do ano) daquela que perdeu por o aluguer dos contadores deixar de ser pago.

Para o deputado municipal João Cruz (PS), o facto de deixar de aparecer nas facturas dos consumidores a taxa do aluguer dos contadores e passar a constar a tarifa de disponibilidade é “um verdadeiro logro”.

Segundo João Cruz, com as alterações aprovadas “todos os escalões vão ser aumentados e a factura vai aumentar”, ficando assim “penalizadas as famílias e os agentes económicos de Viseu”.

“É gato escondido com rabo de fora”, frisou o socialista, funcionário da Segurança Social de Viseu.

O deputado Hélder Amaral (CDS/PP) foi mais longe: “é gato escondido com tudo de fora”.

Fernando Ruas lamentou ter ouvido “tantos disparates” durante as intervenções, reiterando que não se tratou de substituir a taxa do aluguer dos contadores pela tarifa de disponibilidade, mas sim de “cobrir uma perda de receita da qual a Câmara não teve culpa” com outra receita.

“Nós aplicamos as boas e as más leis. Por isso é que aplicamos a Lei das Finanças Locais, que é uma má lei. A mesma coisa acontece com a Lei da Água”, frisou o autarca social-democrata, que é também presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).

Criticou os deputados municipais por tentarem passar a ideia de que “a Câmara está a cometer uma ilegalidade” e lembrou a posição do constitucionalista Vital Moreira, que ao comentar num blog a notícia de que os vereadores socialistas de Viseu criticam esta tarifa, questionava “Será que o PS acha o mesmo nos municípios que Governa?”

Fernando Ruas negou que os consumos vão aumentar para os clientes domésticos, uma vez que a intenção da autarquia foi beneficiá-los, passando a pagar alguns cêntimos a menos do que na altura em que a factura incluía o aluguer do contador, enquanto que os institucionais passarão a pagar mais.

“O senhor vai ter a factura da Segurança Social mais cara, lá isso é verdade”, afirmou o autarca, dirigindo-se a João Cruz.

Fernando Ruas disse estar “atentíssimo ao desfecho que vai ter a anulação dos contadores da EDP”, para ver onde irão buscar os milhões de euros perdidos.

“Quero ver se os tiram aos accionistas ou aos consumidores”, frisou.

Texto: Agência Lusa

(Fonte: Rádio Vouzela)


Uma coisa é certa, o Sr Ruas, que por acaso também é o presidente da ANMP, confessa a verdade: o que os municípios estão a fazer é a substituir uma taxa por outra para não perderem receita! Esta é que é a verdade e não custava nada admiti-lo! Quer dizer, pronto, custava um bocadinho, está bem. Mas só um bocadinho.

Ração de Combate


Tarifa de Disponibilidade I - A decisão e as suas razões

Pois se havia alguém que pensava que a questão da nova tarifa de disponibilidade da água era assunto esquecido com as férias, o melhor é tirar o cavalinho da chuva não vá o animal constipar-se. Nós sabemos que o tema é desagradável (!) mas, como diz o povo, “ou há moralidade ou comem todos”. Mais, este é um daqueles assuntos que monstra a forma de actuação dos “políticos” e dos partidos que representam, baseada na famosa máxima do futebolês lusitano “o que hoje é verdade, amanhã é mentira”. Esta fórmula mágica que resolve a maior parte dos problemas imediatos que se apresentam aos políticos, ilude a questão de fundo: o povo quer a verdade, somente a verdade e nada mais do que a verdade, apesar dos manuais dos partidos insistirem que há verdades que nunca devem ser contadas. Enganam-se! Não há democracia sem respeito pelos cidadãos, mesmo que isso custe votos.
E se também é verdade que só os burros é que não mudam de opinião, mudar de opinião consoante dá jeito, é um exercício de puro cinismo o qual deve ser desmascarado de forma vigorosa.
Impõem-se assim que todos assumam a verdade a começar pela decisão de criação desta nova tarifa, aprovada em reunião de executivo camarário (acta nº 10);

2 - ALTERAÇÃO DO REGULAMENTO DE TARIFAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
DO CONCELHO DA MARINHA GRANDE.

301 - Considerando que os preços e demais instrumentos de remuneração a fixar pelos
municípios relativos aos serviços prestados e aos bens fornecidos em gestão directa pelas unidades orgânicas municipais não devem ser inferiores aos custos directa e indirectamente suportados com a prestação desses serviços e com o fornecimento desses bens, de acordo com o artigo 16º, n.º 1, da Lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro (Lei das Finanças Locais).
Considerando que se incluem nesses preços as actividades de exploração de sistemas municipais de abastecimento público de água, de acordo com o artigo 16º, n.º 3, alínea a), da Lei das Finanças Locais.
Considerando que os preços actualmente cobrados pelo fornecimento de água para consumo humano cobrem apenas parcialmente os custos dos serviços (cfr. quer o Plano Nacional da Água, quer o Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais).
Considerando que não é possível, neste momento, proceder a uma redução dos preços
cobrados, atenta a necessidade de assegurar a cobertura dos custos incorridos.
Considerando que as entidades gestoras podem cobrar preços que derivem da construção, conservação e manutenção dos sistemas públicos de água, de acordo com o artigo 8º, n.º 3, da Lei n.º 23/96, de 26 de Julho, na redacção da Lei n.º 12/2008, de 26 de Fevereiro.
Considerando que o Instituto Regulador de Águas e Resíduos defende ser legitima “a cobrança de tarifas fixas pela disponibilidade dos serviços” e adianta “que nem todos os custos de prestação destes serviços devem ser indexados ao nível de intensidade da utilização dos serviços, como o volume consumido no caso de abastecimento de água”. Concluindo desse modo por entender que “são incorridos um conjunto significativo de custos pela mera disponibilização destes serviços aos consumidores em sede de dimensionamento de redes, equipamentos e infra-estruturas de distribuição, sua construção, operação, conservação e manutenção” (oficio circular, em anexo - Anexo 2).
O Instituto Regulador de Águas e Resíduos considera que “os tarifários devem integrar tarifas fixas, pelo facto de a rede e equipamentos públicos estarem disponíveis”.
A indexação da tarifa fixa de disponibilidade ao calibre do contador é admitida tendo em conta a exigência do dimensionamento das redes, equipamentos e infra-estruturas de distribuição e o respectivo desgaste que serão tanto maiores quanto maior for o perfil do consumidor indiciado pelo calibre do respectivo contador.
Nestes termos, a Câmara Municipal delibera, de acordo com o artigo 64º, n.º 1, alínea j), da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, na redacção da Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro e com o artigo 8º, n.º 3, da Lei n.º 23/96, de 26 de Julho, na redacção da Lei n.º 12/2008, de 26 de Fevereiro, alterar o n.º 1 do artigo 5º do Regulamento de Tarifas de Distribuição de Água do Concelho da Marinha Grande, que passa a ter a seguinte redacção:
Artigo 5º
(Tarifas)
São fixadas as seguintes tarifas:
1 º Tarifa fixa de disponibilidade (comportando os custos pela mera disponibilização do serviço em sede de dimensionamento de redes, equipamentos e infra-estruturas de distribuição, sua construção, operação, conservação e manutenção), calculada em funçãodo calibre do contador colocado:
Calibre do contador Valor (Euros)
15 mm 2,11
20 mm 3,16
25 mm 4,20
30 mm 6,31
40 mm 12,62
50 mm > 26,30

2 a 6 - (...)
Esta deliberação produz efeitos desde o dia 26 de Maio de 2008.
A presente deliberação foi tomada por unanimidade.

Afinal, pelas razões indicadas, todos concordaram com a nova tarifa.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Revista de Imprensa

«Comissão denuncia descarga poluente "impressionante" na ribeira dos Milagres»


Leiria, 06 Set (Lusa) - A Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres denunciou hoje a existência de uma descarga "impressionante" de efluentes suinícolas naquele curso de água, afluente do rio Lis.

O porta-voz da comissão, Rui Crespo, explicou à Agência Lusa, que se trata de "uma descarga considerável", classificando a situação como "grave".

"Nesta altura é ainda mais inaceitável, porque estamos em plena época balnear", considerou o responsável.

"Hoje, de certeza absoluta, a influência desta descarga tem de se notar na Praia da Vieira", disse Rui Crespo, que deu conta do sucedido à GNR de Leiria.

"Liguei e disseram-me para telefonar a partir das 09:15 porque não estava lá ninguém do serviço ambiental", afirmou Rui Crespo, considerando "não ser esta a resposta que as autoridades devem dar perante mais um atentado ambiental".

O porta-voz da Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres explicou que sexta-feira à noite "apercebeu-se da existência da descarga", embora de menor dimensão.

"Agora a espuma é muita, parece que deitaram até detergente, porque a água parece um líquido branco, que se assemelha a leite", referiu Rui Crespo.

O dirigente lamentou o aproveitamento "da chuva, da noite, do fim-de-semana", combinação "useira e vezeira para a ocorrência de descargas".

"É assim que começam as descargas. Às vezes são traídos, porque anuncia-se chuva e ela não aparece, e as coisas são mais visíveis", comentou o responsável.

A ribeira dos Milagres cruza com o rio Lis na zona da Ponte da Pedra, concelho de Leiria.

O rio Lis desagua por sua vez na Praia da Vieira, concelho da Marinha Grande.


(surripiado do JN)

sábado, 6 de setembro de 2008

A Apanha do Pato

E se a moda pegasse ali para os lados do farol? Punhamos o jovem surfista na prancha a largar os patos e a malta ía à molhada a ver se os apanhava. O que é que acham da ideia? Espera lá, e os patos? (perguntam vocêses) É pá, patos é coisa que p'raí não falta. São patos e libelinhas, é às resmas...
Já agora tomem atenção às primeiras palavras da senhora presidente da junta, a senhora dona Corália Modesto, não podia ser mais subtil: "os senhores num barco lançam o pato e os jovens atiram-se à água. Por vezes o pato dá imensa luta o que é muito engraçado". Eu também acho.
E depois há também o senhor Pedro Bicudo que diz que a melhor táctica "é tentar perceber como é que os patos pensam, o que é que eles vão fazer". Boa dica!
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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O Velho, o Rapaz e o Burro

Zás-trás-pás! Zás-trás-pás! Zás-trás-pás! Faça-se silêncio na sala, amordacem-se os galegos, expulsai da mesa os labregos, sem brasão e sem tostão. Escutai criaturas, escutai, duma velha alcoviteira, esta história verdadeira, uma história de pasmar que vos vai fazer… corar.
Era uma vez… nããã!
Certo dia… humm…
Há muito, muito tempo… mau porra… soa-me a José Cid!… Recomecemos:
Zás-trás-pás, pozinhos de pre-lim-pim-pim, mesuras e pilim, esta história de pasmar não tem tempo nem lugar.
Em uma aldeia perdida entre Vila Velha do Vapor e Degredo da Porca, havia um velho, havia um rapaz e havia um burro. Comecemos pelo afalado jumento, que era o único da sua espécie na aldeia. De quatro patas, bem entendido.
O dito asinino, que já não era tenro e que já passara pelas mãos de diversos armentários, era o único meio de transporte do pequeno povoado e o alvo da cobiça de peraltas e abastados. É que mais do que os seus prestimosos serviços de pequeno, médio e longo curso, o burrico, equipado com faróis de nevoeiro, escape de alto rendimento e uma placa pendurada ao pescoço onde se podia ler “Serviço Ocasional”, era usado e abusado como veículo de ascendimento, para passear presunção e água-benta, pesporrência e soberba. Homem bom que se cuidasse, havia de passear-se pela aldeia no corcovo do bicho, todos os anos, entre o Domingo Gordo e o Dia de Todos os Santos, pelo menos três ou quatro vezes, enfarpelado em brochura domingueira e a tresandar a lavanda. Era o mínimo. Não que a tarefa fosse canja de miúdos, custava uma fortuna e alguns golpes de rins, mas como não havia outro modo, o melhor mesmo era perder o amor a três afonsins e deixar para as calendas os princípios distintivos dum novel e ilustre cavalheiro, que Deus os haja.
Quanto ao rapaz… bem, quanto ao rapaz, era simplesmente o dono do burro. No essencial era isso, o grumete era o dono do burro. Não se lhe conhecia condão nem predicado, o seu talento resumia-se a ser o dono do burro - um golpe de finura: um burro sério, de idade respeitável, arrematado em vésperas da restante comunidade asinina ter sido dizimada por um funesto surto de diarreia.
Já do velho, dizia-se, que era rijo, probo e imprevisível, às vezes finório. Havia sido contador de sua senhoria reverendíssima o Arcipreste Cilício, até ao dia em que foi chamado, contra a vontade de uns e a manha dissimulada de outros, a prover bom augúrio para o celeiro do burgo. Logo contas deitou à vida e com artes de avisado espíscopo entesourou cereal para quatro invernos, upa, upa, à míngua do povo que passava privações e miséria, de barriga e de alma.
Os tempos eram de indigência e até as viagens fautorias do burrico se ressentiam da conjuntura, levando o rapaz, que contava com o ovo no cú da franga, a exasperar para juntar folhelho que compusesse o estômago do escanzelado. Tá visto que lhe entravam nas contas as viagens promocionais do velho celeireiro mais umas quantas, bem medidas, idas e voltas de aprovisionamento.
Só que o velho, que não alimentava a mais pequena dilecção pelo rapaz e pelo burro, estima que era reciprocamente devolvida pelos visados, decidiu, contra as legítimas aspirações económicas e bairristas do rapaz, recorrer a azémola de aldeia vizinha, para compor a logística e para dar um ar de sua graça. Olha o que o velho foi fazer! O rapaz, melindrado com a desfeita, começou a enxerir à má-língua o desmiolado, treinando o burrico horas a fio a dar coices numa silhueta que replicava o velho, apurando-lhe o sentido para que o jerico lhe deferisse com os cacos um golpe demolidor, quando ambos na rua se cruzassem.
E tantas vezes o cântaro foi à fonte que, as gentes da aldeia que haviam levado o velho a supremo feitor do celeiro foram as mesmas que lhe indicaram a porta dos fundos e lhe entregaram guia de marcha compulsória. O rapaz, ufano, vangloriou-se e logo predispôs os préstimos do burro para honra e glória do povoado e da nova capelania. Olha o que o rapaz foi fazer! O velho, ressabiado, mandou espalhar bicadas e calduços, no rapaz e no burro, exigindo que fossem reparadas as ofensas despendidas. A esta nova investida, aos olhos do moço, impropérios, aos olhos do ansião, a defesa da honra, veio o burro zurrar clemente punição divina, que a dos homens custa uma fortuna e demora uma eternidade.
A tudo isto os mais comuns do povoado assistiam com ingénua indiferença e os mais altivos com paciência ardilosa, tolerando as piruetas do burro e dando anuência e palmadinhas nas costas às tiradas do imberbe - nunca se sabe o dia de amanhã! Ao decrépito, por piedade, tudo era descontado e assentado no rol da mercearia, que as contas ficariam lá mais para diante.

Moral da história:

“não vejas no melro um pavão, nem uma libra num botão”

Revista de Imprensa

"Câmara procura terreno para instalar uma dezena de famílias nómadas"

A câmara da Marinha Grande está à procura de um terreno onde pretende criar um parque para instalar famílias nómadas, revelou ontem o presidente da autarquia, Alberto Cascalho.
O autarca explicou que "já foram apresentadas algumas sugestões", mas até ao momento "não existe um espaço disponível".
Por outro lado, Alberto Cascalho adiantou que o município "está também a recolher experiências de outros locais do país", admitindo que "será possível concretizar este projecto, mas não a curto prazo".
"A nossa preocupação passa por darmos passos seguros", esclareceu o presidente da Câmara Municipal, que defendeu a necessidade de o parque nómada "ser partilhado por outras entidades e consensual". "Entendo que tudo o que for feito para assegurar uma integração equilibrada da comunidade cigana será extremamente positivo para a cidade da Marinha Grande", referiu ainda Alberto Cascalho.
A ideia de criar um espaço para famílias nómadas partiu da Junta da Marinha Grande. O seu presidente, Francisco Duarte, explicou que existe "cerca de uma dezena de famílias de etnia cigana na freguesia", contabilizando-se "sessenta pessoas", que se instalaram no centro da Marinha Grande e na Mata da Embra.
"Notamos que estão a chegar mais famílias", adiantou no entanto o responsável, acrescentando que o objectivo do parque "é dar o mínimo de condições" àquelas pessoas.
"Queremos que o parque tenha todas as infra-estruturas necessárias, como água ou electricidade, e onde as equipas pluridisciplinares de reinserção social possam contactar com as pessoas", referiu Francisco Duarte.
Para o responsável, este equipamento ajudará na "reintegração social destas famílias" e poderá contribuir para minorar "alguns problemas que têm ocorrido com a comunidade da Marinha Grande".
"Tem havido situações pontuais, de pequenos delitos", informou o autarca, convicto de que "este tipo de solução permitirá maior compreensão em relação ao modo de vida das pessoas desta etnia".


(surripiado do Diário de Leiria)

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Nota da Comissão de Moradores:
Ó senhor presidente interino, então mas se o assunto não é para resolver a curto prazo e se ainda está em fase de estudo, porquê o anúncio? Só vemos duas hipóteses: ou é propagan... (perdão) ou é um grande desejo do seu executivo ou é um sinal ao mercado imobiliário.

Ração de Combate


segunda-feira, 1 de setembro de 2008

"Uma verdade inconveniente"

Estas férias, o camarada Andrade falou ao “Avante” e já na parte final do artigo que pode ser lido na integra aqui, revelou o seguinte:


(…)

CDU recuperou a autarquia em 2005
Chegar à população


Nas últimas eleições autárquicas, em 2005, a CDU recuperou a presidência da autarquia marinhense, após dois mandatos de maioria PS. Filipe Andrade, responsável pela organização concelhia do PCP, mostra-se satisfeito com o trabalho realizado, apesar das inúmeras dificuldades: o PS deixou a autarquia sem capacidade de endividamento, lembrou.
Apesar disto, foi possível avançar na conclusão das obras de saneamento básico e garantir a manutenção da gestão da água na esfera pública. Recentemente, valorizou Filipe Andrade, os problemas financeiros ficaram finalmente resolvidos, pelo que é legítimo esperar um novo salto na actividade autárquica.
Menos positivo, afirma o responsável, é a informação à população sobre a actividade municipal, tanto da autarquia como do próprio partido. Estão já decididas várias acções de contacto com as populações para os meses a seguir ao Verão.


Para além dessa extraordinária notícia da recuperação financeira da autarquia às mãos dos experimentados gestores profissionais (e neo-liberais) do PCP (quem diria! se o Eng. Belmiro sabe ainda os vem buscar…), o que o camarada Andrade fez foi basicamente chamar mentiroso ao vereador Pedrosa (o do PS, não confundir com o da CDU já que isto dos nomes iguais diz que traz vantagens), que afirmava há algum tempo no seu blogue desportivo, sob o sugestivo título “Os Impostores (2)”, o seguinte:


Três anos depois da CDU ter chegado à câmara da Marinha Grande nem uma, repito, nem uma obra de saneamento foi adjudicada.


Cheira-me que alguém está a… exagerar. Esclareçam lá a malta, vá lá, quem é o coxo e quem é o Pinóquio? A gente quer é ajudar.

REENTRE - O Discurso da Treta



Camaradas,

durante dois meses o Largo das Calhandreiras esteve em silêncio. Durante dois meses não houve calhandrice decente e à altura dos pergaminhos da nossa terra. Durante dois meses não houve forças de bloqueio nem contributos para perturbar o normal funcionamento das instituições democráticas e das outras.
Mas, caros camaradas, face a esta conjuntura favorável e à conjugação não menos favorável dos astros (é bom não esquecer que em termos de Ascendente tivemos Júpiter na casa 9 em Sagitário), a pergunta impõe-se, camaradas: mas afinal o que é que de realmente relevante se passou na Marinha Grande durante a nossa “ausência”?
A resposta a esta questão camaradas, é óbvia: tirando a revelação surpreendente a respeito dos problemas sexuais do cão Rufia e o episódio do Sr. Piriquito da França a levar umas pêras nas vésperas dos grandiosos festejos em honra do S. Pedro de Moel, na nossa cidade não se passou NADA DE REALMENTE IMPORTANTE. Uma vez mais o essencial não se discutiu, as decisões importantes não se tomaram, a verdade foi maquilhada de acordo com as estratégias e as lógicas de poder, e os maus exemplos vieram sobretudo dos que têm maiores responsabilidades, contribuindo assim e uma vez mais, para o descrédito das instituições e dos seus próprios representantes.
Camaradas, urge devolver a dignidade, a seriedade e a confiança à vida publica marinhense. Da política ao desporto, da economia à comunicação social, dos partidos às associações cívicas, devemos exigir seriedade e verdade. Os poderes instituídos não podem ser palco para cegadas e números artísticos de qualidade duvidosa, onde a promoção de uns quantos é posta muita acima do interesse da causa e da coisa pública.
Camaradas, face ao desempenho ora desastroso ora ausente dos “nossos” lideres, não nos resta outra alternativa ou caminho senão o de sempre: A LUTA CONTINUA! A LUTA CONTINUA! A LUTA CONTINUA! Ou como dizia o outro: a brincar, a brincar...

REENTRE - A Música Pimba


Camaradas

tal como prometido cá estamos. Mas antes dos discursos de ocasião, cá vai a pimbalhada do costume para alegrar o povo.
Camaradas, é com grande prazer que vos apresentamos o grupo de maior sucesso neste verão, os “Mundo Novo” com o incontornável tema “Mexe, Mexe, Mexilhão”.